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pois meu pai e minha mãe começaram a fazer cursos de dança de salão gaúchas, e eu acompanhando e dançando, tentando aprender a tal rancheira e o chamamé.
Tipologia: Notas de aula
Compartilhado em 07/11/2022
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Centro de Artes Curso de Dança Licenciatura
Karen Domingues Rodrigues
Pelotas, 2016
Trabalho de Conclusão de Curso, requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Dança, na Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação da Professora Carmen Anita Hoffmann.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Carmen Anita Hoffmann
Pelotas, julho de 2016
Ao cara lá de cima, aos seres de luz que me guiaram e guiam a cada momento, ao Dr. Tanaka.. Pra você Mãe que batalhou, persistiu, foi carinhosa, foi brigona, mas que acreditou em mim apoiou e me ajudou a ser quem sou...Te Amo tanto Para o meu pai, que é discreto, sério e também brincalhão... Amo-te véio e eu sempre ficava muito feliz quando te via na Rodoviária a cada volta pra casa... Pro meu irmão, por ser critico, chato, birrento e principalmente por ser quem é... tuas palavras sempre me fizeram pensar, e agradeço por cada situação de dúvidas e perguntas que me possibilitou...Amo tu e amo a Bel, minha cunhada, que chegou para alegrar e encher nossas vidas de risadas e comidas deliciosas. Pra ti mana, meu fedor, minha anja, meu porto seguro, minha parceira, confidente, só minha, agradeço por você existir, agradeço pelas palavras de incentivo quando quis desistir, quando errei, quando tive medo... Ao Marcel Ávila, meu companheiro, agradeço pela paciência e dedicação nestes longos meses juntos...; À Familia Campos Ávila e Daniel Botelho, por serem a minha segunda família na cidade de Pelotas... ; Aos amigos que Pelotas me presenteou, alguns daqui, outros não; sou grata por ter vivido com vocês cada momento... Aos amigos que a Dança me deu, poderia escrever páginas com o nome de cada um de vocês, mas quero somente agradecer as palavras, a companhia, os puxões de orelha, os momentos lindos e dançantes que tivemos, as risadas e trabalhos juntos. Cada colega teve sua participação especial, e levarei todos no coração; Aos Professores, quanta gente linda, quantos pensamentos, gratidão por ter tido aula com Thiago Amorim, Daniela Aquino, Carla Vendramim, Silvia Wolff, Eleonora Santos, Rochele Porto, Taís Ferreira, Paulo Gaiger, Alexandra Dias, Flávia Nascimento, Josiane Franken, Maria Falkembach e Carminha, cada um de vocês deixou marcas que nunca vão se apagar;
À Abambaé Cia de Danças Brasileiras, por me apresentar cada canto do Brasil, e fazer eu me apaixonar pela nossa América Latina; Ao Curso de Dança Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas, Ao Centro de Artes (Ursula Rosa), aqui fica o meu grande agradecimento pelas oportunidades, pelas bolsas que fiz parte, e principalmente pelo espaço que ocupei e que vão fazer com que eu leve vocês para muitos espaços que ainda irei ocupar... E por último, e não menos importante... À minha orientadora, Professora, Mãe de todos e Amiga Carmen Anita Hoffmann (Vulgo minha véia), agradeço como aluna do curso e admiradora por ter vindo fazer parte deste nosso mundo louco e cheio de tarefas, você veio para nos mostrar que existe amizade entre Professor e Aluno, veio principalmente para dividir toda tua experiência, dedicação e linda história com a Dança no Rio Grande do Sul... Que orgulho, que felicidade, que sorte ter você por perto; E não veio sozinha, trouxe o Véio (Norberto Hoffmann) para somar e dividir suas histórias e fotos... Gracias pela paciência, persistência e por dividir comigo tanta sabedoria...
