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Curso de direito tributário, Notas de aula de Direito Tributário

Curso de direito tributário 2021

Tipologia: Notas de aula

2021

Compartilhado em 12/11/2021

maria-silva-c54
maria-silva-c54 🇧🇷

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Baixe Curso de direito tributário e outras Notas de aula em PDF para Direito Tributário, somente na Docsity!

ISBN 9788553606207

Paulsen, Leandro Curso de direito tributário completo / Leandro Paulsen. – 10. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.

  1. Direito tributário 2. Direito tributário - Brasil I. Título. 18- CDU 34:336.

Índices para catálogo sistemático:

  1. Direito tributário 34:336.

Diretoria executiva Flávia Alves Bravin Diretora editorial Renata Pascual Müller Gerência editorial Roberto Navarro Consultoria acadêmica Murilo Angeli Dias dos Santos Edição Eveline Gonçalves Denardi (coord.) | Aline Darcy Flôr de Souza Produção editorial Ana Cristina Garcia (coord.) | Carolina Massanhi | Luciana Cordeiro Shirakawa | Rosana Peroni Fazolari Arte e digital Mônica Landi (coord.) | Claudirene de Moura Santos Silva | Guilherme H. M. Salvador | Tiago Dela Rosa | Verônica Pivisan Reis Planejamento e processos Clarissa Boraschi Maria (coord.) | Juliana Bojczuk Fermino | Kelli Priscila Pinto | Marília Cordeiro | Fernando Penteado | Mônica Gonçalves Dias | Tatiana dos Santos Romão Novos projetos Fernando Alves Diagramação (Livro Físico) Luciano Assis Revisão Luiza Bonfim Capa Casa de Ideias / Daniel Rampazzo

Sumário

Nota do Autor

Capítulo I

Tributação, direito tributário e tributo

  1. Origem da tributação e da sua limitação
  2. A tributação como instrumento da sociedade
  3. Os deveres fundamentais de pagar tributos e de colaborar com a tributação
  4. A carga tributária, o direito à informação e os custos de conformidade
  5. Fiscalidade40 e extrafiscalidade
  6. Direito tributário
  7. Relação com outras disciplinas jurídicas
  8. Relação com a economia
  9. Relação com a contabilidade
  10. Conceito de tributo
  11. Preços públicos e receitas patrimoniais

Capítulo II

Espécies tributárias

  1. Características e regimes jurídicos específicos
  2. Critérios para a identificação das espécies tributárias
  3. Classificação dos tributos em cinco espécies tributárias
  4. Impostos
  1. Taxas
  2. Contribuições de melhoria
  3. Empréstimos compulsórios
  4. Contribuições
  5. Contribuições sociais
  6. Contribuições de intervenção no domínio econômico
  7. Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas
  8. Contribuições de iluminação pública

Capítulo III

Princípios tributários

  1. Os diversos tipos de normas: princípios, regras e normas de colisão
  2. A relação entre os princípios e as limitações constitucionais ao poder de tributar
  3. Princípios gerais de direito tributário
  4. Princípio da capacidade contributiva
  5. Princípio da capacidade colaborativa
  6. Princípio da segurança jurídica em matéria tributária
  7. Princípio da igualdade tributária
  8. Princípio da praticabilidade da tributação

Capítulo IV

Competência tributária

  1. Detalhamento da competência na Constituição
  2. Competência tributária X repartição das receitas tributárias
  3. Competências privativas, comuns e residuais
  4. Normas constitucionais concessivas de competência
  5. Critério da atividade estatal
  1. Não confisco
  2. Proibição de limitações ao tráfego por meio de tributos interestaduais e intermunicipais, ressalvado o pedágio

Capítulo VII

Garantias da Federação

  1. Limitações específicas à União
  2. Uniformidade geográfica
  3. Vedação da tributação diferenciada da renda das obrigações das dívidas públicas e da remuneração dos servidores
  4. Vedação de isenção heterônoma
  5. Limitações aos Estados e Municípios para estabelecer diferença tributária em razão da procedência ou destino
  6. Vedação da afetação do produto de impostos

Capítulo VIII

Técnicas de tributação

  1. Progressividade
  2. Seletividade
  3. Não cumulatividade
  4. Tributação monofásica
  5. Substituição tributária

Capítulo IX

Legislação tributária

  1. Normas constitucionais
  2. Leis complementares à Constituição
  3. Resoluções do Senado
  4. Convênios
  1. Tratados internacionais
  2. Leis ordinárias e medidas provisórias
  3. Atos normativos infralegais: decretos, instruções normativas, portarias, ordens de serviço

