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CÚPULAS EM IGREJAS DE SÃO PAULO, Notas de aula de Arquitetura

compreender o significado simbólico da cúpula e as relações que ela ... Figura 20 -- Esquema estrutural da cúpula da Catedral Santa Maria del Fiore .

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Carnaval2000
Carnaval2000 🇧🇷

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Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”
Instituto de Artes
JAQUELINE PEREIRA DE VASCONCELOS
CÚPULAS EM IGREJAS DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
2020
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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Instituto de Artes JAQUELINE PEREIRA DE VASCONCELOS

CÚPULAS EM IGREJAS DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

JAQUELINE PEREIRA DE VASCONCELOS

CÚPULAS EM IGREJAS DE SÃO PAULO

Dissertação apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Artes, do Instituto de Artes, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Artes Visuais, Área de Concentração: Abordagens Teóricas, Históricas e Culturais da Arte Orientador: Prof. Dr. Percival Tirapeli SÃO PAULO 2020

JAQUELINE PEREIRA DE VASCONCELOS

CÚPULAS EM IGREJAS DE SÃO PAULO

Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Artes Visuais no Curso de Pós-Graduação em Artes, do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, com a Área de concentração em Abordagens Teóricas, Históricas e Culturais da Arte, pela seguinte banca examinadora:


Orientador: Prof. Dr. Percival Tirapeli UNESP – Instituto de Artes


Prof. Dra Rosângela da Silva Leote UNESP – Instituto de Artes


Prof, Dra Maria Elisa Linardi Instituição Externa São Paulo, 25 de agosto de 2020

Dedico aos meus pais, pilares da minha formação como ser humano. Agradeço pelo apoio incondicional em todos os momentos difíceis da minha trajetória acadêmica. Esta é a prova de que todo o investimento e toda a dedicação valeram a pena. À minha irmã, pelas orações, carinho e torcida nesta jornada. Ao meu noivo, Jean, pois sua presença tornou esta jornada mais fácil. Esta é uma das conquistas ao seu lado. Ao meu amigo, Iury Greghi, que foi uma fonte inesgotável de apoio técnico e de boa vontade durante todo o processo.

Ao professor Dr. Agnus e à professora Dra. Joedy Luciana Barros, que colaboraram no aprofundamento da minha identidade como artista plástica. Ao querido professor Luiz Alberto de Genaro, que, por meio da prática e reflexão pictórica, ajudou na minha construção como artista plástica, reforçando a minha vocação e promovendo o conhecimento da teoria através da prática. Aos funcionários da secretaria da Pós-Graduação, Fábio Akio Maeda e Rodrigo Gutierrez Leão, que sempre foram atenciosos com minhas dúvidas. À Biblioteca do Instituto de Artes da Unesp, que possui vasto acervo bibliográfico específico da área, inspirando a pesquisa e a permanência no espaço. À Biblioteca da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), pelo acolhimento como ex-aluna enquanto estive transitando na cidade de Presidente Prudente. Aos meus amigos Gustavo Thiago Souza Andrade e Mariane Cristina de Souza, por poder contar com o apoio durante o curso. Também agradeço à minha colega do curso, Paloma Bazan, pelo companheirismo e cooperação mútua durante esses anos. Aos amigos que fiz durante esse período na Instituição e no grupo Barroco Memória Viva.

“A arquitetura é a vontade de uma época traduzida em espaço. ” Mies van der Rohe.

ABSTRACT

This research investigates the domes of the Catholic churches of São Paulo (SP) city and addresses their importance as an architectural element in these buildings. Supported by the history of Western sacred architecture, it aimed to understand the symbolic meaning of the dome and the relations it establishes with its own construction. A case study of five churches located in the capital of São Paulo was carried out. These churches belong to the local architectural and historical context. Some of them were rebuilt and others were constructed during the late 19th and early 20th centuries and belong to the eclectic architecture. Recognizing the value of the patrimony in conjunction with the studies that have been carried out in historiographic, artistic and architectonic research is a key element in order to arouse the interest for the conservation and maintenance of this patrimony. Keywords: Sacred Art. Eclectic Architecture. Dome. São Paulo. Churches