Figura 1: Aula na UCPel – Pedagogia III 2013/Foto Marcel Ávila/ Acervo pessoal da autora
This research discusses, as a central theme, the traditional dances of Rio Grande do Sul, from the context of some historical aspects of sociocultural formation of Rio Grande do Sul - the process of invention of gauchismo - as well as other concerns, discussions and experiences, which were studied by some authors as Guazelli (1998), Oliven (2006), Cortes (2006), Biancalana (2014), Ourique (2010), Hoffmann (2015), and Chartier (2002). It also shows the trajectory of the author in relation to the traditional gaucho dances, their approach and their withdrawal, causing doubts and inquiries after her admission to the Dance Graduation Course. We analyze the traditional dances of the state since the restoration proposed by Paixão Côrtes and Barbosa Lessa - two folklorists committed to traditionalist culture - to the completion of major exhibitions of these dances with ENART event - Arts Meeting and Gaucha Tradition. From this research, we realize the emerging need for further studies related to other existing events in our state and who are not in traditional gaucho dances manual, but which are legitimate manifestations of Rio Grande do Sul culture.
Key words: Rio Grande do Sul; gaucho identity; traditional dances; movement.
Figura 01 Aula na UCPel – Pedagogia III 2013 Figura 02 Carnaval do Bairro em 1991 Figura 03 Baile do Tchê Barbaridade na Quadra Estado Maior da Restinga(1995) Figura 04 Rodeio com o CTG Lanceiros da Zona Sul – 2008 Figura 05 JAM na AABB – Ano: 2012 – Figura 06 Mesa de Avaliadores ENART 2013 Figura 07 Com Abambaé cia de Danças Brasileiras – 2014 Figura 08 Modelo em um Curso de Fotografia Ano 2014 Figura 09 A autora e Paixão Côrtes em um Evento na UFRGS - Figura 10 Clube dos 8 Figura 11 Inter- Regional do ENART – 2009 Figura 12 Giro de saudação Figura 13 Traje do peão das vacarias e a china Figura 14 Patrão das Vacarias e a Estancieira Gaúcha Figura 15 Patrão das Vacarias e a Estancieira Gaúcha Figura 16 Chiripá Farroupilha Figura 17 Bombacha e Vestido de Prenda Figura 18 O Par Figura 19 Apresentação de Composição Coreográfica II – 2013 Figura 20 Mapa das RT do Estado do RGS Figura 21 Divulgação das Inter-regionais 2016 Figura 22 Prendas do CTG Aldeia dos Anjos Figura 23 Coreografia CTG Ronda Charrua
“Não existe coisa melhor no mundo do que viver, curtir gozar a vida, que passa rápido e daqui não levaremos nada, a não ser todas as experiências e amizades” (Charles Chaplin) Desde muito pequena gostava da rua, de estar nela, brincando, correndo ou simplesmente parada no portão olhando o movimento dos vizinhos. Sempre fui moleca, termo este, usado pelos meus pais e pelos vizinhos do bairro para explicar o motivo de me sujar muito, cair, levantar, correr e ser feliz.
Figura 2: Carnaval do Bairro em 1991 – Local: Quadra do Cecores / Acervo Pessoal
Cresci no Bairro que meus pais moram até hoje, bairro considerado pobre, abandonado, e até mesmo um dos mais perigosos de Porto Alegre. Na Zona sul, na Restinga Nova, fui criança, adolescente e adulta. Estudei, aprendi, briguei, amei e lá me tornei hoje quem sou. Meus pais sempre me deram limites, e eu sempre respeitei. Na nossa casa havia muitas festas de aniversários, churrascos nos vizinhos, idas a bailes em galpões^1 de CTG^2 , e até mesmo nas garagens dos outros
(^1) Galpões: Construção existente nas estâncias, destinadas ao abrigo de homens e de animais. O galpão c aracterístico do Rio Grande do Sul é uma construção rústica, de regular tamanho, em geral de madeira bruta e parte de terra batida, onde o fogo de chão está sempre aceso. Serve de abrigo e à peonada da estância e a qualquer tropeiro ou gaudério que dele necessite.
