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História da Educação de Surdos: Desde a Idade Média Até a Criação da LIBRAS no Brasil, Notas de aula de Língua Portuguesa

A história da educação de surdos desde o século xvi até a criação da língua brasileira de sinais (libras) no brasil. O texto aborda os primeiros registros da educação de surdos, os métodos utilizados, as filosofias aplicadas e as figuras importantes na área. Além disso, o documento discute a importância da língua de sinais na comunicação e na educação de surdos.

O que você vai aprender

  • Quais foram os primeiros registros da educação de surdos?
  • Como a língua de sinais influenciou a educação de surdos no Brasil?
  • Quais métodos foram utilizados na educação de surdos durante a Idade Média?
  • Quais filosofias foram aplicadas na educação de surdos?
  • Quais figuras foram importantes na história da educação de surdos?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Barros32
Barros32 🇧🇷

4.4

(399)

226 documentos

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Não perca as partes importantes!

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ª: Ediani Araújo de Oliveira
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Baixe História da Educação de Surdos: Desde a Idade Média Até a Criação da LIBRAS no Brasil e outras Notas de aula em PDF para Língua Portuguesa, somente na Docsity!

Profª: Ediani Araújo de Oliveira Aluno: ............................................................................................................................. Curso: ................................................................................ Turma: ..............................................................

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Curso: ....................................................................................................................................................................... ........................

Sumário

  1. AULA 01 1.1. DEFICIÊNCIA SENSORIAL: VISUAL O termo cegueira é usado para definir não somete pessoas que são totalmente cegas, mas também se aplica aquelas que têm dificuldades para enxergar, por perda parcial, mas não deve ser confundido com doenças como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou cirurgias.

Segundo Ricardo Ampudia (2011a, s. p) para ser considerado uma deficiência visual, é necessário que toda a visão ou 40% a 60% esteja comprometimento. Existem alguns critérios que foram estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os vários graus de deficiência visual: Baixa Visão pode ser leve, moderada ou profunda Compensada com o uso de lentes de aumento, lupas, telescópios, com o auxílio de bengalas e de treinamentos de orientação. Baixa Visão acontece quando a fóvea é afetada de modo um severo. Deste caso com a mekhor correção, tenha ainda no máximo 30% da visão normal. Mesmo com uso de lentes convencionais, ou após tratamento clínico e/ou cirúrgico utilizando recursos visuais especiais para leitura e escrita. Esta deficiência é caracterizada por problemas na visão central, com compromentimento severo na fóvea central ou na mácula, danificadas. A perda de função visual central ou periférica, sendo que estas geralmente é provocada por patologias ou agentes, comprometendo com maior incidência a porção central e/ou mácula, e com menos incidência a porção periférica, geralmente parcial.Para Coeicev: “A fóvea situa-se na mácula: é a porção mais nobre da retina, isto é, a parte central da mácula, responsável pela acuidade visual, a qual é sempre direcionada para o objeto que se quer ver, e

onde cuja imagem é depositada” Diante disso, ocorre uma dificuldades na fóvea isto gera um ponto cego na visão. ALGUNS EXEMPLOS: Acromatopsia, Retinopatia diabética (suas complicações), Albinismo, Retinopatia da Hipertenção (sua complicações), Algumas síndromes, Retinopatia da prematuridade, Ambliopia, Rubéola (suas complicações), Descolamento da retina, Pseudoxantoma Elástico, Degeneração macular relativa a idade (senil), Miopia Degenerativa, Distrofia de Cones, Toxoplasmose, Drusas de retina, Glaucoma e suas complicações, Neurite Óptica, Retinose pigmentar, toda aplicação de "Laser" na contenção de hemorragias intraoculares quando próximo da visão central, etc. Podendo acontecer de diversas formas como podemos ver nas imagens abaixo.

Recursos que podem ser utilizados para minimizar os problemas de baixa visão:

https://www.subnormalvision.com.br/visao-subnormal 1.2. PRÓXIMO À CEGUEIRA

Braille. Pode-se dizer o sistema Braille é um importante aliado da pessoa com cegueira. É, embora ainda não esteja acessível a todos, tem se tornado mais comum com o passar do tempo e o apoio de instituições especializadas.

