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Causas de atrasos em obras comerciais: superestimulação e fornecedores atrasados, Notas de estudo de Microsoft Excel

Um estudo de caso sobre as principais causas de atrasos em obras comerciais e corporativas, baseado em um monitoramento de cinco obras realizado em curitiba, paraná, entre abril e junho de 2019. As principais causas identificadas foram a superestimulação da produção da equipe (21%) e atrasos de fornecedores (16%). O documento também discute as consequências desses atrasos e como eles podem ser minimizados. As informações apresentadas são mostradas em forma de diagramas de barras e permitem um bom controle da execução das obras.

O que você vai aprender

  • Como as mudanças de projeto afetam o planejamento semanal de obras corporativas?
  • Quais foram as principais causas de atrasos nas obras comerciais e corporativas identificadas no estudo?
  • Quais foram as consequências dos atrasos de fornecedores nas obras estudadas?
  • Como a superestimulação da produção da equipe afeta o planejamento semanal de obras?
  • Quais são as medidas que podem ser tomadas para minimizar os atrasos em obras comerciais e corporativas?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE OBRAS
FELIPE BORTOLON GRASSI DE CARLI
ANÁLISE DA EFETIVIDADE DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA
GERENCIAL LAST PLANNER EM OBRAS DE CURTA DURAÇÃO
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO
CURITIBA
2019
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Baixe Causas de atrasos em obras comerciais: superestimulação e fornecedores atrasados e outras Notas de estudo em PDF para Microsoft Excel, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE OBRAS

FELIPE BORTOLON GRASSI DE CARLI

ANÁLISE DA EFETIVIDADE DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA

GERENCIAL LAST PLANNER EM OBRAS DE CURTA DURAÇÃO

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA

FELIPE BORTOLON GRASSI DE CARLI

ANÁLISE DA EFETIVIDADE DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA

GERENCIAL LAST PLANNER EM OBRAS DE CURTA DURAÇÃO

Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista no Curso de Pós- Graduação em Gerenciamento de Obras, Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR Orientador: Prof. Dr. Cezar Augusto Romano Curitiba 2019

RESUMO

A fim de atender a grande demanda de serviços, o setor da construção civil tem buscado alternativas que aprimorem e facilitem o processo de planejamento e controle (PPC) de produção. Uma ferramenta de gestão que tem sido muito utilizada é o Sistema Last Planner. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo geral analisar a efetividade da aplicação do Sistema Last Planner em obras de curta duração. O método de análise adotado foi o estudo de caso, onde foi aplicada a ferramenta de gestão em cinco obras de curto prazo na cidade de Curitiba – PR, durante os meses de abril a junho de 2019. Para a aplicação do Sistema Last Planner foi inicialmente elaborado um cronograma macro, para em seguida iniciar o cronograma semanal com acompanhamento diário das metas estabelecidas e ao final das obras foi verificado os problemas ocorridos através de uma planilha desenvolvida no Software Microsoft Excel. Após o monitoramento das semanas foi possível identificar as principais causas do não cumprimento das metas estabelecidas nos cronogramas semanais. nas obras comerciais o não cumprimente das metas semanais foi devido em maior parte a superestimativa da produção da equipe ao longo da semana, o que ocorreu em 21% dos casos, a segunda causa com maior ocorrência foi o atraso de fornecedores, que correspondeu a 16%. Na obra corporativa, a principal causa do baixo nível do PPC foi devido à inúmeras mudanças de projeto que ocorreram durante a obra, que representou 33% das causas, que levou a problemas com retrabalhos e erros de execução (18%). Os bancos de dados obtidos na conclusão da obra, gerou uma melhor visibilidade dos problemas e servirão como auxílio para o planejamento e tomada de decisões de futuras obras e irá melhorar a eficiência nos processos envolvidos na construção de modo geral. Palavras Chaves: Planejamento, Last Planner, Controle, Construção .