vizinhos. Foi aí que fui apresentada a um CTG pois alguns vizinhos que freqüentavam e faziam o convite aos meus pais, e juntamente com eles, lá estava eu, cercada de música, gente dançando dois pra lá e dois pra cá, e uma tal de gauchada bem pilchada rodando pelo salão. Desde então, seguíamos no bairro, correndo, brincando, sendo felizes, sendo crianças. E o vínculo com um dos CTGs que freqüentávamos foi ficando forte, pois meu pai e minha mãe começaram a fazer cursos de dança de salão gaúchas, e eu acompanhando e dançando, tentando aprender a tal rancheira e o chamamé. Aos poucos fui me dando bem com aquelas danças de galpão, nem tanto quanto me dava com a dança do bambolê do É o Tchan , dançada por mim e meus amigos na praça que havia na esquina de casa.
Figura 3: Baile do Tchê Barbaridade na Quadra do Estado Maior da Restinga- Ano 1995 / Acervo pessoal
E foi a partir dos meus 10 anos que me tornei a guria de CTG, que passava fins de semana dentro de um galpão, e o resto da semana na rua, correndo, brincando e fazendo com que os dias passassem rápido para poder chegar à sexta-feira. Sou grata aos meus pais por terem me dado opções de lazer e cultura, pois sempre sobrava tempo para ir à quadra de carnaval, passar semanas na praia dançando axé (com as meninas que davam aula naqueles palcos
(^2) Centro de Tradições Gaúchas.
apresentação. O grupo que dançar muito bem, sem errar e apresentar harmonia, postura e outras regras ditas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG - e que contam nota nas planilhas de avaliação, se tornam campeões do momento e assim seguem para mais uma semana de ensaio e rodeios.
Figura 4: Rodeio com o CTG Lanceiros da Zona Sul – 2008 / Acervo Pessoal
Alguns jovens entram para as Invernadas e passam muito tempo dentro delas, dentro dos galpões cultuando a tradição e representando a entidade que pertencem. Fiz parte por mais de 10 anos deste meio, tive muitos amigos e momentos felizes, pois sempre gostei de dançar e estar cercada de pessoas que me agradam. Mas até então, ia apenas para dançar e ver os amigos; eu não sabia de onde vinham todas essas danças, e muito menos sobre a história do Rio Grande do Sul para que eu estivesse ali dentro do CTG cultivando a cultura dele. Mas com o passar do tempo, essa idéia de competição, regras e dedicação para aquilo foi me cansando, e não me tornava tão presente e dedicada ao grupo que fazia parte. No ano de 2010, segundo semestre, ingressei na graduação em Dança na Universidade Federal de Pelotas, e tive que me mudar de Porto Alegre, abandonando então o grupo de dança. Ao chegar a Pelotas fui conhecer e dançar em grupo local logo após o meu 1 º semestre na faculdade, mas não deu muito certo devido a falta de tempo, dinheiro e sinceramente, vontade.
Figura 5: JAM na AABB – Ano: 2012 - / Acervo Pessoal
Ao fazer um semestre na faculdade tive contato com pessoas, professores, artistas, e principalmente com a liberdade que a dança me proporciona; mudaram meus pensamentos, minhas atitudes e a minha forma de ver a dança. Expressar o que eu sentia ao dançar se tornou algo tão importante quanto falar, e fui perdendo o gosto por dançar em galpão, e querendo cada vez mais dançar na rua, na faculdade. Refletindo e buscando entender esse movimento que eu mesma passava, fui ficando curiosa por saber o porquê que muitos jovens como eu gostavam de estar ali e principalmente defendiam com unhas e dentes toda essa história da cultura gaúcha, das ditas danças tradicionais gaúchas, sendo que, muitos como eu não sabiam e nem davam tanta atenção assim para a história da cultura no Rio Grande do Sul. Em 2013, recebi o convite para compor a mesa de avaliadores na parte de coreografias de Entradas e Saídas do maior campeonato de arte amadora da América Latina, O ENART^5 foram três dias de campeonato. Três dias em que fui Karen, a acadêmica do Curso de Dança da UFPel e ex-bailarina de galpão. Quando dancei, ensaiava para chegar neste campeonato, passando por etapas, eram muitos dias de confinamento no CTG. Não tive a sensação de estar pisando no tablado do ENART, mas olhar ele de outro ângulo foi realmente impressionante, intrigante e questionável.
