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O documento aborda os diferentes aspectos da criação de suínos com base em princípios agroecológicos. Ele destaca a importância de um diálogo entre os conhecimentos científicos e os conhecimentos tradicionais e culturais das famílias agricultoras e comunidades, visando o bem-estar dos animais, o respeito ao meio ambiente, a eliminação do uso de agrotóxicos e a integração da criação com as outras atividades desenvolvidas nas propriedades. O documento também discute os sistemas de criação intensivos, que podem ser prejudiciais ao meio ambiente, e apresenta os sistemas alternativos de criação, como o siscal, que se mostram como uma escolha com maior custo-benefício para produtores familiares e melhoram o bem-estar dos animais. Além disso, o documento aborda temas como manejo reprodutivo, manejo de leitões, manejo sanitário e manejo de dejetos, fornecendo informações detalhadas sobre cada um desses aspectos da criação de suínos em sistemas agroecológicos.
Tipologia: Esquemas
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Autoria:
Sarah de Almeida Toscano - bolsista Lorraine Rossi Signorelli Machado Dornelas - orientadora Laércio dos Anjos Benjamin - coorientador Ana Clara Jalles Bordoni Calderaro - colaboradora Camila Lopes de Castro - colaboradora Gisele Cristina Pereira Lopes - colaboradora Samuel Henrique Silva - colaborador
APRESENTAÇÃO
Olá! Nós somos o Grupo Animais para Agroecologia, grupo formado por estudantes, professores e técnicos da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Atuamos em municípios da Zona da Mata de Minas Gerais desde 2006, sempre em parceria com agricultoras/es familiares e organizações sindicais, além do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA/ZM). Nosso trabalho aborda os diferentes aspectos da criação animal com base em princípios agroecológicos e sempre procuramos um diálogo entre os conhecimentos científicos e os conhecimentos tradicionais e culturais das famílias agricultoras e comunidades, levando em conta o bem- estar dos animais, o respeito ao meio ambiente, a eliminação do uso de agrotóxicos e a integração da criação com as outras atividades desenvolvidas nas propriedades, procurando estimular uma maior autonomia da família agricultora. Durante esses anos de atuação, conseguimos dialogar e construir de forma coletiva conhecimentos sobre vários temas importantes para a criação de galinhas caipiras, bovinos, suínos e peixes. Nesse material que disponibilizamos a vocês, vamos conversar especificamente sobre criação de suínos em um sistema agroecológico. Esperamos que as informações possam ser úteis a vocês!!
Com carinho, Grupo Animais para Agroecologia
O que é a galinha caipira e qual a importância da sua criação?
O suíno tem origem associada ao javali e a sua domesticação é datada em cerca de 9000 a.C. Os suínos chegaram nas Américas pela colonização portuguesa em 1532, mas só no século 19, com a chegada de imigrantes que já sabiam como criar os animais, que se desenvolveu como atividade econômica. Após a metade do século 20, começaram a trazer a raças estrangeiras e modificar os genes com intuito de aumentar a produtividade e a visibilidade no comércio internacional. A grande dificuldade de competir com esse modelo intensivo de criação influenciou no aumento da saída do homem do campo para a cidade e o processo de concentração de terras. Além disso, o animal se tornou mais suscetível a doenças, com mais problemas de ausência de bem-estar. Ademais, os sistemas de criação intensivo são prejudiciais ao meio ambiente, pois podem levar a contaminação do solo, da água, do ar, afetando diretamente na permanência dos ecossistemas.
suinocultura?
A agroecologia consiste em um conjunto de práticas sustentáveis que devem ser favoráveis ao meio ambiente, culturalmente sensíveis, economicamente viáveis e socialmente justas, devendo buscar manter um equilíbrio ecológico entre o ser humano, o animal e o meio ambiente.
A criação agroecológica é uma ótima alternativa para agricultores familiares e coloca o animal como sujeito do processo, e não como objeto. Com esse tipo de criação, o produtor ganha mais autonomia necessitando de menos insumos externos, obtém maior reciclagem de nutrientes, fortalece a soberania e a segurança alimentar, mais qualidade ao produto final e proporciona um maior bem-estar aos animais.
Segurança alimentar consiste na realização do direito do acesso a um alimento de qualidade, em quantidade suficiente, sem que haja comprometimento de outras necessidades para suprir essa.
Soberania alimentar garante que os agricultores produzam o alimento da sua maneira, com sua respectiva cultura e tradição, sem que haja influência de poderes externos.
A alimentação reflete diretamente em um bom desempenho produtivo, bem-estar animal e nas características da carcaça. Além disso, é um ponto crítico quando se trata da eficiência da própria criação por ser responsável por cerca de 70 a 80% de todo o custo da produção.
Considerando que a base da ração convencional é constituída de milho e farelo de soja, a alimentação alternativa é uma ótima opção ao agricultor tanto pelo ponto de vista econômico por diminuir o grande gasto com a alimentação, quanto pela maior utilização dos recursos produzidos na propriedade, o que aumenta a autonomia dos agricultoras/es e reduz a necessidade de buscar insumos fora da propriedade. É importante que a exigência nutricional do animal seja respeitada.
