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E Ele sabe quando você realmente perdoa de coração. Não podemos esconder do Senhor esse nosso pecado. Os nossos coraçôes estão abertos e manifestos diante dEle.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
"Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia. Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus em aroma suave." (Efésios 4.31-5.2) Esta porção da Palavra nos orienta a nos despojarmos de toda a amargura. É fácil perceber quando alguém sente amargura no coração: seus olhos e os traços do seu rosto o denunciam, ainda que a pessoa seja bem nova! Pode-se entrever a amargura nos lábios dessa pessoa, em seus risos e sorrisos. Há um toque amargo neles, e pode-se notar isso com nitidez. O seu tom de voz também o denuncia. Percebe-se amargura em seu jeito de falar quando...protesta e alega que não sente amargura alguma! Este é um sentimento que ocupa o nosso íntimo e que se ramifica por todas as áreas do nosso ser. A Bíblia nos apresenta várias pessoas que padeceram deste mal. Por exemplo: Jonas. O SENHOR lhe perguntou: "É razoável essa tua ira por causa da planta?" E a sua resposta foi: "É razoável a minha ira até à morte" (Jonas 4.9). Ele sentia-se no direito de amargurar-se. "Eu mereço amargurar-me. Senhor não concordo com que o Senhor perdôe o povo. Eu não quero que o perdoes". Gostamos de guardar rancor contra os outros. Todavia, o nosso texto nos ordena que nos livremos de toda a amargura e que mantenhamos uma atitude de compaixão em nosso coração. Surge, então, uma pergunta: É possível ser benigno, compassivo, ter um coração misericordioso e, ao mesmo tempo, sentir amargura? Benignidade, compaixão, misericórdia e amargura são todas atitudes do coração. Por definição, a misericórdia está ligada ao coração. Mas a amargura, também. E não é possível ter duas atitudes contrastantes e contraditórias no coração. O texto nos manda que nos livremos de toda a amargura e que sejamos benignos e compassivos uns para com os outros. Assim, é preciso que a amargura seja dele erradicada. Porém, antes que possa ser removida de nós, é preciso duas coisas: que saibamos o que é a amargura, e que reconheçamos a sua presença em nós. É relativamente fácil notar quando os outros estão com amargura no coração. Mas não é fácil reconhecermos a mesma coisa com relação a nós mesmos. Torna- se, portanto, essencial que tenhamos uma compreensão clara da definição que a Bíblia traz deste problema. Suponhamos que um crente cometa um pecado. Minta, por exemplo. Quando ele cometer esse pecado, sentir-se-á culpado, ou amargurado? A resposta é: culpado. Quando pecamos, sentimo-nos culpados. Não há dúvida. Suponhamos, agora, que alguém levantou uma calúnia contra esse crente, espalhan do-a pela cidade inteira. Que ele irá sentir: culpa ou amargura? Amargura. Sentimos culpa quando pecamos. Sentimos amargura quando alguém peca contra nós. A própria definição de amargura sugere a ação de outra pessoa. Se fôssemos nós que tivéssemos cometido a ofensa, sentir-nos-íamos culpados, compreendendo que teríamos que confessar e abandonar o nosso pecado. Poderemos até não confessar o nosso pecado, mas não por não sabermos que deveríamos fazê-lo. Mas, o que fazer com a culpa dos outros? A amargura sempre fundamenta-se no pecado cometido por outrem—pecado esse que realmente tenha sido cometido ou que imaginamos ter sido cometido. Pensemos, inicialmente, no "pecado imaginário." Muitas vezes sentimos amargura contra uma pessoa por aluguma coisa que ela tenha dito, sem que ela realmente tenha dito o que pensamos. Demos ouvido a um comentário mentiroso, e tornamo- nos amargurados. E ficamos esperando que essa pessoa venha pedir-nos perdão quando ela não tem de que pedir perdão. Será que devemos passar o resto da vida com amargura no coração porque ela nunca veio pedir perdão por um pecado que não cometeu? Ocorre que muitas pessoas nem sequer consideram a possibilidade de estarem amarguradas por causa de pecados imaginários (ou seja, pecados que nunca realmente aconteceram). Para elas, em sua amargura, o pecado da outra pessoa é absolutamente real. Para gente assim, é suficiente que decidam pela culpa de quem "pecou" contra elas, desde que obedeçam ao texto bíblico em foco.
