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O QUE É A ECONOMIA CRIATIVA? A economia criativa é baseada na inteligência coletiva e na criatividade das pessoas. Indo muito além das artes, é o setor econômico formado pelo conjunto das atividades econômicas relacionadas à produção e distribuição de bens e serviços que utilizam a criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos. Muito além do capital, da matéria-prima e da mão de obra, nas últimas décadas, empresas e governos passaram a reconhecer o conhecimento como importante insumo de
Tipologia: Notas de estudo
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Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU- PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for- ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS
REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) Lígia Futterleib
Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD) Coordenadora e Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Jaqueline Boeira, Júlia Oliveira, Leonardo Ribeiro Revisora Luana dos Reis
APRESENTAÇÃO
Por fim, sugiro uma reflexão:
Quantos negócios não foram fechados por falta de conhecimento da realidade do ou- tro? Quantas boas ideias não foram incentivadas por preconceitos culturais?
Quantas pessoas criativas deixamos de conhecer por não estarmos dispostos a ir além dos nossos círculos?
Quantas guerras já travamos pelo simples fato de não aceitar o desconhecido?
Caros, alunos! Conhecer a cultura do outro é base para a nossa existência e motor para o desenvolvimento humano. Entender a diversidade, além das campanhas de marketing, é fazer parte do todo e indivisível. Não construamos nossos próprios muros nem deixamos que construam ao nosso redor.
A cultura é essencial pra produzir inovações sociais, soluções econômicas, humanizar e qualificar a sociedade como um todo.
Cultura é um direito à renovação da vida.
Sem cultura viramos robôs!
Caros! O primeiro bloco da nossa disciplina, tratado como “emocional”, nos traz assuntos importantes para a construção de um entendimento amplo e fundamentado sobre a cultura e a diversidade. O intuito não é tratar de assuntos relacionados à esfera sentimental, mas sim, tratar dos aspectos cognitivos do tema. Relacionar construções passadas com temas atuais, mostrar os caminhos da diversidade e amparar estes assuntos de forma histórica e científica. Bom estudo!
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SUMÁRIO
A representação envolve processos de:
- percepção; - identificação; - reconhecimento; - classificação; - legitimação; - exclusão.
As representações culturais são portadoras de elementos simbólicos, carregadas de sentidos que são construídos social e historicamente, fazendo parte naturalmente do inconsciente coletivo, dispensando uma reflexão mais aprofundada. Estas representações apresentam múltiplas confi- gurações construídas pelos diferentes grupos sociais e aquele grupo que tem o poder simbólico de dizer e fazer crer sobre o seu mundo, expressando supremacia cultural. Por sua vez, estabelece classificações e divisões, propondo valores e normas que orientam o gosto e a percepção dos de- mais, que definem limites e comportamentos, como por exemplo, a cultura americana.
A principal característica da cultura é o mecanismo adaptativo, que consiste na capaci- dade que os indivíduos têm de responder ao meio de acordo com mudanças de hábitos. A cultura é também um mecanismo cumulativo pelo qual as modificações trazidas por uma ge- ração passam à geração seguinte, onde vai se transformando, perdendo e incorporando outros aspetos, procurando melhorar a vivência para as novas gerações.
Por fim, a cultura, em um significado mais amplo é um complexo que inclui o conheci- mento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano em um determinado tempo / espaço.
Importante não nos apropriarmos definitivamente das definições de cultura, pois este é um conceito que está sempre em desenvolvimento; com o passar do tempo ela é influenciada por novas maneiras de pensar inerentes ao desenvolvimento do ser humano.
Sabemos que o progresso do homem consiste na acumulação de experiências transmi- tidas de geração a geração e continuamente enriquecidas. Muitas das experiências dos povos antigos sofreram tantas modificações que nem percebemos a sua origem, mas, na verdade, todo o conhecimento do homem, desde as épocas mais remotas, é que permitiu alcançarmos o atual estágio de progresso.
