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Guias e Dicas
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Derivados do Mel - APITOXINA, Trabalhos de Ciência e Tecnologia de Alimentos

Revisão bibliográfica sobre veneno das abelhas - apitoxina.

Tipologia: Trabalhos

2023

À venda por 09/12/2023

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA
SUL-RIO-GRANDENSE
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA
DISCIPLINA: Tecnologia de Alimentos
PROF. Cláudio Rafael Kuhn
Apitoxina
TERRA, Bibiana
Pelotas, 14 novembro
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA

SUL-RIO-GRANDENSE

CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA

DISCIPLINA: Tecnologia de Alimentos PROF. Cláudio Rafael Kuhn Apitoxina TERRA, Bibiana Pelotas, 14 novembro

Sumário

    1. Mel...........................................................................................................................................
    1. Apitoxina..................................................................................................................................
    1. Comercialização.......................................................................................................................
    1. Referências..............................................................................................................................

possível utilizar equipamento automatizado, já que por impulsos elétricos, permite obter o veneno livre de impurezas, sem sacrificar abelhas, já que, esse método de extração utiliza uma placa de vidro conectada a uma fonte elétrica, colocada na entrada da colmeia, liberando um pequeno choque que promove contração da musculatura acessória do aparato de veneno, liberando uma gota do veneno, que é desidratado e coletado na forma de cristais por raspagem com uma espátula. Este último método, é utilizado como padrão na extração atualmente (Durán, 2011). 2.2. Composição A apitoxina é o veneno produzido pelas abelhas e consiste em uma mistura complexa de enzimas (Hider, 1988; Pacáková; Sciani et al., 2010; FerreiraJunior et al., 2010; Kokot et al., 2011), peptídeos (Hider, 1988; Pacáková; Sciani et al., 2010; Zhou et al., 2010; Lee et al., 2010; Ferreira-Junior et al., 2010; Kokot et al., 2011; Matysiak et al., 2011; Kokot et al., 2011; Kim et al., 2012) e aminoácidos (Hider, 1988), além de pequenas quantidades de carboidratos e lipídios (Hider,

    • Conforme quadro 1. Dentre os componentes da apitoxina destacam-se a melitina e a fosfolipase A2, que constituem os principais componentes do veneno, representando juntas cerca de 75% do seu peso seco (Hernández, 2003; Sciani et al., 2010; Ferreira-Junior et al., 2010; Oršolić, 2011). Classe da molécula Componentes Proteínas (enzimas) Fosfolipase A2 e hialorunidase Proteínas pequenas e peptídeos Melitina, apamina, peptídeo MCD, tertiapina, procamina, secapina Aminas fisiologicamente ativas Histamina, dopamina, noradrenalina Açúcares Glucose, frutose Fosfolipídeos Aminoácidos Ácido ƴ-amino,butírico, αaminoácidosaminoácidos Componentes voláteis (feromônios) Éstereis complexos Quadro 1 – principais componentes da apitoxina. Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais. v.4 ‐ n.2. DOI: http://dx.doi.org/10.6008/ESS2179‐ 6858.2013.002. 2.3. Aplicações Atualmente há uma diversidade de tratamentos por apitoxina, onde os mais utilizados são pela aplicação sublingual, subcutânea com agulhas, injeções ou picadas de abelhas diretamente na pele que, por ser a forma mais ativa, deve ser administrada em pequenas quantidades. O vasto potencial farmacológico da apitoxina teve eficiência biológica comprovada para diversos usos terapêuticos, como anti-inflamatório, principalmente em doenças reumáticas, antinociceptiva, na captação de estímulos nocivos, analgésico, antitumoral, cicatrizante e neuroprotetor, em doenças de Parkinson (Moreira, 2012). Outra enfermidade com opção de tratamento baseado no veneno das abelhas é a Esclerose Múltipla, doença neurodegenerativa, com tratamentos convencionais baseados no tratamento dos sintomas, com ingestão de corticosteroides, como o hormônio adrenocorticotrófico, cujo uso prolongado pode induzir hipertensão, diabetes, osteoporose, destruição de tecido conjuntivo e inibição da resposta imune do organismo e imunoterapia baseada no uso de interferons. Postula-se que a apitoxina induza uma resposta sistêmica no corpo, estimulando moduladores anti-inflamatórios e o próprio veneno contenha substâncias de efeito direto sobre a Esclerose Múltipla, não causando efeitos colaterais, melhorando substancialmente a manifestação dos sintomas nos pacientes (Leite & Rocha, 2005)

O glutamato, conhecido como o principal neurotransmissor excitatório no sistema nervoso central, desempenha importante papel nas funções cerebrais, como memória, plasticidade sináptica, aprendizagem e cognição. A excitotoxicidade causada pela ativação excessiva e desregulada dos receptores de glutamato pode levar a degeneração neuronal anormal. Esta neurotoxicidade do glutamato está associada a distúrbios neurodegenerativos, como a doença de Alzheimer. O tratamento com apitoxina inibe significativamente a toxicidade celular do glutamato e protege contra a morte celular, apresentando tratamento eficaz em doenças neurodegenerativas (Lee, 2012). A apitoxina mostra ainda efeitos positivos no tratamento de lúpus, ciática, dor lombar, cotovelo de tenista, com efeitos terapêuticos já comprovados, e com brecha para novos estudos, que possam ampliar o horizonte de conhecimento dos efeitos do veneno. Já são conhecidos pelo menos dezoito componentes farmacologicamente ativos, incluindo várias enzimas, peptídeos e aminas, com efeito individual conhecido, mas que ainda deixam lacunas de atuação em conjunto, sendo tema para possíveis pesquisas futuras, para ampliação da utilização da apitoxina na saúde (Ali, M. A. A. S. M. 2012).