Mas, que fazer quando alguém realmente houver pecado contra nós? Há muitas pessoas com amargura no coração porque foram mesmo magoadas por alguém. Como agir nesses casos? A amargura está ligada a algum pecado que, de algum modo, foi cometido contra nós. Não se baseia tanto na extensão do pecado mas no quanto ele tem a ver com a nossa pessoa. Por exemplo, se uma imoralidade grande e grosseira acontecer no Irã, Iraque, El Salvador ou Colombia, qual a nossa reação? Lemos sobre o ocorrido, mas não sentimos culpa alguma. Lemos sobre ele, mas não sentimos amargura. Poderemo-nos sentir consternados, estarrecidos, ou algo semelhante, mas não nos sentimos culpados ou amargurados. Todavia o pecado cometido foi horrível, e alguém o cometeu! O que estou demonstrando é que a amargura não depende da extensão do pecado mas do quanto ele fere a minha pessoa. A minha amargura está diretamente relacionada às pessoas que me rodeiam. Que pessoas estão mais sujeitas a sofrer amargura? A resposta é simples: pais, mães, irmãos, irmãs, maridos, esposas, filhos, namorados, noivos, colegas de pensionato, chefes, subalternos, colegas de trabalho, sócios e, também, mais alguns parentes—avôs, tios, e outros. Há, também, muitas pessoas amarguradas contra Deus. Nós não nos amarguramos pelo pecado cometido fora do nosso próprio círculo imediato de relacionamento. A amargura nasce do pecado cometido por alguém ligado a nós, pecado esse que nos afetou. Pode ser uma coisa bem pequena. Não precisa ser algo grandioso—basta que nos afete. Ele tem o costume de largar as meias sujas no chão do quarto? Você fica amargurada por causa disso? Bem, talvez não da primeira vez que o fizer, mas...e se ele repetir esse comportamento umas 5.000 vêzes?! É provável que você pense que tem o direito de amargurar-se. Todavia, a Bíblia não concede esse direito a quem quer que seja. A passagem em foco nos manda acabar com toda a amargura: “Atentando diligentemente por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe e, por meio dela, muitos sejam.” (Hebreus 12.15) Aqui, a Palavra descreve a amargura como sendo uma raiz. Raiz é algo que fica debaixo da terra, e não pode ser visto. Poderá haver evidência da sua presence—por exemplo, quando uma calçada racha e se quebra. As raízes fazem outras coisas, também. O fato de não as vermos não significa que não estejam lá. Nem que jamais poderemos vê-las. Elas se alimentam e não ficam eternamente sem crescer e manifestar-se. Os frutos estão diretamente relacionados às raízes que os produzem. A raiz da macieira produz maçã. Se houver uma raiz amarga, seu fruto será amargo. É isto o que ensina este versículo. Cuidado para que nenhuma raiz de amargura se manifeste, cause problemas e contamine a muitos, ou seja, venha a tornar muitas pessoas sujas também. Você já viu a amargura espalhar-se no seio de uma igreja? Ela pode grassar uma comunidade como o fogo uma campina. Pode alastrar-se no nosso trabalho, ou na pensão onde moramos. Por que? Porque alguém decidiu "abrir-se." Havia amargura em seu coração, e decidiu permitir que essa raiz se manifestasse e desse o seu fruto. "Abriu-se" com alguém, e muita gente veio a ficar amargurada, também. O autor de Hebreus nos adverte quanto a este perigo. Ele diz: cuidado para não separar-se da graça de Deus. Quando você se deixa envolver pela amargura, ela se manifesta e contamina muitas outras pessoas. Suja muita gente. O que acontece à pessoa que guarda em seu íntimo o rancor por muitos anos? Há alguma conseqüência física? Pode ficar fisicamente doente? Sim. Às vezes, tudo por causa da amargura guardada contra um parente seu. A pessoa decidiu não exteriorizar a sua amargura. Não contaminou outros—guardou tudo no fundo do coração. Com o passar dos anos, começa a ter um problema de saúde. Vai ao médico, e este lhe diz: "Verdade, você está doente. Mas eu não trato do seu caso. Vou enviá-lo para um especialista." E assim, o médico a envia para um psiquiatra. Este concorda com o seu colega: "Verdade, você está mesmo doente. E eu sei porque. Você está assim porque há 20 anos vem guardando amargura contra o seu pai. Você se reprimiu esse tempo todo, e se destruiu interiormente. Você guardou esse veneno no seu íntimo, o que gerou esta enfermidade física. O que eu quero que você faça é o seguinte: vá para casa e se abra com o seu pai. Por que reprimir-se e adoecer? Libere o que está lá dentro. Contamine toda a sua família!" Assim, o mundo apresenta duas soluções para o caso: conservar no íntimo o rancor e ficar doente fisicamente, ou liberar o rancor e contaminar todos os que estiverem ao nosso redor. A solução de Deus é: arranque a raiz! Livre-se dela! Mas, para isso, precisamos da
