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Guias e Dicas
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Diagnóstico da Doença Periodontal: Sintomas, Exames e Métodos Avançados, Manuais, Projetos, Pesquisas de Diagnóstico

Este documento aborda o processo de diagnóstico da doença periodontal, uma condição que afeta os tecidos que suportam os dentes. Os autores discutem sintomas como gengivite e periodontite, além de sistemas de avaliação como o cpitn. Adicionalmente, exploram novos métodos diagnósticos como espectroscopia infravermelha e tomografia de coerência ótica. O exame radiográfico também é discutido em detalhes.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Carioca85
Carioca85 🇧🇷

4.5

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bg1
OBE
Conexão UNNA Março de 2018 5
Como se faz o diagnóstico
da doença periodontal?
Caroline Teggi Schwartzkopf, Emerson Nakao
e Prof. Dr. Rodolfo Francisco Haltenhoff Melani
A doença periodontal afeta os tecidos
periodontais como a gengiva, o cemento,
o ligamento periodontal e o osso de
suporte. É uma infecção causada por
microorganismos presentes na placa
bacteriana localizada subgengivalmente.
A
gengiva sadia tem cor rosa pálida, com consis-
tência firme e margem com término “em faca”2.
A gengivite é caracterizada por uma alteração na
coloração gengival, alterações no tamanho (inchaço tanto
coronal quanto vestibulolingual, falsa formação de bolsa),
alteração na forma (edemas que leva a perda de adaptação
da margem gengival e do tecido papilar), alteração na con-
sistência (tecido mole e com edema, sob pressão provo-
ca depressão na região) e sangramento a sondagem. Não
existe alteração óssea e nem perda de inserção clínica3.
A periodontite é a progressão da gengivite e é carac-
terizada por perda óssea e perda do nível clinico de in-
serção. Em alguns casos pode-se verificar mobilidade do
dente e envolvimento de furca grau3,4.
Diversos sistemas foram criados ao longo dos anos
para facilitar o diagnóstico da doença. Em 1982 foi desen-
volvido, por iniciativa da Organização Mundial da saúde
(OMS), um sistema de índices para avaliação da necessi-
dade de tratamento periodontal, chamado de Índice das
Necessidades de Tratamento Periodontal Comunitário
(CPITN), que se resume em3:
n
Divisão da dentição em seis sextantes (um total de
duas regiões anteriores e 4 regiões posteriores – man-
díbula e maxila) – Se apenas um dente estiver presen-
te no sextante, ele será incluído no sextante contíguo.
n
A sondagem periodontal é realizada ao redor de to-
dos os dentes do sextante, onde cada valor da sonda-
gem é anotado.
n
O registro da condição periodontal é feito da seguin-
te forma:
Código 1 – sextante sem bolsas, cálculos ou restau-
rações com sobre contorno, mas ocorre sangramen-
to após sondagem delicada em um ou vários dentes.
Código 2 – sextante sem bolsas maiores que 3mm,
porém apresentam nas regiões subgengivais cálcu-
los dentais e fatores de retenção de placa.
Código 3 sextante cujos dentes tem bolsas de
4-5mm de profundidade.
Código 4 sextante cujos dentes tem bolsas de
6mm ou mais de profundidade.
n
As necessidades de tratamento se baseiam no código
mais severo da dentição3:
N 0 – gengiva sadia.
N 1 – indica necessidade de melhora na higiene oral.
TN 2 – indica necessidade de raspagem, remoção
de excesso das restaurações e melhora na higiene
oral (código 2 e 3).
TN 4 indicação de tratamento complexo (código 4).
Este sistema apesar de não ter sido criado com propósi-
tos epidemiológicos tem sido bastante utilizado em todo o
mundo, principalmente pelos países em desenvolvimento3.
Segundo a AAP a avaliação do paciente periodontal
deve começar com uma anamnese minuciosa sobre históri-
co médico e odontológico, alguns pontos importantes que
devem ser verificados são eles5:
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OBE

Conexão UNNA Março de 2018 5

Como se faz o diagnóstico

da doença periodontal?

Caroline Teggi Schwartzkopf, Emerson Nakao e Prof. Dr. Rodolfo Francisco Haltenhoff Melani

A doença periodontal afeta os tecidos

periodontais como a gengiva, o cemento,

o ligamento periodontal e o osso de

suporte. É uma infecção causada por

microorganismos presentes na placa

bacteriana localizada subgengivalmente.

A

gengiva sadia tem cor rosa pálida, com consis- tência firme e margem com término “em faca”^2. A gengivite é caracterizada por uma alteração na coloração gengival, alterações no tamanho (inchaço tanto coronal quanto vestibulolingual, falsa formação de bolsa), alteração na forma (edemas que leva a perda de adaptação da margem gengival e do tecido papilar), alteração na con- sistência (tecido mole e com edema, sob pressão provo- ca depressão na região) e sangramento a sondagem. Não existe alteração óssea e nem perda de inserção clínica^3. A periodontite é a progressão da gengivite e é carac- terizada por perda óssea e perda do nível clinico de in- serção. Em alguns casos pode-se verificar mobilidade do dente e envolvimento de furca grau3,4. Diversos sistemas foram criados ao longo dos anos para facilitar o diagnóstico da doença. Em 1982 foi desen- volvido, por iniciativa da Organização Mundial da saúde (OMS), um sistema de índices para avaliação da necessi- dade de tratamento periodontal, chamado de Índice das Necessidades de Tratamento Periodontal Comunitário (CPITN), que se resume em^3 : n Divisão da dentição em seis sextantes (um total de duas regiões anteriores e 4 regiões posteriores – man- díbula e maxila) – Se apenas um dente estiver presen- te no sextante, ele será incluído no sextante contíguo. n A sondagem periodontal é realizada ao redor de to- dos os dentes do sextante, onde cada valor da sonda- gem é anotado.

