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Este trabalho apresenta uma análise crítica dos casos de esquistossomose na cidade de vicência nos últimos cinco anos, obtidos por meio de levantamento de dados oficiais e observações em loco. A pesquisa de campo realizada no engenho imbu, uma das áreas endêmicas da cidade, revelou que 90% dos entrevistados conhecem a doença, mas 70% não sabem como ela é adquirida, indicando que o desconhecimento pode ser um fator relacionado à alta incidência da doença no município. Além disso, 60% da população não possui sanitários em suas residências, o que é um importante fator de risco de contaminação.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Nazaré da Mata-PE 2014 Monografia apresentada ao Departamento de Pós- graduação Lato Sensu da UPE – Campus Mata Norte, como requisito para obtenção do título de Especialista em Microbiologia Geral. Orientadora: Profa. Dra. Viviane Lúcia dos Santos Almeida
“Ora ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja a honra e a glória para todo sempre. Amém”. “Porque Nele vivemos, e nos movemos, e existimos...” (ITm1.17;At 17.28). A meu esposo Nilton Silva Cajueiro pelo carinho e apoio; a minha filha Ester Letícia que, apesar de pequenina, entendeu as minhas ausências e procurou ajudar. A meus queridos pais José Paulo da Silva e Letícia Quirino da Silva pela preocupação e palavras de ânimo; as minhas queridas irmãs Gilvânia Paula da Silva e Miriam Paulo da Silva que são exemplos de coragem e determinação, na luta há dois anos com a saúde de nossa genitora, e sempre demonstraram empenho dizendo: “avante, desistir jamais!” Vocês foram extraordinários!
Aos professores do curso, que somaram conhecimentos, em especial à Profa. Viviane Almeida. Aos colegas do curso pelo incentivo, e com destaque ao grupo dos vicencianos, Aline de Fátima , Ana de Fátima , Patrícia , Sibelly , e Thomas , onde juntos vencemos os obstáculos; à colega Ediva Daniel , que nunca deixou de dar atenção à minha pessoa. À Secretaria Municipal de Saúde do Município de Vicência, nas pessoas do Secretário Dr. Carlos Ramiro de Brito Cavalcanti e da Coordenadora de Atenção Básica Maria Joseane de Morais Coutinho; Aniele Moura de Oliveira Cavalcanti (Coordenadora de Vigilância em Saúde); aos agentes de endemias Luiz Brito da Silva (Coordenador de Campo); Amauri Jerônimo Tavares (Técnico de Laboratório) e Leonardo de Andrade Oliveira. À Josilene dos Santos , Geane Souza , Deise Souza , Ana Lúcia , Linete , Miriam Penha , Rober Kennedy Dornelas , Tiago Filho , a todos, enfim, que estiveram a nosso lado e que de maneira simples, contribuíram para a construção desse trabalho.
A esquistossomose é uma doença crônica, conhecida por várias denominações, tais como doença dos caramujos, barriga d’água, doença de Manson Pirajá da Silva entre outros. Possui como agente etiológico um platelminto parasita da espécie Shistosoma mansoni , cujo ciclo biológico é complexo, uma vez que é formado por duas fases parasitárias: uma no hospedeiro definitivo, o homem, e a outra no hospedeiro intermediário, o caramujo. O presente trabalho visou contribuir numa análise crítica dos casos de esquistossomose na cidade de Vicência, nos últimos cinco anos. Os resultados foram obtidos através de levantamento de dados oficiais sobre a ocorrência de casos na Secretaria de saúde de Vicência, junto ao departamento de endemias, bem como a partir de observações em loco, com auxílio de entrevista com moradores do Engenho Imbu, uma das áreas endêmicas desta cidade, e registro fotográfico. Este estudo evidenciou que, durante o período analisado, em 2009 houve uma prevalência de pessoas positivas de 4,56% da população; 27,81% em 2010; 27,78% em 2011; 11,02% em 2012 e 8,42% em 2013, observando-se que este percentual de prevalência varia de acordo com a quantidade de áreas trabalhadas naquele ano. De acordo com a pesquisa de campo realizada no Engenho Imbu, uma das áreas endêmicas do município de Vicência, ficou evidente que 90% conhecem, ou seja, ouviram falar da esquistossomose; porém, 70% dos entrevistados não sabem como se adquire a doença, evidenciando que o desconhecimento pode ser um dos fatores relacionados à alta incidência da esquistossomose no município. Detectou-se, também, que 90% dos entrevistados utiliza água de rios, riachos e cacimbas para uso diário, sendo este outro fator de risco de contaminação pela doença. Os dados demonstram que 60% da população não possui sanitários em suas residências, revelando-se este como outro importante fator de risco de contaminação pela esquistossomose. Palavras-Chave: Esquistossomose. Endemia. Saneamento básico. Saúde Pública.
