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Guias e Dicas
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Tratamento de Doenças Equinas: Amicacina, Cefquinoma, Meloxicam e S. equi, Notas de estudo de Diagnóstico

Este documento discute o uso de amicacina, cefquinoma e meloxicam no tratamento de lesões equinas e a importância de sedação. Além disso, o texto aborda as lesões cutâneas fotossensíveis, insuficiência hepática e diarreia associadas a esses agentes. O documento também menciona a importância de antibioterapia e analgesia no tratamento de infecções por s. Equi.

O que você vai aprender

  • Por que é importante a utilização de tranquilizantes ou sedação no tratamento de lesões equinas?
  • Qual é a principal causa de diarreia em cavalos tratados com amicacina, cefquinoma e meloxicam?
  • Quais são as lesões cutâneas fotossensíveis e como elas estão relacionadas à insuficiência hepática?
  • Quais são as medidas eficazes no controle de surtos de gurma em cavalos?
  • Quais são os efeitos adversos da administração de amicacina, cefquinoma e meloxicam em cavalos?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Selecao2010
Selecao2010 🇧🇷

4.4

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Mestrado em Medicina Veterinária
Relatório de Estágio
Évora, 2019
CLÍNICA E CIRURGIA DE EQUINOS |
Marta Uva Cansado Gonçalves da Silva |
Orientação: Profª Doutora Susana Oliveira Serrano Monteiro |
Orientação externa: Dr. Tomé António Fino Vitorino |
ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA
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Baixe Tratamento de Doenças Equinas: Amicacina, Cefquinoma, Meloxicam e S. equi e outras Notas de estudo em PDF para Diagnóstico, somente na Docsity!

Mestrado em Medicina Veterinária

Relatório de Estágio

Évora, 201 9

CLÍNICA E CIRURGIA DE EQUINOS |

Marta Uva Cansado Gonçalves da Silva |

Orientação: Profª Doutora Susana Oliveira Serrano Monteiro |

Orientação externa: Dr. Tomé António Fino Vitorino |

ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Mestrado em Medicina Veterinária

Relatório de Estágio

Évora, 2019

CLÍNICA E CIRURGIA DE EQUINOS |

Marta Uva Cansado Gonçalves da Silva |

Orientação: Profª Doutora Susana Oliveira Serrano Monteiro |

Orientação externa: Dr. Tomé António Fino Vitorino |

ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA

I

Dedicatória Ao Pai por me transmitir, de forma tão marcada, a paixão pelos cavalos e o interesse pela medicina. À Mãe, por me ensinar que o Amor não tem barreiras e por me incutir a admiração e respeito pela Natureza e pelos animais. À Avó Zázá, por me ensinar a ser bondosa, assertiva e protetora dos “meus”. A Deus, por todas as pedras no caminho.