n O registro da condição periodontal é feito da seguin- te forma:

  • (^) Código 1 – sextante sem bolsas, cálculos ou restau- rações com sobre contorno, mas ocorre sangramen- to após sondagem delicada em um ou vários dentes.
  • (^) Código 2 – sextante sem bolsas maiores que 3mm, porém apresentam nas regiões subgengivais cálcu- los dentais e fatores de retenção de placa.
  • (^) Código 3 – sextante cujos dentes tem bolsas de 4-5mm de profundidade.
  • (^) Código 4 – sextante cujos dentes tem bolsas de 6mm ou mais de profundidade. n As necessidades de tratamento se baseiam no código mais severo da dentição 3 :
  • N 0 – gengiva sadia.
  • N 1 – indica necessidade de melhora na higiene oral.
  • (^) TN 2 – indica necessidade de raspagem, remoção de excesso das restaurações e melhora na higiene oral (código 2 e 3).
  • TN 4 –indicação de tratamento complexo (código 4).

Este sistema apesar de não ter sido criado com propósi- tos epidemiológicos tem sido bastante utilizado em todo o mundo, principalmente pelos países em desenvolvimento^3. Segundo a AAP a avaliação do paciente periodontal deve começar com uma anamnese minuciosa sobre históri- co médico e odontológico, alguns pontos importantes que devem ser verificados são eles 5 :

18 17 16 15 14 13 12 11 0 0 2 2 3 3 4

0 1 2 -3 0 1 0 -2 -1 -1 0 -3 -4 0 -1 0 -1 0 0 -1 0 0 3 4 6 4 1 0 1 2 3 2 1 0 1 1 3 1 0 2 3 0

Mobilidade Implante Furca Sangramento à Sondagem Placa Margem Gengival de SondagemProfundidade^ Vestibular

OBE

6 Março de 2018 Conexão UNNA

Divulgação

n A queixa principal do paciente (motivo pelo qual procurou atendimento odontológico) deve ser verifi- cada e avaliada. Informação sobre tratamentos ante- riores e exames anteriores podem ser de grande valia. n Diabetes, paciente gestante, hipertensão, tabagismo, abuso de drogas e medicamentos, doença cardiovas- cular, etc. Caso o dentista julgue necessário uma ava- liação mais detalhada de determinada condição, deve encaminhar o paciente para o médico especialista.

A avaliação também inclui um exame clinico e radio- gráfico cuidadoso. No exame clínico deve-se observar 5,7: n Estruturas extra orais e articulação temporomandibular; n Tecidos e estruturas intra orais; n Condição dos dentes presentes, quais dentes estão au- sentes, condição dos dentes restaurados, dentes com mobilidade, sinais de hábitos parafuncionais, presen- ça de cárie e próteses; n Presença e distribuição de placa e cálculo; n Exame dos tecidos periodontais e periimplantares; n Avaliar e anotar a profundidade de sondagem, locali- zação da margem gengival, verificação do nível clinico de inserção e presença de sangramento a sondagem; n Verificação de mucosa, inserção dos freios, tecido queratinizado e presença de retração gengival;

Registro da profundidade de sondagem e do nível clínico de inserção (Periograma)

Verificação da profundidade de

sondagem e do exame radiográfico

Divulgação

n Presença de lesão de furca; n Solicitação e análise de exame radiográfico (verifica- ção das estruturas, dentes e análise óssea);

Avaliação clínica

Todos os achados devem ser registrados na ficha do paciente. Com base nas informações colhidas, um diag- nóstico e um plano de tratamento devem ser apresenta- dos para o paciente, que deverá ser informado sobre suas responsabilidades ao longo do tratamento, bem como a respeito das etapas do tratamento, sobre o processo da doença e possíveis complicações 5,7. n Novos métodos têm sido estudados para diagnósti- co das doenças periodontais, como: Espectroscopia infravermelha – mensura a saturação de oxigênio dos tecidos. Um estudo analisou^6 múltiplos índices de inflamação periodontal usando a espectroscopia infravermelha e verificou que a oxigenação dos sí-

tios com doença periodontal foi significativamente menor se comparada aos pacientes com gengivite e saúde periodontal, mostrando que a hipóxia do teci- do reflete o consumo elevado de oxigênio que ocorre em inflamações. Este resultado é condizente com o fato dos patógenos encontrados na doença perio- dontal serem predominantemente anaeróbios. n Tomografia de coerência ótica – pode mostrar com alta resolução imagem sem 3D dos tecidos duros e moles. Porém mais estudos devem ser feitos para que se possa considerar uma tecnologia indicada para diagnóstico periodontal^2 e para obter comprovação desses novos métodos diagnóstico com maior evidência científica.