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Clínica Médica de Pequenos Animais: Calicivirose felina, Resumos de Medicina Veterinária

Disciplina de clínica média felina do ano de 2024 do curso de Medicina Veterinária

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 13/08/2024

rebellodana
rebellodana 🇧🇷

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A calicivirose faz parte do complexo respiratório
felino em conjunto com a rinotraqueíte viral felina.
Causado pelo
feline calicivirus vírus
, pertencente à
família Caliciviridae, de RNA fita simples, não
envelopado, que sofre mutações frequentes,
possuindo uma alta diversidade genética, por isso
há dificuldades em seu tratamento e produção de
vacinas.
A vacina foi feita a partir da “compilação” de várias
cepas em que se teve um sorotipo (grupo de vírus
que possuem um antígeno em comum).
O vírus é resistente no ambiente por pelo menos
30 dias em superfícies secas e temperatura
ambiente, sendo assim, se torna importante a
desinfecção, sobretudo de abrigos, errantes, casas
com muitos gatos.
Ocorre com uma maior frequência em locais onde
habitam grandes grupos de gatos, por isso
perguntar na anamnese como é a habitação do
animal.
O vírus é eliminado pelas secreções orais e nasais
e o animal suscetível contrai a infecção pelo
contato direto com essas secreções, também
pode ocorrer transmissão indireta quando as
secreções contaminam gaiolas, bebedouros e
comedouros, mas não ocorre transmissão vertical.
O trato orofaríngeo (boca + garganta) é o mais
acometido uma vez que o vírus faz sua replicação
neste local, causando necrose de células epiteliais
já que o vírus utiliza as células epiteliais como fonte
de energia. Por isso, é comum a presença de
úlceras na cavidade oral. A viremia ocorre em 3 a
4 dias, e o vírus é capaz de atingir outros tecidos
como intestinais e articulações.
Devido às várias mutações que os vírus fazem,
houve a criação de uma cepa mais virulenta
denominada
FCV disease
, que causa uma
síndrome inflamatória originando uma vasculite
generalizada pois a resposta inflamatória é mais
rápida e mais efetiva, o que acaba envolvendo
vários órgãos, sendo assim, o animal vai á óbito
mais facilmente. Sua patogênese ainda é
desconhecida.
Os animais apresentam sinais orais agudos, por
isso é muito importante o exame físico da
cavidade oral. Principalmente sinais respiratórios
superiores que podem evoluir para pneumonia,
sobretudo em filhotes. Também é comum o felino
apresentar gengivo-estomatite crônica
imunomediada por conta da resposta inflamatória
exacerbada.
Os principais sinais clínicos são:
Ulceração oral, principalmente em base de
língua, desde perder as espículas até a
necrose de parte da língua
Espirros
Secreção nasal serosa
Febre
Anorexia devido á ulceração na língua,
optando pelo sachê
Hipersalivação
Halitose devido a infecção na língua
Estomatites
Em casos de pneumonia o paciente
apresenta dispneia, tosse e depressão
Síndrome da claudicação: o vírus também
possui tropismo pelo líquido sinovial que fica
Diferente de vírus DNA cujo material
genético é copiado com acurácia, os
vírus RNA frequentemente sofrem erros
durante sua cópia (mutações)
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Baixe Clínica Médica de Pequenos Animais: Calicivirose felina e outras Resumos em PDF para Medicina Veterinária, somente na Docsity!

A calicivirose faz parte do complexo respiratório felino em conjunto com a rinotraqueíte viral felina.