LISTA DE FIGURAS

Figura 13 - Desenho ilustrativo da Catedral de Pisa em visão lateral e frontal (1092)

Figura 86 - Pintura na cúpula central representando as preces de São Luiz Orione

Figura 108 - Planta baixa da Catedral de Santa Maria Assunta (1196-1264), Siena

  • Figura 1 - Planta baixa do Panteão
  • Figura 2 - Corte do Panteão
  • Constantino Figura 3 - Corte esquemático com volumetria em perspectiva da Basílica de
  • Figura 4 - Planta baixa da Basílica de Magêncio e Constantino
  • Figura 5 - Basílica cristã, São João Laterano, Roma (318 324 d.C)
  • Figura 6 - Corte esquemático e planta baixa da Basílica de Santa Costanza
  • Figura 7 - Corte esquemático e planta baixa da Basílica de Santa Sofia.
  • Figura 8 - Corte esquemático e planta baixa da Basílica de Santa Sofia.
  • Figura 9 - ilustração para identificação visual de elementos da arquitetura
  • Figura 10 - Planta baixa da basílica de Santiago de Compostela,
  • Figura 11 - Esquema proposto por Pietro Cataneo
  • Figura 12 - Cúpula oval da Catedral de Pisa (1092)
  • Figura 14 - Planta baixa da Catedral de Pisa
  • Figura 15 - Planta baixa da basílica de Santiago de Compostela,
  • Figura 16 - Catedral de Santa Maria Assunta (1196 - 1226)
  • Figura 17 - Planta baixa da Catedral de Santa Maria Assunta
  • Figura 18 - Planta baixa da Catedral Santa Maria del Fiore (1417)
  • Figura 19 - Corte esquemático da Catedral Santa Maria del Fiore (1417)
  • Figura 20 -- Esquema estrutural da cúpula da Catedral Santa Maria del Fiore
  • Figura 21 - Desenho da vista externada cúpula da Catedral Santa Maria del Fiore
  • Figura 22 - Mapa da cidade de São Paulo
  • Figura 23 - Mapa da cidade de São Paulo no ano de
  • Figura 24 - Retrato de Dom Duarte Leopoldo e Silva
  • Figura 25 - Mapa da cidade de São Paulo, em
  • Figura 26 - Mapa da cidade de São Paulo no ano de
  • São Paulo de1916. Figura 27 - Localização das igrejas em um recorte ampliado do mapa da cidade de
  • Figura 28 - Vista frontal da fachada Paróquia Imaculado Coração de Maria
  • Figura 29 - Planta baixa da Paróquia Imaculado Coração de Maria, São Paulo
  • Figura 30 - Planta baixa igreja San Giorgio Magiore
  • Figura 31 - Nave central da Paróquia Nossa Senhora da Consolação
  • Figura 32 - Nave central da Igreja São Jorge maior com vista para o altar-mor
  • Figura 33 - Vista em escorço da cúpula
  • Figura 34 - Cúpula em escorço
  • Figura 35 - Assinatura do pintor Arnaldo Mecozzi
  • Figura 36 - Cúpula da igreja
  • Figura 37 - Santo Ambrósio de Milão ( dc 340-397)
  • Figura 38 - São Jerônimo de Estridão (347-420)
  • Figura 39 - Santo Agostinho de Hipona (354-430)
  • Figura 40- São Gregório Magno(540-604)
  • Figura 41 - Alegoria da virtude (PRUDENTIA)
  • Figura 42 - Alegoria da virtude (FIFELITAS)
  • Figura 43 - Alegoria da virtude CLEMENTIA
  • Figura 44 - Alegoria da virtude CASTITAS
  • Figura 45 - Alegoria da prudência, pintada por Girolamo Macchietti
  • Figura 46 - Fachada Matriz Paroquial Nossa Senhora da Consolação
  • reforma de ampliação Figura 47 - Fotografia da Igreja Nossa Senhora da Consolação no séc. XIX, após
  • Figura 48 - Desenho do primeiro projeto da fachada
  • Figura 49 - Desenho da fachada
  • Figura 50 - Planta baixa Planta da parte térrea da Igreja da Consolação.
  • Figura 51 - Planta baixa Pavia
  • Figura 52 - Cúpula catedral de Pavia