Schistosomiasis is a chronic disease, known by various names, such as disease of the snails, water belly, Manson Pirajá da Silva and other disease. Have one etiological agent flatworm parasite species Shistosoma mansoni, whose life cycle is complex, since it is formed by two parasitic phases: one in the definitive host, man, and the other in the intermediate host, the snail. This study intends to contribute a critical analysis of cases of schistosomiasis in the city of Vicência, in the last five years. The results were obtained through a survey of official data on the occurrence of cases in the Department of Health of Vicência, with the endemic department as well as from observations in situ, using interviews with residents of Ingenio Imbu, one of the areas endemic to the city and photographic record. This study showed that, during the analysis period, in 2009 there was a prevalence of positive people from 4.56 % of the population; 27.81 % in 2010; 27.78 % in 2011; 11.02% in 2012 and 8.42 % in 2013, noting that this percentage prevalence varies according to the amount of areas worked that year. According to field research in Imbu Mill, one of the endemic areas of the city of Vicência, it was evident that 90 % know, or have heard of schistosomiasis; however, 70 % of respondents did not know how to acquire the disease, showing that ignorance can be one of the factors related to the high incidence of schistosomiasis in the municipality. It was found also that 90 % of respondents use water from rivers, streams and ponds for daily use, which is another risk factor for contamination by disease. The data show that 60 % of the population has no toilets in their homes, if revealing this as another important risk factor for infection by schistosomiasis. Keywords: Schistosomiasis, Endemic, Basic Sanitation, Public Health.
Figura 22. Coleta do molusco B. straminea Bica do Imbu. Fonte: CAJUEIRO, A. P. S. Março 2014....... 52 Figura 23. Coleta do molusco B. straminea – Quebra pescoço – Engenho imbu. Fonte: CAJUEIRO, A. P. S. Março 2014....................................................................................................................................... 52 Figura 24. Coleta do molusco B. straminea em cacimba –Local Quebra Pescoço. Fonte: CAJUEIRO, A. P. S. Março 2014................................................................................................................................... 53 Figura 25. Cacimba – Engenho imbu Quebra-Pescoço. Fonte: CAJUEIRO, A. P. S. Março 2014............ 53 Figura 26. Local para lavagem de roupas – No quebra pescoço Engenho imbu. Fonte: CAJUEIRO, A. P. S. Março 2014....................................................................................................................................... 54 Figura 27. Residência – No quebra pescoço. Fonte: CAJUEIRO, A. P. S. Março 2014............................ 54 Figura 28. Sede do Engenho Imbu. Fonte: CAJUEIRO, A. P. S. Março 2014.......................................... 55 Figura 29. Canal de esgoto trecho que corta bairro de Nova Vicência – Cidade Vicência. Fonte: FILHO, T. A. S. Abril 2014.................................................................................................................................. 55 Figura 30. Foto panorâmica do bairro Nova Vicência. Fonte: FILHO, T. A. S. Abril 2014....................... 55 Figura 31. Rio Siriji em trecho que corta o bairro de Nova Vicência. Fonte: CAJUEIRO, A. P. S. Março 2014 ...................................................................................................................................................... 56
Quadro 1. Registro Cronológico das principais descobertas e contribuições sobre a esquistossomose. Fonte: Elaborado com base em PARAENSE (2008)............................................................................... 22 Quadro 2. Número de casos graves de esquistossomose detectados no Brasil, nos anos de 2009 a
3.1. Objetivos gerais 17 3.2. Objetivos Específicos 17
4. METODOLOGIA 18 4.1. Descrição da cidade de Vicência 18 4.2. Procedimentos 20 5. REVISÃO DE LITERATURA 21 5.1Esquistossomose 21 Histórico 21 Patologia e Epidemiologia 23 Esquistossomose e parasitos intestinais no mundo 26 5.2. Esquistossomose no Brasil 27 Analise de Esquistossomose no Brasil 27 Análise da Esquistossomose em Pernambuco 30 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 32 6.1. Casos Oficiais de Esquistossomose no Município de Vicência 32 6.2. Casos Oficiais de Esquistossomose no Engenho IMBÚ, comunidade com grande prevalência de esquistossomose no Município de Vicência 33 6.3. Condições de saneamento básico (água e esgoto) disponíveis à população do município de Vicência, a partir de dados oficiais do IBGE (Censo 2010) 34 6.4. Levantamento in situ das condições saneamento básico e do nível de conhecimento da população do engenho IMBÚ, comunidade com grande prevalência de esquistossomose no Município de Vicência. 35 6.5. Pesquisa “ in situ ” do hospedeiro intermediário da esquistossomose mansônica, o molusco Biomphalaria straminea, no Engenho IMBÚ, Município de Vicência. 39