Causado pelo feline calicivirus vírus, pertencente à

família Caliciviridae, de RNA fita simples, não envelopado, que sofre mutações frequentes, possuindo uma alta diversidade genética, por isso há dificuldades em seu tratamento e produção de vacinas. A vacina foi feita a partir da “compilação” de várias cepas em que se teve um sorotipo (grupo de vírus que possuem um antígeno em comum). O vírus é resistente no ambiente por pelo menos 30 dias em superfícies secas e temperatura ambiente, sendo assim, se torna importante a desinfecção, sobretudo de abrigos, errantes, casas com muitos gatos. Ocorre com uma maior frequência em locais onde habitam grandes grupos de gatos, por isso perguntar na anamnese como é a habitação do animal. O vírus é eliminado pelas secreções orais e nasais e o animal suscetível contrai a infecção pelo contato direto com essas secreções, também pode ocorrer transmissão indireta quando as secreções contaminam gaiolas, bebedouros e comedouros, mas não ocorre transmissão vertical. O trato orofaríngeo (boca + garganta) é o mais acometido uma vez que o vírus faz sua replicação neste local, causando necrose de células epiteliais já que o vírus utiliza as células epiteliais como fonte de energia. Por isso, é comum a presença de úlceras na cavidade oral. A viremia ocorre em 3 a 4 dias, e o vírus é capaz de atingir outros tecidos como intestinais e articulações. Devido às várias mutações que os vírus fazem, houve a criação de uma cepa mais virulenta

denominada FCV disease, que causa uma

síndrome inflamatória originando uma vasculite generalizada pois a resposta inflamatória é mais rápida e mais efetiva, o que acaba envolvendo vários órgãos, sendo assim, o animal vai á óbito mais facilmente. Sua patogênese ainda é desconhecida. Os animais apresentam sinais orais agudos, por isso é muito importante o exame físico da cavidade oral. Principalmente sinais respiratórios superiores que podem evoluir para pneumonia, sobretudo em filhotes. Também é comum o felino apresentar gengivo-estomatite crônica imunomediada por conta da resposta inflamatória exacerbada. Os principais sinais clínicos são: ✓ Ulceração oral, principalmente em base de língua, desde perder as espículas até a necrose de parte da língua ✓ Espirros ✓ Secreção nasal serosa ✓ Febre ✓ Anorexia devido á ulceração na língua, optando pelo sachê ✓ Hipersalivação ✓ Halitose devido a infecção na língua ✓ Estomatites ✓ Em casos de pneumonia o paciente apresenta dispneia, tosse e depressão ✓ Síndrome da claudicação: o vírus também possui tropismo pelo líquido sinovial que fica Diferente de vírus DNA cujo material genético é copiado com acurácia, os vírus RNA frequentemente sofrem erros durante sua cópia (mutações)

nas articulações, podendo apresentar claudicação por sinovite aguda, também está associado a outros sinais como lesões cutânea, edemas e lesões crostosas e alopécicas nos membros e na face. Associar: ✓ Anamnese: Quantos gatos vivem na casa? É vacinado? Tem algum outro animal com o mesmo sinal clínico? ✓ Sinais clínicos ✓ Exames complementares como hemograma (mas vai ser inespecífico) O padrão ouro é o isolamento viral a partir de swab nasal, ocular ou de secreções e mandar para o laboratório para fazer PCR. A sorologia é pouco útil para o diagnóstico pois pode ocorrer resultados falso-negativos ou falso-positivos, caso ainda não haja a formação de anticorpos ou quando o animal foi vacinado, respectivamente Como não há antiviral, o tratamento é de suporte como antibioticoterapia devido às infecções secundárias (doxiciclina pois ela também tem um fator imunoestimulante em filhotes), imunoestimulantes e os antivirais. A principal forma de prevenção é a vacinação. Para gatos há três tipos de vacina a V3, V4 e V5. Para saber qual melhor vacina, depende do ambiente em que ele vive. As cepas mais usadas na vacina são F9, FCV 255, G1 e 431. A primeira dose de vacina deve ser aplicada com 9 semanas de idade e a segunda 2 a 4 semanas depois, em situações de risco e quando filhotes vacinados tenham desenvolvido a doença, sugere- se a aplicação de uma terceira dose às 16 semanas, recomenda-se utilizar a mesma marca durante todo o ciclo. Já gatos adultos devem receber duas aplicações com intervalo de 2 a 4 semanas. A revacinação deve ser feita a cada 3 anos para gatos em situações de baixo risco e a anualmente para gatos em situação de alto risco. Em alguns países, há produção de vacina para uso intranasal. Tais vacinas induzem imunidade local na mucosa, mais eficiente que a gerada pelas vacinas parenterais, é necessário apenas uma dose e não há risco de sarcomas no local de aplicação. Sua utilização é interessante quando precisa de desenvolvimento rápido de proteção como em um gato que será introduzido em uma colônia. Gatos recuperados de calicivirose provavelmente não estejam imunes para o resto da vida, principalmente para cepas diferentes