II

Agradecimentos Chegando ao fim desta importante etapa, reconheço o apoio que tive não só na elaboração deste trabalho e no estágio curricular, mas também no meu percurso na Universidade de Évora e na vida, pelo que gostaria de agradecer. Em primeiro lugar à minha orientadora, Prof. Susana, por toda a paciência que teve comigo, pela atenção na correção do relatório e pelos ensinamentos ao longo do curso. Muito obrigada por tudo! Obrigada à Equimuralha por me ter aceite como estagiária e pela possibilidade da realização deste relatório. Aprendi muito! Ao Dr. Tomé, pela disponibilidade e interesse em ensinar-me, pela confiança, pela paciência para a minha ilusão de novata e por me transmitir valores de trabalho. Será sempre uma referência para mim. Obrigada também por todas as conversas. À Lila, igualmente pela vontade de me ensinar, por me permitir “pôr a mão na massa” e por me incutir hábitos no trabalho, como ser organizada e sistemática. Pela confiança e amizade, pelas conversas e descontração na carrinha. Obrigada! À Marta Tobar, a “mãe” do meu estágio, uma amiga sempre disponível para conversar, ajudar e orientar-me. Foste fundamental. Obrigada pelo carinho! Agradeço a todos os que se cruzaram comigo durante o estágio, em particular à Rita Gervásio, pelo gosto em que eu aprendesse, pelas cantorias, risos e almoços com vista para o campo. E ao João Pereira, por fazer das manhãs o momento mais divertido do dia e por alinhar na minha loucura da identificação de plantas tóxicas. Obrigada à Piri por me fazer o jantar e estender a roupa! Obrigada a todos os que, ao longo do curso, permitiram com que eu aprendesse e me tornasse sempre melhor, especialmente quanto à clínica e cirurgia de equinos. À Prof. Susana. À Prof. Elisa, por ralhar comigo, pela paciência e por todos os ensinamentos e conversas. Ao Luís e ao Phelps, por me chamarem sempre e por fazerem questão que eu aprendesse. À equipa da Unidade Clínica de Alter. Tudo isto não seria possível sem o apoio incondicional da minha família que sempre me permitiu realizar todos os meus objetivos, apoiando-me a 100%. Um obrigada muito especial ao meu querido Avó Tó por me possibilitar toda a minha formação académica. Obrigada por estares sempre presente e fazeres tudo por mim. Aos meus tios, Tio Luís e Tia Ana Tereza, nem sei como vos agradecer por tudo. Sem vocês, certamente, não estaria onde estou. Obrigada por nunca desistirem de mim, por me apoiarem em todas as decisões, por me educarem mesmo quando eu não queria e por estarem sempre ao meu lado.

IV

Resumo Este relatório tem como objetivo a descrição das atividades desenvolvidas durante o estágio curricular do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária da Universidade de Évora. A primeira parte consiste numa apresentação da casuística acompanhada, dividida pelas áreas da medicina preventiva, clínica e cirúrgica de equinos, bem como a área da reprodução, descrevendo-se alguns procedimentos ou casos clínicos mais relevantes. A segunda parte consiste numa monografia sobre o tema “Gurma: infeção do trato respiratório superior de equinos por S treptococcus equi subsp. equi” , com foco na deteção e tratamento de portadores crónicos assintomáticos por endoscopia. Por último, desenvolvem-se alguns casos decorrentes de um surto de gurma acompanhado durante o estágio, na região do Alentejo. Palavras-chave: equinos, clínica, gurma, S treptococcus equi subsp. equi , endoscopia

V

Abstract

Equine Clinics and Surgery

This report is meant to account for the activities developed throughout the internship integrated in the master’s degree in Veterinary Medicine of the University of Évora. The first section consists in a description of the case load performed in the different areas of the equine prophylaxis, clinics and surgery, as well as breeding. When relevant, some procedures or cases are more minutely described. In the second section a monograph on “Strangles: an equine upper respiratory tract infection by S treptococcus equi subsp. equi ” is made, focusing on the endoscopic detection and treatment of chronic asymptomatic carriers. Lastly, some relevant cases of a strangles outbreak that occurred during the internship period, in the Alentejo region, are reported. Keywords : equine, clinics, strangles, S treptococcus equi subsp. equi, endoscopy

VII

VIII

  1. Casos clínicos – Deteção e tratamento de PCA após um surto na região do Alentejo ..... 83 4.1. Exame endoscópico e tratamento das bolsas guturais............................................... 84 4.2. Discussão .................................................................................................................... 88 Conclusão.................................................................................................................................... 90 Bibliografia ................................................................................................................................... 92 Anexo I - Plantas tóxicas ricas em alcaloides pirrolizidínicos comuns em Portugal ..................... A Anexo II – Relatório histopatologia................................................................................................ B