1.4. ATENDIMENTO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL. Para que aconteça uma inclusão de verdade, é necessário a participação do aluno com dificuldades visuais de todos as atividades em que esteja sendo desenvolvida no contexto escolar, por isto é importante que professores, pais e alunos precisam estar atentos a algumas particularidades dos alunos com esta deficiência. Sá, Campos e Silva (2007, p.18) dizem que o trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio de “estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos remanescentes, bem como na superação de dificuldades e conflitos emocionais”. Afinal, um aluno com baixa visão possui seu cognitivo intacto, porém a percepção do mundo baseada na visão se torna limitado por da deficiência” Na escola, os professores costumam confundir ou interpretar erroneamente algumas atitudes e condutas de alunos com baixa visão que oscilam entre o ver e o não ver. Esses alunos manifestam algumas dificuldades de percepção em determinadas circunstâncias tais como: objetos situados em ambientes mal iluminados, ambiente muito claro ou ensolarado, objetos ou materiais que não proporcionam contraste, objetos e seres em movimento, visão de profundidade, percepção de formas complexas, representação de objetos tridimensionais, e tipos impressos ou figuras não condizentes com o potencial da visão. O trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio de estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos remanescentes, bem como na superação de dificuldades e conflitos emocionais. Para isso, é necessário conhecer e identificar, por meio da observação contínua, alguns sinais ou sintomas físicos característicos e condutas freqüentes, tais como: tentar remover manchas, esfregar excessivamente os olhos, franzir a testa, fechar e cobrir um dos olhos, balançar a cabeça ou movê-la para frente ao olhar para um objeto próximo ou distante, levantar para ler o que está escrito no quadro negro, em cartazes ou mapas, copiar do quadro negro faltando letras, tendência de trocar palavras e mesclar sílabas, dificuldade na leitura ou em outro trabalho que exija o uso concentrado dos olhos, piscar mais que o habitual, chorar com

freqüência ou irritarse com a execução de tarefas, tropeçar ou cambalear diante de pequenos objetos, aproximar livros ou objetos miúdos para bem perto dos olhos, desconforto ou intolerância à claridade. Esses alunos costumam trocar a posição do livro e perder a seqüência das linhas em uma página ou mesclar letras semelhantes. Eles demonstram falta de interesse ou dificuldade em participar de jogos que exijam visão de distância. Para que o aluno com baixa visão desenvolva a capacidade de enxergar, o professor deve despertar o seu interesse em utilizar a visão potencial, desenvolver a eficiência visual, estabelecer o conceito de permanência do objeto, e facilitar a exploração dirigida e organizada. As atividades realizadas devem proporcionar prazer e motivação, o que leva à intencionalidade e esta desenvolve a iniciativa e a autonomia, que são os objetivos primordiais da estimulação visual. A baixa visão pode ocasionar conflitos emocionais, psicológicos e sociais, que influenciam o desempenho visual, a conduta do aluno, e refletem na aprendizagem. Um ambiente de calma, encorajamento e confiança contribuirá positivamente para a eficiência na melhor utilização da visão potencial que deve ser explorada e estimulada no ambiente educacional, pois o desempenho visual está relacionado com a aprendizagem. É recomendável, portanto, provocar a conduta de utilizar a visão para executar todo tipo de tarefas, pois a visão não se gasta com o uso. Além disso, o professor deve proporcionar ao aluno condições para uma boa higiene ocular de acordo com recomendações médicas. Conhecer o desenvolvimento global do aluno, o diagnóstico, a avaliação funcional da visão, o contexto familiar e social, bem como as alternativas e os recursos disponíveis, facilitam o planejamento de atividades e a organização do trabalho pedagógico. A predominância de recursos didáticos eminentemente visuais ocasiona uma visão fragmentada da realidade e desvia o foco de interesse e de motivação dos alunos cegos e com baixa visão. Os recursos destinados ao Atendimento Educacional Especializado desses alunos devem ser inseridos em situações e vivências cotidianas que estimulem a exploração e o desenvolvimento pleno dos outros sentidos. A variedade, a adequação e a qualidade dos recursos disponíveis possibilitam o acesso ao conhecimento, à comunicação e à aprendizagem significativa. Recursos tecnológicos, equipamentos e jogos pedagógicos contribuem para que as situações de aprendizagem sejam mais agradáveis e motivadoras em um ambiente de cooperação e

