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Importância da Avaliação na Forma de Pareceres Descritivos na Educação: Um Estudo de Caso, Slides de Currículo

Este documento discute a importância da avaliação na forma de pareceres descritivos na educação, baseado em um estudo realizado em uma escola pública estadual em erechim/rs. O texto apresenta a necessidade de debates sobre avaliação na escola e a importância de compreender como os estudantes adquirem conhecimentos durante o processo de ensino-aprendizagem. O documento também discute o modelo de avaliação tradicional e o valor de pareceres descritivos na avaliação.

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Carnaval2000
Carnaval2000 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
CAMPUS ERECHIM
CURSO DE PEDAGOGIA
DANIELA PAULA BALBINOT
CURRÍCULO E AVALIAÇÃO: UM ESTUDO DOS PARECERES
DESCRITIVOS DE AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM DE UMA
ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE ERECHIM
PARECERES DESCRITIVOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM X
CONTEÚDOS DE ENSINO
ERECHIM
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DANIELA PAULA BALBINOT
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS ERECHIM

CURSO DE PEDAGOGIA

DANIELA PAULA BALBINOT

CURRÍCULO E AVALIAÇÃO: UM ESTUDO DOS PARECERES

DESCRITIVOS DE AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM DE UMA

ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE ERECHIM

PARECERES DESCRITIVOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM X

CONTEÚDOS DE ENSINO

ERECHIM

DANIELA PAULA BALBINOT

CURRÍCULO E AVALIAÇÃO: UM ESTUDO DOS PARECERES

DESCRITIVOS DE AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM DE UMA

ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE ERECHIM

PARECERES DESCRITIVOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM X

CONTEÚDOS DE ENSINO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Erechim, como requisito para obtenção do titulo de Pedagoga. Orientador: Prof. Ma. Lidiane Limana Puiati Pagliarin

ERECHIM

Para minha família.

AGRADECIMENTOS

Neste momento, em que chego à conclusão deste árduo trabalho e em meio à satisfação pessoal e profissional, há algumas pessoas que gostaria muito de agradecer, pois atuaram direta ou indiretamente na execução deste projeto.

Em primeiro lugar, agradeço à minha orientadora, Professora Lidiane Limana Puiati Pagliarin, que me acolheu de braços abertos depois de um momento turbulento e sem esperanças, que com paciência e força de vontade, tornou-se colaboradora fiel do trabalho.

Ao meu noivo, Evair Bonatti, que se manteve junto a mim nos momentos de cansaço, de exaustão, de impaciência, de nervosismo, compreendendo-os, o meu eterno amor.

À minha mãe, Maria Rosa Balbinot que me ensinou que na vida tudo é passageiro, que nunca é tarde para recomeçar, que não existe dor que não se pode suportar, que na vida, é preciso sorrir e dançar, mesmo que se esteja com dores nos pés, a minha eterna admiração.

Às amizades que foram criadas durante o curso e que talvez agora já não mais serão frequentes os encontros, mas que, ao final, as boas lembranças permanecerão. Amigas de coração que, mesmo sem cooperação direta, sempre estiveram com um ombro amigo para ouvir minhas lamentações, obrigada.

Às diretoras da Escola de Educação Infantil de Imersão Bilíngue Tutti Bambini, em que trabalho, Cátia e Luana, que sempre abertas ao diálogo e dispostas a ajudar, entenderam os impasses e saídas para orientação, muito obrigada.

À escola, que com disposição, cedeu os pareceres para a realização da analise.

RESUMO

Este trabalho apresenta e discute os resultados de uma investigação sobre os pareceres descritivos da avaliação da aprendizagem nos dois primeiros anos do ensino fundamental de nove anos de uma escola pública do município de Erechim. A avaliação da aprendizagem ainda é pouco discutida dentro das escolas, mesmo sendo de suma importância para os estudantes e também para a instituição de ensino. A avaliação deverá contemplar todas as áreas do conhecimento, uma vez que, através dela é possível detectar dificuldades na aquisição de conhecimentos dos estudantes; além de ser uma forma de o professor rever se a metodologia utilizada foi capaz de cumprir com os objetivos que se pretende alcançar. Dentro de uma abordagem qualitativa, foram analisados vinte (20) pareceres, sendo cinco (5) de uma turma de primeiro ano, cinco (5) de outra turma de primeiro ano e dez (10) de uma turma de segundo ano. A partir deles, foi analisado se os três tipos de conteúdos: atitudinais, procedimentais e conceituais são considerados no momento do registro da avaliação, buscando encontrar elementos contidos nas descrições das professoras, bem como detectar possíveis faltas desses conhecimentos assimilados por parte dos estudantes. Os resultados mostram que os pareceres apresentam quase que exclusivamente conceitos comportamentais, ou seja, conteúdos atitudinais, principalmente nas duas turmas de primeiro ano. Através da análise dos pareceres constatou-se que os professores estão avaliando apenas duas áreas do conhecimento: Língua Portuguesa e Matemática. Levando em consideração a busca de uma avaliação de qualidade, foi detectada ainda a falta de uma sequência de ideias, repetições de frases e até mesmo pareceres iguais para vários estudantes. Os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de debates sobre avaliação na forma de pareceres nas escolas.