  • Figura 53 - Vista da cúpula......................................................................................
  • de baixo para cima Figura 54 - A anunciação do Anjo a Virgem Maria imagem disposta na cúpula vista
  • Figura 55 - Assunção de Nossa Senhora aos céus
  • Figura 56 - Vista frontal fachada da Paróquia de Santo Agostinho
  • Figura 57 - Foto de época vista lateral da Paróquia de Santo Agostinho
  • Figura 58 - Foto de época cúpula da Paróquia de Santo Agostinho
  • Figura 59 - Construção da cúpula da Igreja de Santo Agostinho
  • Figura 60 - Construção da cúpula da Igreja de Santo Agostinho
  • Figura 61 - Planta baixa de adição das capelas laterais
  • Figura 62 - Desenho da fachada
  • Figura 63 - Desenho da torre
  • Figura 64 - Catedral de Worms,1125, Alemanha
  • Figura 65 - Foto de época vista lateral da Paróquia de Santo Agostinho
  • Figura 66 - Planta baixa da Catedral de Worms,1125, Alemanha...........................
  • Figura 67 - Vista em escorço da cúpula
  • Figura 68 - O Menino na Praia
  • Figura 69 – Santo Agostinho e Santa Mônica
  • Figura 70 - Toma e lê
  • Figura 71 – Morte de Santo Agostinho
  • Figura 72 - São João Evangelista
  • Figura 73 - São Mateus Evangelista
  • Figura 74 - Lucas Evangelista
  • Figura 75 - São Marcos Evangelista
  • Figura 76 - Fachada da Igreja Nossa Senhora da Achiropita
  • Figura 77 – Imagem de Nossa Senhora Achiropita em Calabreze..........................
  • Figura 78 - Vista aérea da Paróquia N. Sra. Achiropita
  • Figura 79 - Planta baixa da Paróquia N. Sra. Achiropita
  • Figura 80 - Ilustração da planta baixaIgreja San’t Agnese
  • Figura 81 - Ilustração fachada da Igreja San’t Agnese
  • Figura 82 - Vista da cúpula e teto da Paróquia Nossa Senhora Achiropita
  • Figura 83 - Vista frontal e lateral com cúpula
  • Figura 84 - Vista em escorço da cúpula central
  • Figura 85 - Pintura na cúpula central com o tema da coroação de nossa senhora
  • Figura 87 - Pintura na cúpula central: Assunção de Nossa Senhora ao céu
  • Figura 88 - História de Nossa Senhora Achiropita
  • Figura 89 - Alegoria FIDES (Fé)
  • Figura 90 - Alegoria CHARITAS (Caridade)
  • Figura 91 - Alegoria PURITAS ( Pureza )
  • Figura 92 - Alegoria FIRMITAS (Tenacidade)
  • Figura 93 - Vista de baixo da cúpula central
  • Figura 95 - Vistas em escorço da cúpula octogonal do altar-mor com penditivos
  • Figura 96 – São Marcos Evangelista
  • Figura 97 – São Mateus Evangelista........................................................................
  • Figura 98 – São João Evangelista...........................................................................
  • Figura 99 – São Lucas Evangelista
  • Figura 100 - Assinatura do pintor de paredes Ceperó Perozzi
  • Figura 101 - Assinatura do pintor de paredes Pietro Gentili
  • Figura 102 - Documento timbrado por Dom Duarte Leopoldo e Silva
  • Figura 103 - Vista Frontal da Catedral da Sé, São Paulo
  • Figura 104 - Vista posterior da Catedral da Sé, São Paulo
  • Ferrez Figura 105 - À direita Catedral da Sé na Praça da Sé, 1880 foto de autoria de Marc
  • Figura 106 - Cúpula em construção durante a inauguração da Catedral
  • Figura 107 - Cúpula da Catedral da Sé
  • Figura 109 - Planta baixa da Catedral da Sé (1913-1954), São Paulo....................
  • Figura 110 - Planta baixa da Abadia de Saint-Denis, França.
  • Figura 111 - Vista de baixo da Cúpula da Catedral da Sé.
  • Figura 112 - Vista aérea da catedral da Sé

