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Esse estudoobjetiva analisar as cores no processo do ensino- aprendizagem de artes visuais na Educação Infantil. Indubitavelmente as cores despertam os ...
Tipologia: Notas de estudo
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Especialização em Ensino de Artes Visuais
Belo Horizonte Escola de Belas Artes da UFMG 2015
Especialização em Ensino de Artes Visuais
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Ensino de Artes Visuais do Programa de Pós-graduação em Artes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ensino de Artes Visuais. Orientador (a):Maria Luiza Dias Viana
Belo Horizonte Escola de Belas Artes da UFMG 2015
Monografia intitulada Cores: Processos e Aprendizados de Artes Visuais, de autoria de Emilene de Cássia Faria Costa, aprovada pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores:
Maria Luiza Dias Viana - Orientadora
Prof. Virgílio Carlo de Menezes Vasconcelos
Prof. Dr. Evandro José Lemos da Cunha Coordenador do CEEAV PPGA – EBA – UFMG
Belo Horizonte, 2013 Av. Antônio Carlos, 6627 – Belo Horizonte, MG – CEP 31270-
Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Belas Artes Programa de Pós-Graduação em Artes Curso de Especialização em Ensino de Artes Visuais
Dedico ao meu esposo Sérgio, com amor, dedicação, admiração e gratidão por sua compreensão, carinho, presença e incansável apoio ao longo desse período.Aos meus filhos que são a razão da minha vida e minha orientadora Maria Luiza Dias Viana pela paciência, apoio e orientação.
ADeus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. A UFMG, seu corpo docente, em especial a minha tutora Maria Aparecida Ribeiro pela paciência e ensinamentos. A minha orientadora, Maria Luiza Dias Viana pelo suporte, pelas correções e incentivos. Aos meus pais, pelo amor e apoio. Ao meu marido Sérgio pelo grande incentivo, amor e paciência. Aos meus filhos Guilherme e Erick pelo amor. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.
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O presente estudo buscou identificar e analisar alguns aspectos referentes à relação e o uso das cores no aprendizado de artes visuais com crianças entre 03 e 04 anos. O trabalho teve como foco alunos do CEMEI - Centro de Educação Municipal do Ensino Infantil Professora Valdira Maria Resende Silva na cidade de Bom Despacho em Minas Gerais. Para o trabalho foinecessário fazer uma revisão bibliográfica sobre o tema, estudos acerca das obras de alguns artistase o registro das experiências em sala de aula através do desenvolvimento de um projeto com cores. A valorização da arte na educação deve enfatizar atividades artísticas com cores, propiciando aos alunos a expressão, a criatividade e imaginação e a compreensão de sua própria identidade. Diante do exposto,deparei-me com as lembranças de minha infância,quando meu interesse eram os livros com imagens coloridas, as brincadeiras com tintas; e atualmente veio a oportunidade de desenvolver este projeto em sala de aula utilizando as cores, onde as crianças puderam deixarfluir suas emoções; a criatividade, a imaginaçãoe ao mesmo tempo possibilitar aprendizadosem artes visuais. Esta monografia é dividida em 3 capítulos.No primeiro, aborda-sea importância das cores e como as intervenções pedagógicas com elas são fundamentais para construção de habilidades por parte das crianças na Educação Infantil; no segundo capítulo são apontados alguns artistas cujas obras têm uma relação direta com as cores e que de alguma maneira relacionam-se com as atividades desenvolvidas na escola e no terceiro capítulo, são apresentados e discutidos os resultados de um trabalho com arte realizado com alunos da Educação Infantil de uma escola pública de Bom Despacho/MG. O objetivo geral do estudo foi analisar a importância da intervenção pedagógica, entendo as cores como uma temática bem próxima das crianças da Educação Infantil.A importância do desenvolvimento deste estudo resulta do fato de que se considera a etapa da Educação Infantil aquela na qual o professor deve estimular as crianças por meio de atividades concretas, sensoriaise simbólicas motivando-as na construção de novosconhecimentos e respeitando a fase cognitiva na qual elas se encontra.Desta maneira, é essencial que os professores conheçam
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sobre a importância do trabalho com as cores ecompreendam como a arte pode contribuir para que as crianças demonstrem melhor suas emoções e sua interpretação de valores, conceitos e muitos outros conteúdos importantes à vida em sociedade.