A punção é um instrumento em madeira ou plástico no formato de pêra ou anatômico, com ponta metálica, utilizado para a perfuração dos pontos na cela braille. O movimento de perfuração deve ser realizado da direita para a esquerda para produzir a escrita em relevo de forma não espelhada. Já a leitura é realizada da esquerda para a direita. Esse processo de escrita tem a desvantagem de ser lento devido à perfuração de cada ponto, exige boa coordenação motora e dificulta a correção de erros.

1.6RECURSOS ÓPTICOS E NÃO- ÓPTICOS Recursos ou auxílios ópticos são lentes de uso especial ou dispositivo formado por um conjunto de lentes, geralmente de alto poder, com o objetivo de magnificar a imagem da retina. Esses recursos são utilizados mediante prescrição e orientação oftalmológica. É importante lembrar que a indicação de recursos ópticos depende de cada caso ou patologia. Por isso, não são todos os indivíduos com baixa visão que os utilizam. Convém lembrar também que o uso de lentes, lupas, óculos, telescópios representa um ganho valioso em termos de qualidade, conforto e desempenho visual para perto, mas não descarta a necessidade de adaptação de material e de outros cuidados. A utilização de recursos ópticos e nãoópticos envolve o trabalho de pedagogia, de psicologia, de orientação e mobilidade e outros que se fizerem necessários. As escolhas e os níveis de adaptação desses recursos em cada caso devem ser definidos a partir da conciliação de inúmeros fatores. Entre eles, destacamos: necessidades específicas, diferenças individuais, faixa etária, preferências, interesses e habilidades que vão determinar as modalidades de adaptações e as atividades mais adequadas.

1.7RECURSOS ÓPTICOS Recursos ópticos para longe: telescópio: usado para leitura no quadro negro, restringem muito o campo visual; telessistemas, telelupas e lunetas. Recursos ópticos para perto: óculos especiais com lentes de aumento que servem para melhorar a visão de perto. (óculos bifocais, lentes esferoprismáticas, lentes monofocais esféricas, sistemas telemicroscópicos). Lupas manuais ou lupas de mesa e de apoio: úteis

para ampliar o tamanho de fontes para a leitura, as dimensões de mapas, gráficos, diagramas, figuras etc. Quanto maior a ampliação do tamanho, menor o campo de visão com diminuição da velocidade de leitura e maior fadiga visual.

1.8RECURSOS NÃO-ÓPTICOS Tipos ampliados: ampliação de fontes, de sinais e símbolos gráficos em livros, apostilas, textos avulsos, jogos, agendas, entre outros. Acetato amarelo: diminui a incidência de claridade sobre o papel. Plano inclinado: carteira adaptada, com a mesa inclinada para que o aluno possa realizar as atividades com conforto visual e estabilidade da coluna vertebral. Acessórios: lápis 4B ou 6B, canetas de ponta porosa, suporte para livros, cadernos com pautas pretas espaçadas, tiposcópios (guia de leitura), gravadores. Softwares com magnificadores de tela e Programas com síntese de voz. Chapéus e bonés: ajudam a diminuir o reflexo da luz em sala de aula ou em ambientes externos. Circuito fechado de televisão --- CCTV: aparelho acoplado a um monitor de TV monocromático ou colorido que amplia até 60 vezes as imagens e as transfere para o monitor.

  • Grade para escrita cursiva: pautas confeccionadas com caixa de papelão, radiografias, emborrachado e outros.

•Cela braille: confeccionada com caixas de papelão, frascos de desodorantes e embalagem de ovos.