X

XI

Índice de figuras Figura 1: Conformação dos cascos dos membros anteriores. A – vista lateral; B – vista dorsopalmar. Última ferração há mais de oito semanas. Cascos longos e ferradura justa. ...... 10 Figura 2: Conformação dos cascos dos membros anteriores. A – vista lateral; B – vista dorsopalmar. Pinça longa e talões curtos, típico de inversão do eixo podo-falângico. .............. 10 Figura 3: Inspeção dos membros anteriores. A – vista lateral; B – vista dorsopalmar. Sobremão bilateral, característica de exostose da articulação interfalângica proximal. .............................. 11 Figura 4: Flexão do carpo. .......................................................................................................... 12 Figura 5: Imagens radiográficas da região do boleto nas quais se identifica a fratura do sesamoide lateral e do MCIV. A – Projeção dorso-palmar; B – Projeção latero-medial; C – Projeção dorsolateral-palmaromedial oblíqua. (Imagens gentilmente cedidas pela Equimuralha). .......... 13 Figura 6: Sistema de Triadan (Dixon & du Toit, 2011). ............................................................... 16 Figura 7: Arcada superior direita. A – Identificação do dente 105 de grandes dimensões; B – Alvéolo após extração; C – Comparação do tamanho de dentes de lobo. ................................. 17 Figura 8: Tronco de contenção. Diagnóstico e tratamento de cavalo em cólica. ....................... 18 Figura 9: Lesões na região da cabeça indicadoras de dor severa. ............................................ 19 Figura 10: Imagens ecográficas de um cavalo adulto com um lipoma estrangulante. A - Distensão de intestino delgado marcada (diâmetro luminal = 5,29 cm); B - Espessamento severo da parede do intestino delgado de até 1,5 cm (setas) (le Jeune & Whitcomb, 2014). ................................ 20 Figura 11: Teste SnapFoal®. Nível de IgG superior a 8g/L. ....................................................... 21 Figura 12: Abordagem ao caso de neonatologia. A – Vista lateral; B – vista dorsal. Notar a distensão articular do membro anterior esquerdo; C e D – lavagem articular; E – interpretação do teste SnapFoal®. ......................................................................................................................... 23 Figura 13: Mucosa conjuntiva congestionada. Midríase. ............................................................ 28 Figura 14: Head pressing. ........................................................................................................... 28 Figura 15: Imagens de necropsia. A – Presença de icterícia; B – Atrofia, aspeto firme e esbranquiçado do fígado; C – Coloração marmoreada ao corte do fígado. ............................... 31 Figura 16: Material para orquiectomia. ....................................................................................... 34 Figura 17: Laceração na face dorsolateral do curvilhão do membro posterior esquerdo. A e B – sutura; C – colocação de penso. ................................................................................................. 36 Figura 18: Controlo reprodutivo. Palpação e ecografia transrectal. ............................................ 38 Figura 19: Lavagem uterina para colheita de embrião. .............................................................. 39

XIII

Figura 45: Remoção transendoscópica de condroides (Dixon & James, 2018; Whitlock et al.,

  1. ........................................................................................................................................... 80 Figura 46: Condroides após vários cortes realizados com endoscopic snare (Seahorn, 2004). 81 Figura 47: Condroide na BG direita do equino C (imagens gentilmente cedidas pela Unidade Clínica de Alter – Universidade de Évora). ................................................................................. 87