por meio da aplicação da primeira etapa do método Panofsky: a - tema primário ou natural, subdividido em factual e expressional. .................... 121 6.2 Análise das iconografias dispostas em quatro faces da calota da cúpula por meio da aplicação da segunda etapa do método Panofsky: b Tema secundário ou convencional........................................................................ 124 6.3 Análise da iconografia disposta nos quatro penditivos da por meio da aplicação da primeira etapa do método Panofsky: a - tema primário ou natural, subdividido em factual e expressional. ........................................ 125 6.4 Análise da iconografia disposta nos quatro penditivos da cúpula por meio da aplicação da segunda etapa do método Panofsky: b Tema secundário ou convencional............................................................................................ 127 7 PARÓQUIA NOSSA SENHORA ACHIROPITA ............................................ 128 7.1 Análise da iconografia disposta na primeira face da cúpula por meio da aplicação da primeira etapa do método Panofsky: a - tema primário ou natural, subdividido em factual e expressional. ........................................ 138 7.2 Análise da iconografia disposta na primeira face da cúpula por meio da aplicação da primeira etapa do método Panofsky: b- Tema secundário ou convencional. ................................................................................................ 140 7.3 Análise da iconografia disposta na segunda face da cúpula por meio da aplicação da primeira etapa do método Panofsky: a - tema primário ou natural, subdividido em factual e expressional. ........................................ 141 7.4 Análise da iconografia disposta na segunda face da cúpula por meio da aplicação da segunda etapa do método Panofsky: b- Tema secundário ou convencional. ................................................................................................ 143 7.5 Análise da iconografia disposta na terceira face da cúpula por meio da aplicação da primeira etapa do método Panofsky: a - tema primário ou natural, subdividido em factual e expressional. ........................................ 144 7.6 Análise da iconografia disposta na terceira face da cúpula por meio da aplicação da segunda etapa do método Panofsky: b- Tema secundário ou convencional. ................................................................................................ 146 7.7 Análise da iconografia disposta na quarta face da cúpula por meio da aplicação da primeira etapa do método Panofsky: a - tema primário ou natural, subdividido em factual e expressional. ........................................ 147 7.8 Análise da iconografia disposta na quarta face da cúpula por meio da aplicação da segunda etapa do método Panofsky: b- Tema secundário ou convencional. ................................................................................................ 148 7.9 Análise das iconografias dispostas em quatro faces da calota da cúpula por meio da aplicação da primeira etapa do método Panofsky: a - tema primário ou natural, subdividido em factual e expressional. .................... 149 7.10 Análise das iconografias dispostas em quatro faces da calota da cúpula

por meio da aplicação da segunda etapa do método Panofsky: b- Tema secundário ou convencional........................................................................ 151 7.11 Análise da iconografia disposta nos quatro penditivos da cúpula do altar- mor por meio da aplicação da primeira etapa do método Panofsky: a - tema primário ou natural, subdividido em factual e expressional. .......... 155 7.12 Análise da iconografia disposta nos quatro penditivos da cúpula do altar- mor por meio da aplicação da segunda etapa do método Panofsky: b- Tema secundário ou convencional. ............................................................ 157 8 CATEDRAL METROPOLITANA NOSSA SENHORA ASSUNÇÃO E SÃO PAULO - SÉ ................................................................................................... 161 9 CONCLUSÃO .................................................................................................. 175 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 178 GLOSSÁRIO ........................................................................................................... 184