participar. Veio uma senhora, por indicação de um médico. Quando entrou, confesso que honestamente nunca havia visto uma pessoa cuja aparência revelasse mais amargura do que a dela. Trazia consigo 40 anos de amargura acumulada. Foi liberta naquela noite, e marcamos uma conversa para o dia seguinte, na livraria onde eu trabalhava. Ao entrar na loja, não a reconheci! Sua aparência era outra! Eu a conhecera há tão pouco, mas sabia que o seu íntimo fora purificado! Mas qual é o problema? Por que não nos libertamos da amargura? Se eu conto uma mentira, posso confessá-la e ser perdoado. Mas, para libertar-me da amargura é preciso que eu tenha uma visão bem nítida e honesta da sua presença no meu coração. Isso porque sou muito tentado a concentrar-me na atitude do ofensor, ao invés de concentrar- me na atitude do meu próprio coração. "Veja o que ele fez!". É assim que age a amargura -- essa é a sua natureza. Para poder livrar-me dela tenho que reconhecer a sua presença no meu coração, antes que eu possa confessá-la e abandoná-la. Alguém dirá: "Não sou um indivíduo amargo. É só que me magôo com facilidade". Acontece que os sintomas da mágoa estão muito próximos aos do ressentimento. Sabe como age o ressentimento? A amargura é o ressentimento acondicionado e acariciado no coração. É o ressentimento rançoso e decomposto. À medida que permanece no coração, vai apodrecendo mais e mais. Inicialmente, poderá não se tratar de amagura -- apenas uma "magoazinha". Todavia, essa magoazinha é algo bem próximo do ressentimento. Ela se transforma facilmente em ressentimento. E o ressentimento e a amargura são parentes bem próximos. O ressentimento "vira" amargura profunda. Trata-se de uma cadeia. A amargura, por sua vez, está bem próxima do ódio, e a Bíblia demonstra haver uma íntima ligação entre o ódio e o assassinato. Sim, a mágoa pode levar uma pessoa ao crime. Alguém poderá dizer que estou exagerando. Este "exagero" é bíblico! O meu desejo é que fique bem claro que a amargura é pecado. A pessoa amarga deve, em primeiro lugar, reconhecer a sua amargura, e, também, reconhecer que este é um pecado grosseiro. E a razão por que geralmente não tratamos desse pecado é por pensarmos que se trata de um pecado cometido pela outra pessoa e, não, por nós mesmos. O diabo nos diz: "Olhe, quando ele parar de mentir, ou quando ele deixar de fazer isto ou aquilo, ou quando ele lhe pedir perdão, então tudo ficará acertado". Mas, e se essa pessoa nunca abandonar o pecado? Será que você irá continuar vivendo em amargura até o fim da vida porque essa pessoa insiste em permanecer no pecado? Isso é um absurdo! Se você disser: "Eu só irei perdoá-lo quando ele me pedir perdão -- tenho direito a sentir amargura até que ele tome a iniciativa e me peça perdão -- mas, quando o fizer, eu irei perdoá-lo e tudo acabará bem", você conserva a barreira da amargura. Quando um dia a pessoa vier e lhe pedir perdão, será que você poderá perdoá- la? Não, porque a amargura não perdoa. A fim de que você possa perdoá-la, antes que ela venha pedir-lhe perdão é preciso que tudo já esteja acertado dentro de você. E, se tudo estiver acertado no seu coração, então você não dependerá de a pessoa vir ou não pedir-lhe perdão. Ou seja, a solução do problema da amargura é unilateral: não depende da atitude da outra pessoa. Já vimos que o rancor está ligado ao pecado de outrem -- pecado esse real ou imaginário. Bem, direi que é por esse meio que a amargura se manifesta, pois, na realidade, a amargura é um pecado independente. A pessoa rancorosa escolhe ser assim, independentemente do ofensor. Alguém dirá: "Não! Fulano pecou contra mim! Quando ele me pedir perdão, tudo estará resolvido". Isso não é verdade. Sei de casos onde o perdão foi pedido, e as pessoas continuaram amarguradas. E mais: e se o ofensor morrer, não mais podendo pedir perdão?! Conheço pessoas extremamente amarguradas, e essa amargura é contra os seus pais, falecidos há anos. Só que a amargura não morreu. A amargura é o pecado pessoal do indivíduo rancoroso, e não depende de quem quer que seja. Certa vez fui passar o dia com os internos da Penitenciária Estadual Walla Walla. Era época de Natal. Fiquei lá por umas 6 horas. No período da tarde, fui ao setor de segurança máxima, onde falei e ensinei sobre evangelização. Alguém fez uma pergunta sobre como alcançar os criminosos realmente inveterados. Ele me fez pensar que estava realmente interessado nesse ministério e conversamos sobre o assunto. Depois, fui a outros setores da penitenciária, de menor periculosidade. À noite, voltando à segurança máxima, pensei em falar sobre amargura. Imaginei que seria bem provável haverem ali pessoas amargas , rancorosas. O mesmo indivíduo que me fizera a pergunta sobre evangelização no período da tarde, fez-me outra pergunta: "Como uma pessoa poderá