ABSTRACT

In order to meet the demand for services, the construction industry has been looking for alternatives that could improve and facilitate the production planning and control (PPC) process. A management tool that has been used a lot is the Last Planner System. Thusly, the present study had as general objective to analyze the effectiveness of the application of the Last Planner System in short duration construction works. This work used the case study method, applying the management tool in five short term construction works in the city of Curitiba - PR, during the months of April to June 2019. For the application of the Last Planner System there was initially elaborated a macro schedule, then a weekly schedule with daily follow up of established goals, and problem monitoring using a spreadsheet develop using the software Microsoft Excel. After weeks of follow up, it was possible to identify the main causes of non-compliance with the targets established by the weekly schedules. In commercial building works, non-compliance with the weekly targets occurred mainly because of an overestimation of the team's production over the course of the week, which occurred in 21% of the cases, the second cause with the highest occurrence was the delay of suppliers, which corresponded to 16%. In the corporative building work, the main cause of the low PPC level were the numerous project changes that occurred during the work, representing 33%, which led to problems with reworking and execution errors (18%). The databases gathered by the conclusion of the work have allowed better insight of the problems and will be used as an aid on planning and decision making for future works, improving the efficiency of the processes involved in construction. Keywords: Planning, Last Planner, Control, Construction.

LISTA DE SIGLAS

CPM - Critical Path Method (Método do Caminho Crítico) PERT - Program Evaluation and Review Technique (Programa de Avaliação e Análise Técnica) PPC - Planejamento e Controle da Produção LISTA DE QUADROS Quadro 01 – Relação das obras.................................................................................................

SUMÁRIO

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  1. INTRODUÇÃO O desempenho profissional do engenheiro civil no setor da construção civil requer condições de acompanhar o avanço tecnológico, principalmente no contexto ambiental do planeta. A dificuldades técnicas e administrativas são desafios a serem vencidos diariamente. A grande demanda de serviços, juntamente com o crescimento da concorrência, torna necessário um gerenciamento especializado dos processos relacionados a construção civil e mão-de-obra qualificada, sendo de suma importância um planejamento adequado para a execução dos serviços, resultando em maior qualidade e produtividade. O planejamento tem como finalidade principal antecipar as situações previsíveis, predeterminando possíveis acontecimentos e, pode variar de gestão, conforme as necessidades de cada entidade. Os elevados níveis de perdas de materiais, bem como a baixa qualidade dos produtos, podem estar relacionados à falta de planejamento de uma obra. Afim de melhorar os processos relacionados à construção civil, e reduzir os índices de desperdícios, busca-se ferramentas que facilitem esse processo, que ofereçam maior desempenho na qualidade, custo e produtividade da obra. Ao longo do tempo diversas inovações tecnológicas foram introduzidas na área da construção e diversas melhorias vem ocorrendo. Como por exemplo, a industrialização nos canteiros de obra, o uso do computador como ferramenta essencial de trabalho, a implantação de sistemas de gestão da qualidade total, e o uso de ferramentas e metodologias no planejamento e controle da produção. Diante dessa realidade o Sistema Last Planner foi desenvolvido para facilitar e agilizar a realização e preparação de um planejamento, com o objetivo principal de estabelecer diretrizes para adaptar o planejamento e a correlação dos planos de longo, médio e curto prazos, bem como agregar qualidade e eficiência nos serviços e produtos. Para atender a necessidade de um processo bem estruturado de Planejamento e Controle da Produção (PCP), essa ferramenta se apresenta como uma das mais apropriadas, buscando proteger o sistema e o padrão da produção no campo da construção civil. Neste contexto, esta buscou analisar a implantação de um modelo para gerenciamento e controle da produção em projetos de edificações, minimizando as possíveis dificuldades, e aplicando soluções práticas que viabilizem o uso desta ferramenta de planejamento e controle Sistema Last Planner com os métodos de Gestão de Projetos.

10 1.2. OBJETIVO GERAL Analisar por meio de um estudo de caso a efetividade da aplicação da ferramenta gerencial Last Planner em obras de curta duração. 1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Os objetivos da pesquisa contemplam: a) Elaborar um relatório com as principais causas para o descumprimento dos planos semanais; b) Permitir que o gerente de obras tenha um melhor controle dos prazos em empreendimentos.

12 Silva (2011) salienta que, para um empreendimento alcançar o resultado esperado, com êxito, faz-se necessário a elaboração de um bom projeto, bom planejamento e gerenciamento, bem como o máximo comprometimento das partes envolvidas. Os problemas que acontecem nos processos de controle na construção civil, possuem causas baseadas na utilização da teoria clássica de administração e empreendimento. Baseando-a em uma série de distinções que caracterizam o tipo de empreendimento e depois implementam suas técnicas e procedimentos de planejamento (BALLARD, 2000). Diante dessa realidade, é importante implementar sistemas de gestão de produção que possibilitem uma melhoria nos resultados desejados nas obras da construção civil, e que principalmente atenda as expectativas dos clientes com o menor tempo e custo. Dentre as possíveis alternativas, destaca-se a proposta do Sistema Last Planner (BALLARD, 2000).

