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Técnicas a serem aplicadas para a recuperação de voçorocas.
Tipologia: Notas de estudo
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Atividades necessárias antes da implantação das estratégias de controle da erosão
Consiste basicamente no controle da erosão na área à montante ou cabeceira da encosta, retenção d sedimentos na parte interna da voçoroca com práticas simples e materiais de baixo custo, e por últim revegetação das áreas de captação (cabeceira) e interna da voçoroca com espécies vegetais que con desenvolver adequadamente nesses locais.
Atividades necessárias antes da implantação das estratégias de controle da erosão
Foto: Alexander Silva de Resende
Figura 1. Área cercada (A) e aceirada (B) para evitar o pastoreio, e na época mais seca, o fogo.
O isolamento da área do pastoreio de animais com cerca de arame, e a construção de aceiros, contra são as primeiras atividades a serem realizadas para que se possa proteger a cobertura vegetal existe futuramente será implantada através da revegetação (Figura 1). Nesse mesmo sentido deve se inicia trabalhos de controle de formigas cortadeiras que são grandes inimigas no estabelecimento das mud que serão plantadas na área.
O passo seguinte é a análise química e textural do solo da área, para se conhecer sua fertilidade e tex informações serão úteis na determinação da necessidade de aplicação de nutrientes na forma de fert para as espécies florestais a serem implantadas, e também, no dimensionamento de práticas de cont erosão.
Os laboratórios onde se realizam análises de terra são geralmente encontrados em universidades, ins pesquisa agropecuária, laboratórios particulares, etc., bastando o produtor coletar as amostras devida identificar e enviá-las para o local mais próximo.
A coleta das amostras é uma etapa muito importante pois é aí que se tem a representação das reais terreno. Para tanto, o produtor deve dividir a área em glebas homogêneas, como por exemplo, dividir morro em parte superior, médio e inferior, ou outra condição que diferencie a área, e retirar as amost de trados de amostragem de solo ou enxadão nas profundidades de 0 a 20 cm. Devem ser amostrada amostras simples para cada amostra composta se a área tiver até 2 ha, e 15 a 20 amostras simples p amostra composta, para áreas de até 10 ha. Depois de coletadas as amostras simples, deve-se mistu recipiente para formar as compostas, tendo-se o cuidado de utilizar a mesma medida em todas as am simples. Para se obter uma amostragem homogênea da área é recomendado coletar as amostras no caminhamento em zigue-zague. Para maiores informações sobre a forma de coletar as amostras de s site: http://www.cnpab.embrapa.br/servicos/analise_solos_coleta.html.
Após a obtenção do resultado da análise é ideal que a sua interpretação seja realizada por profissiona de ciências agrárias.
Na Tabela 1, encontra-se uma referência de adubação de espécies florestais de acordo com a análise Freire & Almeida, 1988).
Tabela 1 - Recomendação de nutrientes para algumas leguminosas florestais para o estado do Rio de Janeiro. Teor de P no solo Dose de P 2 O 5 Teor de K no solo Dose de K 2 O
(mg dm -3) (kg/ha) (mg dm -3) (kg/ha)
Fonte : Freire & Almeida, 1988
.
Considerações iniciais
Sugerem-se a construção de terraços e bacias de retenção para o ordenamento e armazenamento da enxurrada formada na parte superior da voçoroca, e barreiras para reter sedimentos dentro das voçorocas, e algumas no entorno desta, com paliçadas de bambu e pneus usados.
Os terraços quanto à sua função podem ser locados em nível, em desnível ou misto. Os terraços em nível possuem as extremidades bloqueadas e têm a função de acumular e infiltrar a água, e são recomendados para áreas com boa permeabilidade e declividade de até 12 %. Os terraços em desnível apresentam pequeno gradiente ao longo de seu comprimento e conduzem a água para as laterais, sendo mais adequados, para áreas com menor permeabilidade e/ou declividades superiores a 12 %. Os terraços mistos englobam os dois tipos anteriores, ou seja, são projetados em pequeno desnível e com capacidade de acumulação de água que ao ser excedida, escoa pelas laterais (Pruski et al., 2006).