SUMÁRIO
Quando estudamos as civilizações da antiguidade por vezes não entendemos por que razão temos que compreender muitos dos hábitos e tradições dos povos que viveram há tan- to tempo atrás. Contudo, existe uma série de coisas que nos pode indicar que nossa era tão moderna, tecnológica e comunicativa deve muito às ideias que surgiram há vários séculos. Se examinarmos bem, os hábitos da antiguidade perduram até hoje nas mais diversas tarefas do nosso dia, da hora que acordamos até a hora que dormimos.
Herdamos dos helenos uma brilhante civilização. Os gregos foram pioneiros em vastas esferas humanas - das artes às ciências, da política aos esportes. Eles foram os criadores da democracia. E eles nos ensinaram a “pensar”. A vida moderna deve aos helenos os fundamentos da sua existên-
cia: suas meditações e inquietudes, suas conquistas materiais e conceituais. Hoje em dia, muitos apontam para os benefícios estabelecidos pelo regime democrático ao redor do mundo. Contudo, mesmo tendo influência dos ideais do liberalismo, várias de nossas ações políticas e institucionais foram, em certa medida, experimentadas pelos gregos. Em Atenas, os legisladores Clístenes e Péri- cles lançaram as bases de uma nova forma de governo que inspirou a democracia moderna. Além disso, foram os primeiros povos a criar concursos para a ocupação de cargos públicos.
Atualmente, a grande disponibilidade de recursos estéticos nos leva a crer que pertence- mos à era do “culto ao corpo”. Contudo, não podemos pensar que os antigos não tinham suas preocupações e vaidades. No campo das artes, os greco-romanos desenvolveram técnicas de reprodução corporal que, passados dois mil anos, impressionavam os renascentistas. Na me- dicina, os egípcios se aventuravam na realização de várias cirurgias, inclusive, cerebrais.
Essas são apenas umas das poucas comparações que nos mostram a riqueza de capaci- dades e invenções que marcaram a antiguidade e influenciam o mundo de hoje. Se possível fosse, haveria ainda outras discussões e análises que nos mostrariam que os povos do passado disponibilizaram conhecimento que, de forma alguma, pode ser considerado inferior em rela- ção ao saber produzido na contemporaneidade.
Graças à cultura podemos estudar as civilizações do passado. É através da cultura e da análise histórica das interfaces produzidas nas sociedades antigas que podemos construir nossos produtos culturais contemporâneos. A arquitetura, a escultura, a pintura, a arte de uma forma geral, foram responsáveis pela retenção dos costumes destes povos e nos servem de
SUMÁRIO
São evidentes as diferenças culturais que existem entre os povos, como o idioma, a gastro- nomia, a vestimenta e o conjunto de suas tradições, também existem variações significativas na forma como as sociedades organizam-se em sua concepção de moralidade e na maneira como interagem em seus sistemas. Muitos discutem se as diferenças culturais são apenas artefatos decorrentes da migração humana, ou se elas representam uma característica evolutiva que é fundamental para o nosso sucesso como uma espécie. É possível afirmar que a diversidade cul- tural é fundamental para a sobrevivência da humanidade a longo prazo, e que a preservação das culturas pode ser tão importante à humanidade como a conservação das espécies e dos ecossistemas à vida em geral. Este argumento é contestado por muitos, uma vez que a diversi- dade é uma hipótese difícil de se testar, que não podem ser provadas nem refutadas.
Finalmente, há muitos que afirmam que é do interesse dos indivíduos e da humanidade como um todo, que todos respeitem o único modelo de sociedade que alguns considerem correto. Por exemplo, organizações missionárias que trabalham para reduzir a diversidade cul- tural de alguns povos, induzindo-os a remodelação de sua sociedade de acordo com os seus princípios. A diversidade não é apenas um conceito isolado de algumas culturas ou uma ideia imaginária solta no ar, existem várias organizações internacionais que trabalham para proteger sociedades e suas culturas, incluindo a Survival International (movimento global pelos direi- tos dos povos indígenas) e a UNESCO. A Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural, aprovada por 185 Estados-Membros em 2001, representa o primeiro instrumento de definição de padrão internacional destinado a preservar e promover a diversidade cultural e o diálogo intercultural, preservando e promovendo a identidade cultural de diversos povos ao redor do mundo.
