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Guias e Dicas
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Deficiência de vitamina B12 em vegetarianos e onívoros, Resumos de Saúde Pública

Uma pesquisa sobre os sinais e sintomas da deficiência de vitamina b12 em indivíduos vegetarianos e onívoros. O estudo avaliou os níveis séricos de vitamina b12, homocisteína e hemograma de participantes, comparando os resultados com os sintomas relatados. Apesar de muitos participantes apresentarem níveis considerados seguros de vitamina b12, foram identificados diversos sinais e sintomas neurológicos, como dificuldade de concentração, lapso de memória e fadiga. O documento discute a complexidade do diagnóstico da deficiência de vitamina b12, destacando a importância do acompanhamento profissional e da suplementação, mesmo em casos de deficiência subclínica. O estudo reforça a necessidade de maior conscientização sobre os riscos da deficiência dessa vitamina, especialmente entre vegetarianos e profissionais de saúde.

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 17/04/2024

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA CEUB
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO
VITAMINA B12: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE SINAIS E
SINTOMAS DE VEGETARIANOS E NÃO VEGETARIANOS
Maria José Camargo Moraes
Samantha da Silva Murussi
Pollyanna Ayub Ferreira de Rezende
Brasília, 2021.
Data de apresentação: 05/07/2021
Local: Sala Google Meeting
Membro da banca: Ana Lúcia Ribeiro Salomon e Daniela de Araújo
Medeiros Dias
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Baixe Deficiência de vitamina B12 em vegetarianos e onívoros e outras Resumos em PDF para Saúde Pública, somente na Docsity!

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – CEUB

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E SAÚDE

CURSO DE NUTRIÇÃO

VITAMINA B12: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE SINAIS E

SINTOMAS DE VEGETARIANOS E NÃO VEGETARIANOS

Maria José Camargo Moraes

Samantha da Silva Murussi

Pollyanna Ayub Ferreira de Rezende

Brasília, 2021.

Data de apresentação: 05/07/

Local: Sala Google Meeting

Membro da banca: Ana Lúcia Ribeiro Salomon e Daniela de Araújo

Medeiros Dias

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RESUMO

A vitamina B12 é vital para o bom funcionamento do organismo e sua deficiência pode levar a uma grande variedade de sintomas físicos e mentais, podendo acometer vegetarianos pelo fato de a principal fonte dessa vitamina ser de alimentos de origem animal. Mas a deficiência de B12 em onívoros é mais comum do que se é divulgado, porque ainda não há um consenso da sua importância entre os profissionais de saúde pois constantemente encontram dificuldades em determinar o tratamento adequado. O objetivo deste trabalho foi refletir sobre os sinais e sintomas da deficiência da vitamina B12 em indivíduos vegetarianos e os que seguem a dieta onívora. Participaram da pesquisa pessoas de ambos os sexos com idade entre 18 e 85 anos residentes em várias regiões brasileiras, sendo 53 voluntários, 26 vegetarianos e 27 não vegetarianos. A coleta de dados foi realizada por meio de redes sociais, onde encontram-se comunidades relacionadas ao tema e por meio de aplicativos de mensagens. O estudo é uma pesquisa de campo do tipo descritivo transversal. Os participantes responderam um questionário e as respostas foram relacionadas com os exames laboratoriais solicitados. A faixa etária que apresentou menor média da vitamina foi entre 31 a 40 anos e a maior foi de 56 a 70 anos. Entre os participantes, 90,7 % apresentaram algum sintoma neurológico ou físico como fadiga, lapso de memória, sonolência frequente, dificuldade de concentração. A maior média de vitamina b12 encontrada foi no grupo de vegetarianos com 483, pg/mL, o que foi associado a grande parte da amostra desse grupo fazer uso de suplementação (n=20), a média dos onívoros foi de 369,1pg/mL. Apenas 3 participantes (n=3) apresentaram algum tipo de anemia. Em relação ao conhecimento dos participantes sobre a cobalamina, 7,5% responderam corretamente às opções apresentadas. Entre participantes do presente estudo, 73,6% relataram nunca terem sido orientados por nenhum médico ou nutricionista sobre os riscos da deficiência da vitamina B12.A falta de conhecimento e orientações, assim como diagnósticos incorretos, podem levar o indivíduo a sofrer com sinais e sintomas. Dessa forma, a pesquisa reforça a fundamental importância de um acompanhamento profissional e assim evitar futuras doenças e deficiências nutricionais, principalmente aquelas relacionadas à vitamina B12.

