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Guias e Dicas
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Contabilidade Social: Introdução à Análise Macroeconômica, Notas de aula de Contabilidade

As noções básicas de contabilidade social, um instrumento utilizado na análise macroeconômica para medir as transações e inter-relações que constituem as atividades macroeconômicas de uma nação. O livro aborda as noções originais e história da macroeconomia, as inter-relações entre agentes econômicos, a forma matricial do fluxo circular da renda, as três abordagens de mensuração deste fluxo, as diferenças entre valores nominais e reais, e o processo de elaboração de índices de custo de vida. Além disso, o livro oferece exercícios numéricos para aplicar os conceitos aprendidos.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Abelardo15
Abelardo15 🇧🇷

4.6

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bg1
~l:?
RESENHAS
Todo o livro é permeado pela necessidade
de
uma
consciência mundial ecológica, onde o longo prazo de-
ve embasar as decisões imediatas e individuais.
Os
mo-
vimentos sociais, desencadeados nos últimos 30 anos,
surgem como a possibilidade
de
se resolver
uma
boa
parte dos problemas. À Ciência é cobrada sua pretensa
neutralidade e questionada sobre a politização de seus
pressupostos e resultados. O trabalho é visto como sem
sentido para
uma
grande maioria
das
pessoas;
os
polí-
ticos como desacreditados e os países ricos -represen-
tados
por
seus governos e empresários como incapa-
zes de,
no
curto/médio
prazos, desmontar o atual sis-
tema
produtivo
predador
do
meio ambiente e
motor
do
aprofundamento
de
desigualdades econômica' en-
tre
os
povos.
Como a maioria
dos
livros dessa natureza, é
na
des~
crição e
no
diagnóstico
que
se
revela o
seu
ponto
mais
forte. A proposta
de
soluções é, não raro,
uma
armadi-
lha,
onde
a simplificação, o desejo
dos
autores e
uma
visão esperançosa
de
futuro se atravessam. A preocu-
pação
que
título ao livro é analisada de forma
pou-
co consistente, sendo,
em
boa
medida,
resultante
de
discursos empresariais (a literatura sobre Cultura Or-
ganizacional está repleta deles)
ou
tentativas
de
se ins-
ta
orar
uma
racionalidade diferente
no
mundo
dos
ne-
gócios,
onde
o
ponto
central seriam valores calcados
no
crescimento e desenvolvimento humanos.
Uma
mudança
transformadora estaria deslocando a
atual "Sociedade
em
Transição"
para
uma
"Sociedade
de
Aprendizagem Transindustrial", cujas característi-
cas mais marcantes seriam: o trabalho como
uma
ativi-
dade
de
enriquecimento e realização existencial; o en-
tendimento
de
que
o
poder
de
uma
corporação deriva
do
consentimento dos
que
nela investem
vidas
e capi-
tais;
as
atividades econômicas
informais/
alternativas
prosperando
e
agindo
localmente; cooperação
mun-
dial com vistas a
um
desenvolvimento global; promo-
ção
de
integridade, criatividade, confiança e coopera-
ção; reconhecimento da importância dos papéis desen-
volvidos
por
organizações voluntárias e
sem
fins
lu-
crativos;
valores
e
incentivos
que
promovatn
uma
preocupação com a situação
da
Terra; consenso mun-
dial e ação cooperativa
rwno
à estipulação
do
Direito
de Lei: apreciação
dos
e respeito pelos alicerces
da
so-
ciedade
de
mães, filhos e família.
A visão simplista
sobre
a
responsabilidade
social
que
vem
sendo
assumida
por
algumas empresas,
pode
ser
ilustrada
na
citação: "A
firma
de
Anita
Roddick,
The
llody
Shop
International, produz e distribui
cosméticos
e
produtos
para
o
cuidado
com
a
saúde
físico.
Está
fortemente
comprometida
com
o
estabelecimento
de
transações
comer.-
cúlis
com
o
Terceiro
Mundo.
Nàa
faz
questão
de
usar
in-
gredientes plantados
e
manufaturados
no
Terceiro
Mundo
como
também
ajuda
os
fornecedores
em
sua
iniciativa
de
criarem
o
próprio
estabelecimento.
Aldeias
inteiras
na
[ndía.
na
Ajrica
e
na
América
do
Sul
vêm
sendo
subsidiadas
pelos
108
lucros
dessa
iniciativa.
Não
se
trata
de
caridade;
trata-se
de
um
c:omércio
com
outra
perspectizm!',
Desnecessário se co-
mentar
que
o aplauso acima carece ser
acompanhado
de
outros
dados,
como: custos, diversidade
de
fontes
naturais
de
matérias-primas, processo
de
terceirização
entre outros.
O Posfácio é escrito
por
Stanford M. Jager e Amy C.
Edmondson,
trazendo
um
relato
de
novas
experiên-
cias empresariais,
que
estimulam
uma
maior
partici-
pação, poder, criatividade e envolvimento
dos
traba-
lhadores. Figuram alguns brasileiros nessas descrições
e são representados pela SEMCO, PROMON e Indús-
trias Víllares.
Voltamos a ressaltar
que
estudos
dessa natureza são
importantes
para
a reflexão sobre o
que
estamos cons-
truindo, o preço dessa construção e
os
vários tipos
de
lixo (inclusive o mental)
que
estamos deixando
de
he-
rança
para
os
que
nos
sucederão. De resto, o
tema
é
sempre
pertinente, afinal
"para
quern
não
sabe
para
onde
vai,
qwllquer
caminho
serve".
CONTABILIDADE
SOCIAL.
UMA
INTRODUÇÃO
À
MACROECONOMIA
de
ANDRÉ
FRANCO
MONTORO
FILHO
São Paulo: Atlas, 1992,
1'
ed. 140
p.
Por
Anita
Kon,
Professora do Dapartamento de Planeja-
mento e Análise Econõmica da EAESPIFGV.
A nalistas econômicos,
sempre
se
preocuparam
com a questão
da
disponibilidade
de
infmma-
ções quantitativas
que
permitissem
uma
veri-
ficação empírica sobre
as
transações
que
se realizam
entre os vários agentes e setores
que
interferem
no
sis~
tema econômico
de
um
país. Estas informações forne-
cem subsídios
para
se classificar, interpretar e genera-
lizar, através
de
modelos
teóricos,
os
fenômenos
da
realidade
econômica. A
Contabilidade
Social,
nesse
sentido, consiste
em
uma
forma
de
mensuração esta-
tística
que
expressa,
de
forma sistemática,
as
transa-
ções e inter-relações
que
constituem as atividades ma-
croeconômicas de
uma
nação.
O livro
Contabilidade
Social.
Uma
lntroduçílo
á
Macroe-
conomia,
redigido pelo economista
André
Franco Mon-
tara
Filho-
doutor
pela Yale University (EUA),
Uvre-
Oocente
em
Economia pela
FEA/USP
e Professor Ti-
tular
do
Departamento
de
Economia
da
USP -tem o
objetivo
de
apresentar,
de
forma didática,
as
noções
pf3