Como os terraços em desnível não têm a capacidade e nem a função de reter toda a água escoada, mas sim de transportá-la em segurança, o uso de bacias de retenção nas extremidades torna-se necessário para o armazenamento da enxurrada.
A bacia de retenção é um tipo de estrutura para conter e armazenamento da água da enxurrada de modo que ela tenha tempo para se infiltrar no solo, implantada no final dos terraços em desnível ou misto (Figura 2).
Foto: Roriz Luciano Machado
Figura 2. Ilustração de bacia de retenção no final de terraço em desnível
Há situações em que a água da enxurrada pode escoar pelas laterais (sem bacias) sem haver danos, como é o caso de canais escoadouros vegetados (Bertoni & Lombardi Neto, 1993). Poderia se pensar também em outro tipo de estrutura de dissipação de energia da enxurrada, como pré-moldados, criando uma escada de dissipação, etc. Convém ressaltar que os custos totais poderão ser bem mais elevados, ficando à critério do agente recuperador, esse papel.
Em relação às paliçadas (Figura 3) a importância de sua utilização está na retenção dos sedimentos diminuindo o assoreamento, de fontes e corpos d` água assim como danos às residências situadas abaixo.
Fotos: Alexander Silva de Resende e Roriz Luciano Machado
Figura 3. Paliçadas de bambu implantadas na área interna da voçoroca.
Com nível retangular Com nível óptico
A determinação da declividade da área é o primeiro passo para a construção dos terraços, que juntamente com a informação da textura do solo, são utilizadas para calcular o espaçamento que os terraços ficarão distanciados uns dos outros.
Para tanto, podem ser utilizados equipamentos desde aqueles mais modernos, como o nível óptico ou o teodolito, mas que requerem técnicos qualificados para
sua operação, ou, equipamentos alternativos que também são precisos o suficiente para este trabalho com a vantagem de ter construção e uso simples.
Os equipamentos alternativos mais comuns são: o nível de mangueira ou de borracha, nível retangular, nível de trapézio, nível pé-de-galinha, dentre outros.
Com nível retangular
Dentre os instrumentos alternativos para se determinar a declividade, o nível de mangueira é o que apresenta maior rendimento por ser possível fazer leituras mais espaçadas uma da outra e com rápida operação devido o material ser leve e de fácil manuseio. No entanto, sua funcionalidade é maior em áreas mais planas. Para locais onde a declividade é mais acentuada, torna-se necessário ter uma haste muito alta ou utilizar espaçamento muito curto entre as hastes, para que a água não transborde na extremidade da mangueira voltada para a parte mais baixa do terreno. Com isso, se recomenda usar um dos demais instrumentos alternativos comentados anteriormente, como por exemplo, o nível retangular. Esse instrumento consiste de um retângulo de madeira, com 2,5 ou 3 m de comprimento, e um nível de pedreiro acoplado na haste horizontal (Figura 4).
Esquema: Roriz Luciano Machado
Figura 4. Ilustração de um nível retangular.
Para determinação da declividade utilizando o nível retangular, deve-se posicionar o equipamento no sentido da declividade, levantar a haste abaixo até que a bolha do nível de pedreiro fique centralizada, e então, medir com uma régua ou metro e anotar o valor encontrado. Para a próxima leitura se deve prender a base e girar o equipamento fazendo com que a haste de cima vá para a parte de baixo, procedendo desta forma, umas cinco leituras (Figura 5).
Exemplo 1: Para se calcular a declividade, imagine que o somatório das leituras realizadas tenha dado 4,5 m de diferença de nível, usando um equipamento de 3 m de comprimento, que totalizou 15 m, de distância percorrida. Utilizando uma regra de três simples se tem:
15 m---------------4,5 m 100 m----------------x
x= 100 x 4,5 = 30 % de declividade 15 Esquema: Roriz Luciano Machado
Para implantação dos terraços é necessário calcular os espaçamentos vertical e horizontal. O espaçamento vertical diz respeito à diferença de nível entre os terraços.