livrar-se do rancor contra alguém que surrou o seu filhinho de três anos de idade sem dó nem piedade?" Eu lhe ofereci a resposta, e acrescentei: "Veja: quando você livrar-se da sua amargura, poderá ajudar essa pessoa de maneira que não venha a fazer a mesma coisa a outras criancinhas". Ele respondeu-me: "Não! Não dá para ajudar esse cara". Objetei:: "É claro que dá!". "Não, não dá". "Por que?" "Ele já não está mais aqui". O interno havia assassinado o ofensor. Ele o matara por causa do que fizera ao seu filhinho de 3 anos de idade -- era por isso que stava preso. E, apesar de ter matado o homem, continuava amargurado. Ou seja, "liberar" a amargura não resolve a questão -- não nos livra dela. Se a pessoa pedir perdão, isso não resolve o nosso problema íntimo com a amargura. A única solução cabal para esse problema é a confissão diante de Deus por causa da morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo. Esta é a única solução. Não podemos guardar a amargura dentro de nós, e também não podemos passá-la aos outros. A única coisa que devemos fazer é confessá-la, reconhecendo-a como um pecado grande e terrível. E devemos ser persistentes nessa confissão, quanto for necessário. Certa vez eu estava falando numa escola de pós-graduação da Marinha, em Monterey, na California. Estava lá um homem muito conhecido por ensinar a Bíblia. Era oficial da Marinha. Mas tinha sido passado para trás na lista dos que iriam comandar um submarino. Não se tornou o comandante, e ficou amargurado. Falei sobre a confissão do pecado e da amargura, e ele sentiu-se profundamente tocado. Conversamos, e ele acabou com a amargura por causa desse incidente. Na manhã seguinte, a esposa dele me disse: "Tenho um novo marido!" Ele guardara rancor contra a Marinha. O pecado era dele, não da Marinha. Amy Carmichael certa ocasião fez um comentário a respeito de como um copo repleto de água doce não irá derramar uma só gota de água amarga, não importando o tipo de solavanco que vier a levar. Se estiver cheio de água doce, que tipo de água irá despejar, quando for sacudido? Água doce. Se você sacudir o copo com mais força, que irá acontecer? Mais água doce irá sair. Se uma pessoa está transbordando com água doce e alguém lhe dá um solavanco, que irá sair dela? Água doce. Os solavancos não transformam a água doce em amarga. A amargura vem de outra fonte. Os solavancos só fazem sair do copo aquilo que já está dentro dele. Se você estiver cheio de luz e doçura e sofrer um choque, irá derramar luz e doçura. Se você estiver cheio de mel, é mel que sairá. Se sair vinagre, isso será prova de que? O vinagre irá mostrar aquilo que já estava dentro do copo. Resumindo: uma grande amargura não depende do que alguém fez contra nós; é o resultado do que nós somos e fazemos. Há muitos anos eu estava trabalhando em minha escrivaninha, em nosso quarto. Bessie, a minha esposa, estava na cama, lendo, e eu, trabalhava na escrivaninha. O meu trabalho não estava se desenvolvendo a contento. A Bessie me disse alguma coisa, e eu me voltei a ela e explodi, falando asperamente. Foi uma atitude anti-cristã. Ela olhou assustada para mim, levantou-se, e saiu do quarto. Eu fiquei lá, sentado, pensando: "Ela não deveria ter falado assim comigo! Olhe só o que ela disse! Olhe só!". Fiquei assim por ums 10 minutos ou mais. Eu sentia amargura contra a Bessie. Mas, tudo o que ela fez foi chacoalhar o copo. O que saiu, foi o que estava lá dentro. Se eu estivesse cheio de doçura e luz, o que ela disse não teria me afetado. Fiquei sentado só pensando no que ela fez. Àquela época, eu já aprendera esta verdade a respeito da amargura. Mesmo assim, fiquei me concentrando no "pecado" que ela cometera. Isso porque temos prazer em ficar acusando os outros. Há pessoas que o fazem por anos! Fiquei sentado ali por algum tempo. Depois, levantei-me, fui para o meu lado da cama, ajoelhei-me, e disse: "Senhor, a culpa é toda minha. A amargura é minha e o pecado é meu. Eu o confesso e o abandono. Por favor, perdôe-me". Eu me levantei, e pensei: "Mas...olhe só o que ela fez!". Ajoelhei-me novamente -