Capítulo X

Interpretação e aplicação da legislação tributária

  1. Subsistemas da legislação tributária: os deveres, princípios, direitos e garantias que os inspiram e orientam
  2. Vigência e aplicação da legislação tributária
  3. Integração e interpretação da legislação tributária
  4. Aplicação dos princípios de direito tributário, de direito público e de direito privado e das normas de colisão
  5. Analogia e equidade

Capítulo XI

Capacidade, cadastro e domicílio

  1. Capacidade tributária
  2. Cadastros de contribuintes
  3. Domicílio tributário

Capítulo XII

Obrigações tributárias

  1. As diversas relações jurídicas com naturezas contributiva, colaborativa ou punitiva
  2. Obrigações principais e acessórias
  3. Aspectos da norma tributária impositiva
  4. Hipótese de incidência e fato gerador
  5. Ocorrência dos fatos geradores
  1. Natureza do crédito tributário
  2. Existência, exigibilidade e exequibilidade
  3. Constituição ou formalização do crédito tributário
  4. Declarações do contribuinte e outras confissões de débito
  5. Lançamentos de ofício, por declaração e por homologação
  6. Lançamento por arbitramento ou aferição indireta
  7. Liquidação no processo trabalhista

Capítulo XVI

Suspensão da exigibilidade do crédito tributário

  1. Hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário
  2. Moratória e parcelamento
  3. Impugnação e recurso administrativos
  4. Liminares e antecipações de tutela
  5. Depósito do montante integral do crédito tributário
  6. Efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário

Capítulo XVII

Exclusão do crédito tributário

  1. Natureza e efeitos da exclusão do crédito tributário
  2. Isenção
  3. Anistia

Capítulo XVIII

Extinção do crédito tributário

  1. Hipóteses de extinção do crédito tributário
  2. Pagamento, juros e multas
  3. Pagamento indevido e sua repetição
  1. Compensação
  2. Decadência do direito de lançar
  3. Prescrição da ação para execução do crédito tributário

Capítulo XIX

Garantias e privilégios do crédito tributário

  1. Meios de garantia e privilégios
  2. Sujeição do patrimônio do devedor à satisfação do crédito
  3. Bens absolutamente impenhoráveis por determinação legal
  4. Arrolamento administrativo de bens
  5. Ineficácia das alienações em fraude à dívida ativa
  6. Indisponibilidade dos bens
  7. Preferência do crédito tributário, inclusive na recuperação judicial e na falência
  8. Autonomia da execução de crédito tributário mesmo havendo concurso de credores

Capítulo XX

Administração tributária

  1. Órgãos e carreiras de administração tributária
  2. Fiscalização tributária
  3. Inscrição em dívida ativa e certidão de dívida ativa (CDA)
  4. Cadastro e lista de devedores
  5. Certidões negativas de débito

Capítulo XXI

Cobrança do crédito tributário

  1. Cobrança amigável
  2. Protesto extrajudicial
  1. Imposto sobre Importação (II)
  2. Imposto sobre Exportação (IE)

Capítulo XXVII

Contribuições sociais

  1. Contribuições previdenciárias dos segurados do Regime Geral de Previdência Social
  2. Contribuições previdenciárias do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada
  3. Contribuições de seguridade social sobre a receita (PIS e Cofins)
  4. Contribuições de seguridade social do importador (PIS-Importação e Cofins-Importação)
  5. Contribuição de Seguridade Social sobre o Lucro (CSL)

Capítulo XXVIII

Contribuições de intervenção no domínio econômico

  1. Contribuição de intervenção no domínio econômico destinada ao Incra
  2. Contribuição de intervenção no domínio econômico destinada ao Sebrae
  3. Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre a comercialização de combustíveis

Capítulo XXIX

Contribuições do interesse de categorias profissionais e econômicas

  1. Contribuição aos conselhos de fiscalização profissional

Capítulo XXX

Contribuição de custeio da iluminação pública

  1. Contribuição de Iluminação Pública Municipal (CIP)

Capítulo XXXI

Taxas de serviço e de polícia

  1. Taxa de coleta de lixo domiciliar
  2. Taxa de fiscalização, localização e funcionamento

Capítulo XXXII

Regime do Simples Doméstico

  1. Regime simplificado e unificado de recolhimento de tributos para o empregador doméstico

Capítulo XXXIII

Regime do Simples Nacional

  1. Regime Simplificado e Unificado de Recolhimento de Tributos para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte — Simples Nacional