Segundo Pires e Souza (2003) o espaçamento vertical pode ser calculado por várias fórmulas, mas a mais utilizada é a de Bentley:
Onde:
EV= espaçamento vertical (m); %D= declividade (percentagem); X= fator obtido na Quadro 1.
Segundo estes autores, para o cálculo do EV leva-se em consideração o tipo de prática conservacionista, tipo de solo, relevo e cobertura vegetal do solo.
Quadro 1 - Valores de X para cálculo do espaçamento vertical entre terraços. PRÁTICA CONSERVACIONISTA Valores TERRAÇOS CORDÕES EM de X CONTORNO CULTURAS PERMANENTES
Em desnível Em nível Em desnível
Em nível Em desnível
Em nível
Argilosa 1, Média 2, Arenosa Argilosa 2, Média 3, Arenosa Argilosa 3, Média Argilosa 4, Arenosa Argilosa Média 4, Média Arenosa Argilosa 5, Arenosa Média 5, Arenosa 6, Fonte : Pires & Souza (2003) com modificações
De posse do valor de EV para determinada condição, e juntamente com a declividade do terreno, pode ser calculado o espaçamento horizontal (EH) entre os canais através da fórmula abaixo:
EH= EV x 100 D
Exemplo 3: Considere uma área de encosta coberta com pastagem degradada que apresenta processos erosivos intensos, inclusive presença de voçorocas e que para sua recuperação, serão implantadas inicialmente, estratégias físicas com terraços do tipo cordões em contorno, em desnível, onde a declividade do local é de 30 %, e o solo possui textura média. Calcular o espaçamento entre os terraços. Inicialmente deve se calcular o EV Dados:
%D (declividade)= 30 % X= 4,5 (valor de x da equação). Fórmulas:
· Cálculo do EV
A Quadro 2 apresenta valores de EV e EH para diferentes situações, de modo a facilitar a obtenção do espaçamento entre os terraços.
Quadro 2 - Espaçamento para terraços do tipo cordões em contorno em desnível para solos com diferentes declividades e texturas. Declividade %
Textura do solo Argilosa Média Arenosa EV EH EV EH EV EH 5 0,99 19,8 0,95 19,0 0,92 18, 10 1,37 13,7 1,29 12,9 1,22 12, 15 1,75 11,7 1,63 10,8 1,53 10, 20 2,14 10,7 1,97 9,8 1,83 9, 25 2,52 10,1 2,30 9,2 2,14 8, 30 2,90 9,7 2,64 8,8 2,44 8, 35 3,28 9,4 2,98 8,5 2,75 7, 40 3,66 9,2 3,32 8,3 3,05 7, 45 4,04 9,0 3,66 8,1 3,36 7, 50 4,42 8,8 4,00 8,0 3,66 7, 60 5,19 8,6 4,68 7,8 4,27 7,
A experiência da Embrapa Agrobiologia em áreas degradadas por voçorocas no Médio Vale do Rio Paraíba do Sul, tem constatado que utilizando leguminosas de rápido crescimento inoculadas com microrganismos, a cobertura florestal da área pode ocorrer em cerca de 3 a 5 anos, passando a atuar de forma significativa no controle da erosão. Tendo em vista essa rápida cobertura, admite-se por uma questão econômica, um aumento do espaçamento entre os terraços (EH) adicionando-se ao valor encontrado pela fórmula, a metade desse valor. Com isso, a quantidade de terraços a ser construída será menor, reduzindo os custos e mantendo praticamente a mesma eficiência.
No exemplo anterior, a distância entre os terraços ficaria então com (8,8 + 4,4= 13,2 m), aproximadamente 13 m de distância um do outro.
Com instrumentos alternativos Com nível óptico
completadas, se deve fazer a soma dos valores anotados para se saber o quanto ainda falta para completar o EH dos terraços.