15 pública, provocando no período de 1990 a 2010 um número expressivo de formas graves, com média de 1.567 internações e 527 óbitos. (BRASIL, 2011b; 2011e apud Ministério da Saúde, 2012, pág.22). Em Pernambuco, o quadro não é diferente, pois, segundo O Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), o estado conta com 93 cidades endêmicas. O Programa de Controle da Esquistossomose foi criado pelo Governo Federal e faz com que cada estado atue junto com os municípios no diagnóstico e controle da doença. Essa doença parasitária prevalece em condições de pobreza e contribui para manutenção do quadro da desigualdade, já que atinge indivíduos em idade produtiva. Sendo um problema de saúde pública no Brasil, pode-se afirmar que o investimento em saneamento é pouco, levando a população brasileira ater sempre um grupo de risco. Além disso, percebe-se que é deficiente ou não existe um programa contínuo e educativo, o que dificulta a implementação dos programas de controle desta parasitose. A Constituição Federal, no seu artigo 22, inciso IV, trata do gerenciamento dos recursos hídricos, ou seja, o estado e os municípios devem prover a população de água potável, viabilizando, desta forma, saúde para todos. Trata, ainda, da proteção ambiental e do controle da poluição. Fazendo um paralelo entre esses textos, percebe-se, a partir da forma que vem se alastrando a doença, que não há saneamento adequado para toda população, uma vez que se transmite, exclusivamente, por veiculação hídrica, através de águas contaminadas por dejetos fecais.
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2. JUSTIFICATIVA O interesse pelo tema da presente pesquisa surgiu do fato de a esquistossomose ser considerada endêmica na Mesorregião da Mata do Estado de Pernambuco, incluindo o município de Vicência. Uma vez que este município é banhado por diversos corpos d’água, faz-se necessário uma análise da situação da incidência da esquistossomose e análise dos fatores de risco em regiões de maior frequência, incluindo o possível desconhecimento da população acerca da doença.
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4. METODOLOGIA 4.1 Descrição da cidade de Vicência Apresenta uma população de 30.732 habitantes (IBGE-2010) e está localizada na Mesorregião da Mata do estado de Pernambuco, a 87 Km da Capital Recife. Possui quatro povoados (Trigueiros, Turiaçu, Angélicas e Borracha), um segundo distrito, Murupé, e duas usinas, Laranjeiras e Barra (esta última desativada) (IBGE-2010).Há, também, vários engenhos, sítios e assentamentos, evidenciando que as áreas rurais são bem evidentes nesta cidade. A Figura 1 mostra a localização do município de Vicência. As principais atividades desenvolvidas no município são a monocultura da cana-de-açúcar ( Saccharum oficcinarun ) e da banana ( Musa paradisiaca ). Vicência é cortada pelo rio Siriji, de importância relevante para região, o qual nasce em terras elevadas no engenho Patos, no município de São Vicente Férrer, com foz no município de Condado, unindo-se ao rio Capibaribe-Mirim e, posteriormente, ao rio Tracunhaém, todos integrantes da Bacia do rio Goiana (VASCONCELOS, 2005). Figura 1. Localização do município de Vicência. Fonte: https://maps.google.com.br, acessado em Março de 2014.
19 Segundo Vasconcelos (2005), “o processo de degradação de recursos hídricos tem consequências diversas, como doenças de veiculação hídrica”, sendo que este autor também cita que “o rio Siriji encontra-se bastante poluído, sendo foco de verminoses, principalmente a esquistossomose, sendo um problema evidente a falta de saneamento básico, que contribui para proliferação de doenças à população, principalmente a ribeirinha”. O município de Vicência, por ser uma das cidades da Mesorregião da Mata consideradas endêmicas para esquistossomose, é acompanhada pala II Geres de Limoeiro, a qual atua com o Projeto SANAR, da Secretaria Estadual de Saúde(SES) do Estado de Pernambuco. A Secretaria Municipal de Saúde de Vicência, a partir dos agentes de endemias, atuação dos PSFs (Programas de Saúde da Família) na comunidade e dos agentes comunitários, realiza ações voltadas ao combate da doença. Figura 2. Rio Siriji em trecho que corta a Cidade de Vicência, próximo ao bairro de Nova Vicência. Fonte: CAJUEIRO, A. P. S.