Ao nos ensinar sobre oferecer a outra face, Jesus estava dizendo que devemos fazê-lo de coração. Ele compreende que a outra pessoa está pecando contra você. Compreende que a outra pessoa está errada -- sete vêzes, setenta e sete vêzes, ou quatrocentas e noventa vêzes. Porém, se você está contando quantas vêzes, não está perdoando. "Por isso o reino dos céus é semelhante a um rei, que resolveu ajustar contas com os seus servos. E passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos, e tudo quanto possuía, e que a dívida fosse paga. Então o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo e te pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito, e foram relatar ao seu senhor tudo o que acontecera. Então o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me campadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão" (Mateus 18.23-35). Quando passamos da morte para a vida, fomos perdoados. E o escrito de dívida que foi cancelado era imenso! O perdão é um presente que nos foi dado incondicionalmente. Mas há uma diferença entre perdão incondicional e perdão condicional. Ao nascermos de novo, recebemos o perdão incondicional. Trata-se de um perdão imenso, como o que foi oferecido ao grande devedor da parábola. Lemos em Colossenses 3.13: "Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós." Como foi que o Senhor nos perdoou? Incondicionalmente. E a ordem é que perdoemos como o Senhor nos perdoou. Incondicionalmente. Todavia, quando se trata dos que nos ofendem, estabelecemos um perdão condicional. É bom lembrarmos de como o Pai Celeste trata aqueles que comportam-se como o servo incompassivo da parábola. "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores" (Mateus 6.12). O Senhor nos orientou a orarmos assim. Mas nós nos opomos dizendo: "Senhor, eu não quero ser perdoado desse jeito. Se eu for ser perdoado da forma pela qual eu perdôo, estou perdido!". O crente que ora conforme essa instrução está orando por um perdão condicional. Nos versículos 14 e 15, logo após a oração do Senhor, Jesus diz: "Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas". Isso é verdade? Foi Jesus quem o disse! Alguém poderá objetar: "Como pode ser? Recembemos perdão incondicional. Depois, Jesus diz que se eu perdoar as pessoas que pecarem contra mim, serei também perdoado pelo Pai Celeste. Mas, se eu não perdoar as pessoas que pecarem contra mim, o Pai não vai perdoar os meus pecados. Isso me parece perdão condicional". Eis porque é condicional: Ele ensinou que, quando passamos da morte para a vida, a nossa dívida, que era enorme, foi perdoada. Nessa ocasião, recebemos instrução clara de que deveríamos perdoar assim como fomos perdoados. Recebemos perdão incondicional; temos que perdoar incondicionalmente. A pessoa que perdoa incondicionalmente não tem qualquer problema em orar: "Senhor, perdoa-me assim como eu perdôo". Seu perdão é incondicional. O crente que faz o que lhe manda o Senhor não encontra contradições. Só haverá contradições quando o perdão oferecido não for o mesmo perdão recebido. Este foi o problema do servo incompassivo. Ele recebeu o perdão. Mas, logo em seguida, não quis perdoar como foi perdoado. Eis uma frase poderosa: "Eis como o meu Pai Celeste irá tratá-los, a menos que vocês perdoem do íntimo o seu irmão, assim como do meu íntimo eu os perdoei". A certeza da salvação não pode existir onde há falta de perdão. "Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e
publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, terá sido desligado no céu. Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer cousa que porventura pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles." (Mateus 18.15-20) Esta passagem, que precede a parábola que examinamos, também se refere a essa questão de perdão de coração. Se o seu irmão pecar contra você, vá até ele e mostre a ele o pecado que cometeu. Só entre vocês dois. Se ele ouvir, você terá ganho o seu irmão. Você dirá: "É impossível que o resultado seja esse. Já tentei agir assim - - a pessoa pecou contra mim e fiquei tão irado que fui a ele e mostrei-lhe o seu erro, mas ele não se dobrou". Isso aconteceu porque você não foi a ele com o coração cheio de perdão. Esta passagem não faz sentido para várias pessoas porque elas não podem aceitar o fato de que têm que ir ao ofensor nesses termos. "Como poderei falar com alguém sobre o pecado que cometeu contra mim, esperando ganhá-lo? Ele irá assumir uma postura defensiva". Por que? Porque alguém está acusando-o. Mas, se você for a ele com perdão no seu coração -