Dessa forma, se a seqüência das treze medições foi: 0,97 m na segunda, 0,98 m na terceira, 0,92 m na quarta, 0,95 m na quinta 0,94 m na sexta, 0,89 m na sétima, 0,94 m na oitava, 0,95 m na nona, 0,99 m na décima, 0,98 m na décima primeira, 0,97 m na décima segunda e 0,98 m na décima terceira. Daí, somando-se os valores já se têm 12,41 m. Para chegar a EH de 13,0 m, falta 0,59 m ou 59 cm, e portanto, a próxima leitura se deve girar o equipamento com a haste nessa altura até que a bolha fique em nível, encontrando então o ponto T2, o qual deve ser marcado com uma estaca. E assim sucessivamente, até o final da área a ser demarcada.
Na locação dos canais, o nível de mangueira (Figura 8) pode ser mais interessante que o nível retangular, pois geralmente, a declividade transversal é mais suave, permitindo assim, a realização de leituras com as hastes mais espaçadas o que resulta em maior rendimento do trabalho.
Desenho: Roriz Luciano Machado
Figura 8. Ilustração de um nível de mangueira. Acima (A), nível sendo aferido; abaixo (B), equipamento posicionado em local com declive.
Para locar os terraços em desnível, deve-se anteriormente calcular o valor do desnível a ser adicionado à última leitura para que se obtenha a seguinte. Para isso é necessário obter a informação do desnível a ser utilizado. De acordo com Galleti (), o desnível de 0,3 % (ou seja, 30 cm para cada 10 m) é o ideal para terraços com desnível constante e com comprimento inferior a 300 m, pois evita velocidade erosiva da enxurrada ou a rápida sedimentação do terraço. Para obter esse desnível com nível de mangueira, deve se utilizar a metade do valor em cada haste.
Cálculo do valor a ser lido na mangueira para se obter terraços com desnível constante de 0,3 %. 100 m ------------0,3 m 20 m-----------------x x= 0,06 ou 6 cm (metade desse valor= 3 cm)
Para locação do terraço propriamente dito utilizando o nível de mangueira, após a aferição do equipamento em local nivelado onde a leitura tenha sido 1,50 m (Figura 8 A), o valor a ser lido na haste anterior na primeira estaca, (ponto mais alto e início do terraço, marcado anteriormente), será 1,50 - 0,03= 1,47 m, e no ponto mais baixo, 1,50 + 0,03= 1,53 m ou 153 cm.
Para encontrar o ponto que dê as leituras estabelecidas, o operador em vante deve movimentar para baixo e para cima no sentido da declividade, mantendo a mesma distância entre as hastes (20 m, no exemplo dado). Para o próximo ponto a ser medido, a haste em ré vai para a posição em que estava a de vante, e assim sucessivamente, até o final do terraço. O trabalho deve ser iniciado sempre no meio da área para as laterais.
Com nível óptico
Estaciona-se o aparelho próximo ao local onde será implantado o primeiro terraço, na parte mais alta do terreno (metade da dimensão, conforme item anterior), e faz- se uma leitura em ré marcando o ponto (T1) com uma estaca para referência ( Figura 9).
Foto: Carlos Fernando da Cunha
evento de chuva de intensidade máxima com um determinado tempo de concentração.
Fórmula utilizada: Q= CIA 360
Onde: Q= vazão do escoamento superficial (m 3 s-1^ ) C= coeficiente de escoamento I= intensidade da precipitação pluviométrica (mm h-1^ ) A= área de contribuição (ha)
A cobertura do solo influencia bastante no escoamento superficial. Na Quadro 3, seguem os valores de coeficiente C para diferentes situações topográficas e coberturas de solo.