Palavras-chave: Pareceres descritivos. Avaliação. Conteúdos de ensino.

ABSTRACT

This paper presents and discusses the results of an investigation on the descriptive feedback of learning assessment of the first two years of elementary school of nine years at a public school in the city of Erechim. The learning assessment is still little discussed within schools, even though it is of great importance to students and to the educational institution. The assessment should cover all areas of knowledge, since it helps detect difficulties in students´ knowledge acquisition; besides being a way for the teacher to review whether the methodology used was able to meet the objectives to be achieved. Within a qualitative approach, we analysed twenty (20) descriptive feedbacks: five (5) of a first-year class, five (5) from other first-year class and ten (10) from a second-year class. Then, we considered whether the three types of content: attitudinal, procedural and conceptual are taken into account at the time of assessment recording, seeking elements contained in the teachers´ descriptions and detecting possible failures in the knowledge learned by students. The results show that the descriptive feedbacks have almost exclusively behavioral concepts, namely attitudinal contents, especially in the two first-year classes. Through the descriptive feedback analysis we found out that teachers are mainly assessing two areas of knowledge: Portuguese and Mathematics. Considering the pursuit of quality assessment, we detected lack of a sequence of ideas, repetition of phrases and even the same descriptive feedback to many students. The results show the importance of debates on descriptive feedback of learning assessment in schools.

Keywords: Descriptive feedback. Assessment. Teaching content.

1. INTRODUÇÃO

A avaliação é algo pouco debatido nas instituições de ensino, e se for considerada a avaliação na forma de pareceres descritivos, são ainda mais escassos os debates entre os professores, gestores e estudantes. Logo, compreender o foco de uma avaliação deve ser uma prática diária do professor em sala de aula. De acordo com Hoffmann (1994), a avaliação é algo que pode aparecer de diversas maneiras, como prova, parecer, boletim, recuperação e também a reprovação. Contudo, ela deve ser algo que favoreça os estudantes em seu crescimento educacional, uma vez que, durante todo o ano letivo, todas as crianças são avaliadas. O professor tem um importante trabalho ao escrever sobre a aprendizagem do estudante individualmente, levando em consideração o desenvolvimento e atribuição do conhecimento. Deve-se prestar muita atenção nas suas particularidades, descrevendo de forma clara e precisa os conhecimentos por ele construídos. Dessa forma, a discussão sobre avaliação deve ser algo pertinente em reuniões extraclasses, em debates nas reuniões escolares, dada sua importância para o desenvolvimento do aprendizado da criança, e ainda para a avaliação do próprio professor como mediador do conhecimento. Para Luckesi (2011, p.58), é preciso ver a avaliação como “um recurso subsidiário de nossa ação na busca de melhores resultados possíveis.” Sob esse foco, Haydt (1997) completa afirmando que é através do sucesso dos estudantes que se pode verificar a eficácia do ensino. Dessa forma, é preciso que se entenda a avaliação como um processo que entremeia a aprendizagem do estudante e a didática utilizada pelo professor. Nesse sentido, percebe-se que A avaliação da aprendizagem sustenta-se numa proposta e numa ação pedagógica cujo foco de atenção é a formação do educando- portanto, uma concepção construtiva da aprendizagem e, consequentemente, do desenvolvimento e da individuação do educando. A prática da avaliação, em virtude de subsidiar a obtenção de resultados desejados e bem sucedidos, depende de uma concepção pedagógica construtiva, seguida de uma execução consistente na obtenção desses resultados (LUCKESI, 2011, p. 144). Os pareceres dizem muito sobre os estudantes, pois é através deles que podemos verificar os conteúdos, os conhecimentos e seu progresso. Assim, segundo as Diretrizes Curriculares para Educação de Nove Anos, a avaliação deve