processo de substituição dos templos coloniais. Este processo está ligado à reedificação e à construção de novos edifícios arquitetônicos da cidade, aliado à transformação e expansão urbana, provenientes da culminância de fatores que ocorreram na capital, que serão abordados no desenvolvimento do texto. A arquitetura eclética, em São Paulo, teve um intercâmbio direto com o ecletismo europeu e, por outro caminho já estabelecido no Brasil, foi influenciada pela arquitetura neoclássica iniciada no Rio de Janeiro com a chegada da missão artística francesa, em 1816, que se espalhou para outras cidades, atingindo, também, São Paulo. Tendo em vista a natureza do objeto de estudo, a pesquisa engloba a seguinte metodologia: partirá do mapeamento das igrejas que apresentam este componente arquitetônico, seguido de visitas, registros, investigação histórica, análise arquitetônica e artística. Selecionará, também, exemplos relevantes à história local que enfatizam a diversificação existente no ecletismo paulistano. Ainda no que se refere à metodologia, pretende-se compreender o significado simbólico da cúpula por meio de uma investigação histórica da arquitetura sacra Ocidental, para incluir seu emprego nas igrejas paulistanas averiguadas. Nesse sentido, indaga-se qual a origem da cúpula na arquitetura sacra Ocidental, acompanhando sua trajetória desde a Roma antiga, passando pelo período Medieval até o Renascimento, em compreensão com a relação que estabeleceu com a própria edificação a qual pertence. Segundo a morfologia destes templos, aplicará o conceito de espacialidade na arquitetura proposto pelo teórico Bruno Zevi. As metodologias, aplicadas às paróquias: Imaculado Coração de Maria, Nossa Senhora da Consolação, Santo Agostinho, Nossa Senhora Achiropita e Catedral da Sé, partem da análise morfológica e espacial seguindo o conceito de Bruno Zevi.

2 O SIGNIFICADO SIMBÓLICO DA CÚPULA NA ARQUITETURA SACRA.

A cúpula é um elemento arquitetônico carregado de simbolismo que foi utilizado em muitos templos que se apresentaram durante a história da humanidade. Remonta à antiguidade clássica, quando foi edificada no templo romano o Panteão, mas há ainda outras memoráveis construções durante a era cristã medieval e renascentista em que ela comparece. Independentemente da época ou local em que é concebida, carrega em sua essência o mesmo simbolismo, as particularidades ficam imbuídas na compreensão do homem em relação à fé, e as intenções representacionais que estão contidas na edificação. A capacidade de possuir um único significado só pode ser atingida por ser primitiva a ligação que é tecida pelo homem e seu símbolo. Primeiramente o homem obteve a impressão sensorial e perceptiva do formato abobadado, logo foi tecida a representação da abóbada celeste. Posteriormente, foi descoberta a forma esférica do Planeta Terra, logo passou também a corresponder com a simbologia do próprio objeto “esfera”, que é definida como “um círculo passado a tridimensionalidade [...] considerada a mais perfeita forma espacial, tornou-se símbolo do universo (- Pré-socráticos), do – Céu, que rodeia a terra como sphaera , e do homem primordial (- Platão) ”. (LUCKER, 2003, p.

Como representação do elevado conhecimento geométrico e técnico construtivo, foi primeiramente empregada no Panteão (118-125), destacada por sua grandiosidade, que, além de ser engenhosa, completava a função espiritual do templo pagão, que passou a função religiosa quando o cristianismo foi adotado na Europa Ocidental. Entretanto, mais do que a religião, foi verdadeiramente o símbolo da força e a glória do Império Romano, que perdurou do séc. I ao IV. O símbolo revelou a autoridade e o domínio dos cidadãos “suas terras e povos díspares unidos pela autoridade celestial e perfeição de Roma” (FIEDERER, 2017, s/p). Quanto ao símbolo religioso, a cúpula foi utilizada inicialmente pelos primeiros cristãos: os bizantinos. Estes a empregaram majestosamente na Basílica de Santa Sofia (532-537); mais tarde, na românica Catedral de Pisa (1064 a 1118) e, no renascimento, na Basílica de Santa Maria Del Fiore (1296-1436). Logo a cúpula