Capítulo XXXIV

Processo administrativo-fiscal

  1. Processo administrativo-fiscal federal
  2. Ação fiscal e autuação
  3. Notificações e intimações
  4. Fase litigiosa: impugnação, instrução e recursos
  5. Nulidades no processo administrativo-fiscal
  6. Processo administrativo-fiscal estadual
  7. Processo administrativo-fiscal municipal

Capítulo XXXV

Processo judicial tributário

  1. Ações ajuizadas pelo Fisco
  2. Medida cautelar fiscal
  3. Execução fiscal
  1. Sonegação de tributos
  2. Falsificação de papéis públicos tributários
  3. Crimes tributários praticados por funcionários públicos
  4. Excesso de exação
  5. Facilitação ao descaminho
  6. Extravio, sonegação ou inutilização de livro, processo ou documento fiscal
  7. Corrupção passiva fiscal
  8. Advocacia administrativa fiscal

LEANDRO PAULSEN

Doutor em Direitos e Garantias do Contribuinte

Professor de Direito Constitucional, Tributário e Penal

Desembargador Federal

Capítulo I

Tributação, direito tributário e tributo

  1. Origem da tributação e da sua limitação

O Estado, como instituição indispensável à existência de uma sociedade organizada, depende de recursos para sua manutenção e para a realização dos seus objetivos. Isso independe da ideologia que inspire as instituições políticas, tampouco do seu estágio de desenvolvimento.

A tributação é inerente ao Estado, seja totalitário ou democrático. Independentemente de o Estado servir de instrumento da sociedade ou servir-se dela, a busca de recursos privados para a manutenção do Estado é uma constante na história.

ALIOMAR BALEEIRO, na sua clássica obra Uma introdução à ciência das finanças , destacava que, “para auferir o dinheiro necessário à despesa pública, os governos, pelo tempo afora, socorrem-se de uns poucos meios universais”, quais sejam, “a) realizam extorsões sobre outros povos ou deles recebem doações voluntárias; b) recolhem as rendas produzidas pelos bens e empresas do Estado; c) exigem coativamente tributos ou penalidades; d) tomam ou forçam empréstimos; e) fabricam dinheiro metálico ou de papel. Todos os processos de financiamento do Estado se enquadram nestes cinco meios conhecidos há séculos”. Ensinava, ainda, que “essas fontes de recursos oferecem méritos

desiguais e assumem importância maior ou menor, conforme a época e as contingências”^1.

Os problemas relacionados à tributação, desde cedo, despertaram a necessidade de compatibilização da arrecadação com o respeito à liberdade e ao patrimônio dos contribuintes. Por envolver imposição, poder, autoridade, a tributação deu ensejo a muitos excessos e arbitrariedades ao longo da história. Muitas vezes foi sentida como simples confisco. Não raramente, a cobrança de tributos envolveu violência, constrangimentos, restrição a direitos.

Essa condição de demasiada sujeição em que se viam os contribuintes, associada à indignação com as diferenças sociais e com o destino que era dado aos recursos, despertou movimentos pela preservação da propriedade e da liberdade, de um lado, e pela participação nas decisões públicas, de outro. Vale fazermos uma breve retrospectiva histórica e relembrarmos alguns marcos relacionados à tributação, seguindo o critério cronológico.

Destaca-se a “extraordinária precocidade de Portugal e Espanha ao criar os mecanismos jurídicos de limitação do poder fiscal do rei [...] o Fuero Juzgo , os forais e as cortes são fontes, instrumentos e instituições iniciais de reconhecimento da liberdade, de afirmação da necessidade do consentimento das forças sociais e de limitação do poder tributário, que já aparecem consolidados no século XII”^2.

No início do século seguinte, em 1215, na Inglaterra, os barões e os religiosos impuseram a Magna Carta para conter o arbítrio do rei, estabelecendo a separação de poderes. Quanto à imposição de tributos, consentiram que fossem cobrados três tributos tradicionalmente admitidos (visando ao resgate do rei e por força da investidura do primeiro filho como cavaleiro e do matrimônio da primeira filha), mas estabeleceram que a cobrança de qualquer outro fosse