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~l:? RESENHAS

Todo o livro é permeado pela necessidade de uma consciência mundial ecológica, onde o longo prazo de- ve embasar as decisões imediatas e individuais. Os mo- vimentos sociais, desencadeados nos últimos 30 anos, surgem como a possibilidade de se resolver uma boa

parte dos problemas. À Ciência é cobrada sua pretensa

neutralidade e questionada sobre a politização de seus pressupostos e resultados. O trabalho é visto como sem sentido para uma grande maioria das pessoas; os polí- ticos como desacreditados e os países ricos - represen- tados por seus governos e empresários como incapa- zes de, no curto/médio prazos, desmontar o atual sis- tema produtivo predador do meio ambiente e motor do aprofundamento de desigualdades econômica' en- tre os povos. Como a maioria dos livros dessa natureza, é na des~ crição e no diagnóstico que se revela o seu ponto mais forte. A proposta de soluções é, não raro, uma armadi- lha, onde a simplificação, o desejo dos autores e uma visão esperançosa de futuro se atravessam. A preocu- pação que dá título ao livro é analisada de forma pou- co consistente, sendo, em boa medida, resultante de discursos empresariais (a literatura sobre Cultura Or-

ganizacional está repleta deles) ou tentativas de se ins-

ta orar uma racionalidade diferente no mundo dos ne- gócios, onde o ponto central seriam valores calcados

no crescimento e desenvolvimento humanos.