2.2. CONCEITOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE...................................

Um projeto de qualidade é caracterizado por sua conclusão em conformidade com as determinações que foram estabelecidas no início do projeto, como produzir o que foi estipulado, e também atender as necessidades dos clientes. O gerenciamento de qualidade é constituído pelos métodos: planejamento, controle e garantia da qualidade (PMI, 2000). O planejamento e controle de obras são conceituados como um conjunto de técnicas e ferramentas que, quando usadas adequadamente por uma determinada organização, influenciam positivamente a eficiência da sua produção, cumprindo um papel importante na gestão dos empreendimentos. Desta forma, sua implantação deve ser realizada variando de gestão, e adequando-a às necessidades de cada organização (SILVA, 2011). Ackoff (1976), define planejamento como algo que se faz antes de tomar uma decisão, decidindo o que fazer e como fazer. O planejamento se faz necessário quando a execução desejada demanda de várias decisões correlativas, podendo-se aumentar as probabilidades de um resultado favorável (ACKOFF, 1976 apud RODRIGUEZ, 2018). Controle é definido com o ato de monitorar o processo de execução dos serviços, analisando as possíveis variações, comparando-as com o planejado, e realizando, se necessário, as correções para esses eventuais desvios (MOURA, 2008). Para Bernardes (2001), os métodos utilizados no planejamento deveriam anteceder a tomada de decisão referente aos prazos e recursos. Entretanto, dá-se maior importância aos custos e prazos o que à aplicação dos recursos, deixando de lado os quesitos de segurança e qualidade do trabalho.

13 Um bom planejamento deve ser aplicado com conhecimentos, habilidades, técnicas e ferramentas, recomendados pelo mesmo. Com isso, tende a aplicar os princípios de gerenciamento de projetos de forma padronizada, buscando atender seus requisitos da melhor maneira (PMI, 2000). Gehbauer (2002) salienta que para um bom planejamento de uma obra é necessário ordenar as atividades a serem realizadas pelas equipes de trabalho, de acordo com a sequência determinada e dentro do tempo previsto para elas. Estas atividades podem ser planejadas segundo três métodos principais: Produção em sequência – onde realiza as etapas uma após a outra, os prazos obrigatórios são estabelecidos por fatores técnicos; Produção simultânea – usando diversas equipes de trabalho ao mesmo tempo, em uma mesma etapa de produção, ou etapas paralelas; Produção em linha / trabalho cadenciado – onde ocorrem interrupções obrigatórias, porém de forma organizada, uma após a outra. A fim de propor métodos construtivos que possibilitem redução de recursos e tempo de execução a Lean Construction (Construção Enxuta) busca alternativas que ofereçam ganhos, quando utilizado procedimentos construtivos com processos industrializados (CHIBINSKI, 2012). No Lean Constrution, o planejamento surge como uma ferramenta de implantação e define que o mesmo deve apresentar quatro requisitos: o que fazer (atividades), como realizar (métodos), quem irá executar (recursos) e quando realizar (cronograma) (MOURA, 2008).

2.2.1. DIMENSÕES DO PLANEJAMENTO...............................................................

O método de planejamento e controle da produção (PCP), divide-se em duas categorias: dimensão horizontal e dimensão vertical (SCHNEIDER, 2012). De modo geral, o planejamento se encerra somente ao final da obra, uma vez que até a última tarefa deve ser planejada. . 2.2.1.1 DIMENSÃO HORIZONTAL A dimensão horizontal especifica as etapas nas quais o processo de planejamento será realizado. A Figura 02 mostra as cinco etapas da dimensão horizontal. Na primeira etapa são tomadas as decisões relativas ao nível de detalhes utilizados, ao grau de controle a ser exigido, e à frequência de replanejamento. Na segunda etapa, é feita a coleta de informações que serão necessárias para a execução do planejamento. A terceira

15 das tarefas, com isso, deve apresentar um detalhamento maior que o nível tático (FILHO; RIBEIRO, 2009).