Quadro 3 - Coeficiente de escoamento (C) para áreas inferiores a 500 ha. Cobertura vegetal
Tipo de solo (textura)
Topografia e declividade Suave ondulada
Ondulada Fortemente ondulada
Amorrada Montanhosa
2,5 a 5% 5 a 10 % 10-20% 20-40% 40-100% Culturas anuais
Argiloso Arenoso
Culturas permanentes
Argiloso Arenoso
Pastagens limpas
Argiloso Arenoso
Capoeiras Argiloso Arenoso
Matas Argiloso Arenoso
Fonte : Pires & Souza (2003) modificado
O próximo parâmetro da equação, a intensidade máxima de chuva (I), é um fator muito importante pois está relacionado com a produção de enxurrada. Para obtenção desse parâmetro o ideal seria utilizar valores de série histórica, no entanto, nem sempre o acesso a esse tipo de dado é possível, e nesse caso, se utiliza a probabilidade do evento ocorrer em intervalos de 5, 10, 15 anos, etc.
Para se obter o evento de intensidade máxima da chuva, é necessário calcular o tempo de concentração da bacia, que se refere ao tempo gasto para que toda a área contribua para o escoamento simultaneamente, ou seja, movimentação da água do ponto mais distante até a saída da área de contribuição (Bertoni & Lombardi, 1993). Com isso, se tem a enxurrada máxima possível para uma determinada área.
Dentre as equações existentes, a de Kirpich é a mais usada em estudos hidrológicos (Carvalho, 2005), e depende do comprimento de rampa e do desnível.
Onde: Tc= tempo de concentração (h) L= comprimento de rampa (km) H= desnível entre o ponto mais alto e o ponto considerado (m)
Exemplo 5: Imagine uma área que possui 72 m de comprimento de rampa, e a diferença do ponto mais baixo e o mais alto é de 20 m. O tempo de concentração será:
Pires & Souza (2003), ressaltam que chuvas de mesma duração podem apresentar diferentes intensidades e, quanto maior ela for, menor é a sua probabilidade de ocorrência. Esses autores compilaram um Quadro com a intensidade máxima de chuva que pode ocorrer em função do tempo de concentração e do período de retorno (Quadro 4).
Quadro 4 - : Valores aproximados das intensidades máximas de chuva (I), em mm/h, possíveis de ocorrerem em diferentes durações ou tempos de concentração, num período de segurança (período de retorno) de 5 e 10 anos, em zona cafeeira do Brasil Meridional. Duração da chuva ou tempo de concentração (min)
Regiões com precipitação média anual inferior a 1400 mm
Regiões com precipitação média anual superior a 1400 mm Freqüência de 5 anos
Freqüência de 10 anos
Freqüência de 5 anos
Freqüência de 10 anos mm h- 0,5 263 290 320 350 0,7 255 281 310 341 1 246 270 300 330 1,5 230 257 382 310 2 220 247 272 297 3 203 225 252 275 5 177 200 223 250 7 160 180 205 225 10 141 160 181 202 15 117 137 155 173 20 104 120 138 155 30 85 98 115 130 40 72 85 100 114 50 64 77 89 101 60 58 68 80 93 80 49 58 68 79 100 43 51 60 69 120 38 46 54 63 Fonte : Pires & Souza (2003) adaptado
Exemplo 6: Considerando o exemplo anterior, que apresentou um tempo de concentração de 0,86 min, em uma região com precipitação média anual inferior a 1400 mm, e período de segurança considerado de 5 anos, o valor de I será:
Antes porém, é necessário fazer a interpolação dos valores:
0,7'--255 mm h -1^ 0,3'-----------------9 mm h- 1'----246 mm h-1^ 0,16-----------------x 1 - 0,7= 0,3 x= (0,16 x 9)/0,3= 4, 255 - 246= 9 255 - 4,8= 250,8 mm h -
sedimentação do canal. Após a obtenção das dimensões do canal, recomenda-se utilizar uma borda livre ou valor de segurança, ou seja, adicionar na altura (h) do canal mais 0,10 m ou 10 cm (Pruski et al., 2006).