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Para isto é importante entender como o nosso cérebro é capaz de captar cores e desencadear no organismo diferentes estímulos proporcionando o aprendizado das crianças sobre o universo das cores. De acordo com isso, Luciano Guimarães (2004) ressalta que as cores são processadas de uma forma muito individual para cada pessoa. Cada pessoa tem preferências por determinadas cores e, desta forma, o cérebro de cada uma reage de uma forma na medida em que é estimulado pelas cores dos objetos externos. O que importa afirmar é o fato de que as cores têm influência sobre o cérebro e, por meio desta influência o direciona para a construção de determinadas habilidades e preferências. Para tanto, justifica-se que, no caso das crianças da educação infantil elas sejam utilizadas no aprendizado. A criança ao visualizar as cores, consegue perceber, transmitir erecordar memórias e emoções; isto acontece pelos efeitos psicológicos que as cores tem sobre elas. Segundo Sérgio Brondani “as cores constituem estímulos psicológicos para a sensibilidade humana, influindo no indivíduo, para gostar ou não de algo, para negar ou afirmar, para abster-se ou agir”(2006, p.41).Assim, é na educação infantil como cita Marie Lacy (1996) que, o contato com “tons quentes de rosa, pêssego e damasco proporcionarão às crianças a sensação de segurança que é tão importante para elas. (...) e os tons claros combinados com estas cores quentes criam um ambiente relaxante, calmo. Ainda Lacy (1996, p.45) afirma: “O laranja é benéfico para as crianças tímidas, mas também para as extrovertidas, porque canaliza suas energias para a criatividade. Portanto, a cor influencia no comportamento e bem-estar da criança. Conforme pode ser observado em BRASIL, pode-se perceber o seguinte sobre o trabalho com arte na escola:
Entende-se que aprender arte envolve não apenas uma atividade de produção artística dos alunos, mas também a conquista da significação do que fazem, pelo desenvolvimento da percepção estética, alimentada pelo contato com o fenômeno artístico.(2006, p. 32)
Estudar arte contribui tanto no desenvolvimento psicomotor como no desenvolvimento cognitivo da criança. Ferreira (2008) explica que a utilização das cores contribui para o desenvolvimento da criança, principalmente por meio do aprimoramento da capacidade motora e cognitiva, sensorial, raciocínio, audição. Essa autora ressalta
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que, por meio da utilização de cores, o professor pode tornar mais efetivo as aprendizagens que são geradas por meio de jogos, brincadeiras, objetos coloridos que possibilitem o despertar para o conhecimento. Segundo Daniela Coleto
Os seres humanos são dotados de criatividade e possuem a capacidade de aprender e de ensinar. A criatividade da criança precisa ser trabalhada e desenvolvida, e é por meio do trabalho realizado com a arte nas escolas que isso será possível. (2010, pg.139): E para ocorrer esse desenvolvimento, o aluno necessita conhecer cores, linhas, luz e sombra, matérias que serão suporte em suas criações artísticas. Diante disto, busquei pela arte com o uso das cores uma forma de tornar a atividade de ensinar e aprender mais significativa. No livro Psicologia das Cores da arte-educadora Kacianni Ferreira (2008), consta de forma clara, concisa e interessante, diversos assuntos de estreita relação com as cores, como por exemplo: estudos das cores e da luz; os discos e sistemas de cores, relação entre cores. Nesse livro, além das características, classificações, dimensões, sensações, associações, efeitos e simbologias das cores; encontra-se sobre, um estudo das relações das cores com o aprendizado. Conforme afirma o educador e escritor Rubem Alves deve-se: Dar sabor ao nosso saber e ensinar os alunos a degustarem as coisas. E por que não "degustar" as cores com as crianças? Se dermos sabor às atividades, elas serão realizadas com muito mais alegria e prazer. E é disso que nossas escolas e alunos precisam: de saber com sabor, para aprenderem com gosto e satisfação.(1994, p. 26).