5 ENART – ENCONTRO DE ARTES E TRADIÇÃO GAÚCHA. Enart, ou ENART é um dos maiores festivais de arte amadora da América Latina. É um evento tradicionalista gaúcho. Promovido pelo MTG, é realizado anualmente em três etapas. As regionais, as inter-regionais, e a final.
congresso, palestra e apresentação, meu corpo se transforma. Meu corpo não é só meu, é de tudo isso que me cerca e me constrói. O distanciamento do meio tradicionalista e a aproximação com o ensino superior em dança, bem como a participação como bailarina da Abambaé Cia de Danças Brasileiras^7 ensejou ainda mais o desejo de compreender e registrar os movimentos das danças tradicionais gaúchas. As lembranças e experiências vindas da vivência no meio tradicionalista servem de diretriz e respaldam muitas das constatações que compõem a escrita desse estudo.
Figura 7: Com Abambaé cia de Danças Brasileiras – 2014 - / Foto: Marcel Ávila
Outras questões me fizeram chegar até aqui, como por exemplo, o que significava ser gaúcho(a), e como essas danças que eu praticava tinham sido consideradas do Rio Grande do Sul. Quem disse? Quem as achou? Dançou, inventou e consolidou? E Tudo isso passa pelo meu corpo, me move, e me faz ser e estar onde estou... A cabeça ferve, o coração esquenta e a vontade de dançar com certeza é bem maior que a de escrever. Nunca fui boa com a escrita, mas sempre me expressei muito bem falando, dançando e respirando. Respirar é o que eu quero
(^7) Cia de danças brasileiras/ A Abambaé é composta por integrantes de diferentes cidades do Rio Grande do Sul. Escolheu Pelotas para fixar raízes não somente pelo fato de ter muitos integrantes desta cidade, mas, muito especialmente, por acreditar se tratar deste lugar um espaço especial para o desenvolvimento de uma proposta inovadora como esta, por sua história, importância e projeção no que diz respeito ao potencial cultural.
quando danço, consciência corporal, contrai, queda e recuperação, pé no chão, cabelo solto e uma vontade enorme de sair dizendo por ai tudo que aprendi e aprendo, e quero aprender mais.
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Por alguns anos aprendi e aceitei que era e sou considerada gaúcha, nasci no Rio Grande do Sul, e então, sou gaúcha de Porto Alegre, capital. A música citada na página anterior fez parte dos momentos enquanto dançava no CTG Lanceiros da Zona sul, e essa música transgredia para uma dimensão da qual cada vez mais me orgulhava de ser gaúcha, e amar cada vez mais a dança e a capital Porto Alegre. Em 2001 a música Pialo de Sangue, do músico Raul Ellwanger, foi apontada em votação pública promovida pela maior rede de comunicação do Rio Grande do Sul, como uma das dez melhores músicas da história do Estado^9. No ano de 2002, o CTG Lanceiros da Zona Sul (do qual a autora fez parte), da 1ª RT (Região Tradicionalista), foi o campeão das danças tradicionais no ENART , e foi usada como música de saída Pealo de Sangue , uma das mais lembradas até os dias de hoje por quem esteve no Ginásio de Santa Cruz naquela ocasião. 10 A participação no trabalho acima é que instiga a despertar este sentimento de que nada foi em vão e que muitas coisas ainda estão por vir através dessas experiências e pesquisas. O problema da pesquisa busca entender em que medida as danças tradicionais gaúchas representam a cultura do Rio Grande do Sul e como este entendimento vai se transformando na trajetória de vida e de dança da autora? E, com esse questionamento é que objetivamos analisar o movimento das danças tradicionais no Estado a partir da contextualização da trajetória e formação do gaúcho, da identificação do ambiente onde se desenvolvem as danças tradicionais, da caracterização e sistematização das mesmas e da promoção dessas danças pelo ENART. Além dessa investigação, cabe registrar que se está consciente que existem tantas outras manifestações culturais expressas nas danças e folguedos no Rio Grande do Sul que estão fora do elenco das danças tradicionais eleitas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho e que são significativas e presentes em grupamentos dentro da diversidade cultural do Estado. Estas danças e folguedos estão sendo motivo de estudos do Grupo de Pesquisa Observatório de Culturas Populares^11 da Universidade Federal de Pelotas e tratados especificamente no