Palavras-chave: Vitamina B12. Deficiência de cobalamina. Sinais e sintomas. Dieta vegetariana. Dieta não vegetaria

apresentam alguns sintomas tais como: formigamento nas extremidades, sintomas psiquiátricos, em especial características depressivas, déficit de memória, disfunção cognitiva, fadiga entre outras diversas neuropatias (WOLFFENBUTTEL et al., 2 019).

A deficiência de vitamina B12 é uma grande preocupação entre a população vegetariana estrita, pois esses indivíduos não consomem em sua dieta alimentos de origem animal. Como já mencionado, as principais fontes dessa vitamina vêm de carnes, ovos e laticínios, dessa forma faz-se necessária a suplementação contínua e dosagem sérica semestralmente ou sempre que se identificarem sinais e sintomas referentes à deficiência desse nutriente (NAIK et al. , 2019). A recomendação de ingestão diária de vitamina B12 para adultos é de 2, mcg de acordo com o Instituto de Medicina dos Estados Unidos. Já em alguns países do ocidente, a ingestão diária é maior que esses valores ( BOR et al., 2010). Na Índia, apesar das pessoas serem em grande parte lacto vegetariana, mais da metade da população tem baixos níveis desta vitamina (NAIK et al. , 2019). Ainda não existe consenso mundial sobre quais são os valores de referência indicados para estabelecer diagnósticos das formas leve, moderada e deficiência severa da vitamina (UGARIZZA et al ., 2015). A deficiência da cobalamina na população em geral é mais comum do que é divulgado e com isso existe a possibilidade de o indivíduo sofrer com sinais e sintomas desta deficiência sem ter conhecimento. Em muitos casos, os sintomas graves são identificados tardiamente, levando o paciente a sofrer por anos, o que poderia ser evitado com medidas simples como um exame que mede a cianocobalamina sérica e metabólitos intermediários dela dependentes. Muitos profissionais da saúde direcionam o tratamento para outras doenças e não se asseguram de verificar os níveis séricos dessa essencial vitamina, levando ao desgaste financeiro, emocional e fisiológico para o paciente. É importante investigar o tema para que gerações futuras não sofram com a negligência de profissionais da saúde despreparados e diagnósticos errôneos, causando danos patológicos irreversíveis. Diante do exposto, é necessário refletir sobre os sinais e sintomas da deficiência da vitamina B12 em indivíduos vegetarianos e os que seguem a dieta onívora

OBJETIVOS

Objetivo primário Avaliar os sinais e sintomas da deficiência da vitamina B12 em indivíduos vegetarianos e os que seguem a dieta onívora.

Objetivos secundários

✔ Comparar os resultados dos questionários aplicados com os exames de nível sérico da vitamina B12 apresentados pelos participantes; ✔ Identificar se os valores de referência adotados pelos laboratórios são considerados seguros; ✔ Investigar se há sinais e sintomas em indivíduos que apresentam níveis considerados seguros; ✔ Avaliar qual grupo apresenta níveis menores de B12 sérica.

bomba de prótons, sobre realização dos exames de interesse da pesquisa realizados nos últimos 4 meses, sobre nível de conhecimento dos participantes acerca da importância da vitamina, suas funções no organismo, possíveis sinais e sintomas, sobre consumo de alimentos que contenham análogos da vitamina B12, sobre uso de suplementação e sobre orientações acerca da vitamina dadas por profissionais da área de saúde. Os exames solicitados foram a medição sérica de vitamina B12, hemograma e homocisteína pois juntos são considerados marcadores confiáveis dessa vitamina. Para análise dos resultados dos exames foram adotados valores de referência da Organização Mundial de Saúde (OMS): vitamina B12 menor que 203 pg/mL foi considerada deficiência e valores de homocisteína acima de 12 μmol. Para avaliar possível anemia foi utilizado o laudo do hemograma referenciado pelo próprio laboratório. O período da coleta das amostras foi realizado entre os meses de maio e junho de 2021 após a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

Análise de dados

Os dados obtidos através do questionário disponibilizado no Google Forms, foram analisados com auxílio do programa Excel (Microsoft 365 versão 2016) com fórmulas de médias simples e apresentados por meio de tabelas e gráficos.

Critérios de inclusão

Para o grupo de vegetarianos o critério adotado foi seguir a dieta vegetariana estrita ou ovolactovegetariana. Para o grupo de onívoros, era necessário consumir alimentos de origem animal e vegetal. Participaram da pesquisa, tanto pessoas que suplementavam a vitamina B12 quanto aqueles que não fazem uso da suplementação, além de apresentarem exames recentes (no máximo 4 meses de realização). Os participantes aceitaram o termo de consentimento livre esclarecido (TCLE

  • APÊNDICE B).