Um exemplo disso é como as cores podem ser utilizadas para gerar aprendizagens mais significativas. Se o professor deseja que seus alunos descubram sobre as propriedades de alguns alimentos, nada como relacioná-los às cores. Os alunos podem relacionar o vermelho ao morango, o amarelo ao abacaxi, o verde ao limão e o laranja ao mamão. Com isso, as frutas oferecem uma alternativa lúdica para que as crianças memorizem os diferentes tons das corese que podem estar relacionadas aos sabores. Na Educação Infantil, brinquedos, jogos e brincadeiras são ferramentas pedagógicasmuito ricas. Por meio delas, é possível mostrar objetos coloridos que estão na sala de aula e na escola, de modo geral, e fazer relação com as cores das coleções (lápis de cor e/ou giz de cera) que elas utilizam, assim como também
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A utilização das cores pelo homem está presente desde os tempos mais remotos, como nas pinturas rupestres, onde imagens eram desenhadas utilizando tintas naturais encontradas no ambiente. Durante toda a história humana, as cores representaram diferentes papéis em diferentes culturas, as cores eram utilizadas nos brasões, nas bandeiras para representarem diferentes situações ou riquezas das nações, para sinalizar situações de paz, guerra ou luto,entre outras. Desta maneira, é muito importante que seja realizada uma análise sobre a presença das cores no dia a dia e como sua percepção é fundamental para a construção de aprendizagens em diversos campos do conhecimento. Ao falar das cores, encontramos duas linhas de pensamento distintas: a Cor- Luz e a Cor-Pigmento. Falar de cor sem falar de luz é impossível, mesmo se tratando da Cor-Pigmento, pois ela, a luz, é imprescindível para a percepção da cor, seja ela Cor-Luz ou Cor-pigmento. No caso da Cor-Luz ela é a própria cor e no caso da Cor-Pigmento ela, a luz, é que é refletida pelo material, fazendo com que o olho humano perceba esse estímulo como cor. As cores se dividem em primárias e secundárias e terciárias. As primárias ou puras, não se formam da mistura de outras cores, ou seja, é a partir delas que todas as outras são formadas. São elas: Amarelo, Vermelho Magenta e Azul Ciano. As cores secundárias são as obtidas da mistura de duas cores primárias. Assim, misturando o amarelo e o vermelho, obtemos a laranja; ao misturarmos o amarelo e o Azul Ciano, obtemos o verde; e ao combinarmos o Vermelho Magenta e o Azul Ciano temos o violeta. Já as cores terciárias são obtidas pela combinação de 3 cores primárias com as 3 cores secundárias, em qualquer proporção. Desta maneira, obtemos qualquer outra cor. As crianças nas aulas de artes ao misturarem as cores com os dedinhos estão estimulando o sensorial, relacionando o contexto das cores em seu cotidiano. É um método que influencia significativamente o aprender, descobrir, despertar para o mundo absorvendo conhecimentos.
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O Sistema de Cores Aditivas – RGB – Red (vermelho), Green (verde) e Blue (azul), é baseado na teoria da visão colorida tricromática de Young-Helmnoltz e triangulo de cores de Maxwell; utilizando-se da combinação de cores para produzir outras diferentes, gerando milhões de tonalidades e contrastes como os tons pasteis. No Sistema RGB as tonalidades são representadas em uma escala de 0 a 255, onde o branco possui a intensidade máxima (RGB: 255) e o preto a ausência (RGB: 0).
Figura 1: Cores-pigmento primárias e secundárias Fonte: http://www.desarrolloweb.com/articulos/1491. php?
Na Educação o conteúdo pode ser explorado mesmo com as crianças bem pequenas, e as atividades podem ser escolhidas de acordo com o nível motor e de cognição de cada faixa etária. Atividades lúdicas com cartelas de cores, sobreposição de cores com papéis transparentes e exercícios de pontilhismo com tintas aproximando as cores primárias até se obter as cores secundárias. Para a compreensão desse aspecto, é oportuno ressaltar o que foi o pontilhismo. Trata-se de uma técnica de pintura surgida na segunda metade do século XIX que foi amplamente utilizada por pintores neo-impressionistas franceses. De acordo com Felipe Araújo (2015) trata-se de um estilo que utilizava a justaposição de pontos de cor, criando o efeito desejado pelo pintor, nos olhos do observador. Entre os diversos artistas que impulsionaram esse tipo de estilo destacaram-se Edgar Degas, George Seurat e Paul Signac, cujos trabalhos são descritos a seguir. Paul Signac foi um pintor que explorou as possibilidades da pintura pontilhista, conforme pode ser observado na Figura 2.