2.3. FERRAMENTAS DE GESTÃO...........................................................................

O sucesso da gestão e planejamento de uma obra está relacionado a diversos fatores como: qualidade nos produtos, tempo de serviço e custos reduzidos, desempenho adequado, com competência. Diante disso, as entidades precisam inovar seus serviços e produtos, buscando um equilíbrio entre as demandas necessárias e boa relação com o cliente (SILVA, 2011; PMI, 2000). Na construção civil, as ferramentas mais utilizadas para o planejamento a longo prazo, são o método do Caminho Crítico (Critical Path Method - CPM), o Gráfico de Gantt, chamados de Complexos Diagramas de Rede. São modelos matemáticos que oferecem maior controle sobre os projetos, e teve grande disseminação entre dirigentes que procuravam ferramentas e estratégias que facilitassem o desenvolvimento de projetos em um mercado com grande concorrência (SILVA, 2011). Durante a elaboração do cronograma, é importante trabalhar com o maior número possível de dados. Os softwares de gerenciamento tornam o processo de planejamento e controle mais coerente, ágil e fácil. Como exemplo desses softwares pode-se citar o GanttProject, PowerProject e o MS Project. As atividades neles apresentadas são exibidas em forma de diagrama de barras, e permitem visualizar o cronograma em momentos diversos durante o desenvolvimento da obra, sendo uma ótima ferramenta no controle da execução da obra (FILHO; RIBEIRO, 2009). O MS Project, aplicativo da Microsoft, caracteriza-se como uma excelente ferramenta de planejamento e controle. Trabalha com datas, vínculos, tarefas e recursos, a serem destinados para uma perfeita execução do empreendimento. Ele permite acompanhar o planejamento na fase atual do empreendimento, identificando as divergências a serem possivelmente solucionadas. Essa ferramenta utiliza os princípios do PERT/CPM (FILHO, 2004). Os detalhamentos do CPM são entregues aos proprietários ou responsáveis compostos pela duração do projeto, possíveis impactos das instalações adjacentes, e mapa de fluxo da equipe (RODRIGUEZ, 2018). Ao longo da execução dos serviços, as atividades planejadas podem sofrer modificações, por motivos que fogem do controle da empresa responsável, visto que diversas

16 entidades são envolvidas nesse processo. Por essa razão, o planejamento de um empreendimento exige um elevado nível de detalhes, uma vez que a realização das alterações nas redes PERT/CPM consomem muito tempo e consideram que a mudança e interferência dificilmente aconteçam (BERNARDES, 2010).

2.4. CRONOGRAMA...................................................................................................

Um dos elementos mais importantes para o planejamento de um projeto é o seu tempo de duração. Cada atividade possui um tempo de duração determinado conforme o tipo de obra e quantidade de serviço, bem como os tipos e quantidades de materiais e equipamentos que serão utilizados na execução, somando os tempos de duração de cada atividade, resulta-se no tempo total de duração da obra (FILHO; RIBEIRO, 2009). Para Silva (2011), o cronograma deve ter, um caminho crítico, conceituado como conjunto de tarefas sem folgas. No diagrama de rede, o caminho crítico tem como característica principal ser o caminho mais longo de toda rede, levando em consideração a duração das atividades que o compõem. Uma ferramenta utilizada com frequência pelas empresas é o cronograma de Gantt, pois é visualmente atrativa, apresenta uma leitura fácil e configuração simples com relação à evolução das atividades no passar do tempo, sendo possível extrair informações com facilidade (MATTOS, 2010). Filho e Ribeiro (2009) salientam que os cronogramas de rede, como a rede PERT/CPM se constituem na divisão do projeto em atividades interligadas. São apresentadas a partir de uma rede com “setas” que mostram as atividades de um projeto. Alguns exemplos de rede PERT/CPM são: CPM, formado por uma rede com setas que representam suas atividades; PERT - Program Evaluation and Review Technique (Programa de Avaliação e Análise Técnica), uma rede com setas que representam as atividades e os eventos possíveis na obra; e o Diagrama de precedência, também conhecido como Diagrama de Blocos que consiste basicamente de blocos representativos das atividades ligados por setas que indicam as dependências entre elas (FILHO; RIBEIRO, 2009). A ação de planejamento deve ser aplicada durante toda a evolução do projeto, não apenas no início, afim de corrigir possíveis situações que venham resultar em atraso na obra. Sendo assim, um bom cronograma junto com um bom planejamento, estabelecem ações preventivas e/ou corretivas, que facilitam o andamento da obra quando deparada com situações indesejáveis (SILVA, 2011).