Critérios de exclusão

Foram excluídos da pesquisa participantes que faziam uso de inibidores da bomba de prótons e pacientes bariátricos. Desistência ou não preenchimento completo do questionário foi outro fator de exclusão adotado.

Aspectos Éticos

Os procedimentos metodológicos do presente trabalho foram preparados dentro dos procedimentos éticos e científicos fundamentais, como disposto na Resolução N.º 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A coleta de dados foi iniciada apenas após a aprovação do comitê de ética em pesquisa do UniCEUB com o número 4.714.503 e assinatura dos participantes do TCLE. Na execução e divulgação dos resultados foi garantido o total sigilo da identidade dos participantes e a não discriminação ou estigmatização dos sujeitos da pesquisa, além da conscientização dos sujeitos quanto à publicação de seus dados.

O vegetarianismo é dividido em diferentes categorias como ovolactovegetariano, indivíduo que não consome carnes mas consome ovos, leites e derivados, lactovegetariano não consome carnes e nem ovos mas consome leites e derivados, ovovegetariano aquele que não consome carnes, leites e derivados mas consome ovos e por fim os vegetarianos estritos, que não consomem nenhum alimento de origem animal. Esse último grupo tem maior propensão de desenvolver deficiência severa da vitamina B12 devido a total exclusão de alimentos fonte dessa vitamina (Rizzo et al 2016).

Faixa etária e níveis encontrados nos exames

Os resultados dos níveis séricos de vitamina B12 encontrados na pesquisa, entre os participantes de 18 a 3 0 anos, apresentaram média de 403,72 ± 391, pg/mL. A média de homocisteína ficou em 18,9 ± 20,86 μmol/L (Tabela 2). Segundo Rizzo e colaboradores (2016), além do exame clínico que identifica sinais e sintomas, os marcadores confiáveis para diagnosticar deficiência de vitamina B são baixos níveis plasmáticos, aumento da homocisteína e do biomarcador ácido metilmalônico, porém esse último marcador (MMA) possui alto custo, não sendo assim adotado para essa pesquisa. A hipótese levantada neste estudo é que apesar do nível adequado de B12, possa existir deficiência dessa vitamina a nível celular nos participantes dessa faixa etária, já que a homocisteína está acima das referências adotadas por este estudo, o que poderia ser confirmado através do exame ácido metilmalônico urinário e/ou sérico ou ainda pelo exame da Transcobalamina II (TC),exame que tem boa especificidade pois demonstra a real fração da vitamina B12 disponível para as células, porém é realizada por poucos laboratórios e possui custo elevado. A homocisteína é um exame acessível que deve ser combinada com outros marcadores, pois sua elevação na corrente sanguínea geralmente ocorre em caso de redução de B12 e ácido fólico no organismo assim como o consumo expressivo de proteínas, piridoxina e ainda se existir problemas renais preexistentes. Os menores níveis de vitamina B12 foram encontrados na população entre 31 e 40 anos com média de 341,17 ± 145,43 pg/mL, enquanto a média de homocisteína ficou em 10 ± 5,39 μmol/L (Tabela 2). Dentre os 13 participantes dessa faixa etária, 9

são vegetarianos, o que justificaria os valores encontrados. De acordo com Marchi et al , (2020), a deficiência em indivíduos vegetarianos é comum devido à adesão a uma dieta que exclui alimentos de origem animal, necessitando assim suplementação de rotina. De acordo com Packholok e Stuart (2005), os níveis ideais devem ficar entre 450 a 1200 pg/mL. Os participantes entre a faixa etária de 41 a 55 anos, apresentaram média de 454,08 ± 268,0 pg/mL de vitamina B12 e 10,13 ± 3,51 μmol/L de homocisteína (Tabela 2), identificados dentro dos parâmetros laboratoriais adotados por esse estudo. Os níveis mais altos foram encontrados na amostra entre 56 a 71 anos, com média obtida de 549,96 ± 546,14 pg/mL, considerando ambos os grupos (Tabela 2). Ao analisar isoladamente os dados dos participantes onívoros 11,3% (n=6), essa média cai para 379,5pg/mL. Em relação à homocisteína, a média é de 19,2 ± 6,71 umol/L, acima dos valores adotados nesta pesquisa. A única participante vegetariana (n=1) desta amostra apresentou valores de B12 acima de 1.500 pg/mL, o que foi associado a suplementação dessa vitamina. De acordo com Wong (2015) idosos são um grupo de risco para a hipocobalaminemia por diversos fatores como perda de apetite, dificuldades na mastigação e fatores econômicos, pois essas pessoas geralmente têm muitos gastos com medicamentos, o que dificulta a compra de alimentos fontes de vitamina B12. Além disso, um grande número de idosos desenvolvem ao longo da vida problemas estomacais como a gastrite atrófica, uma inflamação que reduz a produção de ácido gástrico e perda de tecido estomacal. Baseado nisso, um estudo realizado na China com 316 idosos, revelou que os participantes apresentaram níveis séricos de vitamina B12 entre 208 e 271 pg/mL (MA F, 2017), valores próximos ao limite considerado por esse estudo. Para Marchi e colaboradores (2020), o diagnóstico de deficiência dessa vitamina é bastante complexo por causa da heterogeneidade e a falta de especificidade dos sinais e sintomas nessa faixa etária, que é evidenciado por comorbidades próprias do envelhecimento.