3. Comercialização Atividade que pode proporcionar uma excelente fonte de renda complementar para o apicultor, o veneno apícola é, contudo, um produto de difícil comercialização, pois, ao contrário dos outros produtos da abelha, a apitoxina deve ser comercializada em farmácias de manipulação e indústrias de processamento químico em razão da sua ação tóxica. A extração de apitoxina é uma atividade nova que pode proporcionar uma excelente fonte de renda complementar para o apicultor. Como não tem venda direta ao consumidor, antes de investirem na compra de coletores, entre outros materiais, os apicultores devem prospectar pelo menos um comprador (laboratórios etc.) sendo assim, a apitoxina mostra-se um potente medicamento no tratamento de diversas doenças, com vasto potencial farmacológico e eficiência biológica. 3.1. Cadeia produtiva do setor As cooperativas têm um papel fundamental nesse processo, já que 80,4% dos apicultores participam de alguma organização social (sindicato, associação e/ou cooperativa). Um exemplo de cooperativa está no Piauí, com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar e do Programa de Geração de Emprego e Renda. Mas há muitas outras. Além disso, surgem movimentos de apoio a essa atividade. A primeira unidade produtiva de apitoxina do Piauí foi viabilizada por meio de empréstimo do Banco Mundial, e a demanda da cooperativa teve como consequência a aprovação do projeto. O gestor da SAF informa que o valor total da obra é de R$232,6 mil, com financiamento de R$178,9 mil e contrapartida dos apicultores de 30% do valor do projeto. Ali, 23 famílias serão beneficiadas diretamente e 200 associados podem ser beneficiados por meio da Codevarp, em um trabalho que vai desde produção, extração, até a comercialização da apitoxina, podendo ser vendida para empresas farmacêuticas brasileiras ou do exterior. O projeto-piloto inclui laboratório, casas de abelhas, equipamentos e toda a indumentária necessária para a coleta de maneira adequada. Além disso, a cooperativa está se organizando para todas as etapas, com especificações técnicas e legais. Outro incentivo vem das ações do Sebrae para pequenos produtores. O curso “Boas práticas no manuseio da apitoxina”, realizado em 2022 pelo Sebrae/MS, teve o objetivo de profissionalizar os participantes e prepará-los para aproveitar os potenciais do veneno da abelha. Pesquisadores destacam que o veneno é extraído sem a morte das abelhas,

4. Referências ALI, M. A. A. S. M. (2012). Studies on bee venom and its medicais uses. International Journal of Advancements in Research & Technology, 1(2):69-83. CAMARGO, R. C. R., PEREIRA, F. M. & LOPES, M. T. R. (2002). Produção de mel. Teresina, Piauí, Brasil: EMBRAPA. CORREIA-OLIVEIRA, M. E., NUNES, L. A., SILVEIRA, T. A., MARCHINI, L. C. & SILVA, J. W. P. (2012). Manejo da agressividade de abelhas africanizadas. Série Produtor Rural, 1(53):4-46. DURÁN, X. A., CIFUENTES, Y. L. & MORALES ULLOA, D. (2011). Evaluación de dos frecuencias de colecta de apitoxina extraída de colmenas de Apis mellifera L. durante la época estival en la Región de La Araucanía. Idesia (Arica), 29(2):145-150. FERREIRA-JUNIOR, R. S.; BARRAVIERA, B.; PIMENTA, D. C. Identification of a novel melittin isoform from Africanized Apis mellifera venom. Peptídes, v.31, n.8, p.1473-1479, 2010. FERREIRA Jr., R. S.; SCIANI, J. M.; MARQUES-PORTO, R.; JUNIOR, A. L.; ORSI, R. de O.; BARRAVIERA, B.; PIMENTA, D. C. Africanized honeybee ( Apis mellifera ) venom profiling: Seasonal variation of melittin and phospholipase A2 levels. Toxicon, v.56, n.3, p.355-362, 2010. HERNÁNDEZ, R. V. Aspectos toxinológicos y biomédicos del veneno de las abejas Apis mellifera. Iatreia, v.16, n.3, p.217-227, 2003. HIDER, R. C. HONEYBEE VENOM: A rich source of pharmacologically active peptides. Endeavour, New Series, v.12, n.2, p.60-65, 1988. KIM, S. J.; PARK, J. H.; KIM, K. H.; LEE, W. R.; PAK, S. C.; HAN, S. M.; PARK, K. K. The Protective Effect of Apamin on LPS/Fat-Induced Atherosclerotic Mice. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, v. 2012, 2012: 305454. DOI: http://dx.doi.org/10.1155/2012/305454. KOKOT, Z. J.; MATYSIAK, J.; URBANIAK, B.; DEREZIŃSKI, P. New CZEDAD method for honeybee venom analysis and standardization of the product. Analytical and Bioanalytical Chemistry, v.399, n.7, p.2487-2494, 2011. LEE, S. M., YANG, E. J., CHOI, S.-M., KIM, S. H., BAEK, M. G. & JIANG, J. H. (2012). Effects of bee venom on glutamate-induced toxicity in neuronal and glial cells. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, ID 3681961-9. LEITE, G. L. D. & ROCHA, S. L. (2005). Apitoxina. Unimontes Científica, 7(1):115-125. MATYSIAK, J.; SCHMELZER, C. E. H.; NEUBERT R. H. H.; KOKOT, Z. J. Characterization of honeybee venom by MALDI-TOF and nanoESI-QqTOF mass spectrometry. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v.54, n.2, p.273-278, 2011. MOREIRA, D. R. (2012). Apiterapia no tratamento de patologias. Revista Fapciência, 9(4):21-

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