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O filme 'daens - um grito de justiça', que retrata as condições de trabalho na bélgica durante a segunda revolução industrial. O filme destaca a exploração dos operários, as diferenças entre a vida dos trabalhadores e dos burgueses, e o papel do padre adolf daens na defesa dos menos favorecidos. Aborda temas como a luta por justiça social, a exploração do trabalho infantil e feminino, e a influência da igreja católica na sociedade da época. A crítica social presente no filme, a representação das desigualdades e a busca por melhores condições de vida para os trabalhadores.
Tipologia: Resumos
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Aluna: Alice Maia campos - RGM: “O presente trabalho será direcionado ao Excelentíssimo Professor Jose Roberto Freire Pimenta.” A história do filme ocorre nas indústrias da Bélgica, e destaca o tratamento recebido pelos operários nas mesmas e as diferenças entre a vida dos trabalhadores e dos burgueses. Durante esse período, surge o padre jesuíta Adolf Daens, que enfrenta um dilema moral, onde se vê dividido entre representar os menos favorecidos, e servir aos ideais da Igreja Católica, que era alinhado aos interesses da burguesia. O filme mostra um olhar cru sobre a segunda revolução industrial, colocando a moral, a justiça e o senso comum em xeque. Vale ressaltar a escolha estética do diretor, que através das cores tenta mostrar a visão do oprimido sobre essa realidade visto que, no início da obra vemos em preto e branco, retratando o trabalho nas fábricas, e com o decorrer da trama vemos variação de cor, mostrando a mudança real. Essa transição parece buscar aproximar o espectador da realidade dos trabalhadores, rompendo a sensação de distanciamento sentida naturalmente nesse tipo de obra. É valido destacar que ao decorrer do filme a divisão social entre a classe burguesa, proprietária da fábrica de tecelagem, e os trabalhadores que vivem em condições precárias na cidade de Aalst, na Bélgica, onde a burguesia desfruta do luxo, e os s trabalhadores, incluindo crianças, mulheres e homens, vivem em um ambiente de exploração. A narrativa inicia com a história de Nini, uma menina de 11 ou 12 anos, que morre de frio após ser expulsa da fábrica. Ela parece faminta, e está com uma barriga protuberante, sugerindo uma possível gravidez. O filme sugere que, devido à negligência dos pais, Nini pode ter sido aliciada para sobreviver. Comovido pela morte da jovem operária, Daens se vê sensibilizado, em seguida, ele entrega dinheiro aos pais da menina para que a mesma possa ser enterrada com dignidade. Já tendo fama por desafiar as tradições da Igreja Católica, o padre, após se estabelecer na pobre cidade, decide usar o jornal local para denunciar as condições desumanas enfrentadas pelos trabalhadores nas fábricas. As denúncias feitas por Daens geram comoção na população, que desenvolve um sentimento de luto. A manchete publicada no jornal de seu irmão, Pieter Daens,
destacando a morte de crianças nas fábricas, chama a atenção das autoridades que leva à visita de um comitê de fiscalização à fábrica de tecidos. No entanto, a inspeção é ineficaz, pois os fiscais não compreendem o idioma falado pelos operários, dificultando a comunicação e a identificação das irregularidades. Durante a inspeção, Schmitt (uma espécie de supervisor ou “capataz” moderno dentro da fábrica de tecidos) esconde várias crianças em um depósito para evitar que sejam descobertas. Tragicamente, Jefke, uma das crianças escondidas, é esmagado por uma máquina, o que evidencia ainda mais as condições inseguras de trabalho. A morte do garoto revolta as operárias, que já estavam insatisfeitas com a situação, elas iniciam uma greve e levam o corpo do garoto até a casa do patrão, um homem chamado Eugene Borremans, como forma de protesto. Infelizmente, a manifestação é violentamente reprimida pela polícia, que confisca o corpo da criança e agride os manifestantes. A atuação da polícia, que fala francês, contrasta com os operários, que se comunicam em flamengo, evidenciando uma barreira linguística e social. A obra também deixa evidente o assédio, abusos e desrespeitos com as mulheres. Logo na introdução, vemos um capataz assediar Júlia, uma das empregadas, que responde apenas com um sorriso, demonstrando a submissão das mulheres ao assédio dos capatazes ou dos donos da empresa, que em contrapartida “ofereciam” melhores condições de trabalho ou remuneração. Porém, somos apresentados a Nette, que em várias cenas demonstra recusa, não aceitando esse tipo de situação. Infelizmente, as recusas de Nette não foram o suficiente, pois ela acaba sendo estuprada por Schmitt, que a chama de hipócrita, pois em sua mente, ela o devia isso porque ele a deixou continuar no trabalho, mesmo ela sendo uma apoiadora de Adolf Daens. Também somos apresentados ao chamado "Sistema Escocês", que consistia em empregar três operários para operar quatro máquinas, aumentando a carga de trabalho individual e reduzindo os custos com mão de obra. Em determinado momento do filme, vemos alguns burgueses discutindo a "crise" que os aflige, na qual desejam subsídios do governo para se manterem seu alto padrão de vida. Visando aumentar os lucros, os burgueses decidem adotar o dito Sistema Escocês, e assim demitiram os homens e mantiveram apenas mulheres e crianças nas fábricas. A preferência por mulheres e
trabalhadores. Mesmo assim, Daens continua sua luta por justiça social, tornando-se um símbolo da resistência contra a opressão e a exploração durante a Revolução Industrial. Embora Daens não seja socialista, ele acaba sendo visto pelos trabalhadores e socialistas como uma figura que representa seus interesses. Ele se torna uma voz para os operários no parlamento, o que intensifica as tensões com a Igreja Católica e a burguesia. Os socialistas, uma força política externa, apoiam a causa dos trabalhadores, mas não são a mesma coisa que os operários. Eles se unem na luta por justiça social, mas com uma perspectiva ideológica diferente, sendo mais radicais e buscando mudanças sociais mais amplas, enquanto Daens tenta mudanças dentro dos limites da Igreja e da estrutura política existente. A burguesia não aceita que um padre se torne deputado e se coloque a serviço dos trabalhadores. Eles fazem de tudo para afastá-lo do parlamento. Como não conseguem tirá-lo da política, conseguem que ele seja excomungado da Igreja. Diante da recusa do Partido Católico em acolher suas ideias, apesar de alinhadas com os princípios da encíclica Rerum Novarum, os irmãos Adolf e Pieter Daens fundaram o Christene Volkspartij (Partido Popular Cristão) em 1893. Esse partido visava representar os trabalhadores católicos e se opunha tanto ao Partido Católico tradicional quanto ao movimento socialista. Embora tenha conquistado apoio significativo entre os trabalhadores da região de Aalst, o partido não obteve expressão nacional e desapareceu após a morte de Adolf Daens em 1907. O Christene Volkspartij foi importante por reunir grupos diversos, como católicos, ateus, socialistas e liberais, em torno da luta por justiça social. Apesar de sua relevância local, o partido não conseguiu expandir sua influência além da região de Aalst.