O nível de B12 sérica nos participantes onívoros teve uma média de 369,19 ± 168,17 pg/mL ( Figura 1 ), sendo considerados níveis pouco seguros, de acordo com (WOLFFENBUTTEL et al., 2019), nenhum participante desse grupo relatou fazer uso de suplementação. Erroneamente acredita-se que indivíduos que seguem dietas à base de carnes e produtos de origem animal não tenham problemas em relação a baixos níveis ou mesmo deficiência de cobalamina. Um estudo realizado na Suécia, com 206 participantes (100 onívoros e 106 vegetarianos) comparou os níveis de vitamina B12, entre vegetarianos e onívoros. Foi observado que a média de valores da vitamina B12 no grupo de onívoros, ficou em 340 pmol/L (referência laboratorial entre 150 e 790 pmol/L), enquanto os níveis do grupo de vegetarianos foi de 361 pmol/L (Schüpbach, 2017). Quanto aos níveis de homocisteína encontrados nos exames, o grupo de vegetarianos apresentou maiores números, acima dos parâmetros adotados nessa pesquisa (entre 5 a 12 μmol/L) com média de 17,5 ± 19,0 μmol/L. Os onívoros apresentaram média de 11,0 ± 4,9 umol/L ( Figura 2). Níveis consideravelmente altos foram encontrados em dois casos isolados no grupo de vegetarianos, um participante apresentou vitamina B12 de 95,1 pg/mL e homocisteína em 85,1 umol/L. Outro participante apresentou nível de B12 de 86 pg/mL e homocisteína em 25,4 μmol/L. Um estudo transversal utilizando prontuários médicos de indivíduos vegetarianos (n=151) e não vegetarianos (n=85), realizado na República Tcheca, revelou que a homocisteína pode ser considerada como um marcador considerável para verificar a suplementação de vitamina B12. Os participantes veganos que apresentaram níveis de cobalamina com valores acima de 190 pg/mL (=30), porém com homocisteína alta (> 15 μmol), foram considerados deficientes em vitamina B12 (SELINGER et al. , 2019). A homocisteína é um metabólito do aminoácido metionina, obtido na ingestão de proteínas. É considerada tóxica, mas em homeostase é convertida rapidamente em cisteína ou se transforma novamente em metionina com a ajuda da vitamina B e da vitamina B9. Caso haja deficiência de uma dessas vitaminas o ciclo normal é interrompido e a homocisteína irá se acumular na corrente sanguínea (PACHOLOK, STUART, 2005). A homocisteína é um potente vasoconstritor e ainda impede a formação do vasodilatador óxido nítrico, também aumenta radicais livres, formando um ambiente propício para que o colesterol, colágeno e cálcio se prendam as paredes dos vasos criando placas de ateroma, provocando o estreitamento dos

vasos sanguíneos e artérias, aumentando e muito os riscos para doenças coronarianas (DAC), infarto do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (IAM) (Carvajal et al , 2017).

Figura 1****. Distribuição da média de vitamina B12 entre onívoros e vegetarianos. Brasil, 2021.

Fonte: elaboração própria

Figura 2. Distribuição da média de homocisteína entre onívoros e vegetarianos. Brasil, 2021.

Fonte: elaboração própria

concentração, aprendizagem, clareza mental, estado de alerta e também no desenvolvimento intelectual (STRECK, MARTINS e SILVA , 2018). Grande parte da amostra (n=49) relatou algum sinal ou sintoma neurológico como dificuldade de concentração, atingindo 70% dos participantes, lapso de memória e fadiga também foram sintomas bastante expressivos atingindo mais de 60% da amostra. Foram identificados outros sintomas como depressão, confusão mental, fadiga, apatia e vertigem (Figura 3). Sintomas parecidos foram encontrados por Streck, Martins e Silva (2018) em sua revisão bibliográfica, onde foram associados à deficiência da vitamina B12: formigamento, entorpecimento, queimação nos pés e fraqueza generalizada nos membros inferiores. Entre os sintomas neurológicos foi observado raciocínio lógico prejudicado, depressão e confusão mental. Para Pacholok e Stuart (2005) os médicos deveriam tratar todo paciente que apresenta sinais e sintomas e têm níveis de B12 sérica abaixo de 450 pg/mL.