A identidade é a representação figurativa de um povo, uma construção simbólica no sentido que organiza um sistema compreensivo a partir da ideia de pertencimento do seu meio e da sua cultura. A identidade é uma construção imaginária que produz a coesão social, permitindo a identificação das partes com o todo, do indivíduo frente ao coletivo, mas ao mes- mo tempo que identifica, estabelece por outro lado a diferença. Frente ao “eu” ou ao “nós”, se coloca a estrangeridade do outro.
Para que ocorra a elaboração da identidade cultural, primeiramente deve acontecer o reco- nhecimento, a identificação do indivíduo em torno de atributos, símbolos, características e valores socializados em torno daqueles que integram um determinado grupo, cidade, região ou país.
As identidades são múltiplas e vão desde o eu pessoal, construtor da personalidade, aos múltiplos recortes sociais, fazendo com que o mesmo indivíduo acumule em si diferentes per- fis identitários, que se sobrepõe e se agrupam. Por exemplo, posso ter uma identidade que me torne membro de um grupo referente a uma cidade, ao mesmo tempo que trago carac- terísticas que me definam como membro de um estado, que por sua vez trazem definições identitárias de um país.
Assim, há modalidades identitárias que dizem respeito aos recortes de território, a divi- sões político-administrativas. Há ainda modalidades referentes ao espaço que representam um plano continental, nacional, regional ou tribal. As identidades podem se dar ainda com
SUMÁRIO
relação a recortes temporais, quando atribuídas ao sentido pertencente a momentos ou épo- cas precisos. Conferem-se atribuições específicas ao passado - antigo, clássico, moderno, con- temporâneo - que permitem a identificação destas identidades temporais.
As identidades podem dar conta ainda dos múltiplos recortes do social, étnicos, raciais, religiosos, etárias, de gênero e posição social, classe ou renda. A elaboração destas identidades relacionam datas, fatos históricos, mitos, ritos e um conjunto de práticas alusivas ao território como a música, a comida, a dança e as vestimentas.
As identidades são portanto ficções criativas desenvolvidas no decorrer da história, assimiladas e perduradas pelos grupos que situam o indivíduo no espaço, no tempo, no social e até mesmo no mundo.
Como atores do imaginário social, estas representações identitárias são matrizes de prá- ticas sociais, guiando ações, apreciação e valor para um determinado grupo. A identidade se constrói principalmente em torno de elementos de positividade e características que trans- portem valores percebidos pelo grupo agregando pessoas ao redor destes atributos, renden- do reconhecimento social a quem os detém.
A identidade deve apresentar um capital simbólico de valorização, atraindo pessoas e indo de encontro às necessidades intrínsecas do ser humano de adaptar-se e ser reconhecido socialmente. A identidade responde também a uma necessidade de acreditar em algo posi-
tivo que o indivíduo possa acreditar como pertencente. Identidades culturais gloriosas con- fortam e suprem carências na vida social e material dos indivíduos. Mesmo vivendo em um mundo parcialmente globalizado, recortes de pertencimento nacionais ou locais podem dei- xar de ter sentido em detrimento de realidades maiores e mais globais, isso acontece quando uma determinada cultura adota os costumes de outra por perceber nesta mais elementos de positividade, valor e poder.
Torna-se importante considerar não a constatação da diferença identitária, mas sim a maneira pela qual se constrói pelo imaginário essa diferença, fenômeno caracterizado pela diversidade racial, étnica ou cultural intensificados pelos intensos movimentos político-geo- gráficos ao qual estamos submetidos.
Assumir uma identidade implica encontrar gratificação e valor.
Vimos neste capítulo o que é cultura e também diversidade. Vimos algumas das contri- buições culturais de povos do passado e como elas influenciam a nossa vida atual. Estudamos como os indivíduos e grupos dão sentido ao mundo por meio de suas representações cultu- rais, criando a sua realidade e também a sua identidade. Identidade gerada através dos signos de cultura criando a representação figurativa de um povo, construções simbólicas que organi- zam um importante sistema de pertencimento do seu meio e da sua cultura.