18 Na construção enxuta as equipes de trabalho adotam um comportamento mais simplificado aos processos e técnicas para a entrega do projeto ao proprietário. Quanto aos empreiteiros esse tipo de construção é de grande importância, pois sai do processo tradicional de planejamento e ganha mais aceitação entre as organizações (SIQUEIRA, 2017). A filosofia do Last Planner, faz o uso de menores quantidades de mão-de-obra e matéria-prima, quando comparada a produção em massa. Além de resultar em menos defeitos e maior produção e variedade de produtos. A concepção enxuta, é uma alternativa para os desperdícios, pois é uma maneira de produzir mais, com cada vez menos equipamentos, tempo, espaço e esforço humano (PFAFFENZELLER, 2015).

2.5.1 ESTRUTURAÇÃO DO LAST PLANNER......................................................

O Sistema Last Planner divide-se em duas categorias principais: o controle da unidade de produção e o controle do fluxo de trabalho. O controle da unidade de produção tem como finalidade elaborar melhores planos, através de ações corretivas e da análise contínua. Geralmente essas finalidades são cumpridas durante a execução do Planejamento de curto prazo. Já o controle do fluxo de trabalho tem como função gerar um fluxo de trabalho através das unidades de produção, seguindo a melhor sequência e o melhor custo possível. Essas funções são executadas durante o Planejamento de médio prazo (BALLARD, 2000). A técnica do Last Planner presume a hierarquização do planejamento dos três níveis já citados, recomendando que o Planejamento de Curto Prazo determina os pacotes de trabalho levando em consideração as ações a serem realizadas e o Planejamento de Médio Prazo dispõe os fluxos de trabalho de acordo com as restrições e os recursos disponíveis para a execução das atividades (MOURA, 2008).

2.5.1.1 Planejamento de Longo Prazo........... ...............................................................

Também conhecido como Plano Mestre, é definido como o planejamento que se refere toda a etapa de construção, registrando as datas e restrições referentes às atividades principais, as quais servem de parâmetro para a elaboração do orçamento do empreendimento. Devido à falta de informações relacionadas as durações e entregas, esse planejamento possui um baixo grau de detalhamento, porém ele deve servir de orientação para atividades de longo prazo, como a projeção de gastos e desembolsos (MOURA, 2008).

19 Segundo Bernardes (2010), o planejamento de longo prazo deve ser empregado para facilitar a identificação dos principais objetivos da obra, ainda nesta fase deve ser definido os processos de produção, bem como a entrega de recursos, incluindo a contratação de mão-de- obra, aluguel ou compra de equipamentos e materiais. Depois da elaboração deste plano mestre, é possível gerar os cronogramas e orçamentos da obra, no qual define-se as datas importantes, como início e conclusão da obra, bem como a entrega do empreendimento (MOURA, 2008).

2.5.1.2 Planejamento de Médio Prazo...........................................................................

O Planejamento de Médio Prazo, também chamado de Planejamento Lookahead, adapta as etapas do Plano Mestre, e tem como finalidade principal formar e controlar o fluxo de trabalho, identificando e removendo as possíveis restrições na execução das atividades, também gera uma confiabilidade para a próxima etapa, o Planejamento de Comprometimento (BALLARD, 2000). Segundo Bernardes (2015), este planejamento serve como ligação para os demais, planejamento de curto e longo prazo. A equipe de coordenação do empreendimento, contando com um maior número de informações, define as ações necessárias para a execução das tarefas, e também reprograma aquelas que, de alguma maneira, não puderam ser realizadas no devido momento (MOURA, 2008). Para Coelho (2003), o planejamento Lookahaed, é a etapa de ajustes de tempo definidos em longo prazo, partindo dos detalhamentos das tarefas provenientes do planejamento mestre, ou pelo feedback de dados coletados na produção. O Planejamento de médio prazo foi introduzido no sistema, após a verificação dos mecanismos de proteção da produção em curto prazo, que eram insuficientes para que as equipes alcançassem uma eficiência significativa (MOURA, 2008). Desta maneira, este planejamento serve como uma barreira de proteção, impedindo e controlando a liberação de atividades que não completem os parâmetros de qualidade, e removendo as restrições de cada etapa, após análise (BALLARD; HOWELL, 1996). Além disso, o processo de remoção das restrições, serve para evitar movimentações ou atividades desnecessárias, que não agregam valor ao processo de produção (BERNARDES, 2003). É importante observar que o âmbito do planejamento de médio prazo é variável, dependendo da duração e complexidade da obra, e que o horizonte de planejamento é sempre maior que o ciclo de controle (MOURA, 2008).