ser “processual, formativa e participativa, ser contínua, cumulativa e diagnóstica” (BRASIL, 2013, p. 123). Desse modo, a importância de se pesquisar a avaliação é descobrir os fatores que a influenciam, os meios que engloba, o seu processo de construção. Essa investigação sobre avaliação visa discutir a sua importância no campo educacional para que novas pesquisas possam ser realizadas levando em consideração a avaliação na forma de pareceres descritivos da aprendizagem. Para conhecer ainda mais sobre a avaliação da aprendizagem através de pareceres descritivos, buscou-se realizar um estudo, que apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa, na qual foram analisados pareceres descritivos de avaliação da aprendizagem de três turmas de uma escola pública estadual no munícipio de Erechim/RS. Os pareces descritivos da avaliação correspondem às turmas de primeiro (1°) e segundo (2°) anos referentes ao ensino de nove anos. Ao todo foram analisados vinte (20) pareceres descritivos, sendo dez (10) do primeiro ano e dez (10) do segundo ano. Os pareceres do primeiro ano são de duas turmas distintas; já o do segundo ano é somente de uma turma. Através da análise desses pareces, pretendeu-se, a partir do objetivo geral, identificar quais dos três tipos de conteúdos de ensino são considerados no momento da sua elaboração. Este trabalho está dividido em três partes, cada qual com sua importância para a compreensão do tema avaliação, que é tão pertinente nas escolas. Na primeira parte, há alguns aspectos históricos, mudanças em leis e suas influências na avaliação, bem como são abordados o conceito de pareceres e sua importância, sob à luz de alguns autores. Outro aspecto importante nessa primeira parte do trabalho é apontar como cada época influenciou na aquisição de fatores diferentes para a avaliação, a fim de percebermos como ela está sendo concebida atualmente. Na segunda parte do presente trabalho, discutimos a concepção de currículo, passando pelo explícito e pelo oculto. Ainda, são debatidos os três tipos de conteúdos: conceituais, procedimentais e atitudinais. Na terceira parte do texto, é apresentada a metodologia utilizada para a realização do estudo, além da forma como ocorreu a coleta e a análise dos pareceres, bem como os resultados construídos mediante a análise desse material. Por fim, apresentamos algumas considerações finais a cerca das análises, as referências utilizadas neste trabalho e os anexos.

2. AVALIAÇÃO X PARECERES DESCRITIVOS.

educação elementar e a profissional. (ARANHA, 1989). Assim, a educação estava fundamentada em uma concepção elitista, em que a educação elementar era deixada em segundo plano. Na década de 20, iniciavam-se grandes movimentos em prol da população, como greves de operários e a fundação de partidos políticos. Em relação à educação, o nível de analfabetismo era preocupante, pois cerca de 80% da população brasileira era considerada analfabeta e as preocupações se voltavam para que houvesse mais vagas de ensino. A avaliação durante essa época, conforme Sanavria (2008), contemplava aspectos quantitativos, ou seja, servia única e exclusivamente para medir o que o estudante aprendeu. Essa forma de avaliação torna o professor o centro do processo de ensino, associando os índices de repetência a um professor exigente e com trabalho forte. Outro aspecto relevante dessa forma de avaliar o aprendizado dos estudantes é a ordem classificatória e comparativa dos estudantes, sempre em busca da excelência. Em 1932, Anísio Teixeira, um dos idealizadores do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, visava à luta por uma escola que realmente contemplasse toda a população. Segundo ele, os professores deveriam pensar nos interesses dos estudantes, fazendo com que a avaliação tivesse o objetivo de favorecê-los; isso porque, a avaliação na perspectiva da Escola Nova, era compreendida como uma etapa da aprendizagem, visando não apenas aos aspectos intelectuais, como também às habilidades e atitudes. O modelo de avaliação que antecedia ao “Manifesto da Escola Nova” era tradicional, estava ligado a provas, exames e não voltado ao estudante, que deveria ser o real foco da aprendizagem. (Carvalho, 2007). Além desse Manifesto, ocorreram outras manifestações que visavam à melhoria do ensino. A chamada Reforma Francisco Campos instituiu o ensino secundário em dois níveis: fundamental e complementar. O ensino fundamental, com duração de cinco anos e o complementar de dois anos, o qual objetivava o preparo para o ensino superior. (ARANHA, 1989). No que diz respeito à avaliação da aprendizagem, a maneira como o aluno era avaliado, na perspectiva dessa Reforma, se mostrava um tanto quanto rígida. O Decreto de lei n° 19.890/31, em seus artigos n° 34 ao n° 43, caracteriza a forma de avaliação, que permeava todo o ano letivo e era realizada através de provas e trabalhos com atribuição de notas de zero a dez. Este modelo de avaliação da aprendizagem pode ser caracterizado