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A diversidade é um dos assuntos mais discutidos (e polemizados) atualmente. Por que é tão importante
entendermos de conceitos práticos sobre a diversidade?
SUMÁRIO
A diversidade não é como os outros são, é como nós somos.
Do ponto de vista antropológico, a diversidade cultural constitui o grande patrimônio da humanidade. Recuperada nas escolas pós - evolucionistas como realidade positiva, a diversi- dade cultural revelaria o que de mais semelhante existe entre os homens, isto é, o fato de que a partir de uma unidade biológica tão perfeita produziu-se tanta diferença. A diversidade cul- tural, tanto no interior de cada sociedade, quanto entre as diferentes e distantes realidades, configura-se como a mais radical expressão da singularidade humana.
Em sociologia, a diversidade cultural diz respeito à existência de uma grande variedade de culturas antrópicas, ou seja, que se refere a tudo aquilo que resulta da atuação humana. Há vários tipos de manifestações culturais que nos revelam essa variedade de atuações, tais como: a linguagem, a dança, o vestuário, a religião e outras tradições como a organização de uma sociedade ou de grupos.
A diversidade cultural está associada à dinâmica do processo plausível da sociedade. Pessoas que por algum motivo, pessoal ou grupal, decidem pautar as suas vidas por normas pré-estabelecidas tendem a esquecer suas próprias idiossincrasias (características de compor- tamento peculiar de um indivíduo ou de um determinado grupo), fazendo com que o deno- minado “status quo” vigente prevaleça, natural e espontaneamente, promovendo assim uma
possível e significativa adequação do ser ao meio. Quando o indivíduo deixa de lado algumas das suas características e comportamentos em favor do meio, ele busca aceitação do grupo sem o qual, pressupõe ele, estaria desprotegido. Quando este assume características e com- portamentos pessoais que confrontam o status quo vigente, há o confrontamento de ideias e opiniões, fomentando todas as questões problematizadas referentes à diversidade.
O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente.
Segundo Lévi-strauss (1970, p.89) a verdadeira contribuição das culturas não consiste numa lista das suas invenções particulares, mas na maneira diferenciada com que elas se apre- sentam. Não há e nem pode haver uma civilização mundial no seu sentido absoluto, porque civilização implica na coexistência de culturas que oferecem o máximo de diversidade entre elas, consistindo mesmo nesta coexistência. A civilização mundial não será outra coisa que a coalizão de culturas em escala mundial, preservando cada uma delas a sua originalidade.
A diversidade apresenta-se com um recorte do grande pano de fundo que é o macrote- ma “cultura”, estando esta a serviço da diferenciação idiossincrática de cada indivíduo. Destas pequenas ou grandes manifestações de diversidade nascem novas culturas, que posterior- mente apresentar-se-ão como novos status quo.
SUMÁRIO
Este tema se refere à compreensão de uma sociedade diversificada, com múltiplas for- mas de culturas; uma sociedade aberta e de oportunidades. Na origem, a ideia ou conceito de sociodiversidade foi elaborado pela antropologia. Tem relação com as etnias, que formam uma sociedade à parte na “chamada sociedade dominante”.
No sentido sociológico, pode-se estudar ou compreender a abrangência da ideia ou con- ceito de sociodiversidade além das questões étnicas e raciais. Isto é, ir além dos limites que compõem os costumes ou culturas de algumas etnias, assim, teríamos mais do que uma so- ciedade diversificada etnicamente. Teríamos uma sociedade multicultural, com a presença de várias comunidades de imigrantes dentro do mesmo território. A convivência pacífica entre os diferentes tipos de imigrantes reforça esta ideia de sociodiversidade que pode ser observada em diferentes culturas.
As sociedades diversificadas, mesmo as mais organizadas para a realização do bem co- mum, não estão isentas de conflitos. Os casos de intolerância ou rejeição do outro não são tão raros, casos de xenofobia, discriminação ou preconceito são comuns atualmente. Acontece em qualquer país do mundo, em algumas culturas com mais evidência. A inexistência de conflitos é uma utopia, mas com empatia e o entendimento adequado sobre cultura e diversidade eles podem ser amenizados.