Cálculo da velocidade de escoamento, utilizando a fórmula de Manning:
Onde: V= velocidade média da água (m s-1^ ) n= coeficiente de rugosidade, em função do tipo de parede do canal (Quadro 6) Rh= raio hidráulico I= declividade do canal (m m-1^ )
Para se calcular o Rh, é necessário antes, calcular a área (A) da seção transversal e o perímetro molhado (P).
Onde: A= área da seção transversal (m^2 ) P= Perímetro molhado (m) h= altura da lâmina de água (m) b= largura do fundo canal (m) m= talude do canal (1, para inclinação de 45º da parede)
Ilustração: Jorge Luiz Pimenta
Figura 10. Seção típica de um canal trapezoidal
Ilustração: Roriz Luciano Machado
Figura 11. Seção típica de um canal retangular
Quadro 5 - Valores máximos da velocidade média de escoamento no canal. Resistência do solo Velocidade ( m s-1^ ) Solos soltos < 0, Solos medianos < 0, Solos compactos < 1, Fonte : Daker (1987).
Quadro 6 - Valores de n em função da natureza das paredes do canal. Natureza das paredes do canal Coeficiente de rugosidade ( n ) Canais curvilíneos e lamosos 0, Canais de terra retilíneos e uniformes 0, Canais com leito pedregoso e vegetação 0, Canais com fundo de terra e talude empedrados 0, Canais com revestimento de concreto 0, Fonte : E. T. Neves citado por Bernardo et al., (2005).
Exemplo 8
Imagine então que se deseja dimensionar canais para ordenar a enxurrada na área de voçoroca que vem sendo dimensionada, na qual o escoamento superficial é de 18 m3 s-1^. Antes, porém, é necessário saber qual a quantidade de canais a serem construídos na área. Para tanto, basta dividir a dimensão da linha do maior declive, pelo EH encontrado: Considerando que a área possui 72 m de largura (maior declive) por 100 m de comprimento, o número de canais será:
Dado: EH= 13 m Nº canais= 72 = 5,5. 13 Arredondar o valor para 5 canais
Para dimensionar os canais propriamente ditos, é necessário conhecer antes, qual a vazão total que chegará na extremidade de cada canal, ou seja, a vazão de projeto. Para isso, basta dividir a vazão de escoamento de toda a área (exemplo 7), pelo dobro da quantidade de canais, já que a água vai escoar para os dois lados do mesmo canal, no caso, (5 x 2)= 10 saídas. Desta forma, com base no resultado do escoamento superficial de toda a área (exemplo 7) que foi 0,3 m^3 s-1^ , cada canal deverá ser dimensionado para escoar uma vazão (Q) de 0,03 m^3 s-1^ (0,30 m^3 s-1^ / canais = 0,03 m^3 s -1^ ) ou 1800 L min -1^ de água.
Exemplo 9: Dando seqüência aos exemplos anteriores, dimensionar a seção de canais dos tipos trapezoidal e retangular em solo de resistência média, com paredes de terra, com declividade de 0,3 % e talude de 45º (no caso do trapezoidal).
Dados: Q projeto= 0,03 m^3 s - n= 0, I= 0,003 m m - m= 1
· Exemplo com canal trapezoidal Para esta primeira tentativa, serão testadas as dimensões: b= 0,3 m e h= 0,3 m
projeto, e a velocidade de escoamento encontrada, de 0,46 m s -1^ , permaneceu abaixo do valor máximo de velocidade média de 0,5 m s-^.
Para obter as dimensões finais dos terraços falta agora, calcular o valor de h com a borda livre e também, a dimensão da base maior do canal (B). Adicionando-se 0, m de borda livre, o valor de altura da lâmina (h) do canal passa a ter (0,15 + 0, m) 0,25 m.
Para se obter o valor da base maior (B), se utiliza a fórmula: B= b+ 2m.h. Logo, B= 0,30 + 2 x 1 x 0,15= 0,60 m. Lembrando que m eqüivale a 1 para canais trapezoidais com 45º de inclinação.