como “atribuidor de notas”, servindo única e exclusivamente para medir e classificar os estudantes. Durante todo o ano letivo, seriam realizadas diversas provas, de acordo com a disciplina; desse modo, cada estudante seria avaliado em cada uma das disciplinas cursadas e, ao final, para ser aprovado, deveria possuir uma média maior que três. Durante a era Vargas, que durou de 1930 a 1964, o ministro Gustavo Capanema criou decretos onde novamente o ensino secundário foi modificado. O ensino ficou constituído de um ciclo de quatro anos denominado de ginásio e outro de três anos denominado de colegial. (ARANHA, 1989). O decreto de Lei n° 4.244/42, chamado de Reforma Capanema, não apresenta novas modalidades de avaliação; sua concepção continua a mesma que foi adotada pela Reforma Francisco Campos. No art. 30, da Lei Orgânica do Ensino Secundário, a Reforma Capanema previa que “a avaliação dos resultados em exercícios e em exames será obtida por meio de notas, que se graduarão de zero a dez”. Perante isso, pode-se perceber que mais uma vez a educação estava voltada para medir a capacidade do estudante. No que se refere ao ensino profissional durante essa década, o desenvolvimento industrial estava em alta e criaram-se dois modelos de ensino: um deles mantido pelo governo e o outro pelas empresas; criou-se então o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) (ARANHA, 1989). O maior benefício desses dois serviços, sem dúvida, foi a possibilidade do ingresso de pessoas de baixa renda no mercado de trabalho. No período da ditadura, de 1964 a 1985, surgiram novos olhares para a educação e todos se voltaram para a criação de uma lei específica para a educação, denominada Lei de Diretrizes e Bases (LDB). A Lei n.° 4024 passa então por um longo período de formação, sendo instituída somente em 1961, época em que já estava ultrapassada, devido ao tempo que permaneceu como projeto. (ARANHA, 1989). A LDB de 1961 não faz menção à avaliação para a educação no ensino primário. Somente no art. 39, quando fala sobre o ensino secundário, é que retrata que a avaliação refere-se aos resultados alcançados mediante a realização de provas e exames. Em 1971, a obrigatoriedade escolar passa para oito (8) anos e não mais quatro (4) anos, como era até então. Essa decisão, referente à Lei 5692/7, “aglutina o antigo primário com o ginasial, [...] é criada a escola única profissionalizante. Para

preocupava com a valorização do magistério. A partir disso, surge a nova Constituição nos anos de 1987/ 1988, que trazia grandes novidades; dentre elas, a gratuidade de ensino nos diversos níveis, desde a creche até o ensino fundamental. Outros fatores de suma importância dizem respeito à arrecadação de impostos e sua aplicação pela União, pelos Estados e Municípios na Educação e em planos de carreira para o professor. A avaliação como negociação, que teve início a partir da década de 80, nos remete a uma avaliação que busca encontrar os rompimentos no entendimento do conteúdo. Essa modalidade se caracteriza por dar mais valor, segundo SANAVRIA,