Os suínos são animais onívoros, ou seja, se alimentam tanto de matéria animal quanto vegetal e, por isso, apresentam uma grande diversidade de alimentos em sua dieta natural.
É importante que o pasto para o animal seja resistente ao pisoteio e que tenha bom valor nutritivo. Podem ser fornecidos aos animais na forma de pastagem, silagem, feno ou cortadas e colocadas no cocho. Algumas das espécies de plantas que podem ser utilizadas são: capim quicuio, capim elefante e leguminosas como alfafa.
As forragens não devem ser ofertadas em grande quantidade a leitões muitos jovens e porcas em lactação porque não suprem todas as necessidades nutricionais, o que é prejudicial tanto no crescimento quanto na produção de leite.
Manejo alimentar e nutricional
Batata-doce: rica em carboidratos, pobre em proteínas, cálcio e fósforo. As ramas são ricas em amido, açúcares, vitaminas e apresentam uma considerável porcentagem de proteína. Devem ser cozidas antes de serem ofertadas.
Algumas das opções de alimentos que podem ser utilizados são:
Batata inglesa: é um alimento energético, rico em potássio, contém 10% de proteína e deve ser cozida.
Abóbora: é um alimento muito nutritivo, rico em vitamina A, com alto nível de umidade. As sementes são ricas em proteínas e óleos e é recomendável que sejam cozidas ou tostadas antes de serem consumidas.
Manejo alimentar e nutricional
Soro de leite: é um subproduto da fabricação do queijo que é composto por água, lactose, proteínas de alto valor biológico, gordura, ácido láctico, vitaminas A, C e as dos complexo B.
Cenoura: é rica em cálcio, fósforo, betacaroteno e pode ser ofertada de 1,5 a 2 kg por animal por dia.
Mandioca: é um alimento energético bem aceito pelos suínos, mas não deve exceder mais de 40% na dieta. Pode passar por diferentes processos, como, por exemplo, a fenação, que elimina o excesso de umidade, aumenta concentração de nutrientes e inibe os fatores antinutricionais.
Manejo alimentar e nutricional
Solo: deve ter boa cobertura vegetal, ter boa capacidade de drenagem, boa capacidade de absorção de água e matéria orgânica. O agricultor deve possuir um planejamento de rotação de pastagens para que elas se recuperem e rebrotem, que em média leva cerca de 35 dias.
Cuidado!!! Algumas plantas são tóxicas para suínos, tais como: Mio-mio, vassourinha, alecrim, samambaia-comum, samambaia-açu, fedegoso.
Área para a instalação: deve ser instalado em terrenos com declividade menor que 15%.
8.a. SISCAL
A área para cada animal depende de uma série de fatores como clima, características do solo e disponibilidade de espaço. Para terrenos bem drenados e bem cobertos:
Manejo das instalações
Cercas: os locais sob as cercas devem ser mantidos limpos para que seja possível a visualização dos fios e evite um curto circuito. Para facilitar essa limpeza deve-se colocar os fios nos piquetes de cobertura, pré-gestação e gestação de 35 a 60 cm do solo. Já no de maternidade deve estar a 15, 30 e 60 cm do solo. A creche deve ser cercada com tela metálica de arame galvanizado, malha (4 ou 5) a 10 e 40 cm.
Bebedouros: devem fornecer água à vontade para cada categoria de animal e devem ser enterrados cerca de 35 cm abaixo do nível do solo para evitar aquecimento da água.
Comedouros: devem ser protegidos contra a chuva ou podem ser de madeira, pneu, concreto ou metálico.
Corredores: devem ser suficientemente largos tendo de 4 a 5 metros.
Manejo das instalações
Cabanas: são importantes para ofertar ao animal um maior conforto. Podem ser do tipo chalé, galpão, iglu e outras. Para a cobertura pode ser utilizada chapa galvanizada nº 24 ou 26 e as extremidades feitas com compensado ou tábuas de madeira. A entrada da cabana deve ser posicionada de forma que proteja ao máximo do frio e não deve estar em locais muito úmidos.
a) cabanas de maternidade abrigam uma fêmea e sua respectiva leiteigada (leitões nascidos), com dimensionamento ideal 1,45 x 3 x 1,10 m (comprimento x largura x altura), cobertas com cama.
b) cabanas de gestação devem ter duas seções abertas (em lados contrários) para abrigar mais de uma fêmea, com dimensionamento ideal de 2, x 3,0 x 1,10 m (comprimento x largura x altura), suficiente para abrigar de 6 a 8 fêmeas.
c) cabanas de creche podem ter as mesmas dimensões daquelas de gestação, com capacidade suficiente para 2 a 3 leitegadas.
Manejo das instalações
Exemplo de planta de cabana de maternidade do tipo chalé desenvolvida pela EMBRAPA:
Figura: Cabana de maternidade - Tipo Chalé: a) Base; b) Cabeceira; c) Inclinação de cobertura e proteção aos leitões; d) Terças e cumeeiras; e) Cobertura - Esteira; f) Cobertura - Palhada sob cortina de aviário.
Manejo de instalações