Uma mudança transformadora estaria deslocando a

atual "Sociedade em Transição" para uma "Sociedade de Aprendizagem Transindustrial", cujas característi- cas mais marcantes seriam: o trabalho como uma ativi- dade de enriquecimento e realização existencial; o en- tendimento de que o poder de uma corporação deriva

do consentimento dos que nela investem vidas e capi-

tais; as atividades econômicas informais/ alternativas prosperando e agindo localmente; cooperação mun- dial com vistas a um desenvolvimento global; promo- ção de integridade, criatividade, confiança e coopera- ção; reconhecimento da importância dos papéis desen- volvidos por organizações voluntárias e sem fins lu- crativos; valores e incentivos que promovatn uma preocupação com a situação da Terra; consenso mun- dial e ação cooperativa rwno à estipulação do Direito de Lei: apreciação dos e respeito pelos alicerces da so- ciedade de mães, filhos e família. A visão simplista sobre a responsabilidade social que vem sendo assumida por algumas empresas, pode

ser ilustrada na citação: "A firma de Anita Roddick, The

llody Shop International, produz e distribui cosméticos e

produtos para o cuidado com a saúde físico. Está fortemente

comprometida com o estabelecimento de transações comer.-

cúlis com o Terceiro Mundo. Nàa só faz questão de usar in-

gredientes plantados e manufaturados no Terceiro Mundo

como também ajuda os fornecedores em sua iniciativa de

criarem o próprio estabelecimento. Aldeias inteiras na [ndía.

na Ajrica e na América do Sul vêm sendo subsidiadas pelos

lucros dessa iniciativa. Não se trata de caridade; trata-se de

um c:omércio com outra perspectizm!', Desnecessário se co-

mentar que o aplauso acima carece ser acompanhado de outros dados, como: custos, diversidade de fontes naturais de matérias-primas, processo de terceirização entre outros. O Posfácio é escrito por Stanford M. Jager e Amy C. Edmondson, trazendo um relato de novas experiên- cias empresariais, que estimulam uma maior partici- pação, poder, criatividade e envolvimento dos traba- lhadores. Figuram alguns brasileiros nessas descrições e são representados pela SEMCO, PROMON e Indús- trias Víllares. Voltamos a ressaltar que estudos dessa natureza são importantes para a reflexão sobre o que estamos cons- truindo, o preço dessa construção e os vários tipos de lixo (inclusive o mental) que estamos deixando de he- rança para os que nos sucederão. De resto, o tema é

sempre pertinente, afinal "para quern não sabe para onde

vai, qwllquer caminho serve".

CONTABILIDADE SOCIAL.

UMA INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA

de ANDRÉ FRANCO MONTORO FILHO São Paulo: Atlas, 1992, 1' ed. 140 p.

Por Anita Kon, Professora do Dapartamento de Planeja- mento e Análise Econõmica da EAESPIFGV.

A

nalistas econômicos, sempre se preocuparam

com a questão da disponibilidade de infmma- ções quantitativas que permitissem uma veri- ficação empírica sobre as transações que se realizam entre os vários agentes e setores que interferem no sis~ tema econômico de um país. Estas informações forne-

cem subsídios para se classificar, interpretar e genera-

lizar, através de modelos teóricos, os fenômenos da realidade econômica. A Contabilidade Social, nesse sentido, consiste em uma forma de mensuração esta- tística que expressa, de forma sistemática, as transa- ções e inter-relações que constituem as atividades ma- croeconômicas de uma nação.

O livro Contabilidade Social. Uma lntroduçílo á Macroe-

conomia, redigido pelo economista André Franco Mon-

tara Filho- doutor pela Yale University (EUA), Uvre- Oocente em Economia pela FEA/USP e Professor Ti- tular do Departamento de Economia da USP - tem o objetivo de apresentar, de forma didática, as noções

básicas de contabilidade social e de outros instrumen-

tos contábeis utilizados na análise macroeconômica,

tais como balanço de pagamentos, orçamentos públi-

cos e orçamento monetário. Elaborado a partir da ex-

periência didática do autor, corno livro-texto dirigido

a estudantes de Economia e de Administração de Em-

presas, a obra destina-se também aos interessados em

uma leitura complementar para o entendimento de

outras disciplinas tais como Análise Macroeconômica,

Política Econômica, Sistemas Econômicos Compara-

dos entre outras. No entanto, o trabalho oferece subsí-

dios importantes para os demais estudiosos de outras

áreas, interessados no entendimento dos instrumentos

contábeis básicos da análise teórica macroeconômica.