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pontilhismo, reduziu as pinceladas a um sistema de pontos uniformes, que no seu conjunto proporciona ao observador a percepção de uma cena. Em suas obras, como por exemplo, “Tarde de domingo na Ilha Grande” (Figura 4), observam-se pessoas em um parque, numa cena típica do século XIX. Toda a imagem da cena foi construída a partir de pequenos pontos com todos os demais elementos da tela foram pintados desse modo.
Figura 4: Tarde de domingo na Ilha Grande; 1894 Fonte: joaobatistaartes. wordpress.com/2011/05/24/pontilhismo
As crianças nas aulas de artes ao misturarem as cores com os dedinhos ficam estimuladas, pois através dos sentidos (visão e tato), ampliam a forma de percepção, e quando bem orientadas conseguem relacionar a experiência em seu cotidiano e ampliam o modo como identificam e se expressam por meio das cores. Neste momento é importante o professor apresentar trabalhos dos artistas com as cores e o contexto nas quais suas obras foram criadas. Ou mesmo de cartazes publicitáriosgerados pelo sistema de policromiae outros estímulos onde a cor prevaleça e chame a atenção das crianças. É um método que influencia significativamente o aprender, descobrir, despertar para o mundo absorvendo conhecimentos. O papel das cores nas artes influencia o desenvolvimento da imaginação, aprimorando o olhar do aluno na construção e renovação, recriação. A percepção das cores contribui com o processo de comunicação visual, proporcionando absorção de ideias referentes ao contexto que estão inseridas, ajudando a refletir sobre a realidade.
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Adriana Santos e Maria Helena Fratari (2011), ao discutirem sobre a importância da utilização das artes visuais com as crianças da educação infantil, abriram espaço para que elas ampliassem o processo de aprendizagem, construindo trabalhos e também descobrindo novas habilidades. Por meio de uma pintura, um desenho ou uma colagem, a criança explora seus sentimentos, medos e frustrações. Com isso, a criança amplia sua relação com o mundo de uma forma espontânea. Apropria de diversas linguagens adquirindo uma sensibilidade e capacidade de lidar com formas, cores, imagens, gestos, fala e sons e outras expressões. Na pintura, utilizando-se das cores, artistas transmitem ideias, sensações, desejos. O estudo das cores, neste capítulo envolve a leitura e releitura e contextualização das obras de alguns artistas como processos fundamentais para o conhecimento em arte; pois as cores carregam significados e simbologias que interferem diretamente em nossas emoções e trazem conhecimentos. Alguns artistas dedicaram-se nas suas obras sobre o estudo das cores, um deles foi o artista suíço Paul Klee (1897-1940). Mencionar a arte de Paul Klee, com sua rica e inventiva característica; é ressaltar a importância das cores expressas nos sentimentos, nas razões e emoções do artista.De acordo com as discussões de Susanna Partsch sobre esse artista, encontra-se aseguinte concepção dele sobre o uso da pintura e das cores:
Representar a luz através de elementos luminosos é uma coisa antiga. A luz como movimento da cor é, de certo modo, mais recente. Estou agora a tentar transmitir a luz apenas como libertação de energia. Quando represento a energia do negro sobre um fundo branco, devo ter acertado no alvo outra vez. (2005, p. 123) Observa-se,que o maior legado deixado por esse artista é a expressividade sobre os elementos composicionais forma, cor e equilíbrio. Em 1919, Klee é convidado a lecionar na Bauhaus, unindo-se à equipe de mestres da escola alemã. Klee criou seu livro de anotações – Pedagogical Sketchbook: The Thinking Eye – com um vocabulário elementar expressivo com suas considerações sobre os elementos composicionais básicos como linha, cor e