  1. AULA 02 2.1 DEFICIÊNCIAS AUDITIVAS E SURDEZ. É muito relevante falar sobre um tema tão pertinente na sociedade contemporânea, pois é possível observar o quão vasto se tornou o campo da deficiência auditiva e surdez. Diante disso vamos estudar um pouco sobre as diferenças e causas, além da história, a trajetória educacional inclusiva de alunos surdos ou perda de audição parcial ou total. A surdez é diferente da deficiência auditiva, a maioria das pessoas ignorantemente costuma generalizar achando que é a mesma coisa. A deficiência auditiva é adquirida pós-parto, ou seja, no nascimento e se adquire ao longo da vida, provocada por alguma lesão na orelha ou ouvido que atinge as estruturas que compõem o aparelho auditivo. Já a surdez é a perda total da audição, ela acontece de duas maneiras má-formação congênita na gestação, ou pós- nascimento, ainda quando criança até chegar a fase adulta. Segundo Martinez (2000), existem diferentes tipos de perda auditiva, além disso, são chamados de surdos os indivíduos que têm perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala através do ouvido. É possível classificar a pessoa com deficiências de acordo com seu grau de perda auditiva, avaliada em decibéis (dB).

https://auditivosconecta.com.br/

2.2 EDUCAÇÃO DE SURDOS: HISTÓRIA E LEGISLAÇÃO Panorama histórico segundo Strobel (2009, p. 16-28): Ao longo da história, os surdos foram colocados à margem da sociedade, em muitos âmbitos, seja econômico, social, cultural, educacional e político, sendo considerados como deficientes e incapazes, o que levou em muitos casos a perda de vários direitos e da possibilidade de escolhas. A partir do século XVI tem registro da educação dos surdos, desde o monge Pedro Ponce de Leon desde século XVI, os educadores de surdos no século XVII, A primeira escola para surdos foi na cidade de Paris (1755), o congresso de Milão (1880), abordando a história da educação dos surdos e as filosofias aplicadas a educação dos surdos, tais como: Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo. Idade antiga Escrita a 476 d. C Bíblia: E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente: e rogaram-lhe que pudesse a mão sobre ele. E tirando-o a parte de entre a multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe na língua. E levantando os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá; isto é, Abre-te. E logo se abriram os seus ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente. E ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quanto mais lhe proibia, tanto mais o divulgavam. E admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz bem: faz ouvir os surdos e falar os mudos. (Marcos, 7: 31-37) Na Roma não perdoavam os surdos porque achavam que eram pessoas castigadas ou enfeitiçadas, a questão era resolvida por abandono ou com a eliminação física – jogavam os surdos no rio. Só se salvavam aqueles que do rio conseguia sobreviver ou aqueles cujos pais os escondiam, mas era muito raro – e faziam os surdos de escravos obrigando-os a passar toda a vida dentro do moinho de trigo empurrado a manivela. Na Grécia , os surdos eram considerados inválidos e muito incômodos para a sociedade, por isto eram condenados à morte. No Egito e a Pérsia , os surdos eram considerados como criaturas privilegiadas, enviados dos deuses, porque acreditavam que eles comunicavam em segredos com os deuses. Havia um forte sentimento humanitário e respeito, protegiam e tributavam aos surdos a adoração, no entanto, os surdos tinham vida inativa e não eram educados. 500 a. C. O filósofo Hipócrates associou a clareza da palavra com a modalidade da língua, mas nada falou sobre a audição.