(^9) http://www.dicionariompb.com.br/raul-ellwanger/dados-artisticos acesso em 20 de Abril de 2016 (^10) (Link da apresentação via facebook https://www.facebook.com/bloco6rs/posts/446520158831593). (^11) OCP – Grupo de Pesquisa/ O Observatório de Culturas Populares (OCP) constitui-se num espaço
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Projeto de Pesquisa Folguedos e danças folclóricas marginais do e no Rio Grande do Sul^12 coordenado pelo professor Dr. Thiago Silva de Amorim Jesus. Citando algumas delas como os maçambiques, danças étnicas, quicumbis, cavalhadas, boi de encruzilhadas que fazem parte até hoje do calendário de suas cidades, e que nas pesquisas de Paixão Cortes e Barbosa Lessa foram citadas. Ao considerar que este trabalho é parte integrante e obrigatória para a conquista do título de graduação em dança-licenciatura aumenta a responsabilidade e a importância em abordar criticamente esse tema. Nesse sentido, as reflexões poderão servir de material de apoio para a inserção dessas danças no ambiente escolar sem, necessariamente, dirigí-las à competição. São relevantes como abordagem no âmbito do componente curricular dança, pois elas são de fácil execução e auxiliam no desenvolvimento motor, nos aspectos cognitivos, afetivos e de comportamentos, segundo Hoffmann (1997) Essa pesquisa é de caráter qualitativo que conforme Minayo (2001) trabalha com motivos, significado, valores, correspondendo a um espaço mais profundo das relações, processos e fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Ela busca responder questões particulares que não devem ser quantificadas. Faz parte de uma realidade social, pois como comenta Minayo (2001), o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes. Por ser composta a partir das memórias e registros da trajetória da dança da pesquisadora, pode ser classificada como uma pesquisa autobiográfica. Uma
acadêmico de investigação, reflexão, produção e intercâmbio de saberes/fazeres provenientes das diferentes formas de expressão da cultura popular, apreendidas a partir dos mais diversos matizes e procedências. Nesse sentido, são interesses concomitantes do grupo a articulação de conhecimentos entre artistas populares, pesquisadores, educadores, mestres da cultura popular, gestores culturais e demais agentes envolvidos com as áreas mencionadas. É mister destacar que OCP prioriza uma visão simbólica holística que evidencia um olhar temporal simultaneamente sincrônico e diacrônico, no intuito de compreender e valorizar os saberes/fazeres populares do passado enquanto movimento de construção do presente. Configurando-se enquanto um espaço demarcadamente inter, multi e transdisciplinar, o grupo se propõe a constituição de uma rede integrada que engendra arte, folclore, educação, patrimônio imaterial e sociedade. 12 O presente projeto comporta uma investigação científica cujo interesse é mapear, registrara difundir as expressões folclóricas de folguedos e danças do Rio Grande do Sul que escapam à cultura dominante, mas que se constituem como espaços e linguagens folclóricas representativas da cultura popular do Estado. A ação visa realizar um diagnóstico de coletivos culturais marginais do RS, em especial, as comunidades litorâneas, quilombolas e indígenas, assim como outros focos que sejam ambientes representativos de produções artísticas folclóricas em danças e folguedos. Tal investigação se dará por meio de pesquisa teórica e de campo, assim como produção científica e publicações dos resultados obtidos, ao longo do período de sua realização.