Alternando as conceituações teóricas com figuras dia-

gramáticas que expressam as inter-relações econômi-

cas, com quadros que exemplificam as formas de re-

gistros contábeis, bem como com exercícios numéri-

cos, a obra é desenvolvida de forma didática e tam-

bém acessível a um público iniciante no tema.

Em uma perspectiva de introdução à análise ma-

croeconômica, o capítulo inicial aborda as^ noções^ e

origens da macroeconomia, enquanto estudo do com-

portamento agregado dos agertes econômkos, expres-

sos por variáveis como renda, emprego, nível geral de

preços 1 salários? consumo, poupança, investimentos,

exportações e importações. Explica a evolução históri-

ca dos temas desenvolvidos pela teoria macroeconô-

mica, até a origem da moderna macroeconomia. O tex-

to, neste sentido, tem o mérito de atingir seu objetivo

preliminar de esclarecer as diferenças conceituais bási-

cas entre a mkro e a macroeconomia, situando o ârnbí-

to do estudo da Contabilidade Social neste último

campo.

Em uma segunda seção, o autor define os objetivos

da análise macroeconômica em três níveis:

a. explicação das relações entre os diversos agregados,

ou seja, verificação de suas variações e causas destas

variações observadas;

b, previsão da ocorrência e das conseqüências de mu-

danças nas condições econômicas a curto e longo

prazos;

c. determinação da ação política a ser planejada, seja

em termos de políticas de estabilização ou de desen-

volvimento. Salienta ainda as discussões sobre a cri-

se da teoria econômica baseada em Keynes, distin-

guindo as críticas, por autores considerados, aos

modelos keynesianos. A parte final do capítulo

apresenta os objetivos e a impertância da Contabili-

dade Social, como parte integrante da teoria ma-

croeconômica. A linha de desenvolvimento do capí-

tnio permite ao leitor absorver a idéia da forma de

utilização da teoria macroeconômica como subsídio

para a aplicação de pol(tklas econômicas de estabili-

zação e de desenvolvimento.

O segundo capítulo mostra as inter-relações entre

os agentes econômicos, definidas pelos conceitos bási-

cos do^ fluxo circular da renda e expressas através^ de.

quatro formas de apresentação possíveis:

a. esquema diagramático;

b. esquema contábil de partidas dobradas;

c. forma matricial;

d. forma algébrica.

A descrição do fluxo circular da renda mostra ao

leitor as fortes inter-relações entre os agentes e os se-

tores econômicos, deixando clara a idéia de que as

políticas econômicas a serem implementadas, apre-

sentam impactos disseminados por toda a economia

através deste fluxo circular de renda e de suas inter-

conexões.

Em seqüência, o capítulo descreve as três aborda-

gens alternativas de mensuração deste fluxo, defini-

das como ótica do Produto, ótica da Renda e ótica da

Despesa, ressaltando alguns problemas de cálculo

dos grandes agregados a partir destas óticas. Estas

dificuldades se referem à conceituação das atividades

produtivas, de bens intermediários no processo de

produção, e de valor adicionado, bem corno se rela-

cionam ao tratamento da economia informal e às de-

ficiências quanto à mensuração dos custos ecológicos

da utilização de recursos naturais. As duas seções se-

guintes do capítulo tratam da diferenciação entre va-

lores nominais e reais e do seu tratamento matemáti-

co no cálculo dos agregados, e finalmente do proces-

so de elaboração de índices de custo de vida. Os as·

pectos relacionados à mensuração dos agregados mo-

netários e aos processos de deflação utilizados comu-

mente pelos analistas econômicos oferecem a estes os

elementos metodológicos e matemáticos básicos para

a utilização destes cálculos na análise econômica.