de receber a do Papa. Ponce de Leon usava como metodologia a dactilologia, escrita e oralização. Mais tarde ele criou escola para professores de surdos, porém ele não publicou nada em sua vida, e depois de sua morte o seu método caiu no esquecimento porque a tradição na época era de guardar segredos sobre os métodos de educação de surdos. Na Espanha, Juan Pablo Bonet (1579-1623) iniciou a educação como outro membro surdo da família Velasco, Dom Luís, através de sinais, treinamento da fala e o uso de alfabeto dactilologia, teve tanto sucesso que foi nomeado pelo rei Henrique IV como “Marques de Frenzo”. Juan Pablo Bonet publicou o primeiro livro sobre educação de surdos em que expunha o seu método oral “Reduccion de las letras y para enseñar a hablar a los mudos” no ano de 1620 em Madri, Espanha. Bonet defendia também o ensino precoce de alfabeto manual aos surdos. Em 1644 John Bulwer (1614-1684) publicou (Chirologia e Natural LanguageoftheHand”, onde preconiza a utilização de alfabeto manual, língua de sinais e leitura labial, ideia defendida pelo George Dalgarno anos mais tarde. John Bulwer acreditava que a l´ngua de sinais universal e seus elementos constituídos icônicos. Este mesmo autor publicou em 1648 o livro “Philocopus “, onde afirmava que a língua de sinais era capaz de expressar os mesmos conceitos que os línguas orais. Já em 1700 o autor Johan CoradAmmon (1669-1724), médico suíço desenvolveu e publicou métodos pedagógicos da fala e da leitura labial: surduslaquens”Jacob Pereire (1715-1780) foi provavelmente o primeiro professor de surdos na frança, oralizou a sua irmã surda e utilizou o ensino de fala e de exercícios auditivos com surdos. A Academia Francesa de Ciências reconheceu o grande progresso alcançado por Pereire: “Não tem nenhuma dificuldade em admitir que a arte de leitura labial com suas reconhecidas limitações, [...] será de grande utilidade para os outros surdos-mudos da mesma classe, [...] assim como o alfabeto manual que o Pereira utiliza. Em 1755 Samuel Heinicke (1729-1790) o “Pai do método Alemão” – Oralismo puro- iniciou as bases da filosofia oralista, onde um grande valor era atribuído somente a fala [...]. Este autor publicou uma obra “observações sobre os Mudos e sobre a Palavra”. No ano de 1778 Heinicke fundou a primeira escola de oralismo puro em Leipzig, inicialmente a sua escola tinha 9 alunos surdos. Em carta escrita a L’ Epée Samuel narra:” meus alunos são ensinados por meio de um processo fácil e lendo de fala em sua língua pátria e língua estrangeira através da vos clara e com distintas entonações [...] e compreensão.

Em 1760 Thomas Braidwood abre a primeira escola para surdos na Inglaterra, ele ensinava aos surdos os significados das palavras e sua pronúncia, valorizando a leitura orofacial. Idade contemporânea de 1789 até os dias de hoje. Jean Marc Itard, Estados Unidos afirma que o surdo podia ser treinado para ouvir palavras, ele foi responsável pelo clássico trabalho com Victor, o “garoto selvagem” (o menino que foi encontrado vivendo junto com os lobos na floresta de Aveyron, no sul da França), considerando o comportamento obtido sucesso com o “selvagem” na relação a língua francesa, mas influenciou na educação especial com seu programa de adaptação do ambiente; afirmava que o ensino de língua de sinais implicava o estímulo de percepção de memória, de atenção e dos sentidos. Um pouco mais para a frente em Hartford no ano de 1814, nos Estados Unidos, o reverendo Thomas Hopkins Gallaudet(1787-1851) observava as crianças brincando no seu jardim quando percebeu que uma menina, Alice Gogswell, não participava das brincadeiras por ser surdas e era rejeitada das demais crianças. Gallaudet ficou profundamente tocado pelo mutismo da Alice e pelo fato de ela não ter uma escola para frequentar, pois na época não havia nenhuma escola de surdos nos Estados Unidos. Gallaudet tentou ensinar-lhe pessoalmente e juntamente com o pai da menina, o Dr. Masson Fitch Gogswell, pensou na possibilidade de criar uma escola para surdos. Gallaudet parte a Europa para buscar métodos de ensino aos surdos. Na Inglaterra ele foi conhecer o trabalho realizado por Braidwood, na escola “Watson’sAsylum” (uma escola onde os médotos eram secretos, caros e ciumentamente guardados) que usava a língua oral na educação dos surdos, porém foi impedido e recusaram-lhe a expor a metodologia, não tendo outra opção o Gallaudet partiu para a França onde foi bem acolhido e impressionou-se com o método de língua de sinais usado pelo abade Sicard. Thomas volta a America trazendo o professor surdo Laurent Clerc, melhor aluno do “Instituto Nacional para surdos Mudos”, de Paris. Durante a travessia de 52 dias de viagem de volta aos Estados Unidos, Clerc ensinou a língua de sinais para Gallaudet que por sua vez lhe ensinou o inglês. Em 15 de abril de desde mesmo ano os dois fundaram juntos a primeira escola permanente para surdos em Hartford nos Estados Unidos “Asilo de Connecticut para Educação e Ensino de pessoas Surdas e Mudas”. Com o sucesso imediato da escola levou à abertura de outras escolas de surdos pelos Estados Unidos, quase todos os professores de surdos já eram usuários fluentes em língua de sinais e muitos eram surdos também.