Apesar da existência de inúmeras leis que regulam a inclusão, esta, infelizmente, não
depende somente das legislações. O que caracteriza a sociodiversidade é o direito à existência enquanto sociedade ou comunidade, ou nação à parte da sociedade dominante é uma ação afirmativa: quanto mais sociodiversificada for uma sociedade mais ela será rica culturalmente.
Ao invés de querermos o mesmo, o homogêneo, o padrão, podemos evoluir muito mais se incluirmos e tolerarmos o “diferente”.
Podemos afirmar que uma sociedade equilibrada, que sabe lidar com as diferenças e va- loriza as diferentes culturas, integrando e promovendo o heterogêneo atua no sentido maior de humanidade.
O diferente, é diferente para quem?
Quando falamos em sociodiversidade não podemos deixar de citar a biodiversidade, que refere-se à diversidade da vida nos níveis genéticos, da espécie, populacional e dos ecos- sistemas. A saber: sociodiversidade é a diversidade das culturas sociais.
A junção do vocábulo “sócio”, tanto à diversidade quanto à biodiversidade, confere-lhes significados distintos, gerando a sociobiodiversidade que é a diversidade resultante da fusão dos significados de biodiversidade e sociodiversidade.
Sociobiodiversidade diz respeito à complementaridade entre diversidade cultural e bio-
SUMÁRIO
lógica, englobando as diversidades cultural, populacional e dos ecossistemas. Onde cada cul- tura constrói relações com os ecossistemas de modo a criar nichos de saberes que lhes pos- sibilita sobrevivência, logo sociobiodiversidade é o conhecimento e a dependência que cada cultura tem dos ecossistemas, a exemplo dos índios da Amazônia e dos pigmeus, povos que sedimentaram culturas integradas ao ambiente em que vivem.
As grandes cidades desempenham um papel importante na divulgação e expansão da diversidade entre diferentes culturas. As grandes metrópoles são terrenos férteis na propaga- ção de manifestos dos mais variados tipos, onde diferentes tipos de culturas dividem o mes- mo território, muitas vezes pacificamente. Lugares de convívio, memória, exposição e contem- plação, que se cruzam e se multiplicam; são criados e cocriados sempre que se tocam. Uma cidade contém muitas cidades. Ampliando o conceito sociodiversidade, de sociedade diversi- ficada com múltiplas formas e culturas.
Uma cidade é objeto de muitos discursos urbanísticos, históricos, artísticos, imagéticos, poéticos e principalmente humanos. Nas grandes cidades há espaço para as manifestações das mais variadas tribos urbanas que distintamente exibem sua cultura aos demais. É comum nas grandes cidades os redutos gastronômicos com comidas de diversos países, eventos que exibem costumes de diferentes povos e bairros inteiros dedicados a uma determinada cultura, diferente da habitada no macro território. Estas interfaces urbanas geram relações e percepções intraculturais, definindo as grandes cidades como verdadeiros templos de cultura e diversidade.
Uma cidade “moderna” cria diferentes metáforas para dar significado ao espaço e ao in- divíduo que nela habita. Estas metáforas materializam-se e geram novas identidades, novas gírias, novas imagens e modas. Algumas cidades ganharam fama pela sua diversidade cultural como Toronto, Nova Yorque, Londres, Amsterdã e São Paulo. O Relatório Mundial de Migração de 2015, compilado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), descobriu que 83% das pessoas que vivem em Dubai nasceram em outros países. Bruxelas abriga várias ins- tituições importantes da UE, bem como a sede da OTAN. Aproximadamente seis em cada dez residentes na capital belga vêm de outro país.
https://www.statista.com/chart/4262/the-worlds-most-cosmopolitan-cities/
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Que ações e eventos as grandes cidades podem desenvolver como fomento à cultura e à diversidade? 2. Qual a importância do entendimento correto sobre diversidade no mundo dos negócios? 3. Qual o lugar (cidade ou estado) que você visitou mais diversificado culturalmente? Por quê?
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Neste capítulo falaremos como a cultura está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento humano e como esta relação estabelece noções de cidadania.