Figura 3. Distribuição entre sinais e sintomas dos participantes com níveis de vitamina B12 entre 75 e 500 pg/mL. Brasil, 2021.

Fonte: elaboração própria

Níveis de vitamina B12 acima de 500 pg/mL

De acordo com Marchi e colaboradores (2020), os sinais e sintomas da deficiência de cobalamina costumam ter grande pluralidade, ocorrendo em maior número como distúrbios hematológicos, mesmo em casos de ausência de anemia e muitas vezes acarretando em danos neurológicos. No presente trabalho 70% dos participantes relataram ter dificuldade de concentração, considerada como uma notável porcentagem, em seguida 50% disseram ter sintomas como fadiga, formigamento nas mãos e pés e lapsos de memória. Outro dado importante obtido nessa pesquisa foi que 43% relataram sentir sonolência rotineiramente, enquanto 35% identificaram como sintomas a depressão e fraqueza frequente. Sintomas como confusão mental foram relatados por apenas 20% da amostra. Outros sintomas como apatia, palpitações, incontinência urinária e sintomas de fibromialgia foram encontrados em menor número (Figura 4 ). Embora não se possa afirmar de maneira categórica que esses sinais e sintomas são relacionados diretamente a problemas com a cobalamina, os resultados nos levam a crer que mesmo apresentando níveis de vitamina B12 dentro dos parâmetros laboratoriais, a ocorrência de sinais e sintomas neurológicos e relacionados ao sistema nervoso central é presente na vida dos participantes, de acordo com Wolffenbuttel e colaboradores (2019), pois há chances de falha na detecção da deficiência dessa vitamina. Em seu estudo sobre status, avaliação e suplementação da vitamina B12 , Rizzo e colaboradores (2016), reconhecem que são necessários estudos futuros pois é importante considerar a suplementação mesmo que o paciente apresente condição subclínica da deficiência de cobalamina, do mesmo modo que se considera essa condição para outras deficiências nutricionais, pois há grande chance de tornarem-se evidentes com o tempo.

deles não sabiam que a vitamina B12 só é encontrada em alimentos de origem animal, com a consequente necessidade da suplementação para aqueles que seguem tais dietas.

Figura 5. Distribuição entre participantes sobre o conhecimento acerca da vitamina B 12. Brasil,

Fonte: elaboração própria

Figura 6. Distribuição dos participantes que responderam corretamente sobre o as funções da vitamina B12. Brasil, 2021.

Fonte: elaboração própria.

Relação entre a vitamina B12 e anemia

A anemia tem como definição a baixa concentração de hemoglobina e/ou de hemácias (glóbulos vermelhos), resultando em valores inferiores aos considerados normais. Com esses valores reduzidos, torna-se inviável suprir as necessidades fisiológicas de determinado indivíduo (CHAPARRO; SUCHDEV, 2019). A cobalamina tem como uma de suas inúmeras funções, auxiliar no desenvolvimento dos glóbulos vermelhos atuando na conversão de 5 - metiltetrahidrofolato em tetrahidrofolato, processo essencial para a produção de hemácias (LANGAN; ZAWISTOSKI, 2011). Segundo Chaparro, Suchdev e colaboradores (2019), a anemia perniciosa é um tipo de anemia autoimune que costuma ser a principal causadora de deficiência de vitamina B12. Nesse tipo de anemia, há uma redução de produção do fator intrínseco, pois as células parietais, que produzem essa glicoproteína, são destruídas pelo sistema imunológico. Já a anemia megaloblástica, é causada justamente pela deficiência de vitamina B 12 ou de B9, ou seja, caso o indivíduo apresente níveis mínimos dessa vitamina e não corrija, há grande probabilidade de desenvolver esse tipo de alteração. As várias formas de anemia encontradas nos participantes (n=3) não foram tão expressivas, reforçando que as causas dos sinais e sintomas apresentados, podem estar relacionadas a outras deficiências nutricionais (Tabela 3).

Tabela 3. Participantes com indicativo de anemia. Brasil, 2021.

Vegetarianos n

Macrocitose 1

Hipocromia 1

Onívoros Macrocitose 1

Fonte: elaboração própria