1890, o Alexander Grahan Bell publicou vários artigos criticando casamentos entre pessoas surdas, a cultura surda e as escolas residenciais para surdos, alegando que são os fatores o isolamento dos surdos com a sociedade. Ele era contra a língua de sinais argumentando que a mesma não propiciava o desenvolvimento intelectual dos surdos. 1872 - Alexander Graham Bell abriu sua própria escola para treinar os professores de surdos em Boston, publicou livreto com método “O pioneiro da fala visível”, a continuação do trabalho do pai.

1873 - Alexander Graham Bell deu aulas de fisiologia da voz para surdos na Universidade de Boston. Lá ele conheceu a surda Mabel GardinerHulbard com quem se casou no ano 1877.

1875 - Um ex-aluno do INES, Flausino José da Gama, aos 18 anos, publicou “Iconografia dos Signaes dos Surdos-Mudos”, o primeiro dicionário de língua de sinais no Brasil.

1880 - Realizou-se Congresso Internacional de Surdo-Mudez, em Milão – Itália, onde o método oral foi votado o mais adequado a ser adotado pelas escolas de surdos e a língua de sinais foi proibida oficialmente alegando que a mesma destruía a capacidade da fala dos surdos, argumentando que os surdos são “preguiçosos” para falar, preferindo a usar a língua de sinais. O Alexander Graham Bell teve grande influência neste congresso. Este congresso foi organizado, patrocinado e conduzido por muitos especialistas ouvintes na área de surdez, todos defensores do oralismo puro (a maioria já havia empenhado muito antes de congresso em fazer prevalecer o método oral puro no ensino dos surdos). Na ocasião de votação na assembleia geral realizada no congresso todos os professores surdos foram negados o direito de votar e excluídos, dos 164 representantes presentes ouvintes, apenas 5 dos Estados Unidos votaram contra o oralismo puro.

Imagem: https://culturasurda.net/congresso-de-milao/

Nasce a Hellen Keller em Alabama, Estados Unidos. Ela ficou cega, surda e muda aos 2 anos de idade. Aos 7 anos foi confiada a professora Anne Mansfield Sullivan, que lhe ensinou o alfabeto manual tatil (método empregado pelos surdos-cegos). Hellen Keller obteve graus universitários e publicou trabalhos autobiográficos.

1932 - O escultor surdo, Antônio Pitanga, pernambucano, formado pela escola de Belas Artes, foi vencedor dos prêmios: Medalha de prata (escultura Menino sorrindo), Medalha de ouro (Escultura Ícaro) e o prêmio viagem à Europa (com a escultura Paraguassú).

1951 - Um surdo, Vicente de Paulo Penido Burnier foi ordenado como padre no dia 22 de setembro. Ele esperou durante 3 anos uma liberação do Papa da Lei Direito Canônico que na época proibia surdo de se tornar padre.

1957 - Por decreto imperial, Lei nº 3.198, de 6 de julho, o “Imperial Instituto dos Surdos- Mudos” passou a chamar-se “Instituto Nacional de Educação dos Surdos” – INES. Nesta época a Ana Rímola de Faria Daoria assumiu a direção do INES com a assessoria da professora Alpia Couto, proibiram a língua de sinais oficialmente nas salas de aula, mesmo com a proibição os alunos surdos continuaram usar a língua de sinais nos corredores e nos pátios da escola.

http://surdoseinterpretesibacen.blogspot.com/2009/10/veio-da-franca.html 1960 - Willian Stokoe publicou “LinguageStructure: na Outlineofthe Visual Communication System ofthe American Deaf” afirmando que ASL é uma língua com todas as características da língua oral. Esta publicação foi uma semente de todas as pesquisas que floresceram em Estados Unidos e na Europa.

1961 - O surdo brasileiro Jorge Sérgio L. Guimarães publicou no Rio de Janeiro o livro “Até onde vai o Surdo”, onde narra suas experiências de pessoa surda em forma de crônicas. 1969 - A Universidade Gallaudet adotou a Comunicação Total.