ao processo de elaboração do conhecimento pelo aluno e não só o produto; detecção dos bloqueios, dificuldades e erros a serem trabalhados durante a aprendizagem, do aluno; valorização do erro como um forte indicador do que rompeu o processo de aprendizagem; identificação dos interesses, objetivos e preocupações do professor e do aluno. (2008 p. 62) As quatro modalidades estão ligadas à forma como o professor e o currículo veem o estudante e para que finalidade querem formá-lo. Dessa forma, vemos que com o distanciamento da centralização do professor como centro do ensino, pensa- se mais no estudante e nas suas particularidades. Percebe-se, pelo apanhado histórico trazido para o debate, que discutir “avaliação” é desafiador, pois ela contempla uma série de fatos e acontecimentos referentes ao desenvolvimento do aprendizado do estudante e, por vezes, torna-se difícil abranger todos eles. Entretanto, é preciso um bom entendimento de como a avaliação é importante e não deve servir apenas como instrumento para medir e atribuir uma nota sobre o aprendizado do estudante. De forma breve, até o presente momento, realizamos um debate sobre como ocorreu a evolução da avaliação, sendo que sempre esteve atrelada a fatores que a caracterizavam no âmbito educacional como ponto de enlace do processo de aprendizagem. Em certos períodos, a avaliação tinha apenas o propósito de medir o conhecimento dos estudantes. Somente aos poucos foi se pensando em uma avaliação mais qualitativa, mas esta ainda continuava sendo através de notas obtidas em provas e exames; o que continua ainda acontecendo nos dias de hoje. A seguir, abordaremos a concepção de avaliação mais atual. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Nove Anos, a criança passa a ingressar no primeiro ano do ensino fundamental com seis (6) anos de idade, oriunda ou não da educação infantil. A obrigatoriedade, segundo a Lei n° 12.796, de 4 de abril de 2013 - que é uma alteração da Lei de Diretrizes e

Bases(LDB) -, é que a criança frequente a escola dos 4 aos 17 anos. Contudo, estados e municípios possuem um prazo até 2016 para garantir o acesso de todas as crianças nessa faixa etária às creches ou pré-escolas. (LEI n° 9394/96). Dessa forma, existem ainda crianças que não frequentam a educação infantil, ingressando pela primeira vez no primeiro ano. Com esse ingresso mais cedo na Educação Básica, não se deve desconsiderar as vivências adquiridas até o momento. (BRASIL, 2013). Desse modo, a Educação Básica está organizada em ciclos, que no caso da alfabetização, envolvem os três primeiros anos, e assim, as crianças não deixarão de vivenciar as aprendizagens de maneira lúdica e prazerosa para já pensar em possível reprovação. A alfabetização deve levar em conta o contexto social da criança, uma vez que o fato de ela possuir ou não acesso à leitura e à escrita, poderá influenciar na sua aquisição. Assim, essa organização em um ciclo que engloba os três primeiros anos acaba por acarretar uma série de mudanças no currículo que, por sua vez, estará mais preparado para atender as diferenças entre os estudantes. (Brasil, 2013). Nesses termos, os três primeiros anos do ensino fundamental deverão ser capazes de atribuir aos estudantes a alfabetização e o letramento, bem como a aquisição de diversas formas de expressão, introdução às artes, à matemática, às ciências, à história, à geografia, à educação física e à literatura. (BRASIL, 2013). O professor, por sua vez, deve avaliar o aprendizado em todas as áreas do conhecimento e não somente “atribuir” nota, levando em consideração a leitura, a escrita e o cálculo. Segundo Luckesi (2008), a avaliação deve ter caráter relevante, adquirindo mais qualidade. Segundo o autor, o juízo da avaliação se dará levando em consideração a real finalidade da mesma, uma vez que para “avaliar a aprendizagem de matemática, não serão observadas condutas sociais do educando” (2008, p. 33). Só se chegará ao entendimento do conhecimento adquirido, utilizando mecanismos específicos da área da matemática. Por esses três anos estarem organizados em ciclo, não quer dizer que durante esse período a criança não reprovará. Acontece que os estudantes terão tempo para apoderarem-se dos conteúdos programáticos. Não se trata, como nos dizem as Diretrizes Curriculares Nacionais, de “promoção automática”, visto que a reprovação caracteriza um maior teor de evasão escolar.

devidamente certos alunos que, de antemão, ele acredita que não irão corresponder às expectativas de aprendizagem”. (BRASIL, 2013, p. 123). Nessa premissa, é necessário que se faça a investigação para que se conheça o estudante e, ao conhecê-lo, se possa agir sobre ele. (LUCKESI, 2011). Desse modo, a avaliação torna-se um instrumento de investigação que nos auxilia na conscientização sobre nossas práticas pedagógicas. Através da avaliação é que os estudantes e também os pais têm a possibilidade de rever e identificar as suas dificuldades; é uma forma de a escola também se avaliar na busca de um melhor atendimento aos estudantes. (BRASIL, 2013). Ainda hoje, se pensa muito na avaliação tradicional, que ocorre através de julgamentos comportamentais, e de provas que levam em consideração somente a nota tirada no exato momento, sem prestar a devida atenção na evolução do estudante. Dessa forma, se é dado importância somente ao resultado da avaliação dos estudantes, introduza-se fatores que não favorecem como se deu o processo de aquisição do conhecimento pelos estudantes. (BRASIL, 2013).