Portanto, as dimensões dos canais trapezoidais para atender as especificações do projeto devem ser de 0,25 m de altura (h), e 0,30 m de base menor (b) e 0,60 m de base maior.
· Exemplo com canal retangular
Parâmetros: área, perímetro molhado, raio hidráulico, velocidade e vazão calculada.
Tentativa utilizando b= 0,33 m e h= 0,2 m
Tabela 3 - Resumo dos parâmetros obtidos
Os valores de dimensões testados atenderam as exigências de velocidade de escoamento (menor que 0,5 m s-1^ ), e conferem uma vazão bastante próxima a de projeto, sendo então, recomendados para o dimensionamento dos canais. As dimensões que os canais devem possuir para escoar a vazão de projeto são: altura (h) + borda livre= 0,30 m (0,33 + 0,10 m), fundo do canal (b)= 0,33 m.
Visando facilitar a obtenção das dimensões de canais trapezoidais e retangulares, encontram-se nas Tabela 4 e Tabela 5, valores de b e h, para diferentes vazões de projetos.
Tabela 4 - Valores de b e h para canais trapezoidais com diferentes vazões de projetos. b h h+borda A P Rh V Q calc Qprojet (m) (m 2 ) (m) (m) (m s -1) (m 3 s-1^ ) 0,15 0,15 0,25 0,05 0,57 0,08 0,40 0,018 0, 0,20 0,15 0,25 0,05 0,62 0,08 0,42 0,022 0, 0,25 0,15 0,25 0,06 0,67 0,09 0,44 0,026 0,
Tabela 5 - Valores de b e h para canais retangulares com diferentes vazões de projeto. b h h+borda A P Rh V Q calc Qprojet (m) (^) (m^2 ) (m) (m) (^) (m s-1) (m 3 s -1) 0,20 0,20 0,30 0,04 0,60 0,07 0,36 0,014 0, 0,25 0,20 0,30 0,05 0,65 0,08 0,40 0,020 0, 0,30 0,20 0,30 0,06 0,70 0,09 0,43 0,026 0, 0,33 0,20 0,30 0,07 0,73 0,09 0,44 0,029 0, 0,35 0,22 0,32 0,08 0,79 0,10 0,46 0,036 0, 0,35 0,25 0,35 0,09 0,85 0,10 0,48 0,042 0, 0,37 0,25 0,35 0,09 0,87 0,11 0,49 0,045 0, 0,40 0,25 0,35 0,10 0,90 0,11 0,51 0,051 0, 0,40 0,35 0,45 0,14 1,10 0,13 0,55 0,078 0, 0.45 0.40 0,50 0,18 1,25 0,14 0,60 0,108 0, 0,55 0,40 0,50 0,22 1,35 0,16 0,65 0,144 0, 0,58 0,50 0,60 0,29 1,58 0,18 0,71 0,205 0,
Para escavação dos canais, caso o produtor disponha de equipamentos de tração animal, como arado de boi, poderão ser utilizados visando reduzir o trabalho manual, o qual será mais utilizada para o acabamento dos canais.
Bacias de retenção
Depois de calculado a dimensão dos canais, resta calcular o volume que cada bacia terá que ter para armazenar a enxurrada escoada na área, de modo a promover seu armazenamento e infiltração, conforme comentado anteriormente.
A quantidade de bacias necessárias deverá ser o dobro da quantidade de canais, tendo em vista que serão construídas bacias na extremidade de cada canal em desnível.
Para obter o volume das bacias, basta dividir a enxurrada produzida na área, calculada através do escoamento superficial, e tempo de concentração da chuva, pela quantidade de bacias.
Exemplo 10
Para concluir os exemplos anteriores, dimensionar o volume das bacias de retenção para o projeto em elaboração, utilizado os resultados encontrados.
Dados:
· Quantidade de terraços ou canais: 5 (exemplo): conseqüentemente, 10 bacias de infiltração.
· Volume de enxurrada : 16 m^3 (exemplo 7).