2.2 O que os autores têm produzido sobre pareceres descritivos.

Ao pensarmos em avaliação de aprendizagem, sem a utilização de provas e exames, buscando a qualidade sobre a quantidade, lembramos uma forma conhecida, entretanto, misteriosa no seu conteúdo: os pareceres descritivos. Ao descrever sobre alguém, leva-se em conta que essa descrição nem sempre estará correta, por ser uma tarefa um tanto quanto árdua, pois vários elementos devem ser levados em consideração. Descrever o aluno é um desafio para o professor, uma vez que é preciso descrever seu desempenho nas atividades, bem como realizar uma interpretação dos possíveis, ou não, avanços no processo de aprendizagem (Souza, 2007). Assim, “a avaliação da aprendizagem deveria servir de suporte para a qualificação daquilo que acontece com o educando [...], como agir para ajudá-lo a alcançar o que procura”. (LUCKESI, 2008 p. 58). A utilização de pareceres descritivos torna a avaliação formativa, podendo auxiliar o aluno e o professor no entendimento de suas ações. (PERRENOUD, 1999). O ato de avaliar deve ser algo importante e precisa ser realizado no dia a dia do professor em sala de aula. As atitudes dos estudantes perante algo novo, desafiador, devem servir de elemento para a construção de métodos para a

resolução de problemas que porventura vierem a surgir. Compreender de que forma os estudantes chegaram às conclusões para a resolução de problemas e questões voltadas à aprendizagem também faz parte do processo de avaliação. Em vista disso, para elaborar os pareceres descritivos, os professores, chamados de avaliadores, devem levar em consideração uma série de critérios que, ao final do processo educativo, terão seu respectivo valor. (SOUSA, 2007). A organização desses critérios pode ser preparada pelo grupo oriundo da escola onde esse professor trabalha, seguindo as orientações nacionais. (BRASIL, 2013). De acordo com Luckesi, (2008, p. 33), a avaliação “é um juízo de valor, o que significa uma afirmação qualitativa sobre um dado objeto, a partir de critérios pré-estabelecidos.” Os pareceres descritivos da avaliação da aprendizagem falam muito dos estudantes, ou pelo menos deveriam falar. Segundo Sousa (2007, p.95), o avaliador, nesse caso, o professor, é um “interprete, que traduz a avaliação em pareceres descritivos da aprendizagem, que são fontes ricas de informações dos alunos”. Assim, deve-se realizar a avaliação de modo a concretizar o processo de ensino e aprendizagem, elevando-a a um patamar de suma importância para a educação. Segundo Sousa (apud VIANNA, 2000), o professor é, além de um avaliador, um cientista e um pesquisador. Nesse caso, ele deve possuir a consciência de que, no processo de avaliação, é necessário levar em consideração alguns elementos que favorecerão o ato de avaliar, tais como “ler e interagir informações, analisar avaliações anteriores, desenvolver planejamentos, construir e selecionar instrumentos necessários, interpretar e estabelecer conclusões, elaborar relatórios e discutir os dados” (SOUSA, 2007, p. 95 apud VIANNA, 2000). Luckesi (2008 p. 93) completa essa afirmação relatando que “o ato de avaliar implica coleta, análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação.” Com base nessas informações, percebe-se que o ato de avaliar é complexo e insubstituível, e um “excelente mecanismo subsidiário da condução da ação”. (LUCKESI, 2008 p. 94). Quem deve realizar a avaliação é o professor, pois ele, mais do que ninguém, conhece seus alunos. “Analisar avaliações anteriores” deveria ser muito frequente nas escolas e entre os professores, já que determinado aluno de um respectivo professor, no ano seguinte, será aluno de outro professor. Através da leitura dos pareceres descritivos da avaliação da aprendizagem desse aluno, o professor seguinte poderá compreendê-lo melhor. Não estamos falando aqui de prejulgamentos, mas da necessidade de ter um embasamento sobre o estudante, conhecer suas dificuldades em relação à aprendizagem, saber como lidar com