XIV

Abreviaturas AE – asma equina AINE – anti-inflamatório não esteroide ALP – fosfatase alcalina (a lkaline phosphatase ) BA – acetato de betametasona ( betamethasone acetate ) BCAA - aminoácidos de cadeia ramificada ( branched chain amino acids ) BG – bolsas guturais BID – duas vezes por dia ( bis in die ) CK – creatina quinase ( creatine kinase ) DMSO – dimetilsulfóxido EH – encefalopatia hepática ELISA – ensaio de imunoabsorção enzimática ( enzyme-linked immunosorbent assay ) FC – frequência cardíaca FEI – Federação Equestre Internacional FR – frequência respiratória GGT – gama glutamil transferase hCG – gonadotrofina coriónica humana ( human chorionic gonadotropin ) IA – inseminação artificial iELISA – teste ELISA indireto IM – intramuscular IV – intravenosa LRF – linfonodos retrofaríngeos LSB – ligamento suspensor do boleto LSM – linfonodos submandibulares MCIV – osso metacarpiano IV MPA – acetato de metilprednisolona ( methylprednisolone acetate ) NC – nervo craniano OA – osteoartrite PCA – portadores crónicos assintomáticos PCR – reação em cadeia da polimerase ( polymerase chain reaction ) PCV – hematócrito ( packed cell volume ) PGF2α – prostaglandina F2α PH – púrpura hemorrágica PMN – polimorfonucleares PO – via oral ( per os ) PT – proteínas totais qPCR – PCR quantitativo (em tempo real) RAO – doença obstrutiva recorrente das vias aéreas ( recurrent airway obstruction ) SDH – sorbitol desidrogenase SID – uma vez por dia ( semel in die ) TA – acetónido de triamcinolona ( triamcinolone acetonide ) TRS – trato respiratório superior

2. Casuística No capítulo que se segue será descrita a casuística observada durante o estágio, dando-se devido destaque aos casos clínicos mais relevantes em cada área, seja pela frequência, pela singularidade ou pelo interesse científico. As áreas abordadas foram divididas em medicina preventiva, clínica médica, clínica cirúrgica e reprodução. Na clínica médica inclui-se a Pneumologia e Otorrinolaringologia, a Ortopedia, a Odontoestomatologia, a Gastroenterologia, a Neonatologia, e outros (Dermatologia, Oncologia, Neurologia e Oftalmologia). O total de casos acompanhados foi de 643 , repartidos pelas várias áreas, sendo a sua relação percentual ilustrada no gráfico 1. Pela análise do gráfico anterior, entende-se que a área com maior número de casos (226) foi a reprodução, com 3 5 % da casuística total. Este destaque deve-se não só ao número de animais intervencionados, como aos diversos procedimentos realizados, ocupando uma grande parte do tempo de estágio. De seguida, surge a clínica médica com 32 %, o que corresponde a 205 casos. Mais adiante, faz-se uma discriminação dos temas que compõem esta área e a sua relação percentual. A medicina preventiva ocupa a terceira posição, com 30%. O número de casos foi de 196, representando a profilaxia e identificação de equinos, parte importante da medicina veterinária de equinos. A clínica cirúrgica surge com a menor percentagem, 3 %, pelo caráter ambulatório do estágio. O número de casos foi de 16 , refletindo algumas cirurgias possíveis de serem realizadas a campo.

Medicina Preventiva Clínica Médica Clínica Cirúrgica Reprodução Gráfico 1 : Representação gráfica da relação percentual da casuística por área (Fr, %; n = 643).

2.1. Medicina Preventiva

Este capítulo refere-se às ações profiláticas efetuadas durante o estágio curricular, numa totalidade de 1 96 casos, como a tabela 1 evidencia. Tabela 1 : Casuística relativa à Medicina Preventiva ( n =1 96 ). Em relação ao protocolo vacinal adotado na Equimuralha, era recomendada a vacinação de todos os animais, embora esta não seja obrigatória em Portugal. Apenas os que participam em competições equestres internacionais, têm que apresentar uma vacinação atualizada para a influenza equina, seguindo as regras da Federação Equestre Internacional (FEI) (FEI, 2018). A maioria das vacinas disponíveis no mercado, confere proteção contra o vírus Influenza , da família Orthomyxoviridae e as exotoxinas produzidas pelo bacilo anaeróbio gram positivo Clostridium tetani , agentes da gripe equina e do tétano, respetivamente (Landolt, Townsend & Lunn, 2014; MacKay, 2014). A vacina utilizada foi a Equilis Prequenza-TE® constituída por duas estirpes de Influenza ( A/equine-2/South Africa/4/03 e A/equine-2/Newmarket/2/93 ) e pelo toxoide tetânico (MSD Animal Health Portugal, 2018). A vacinação dos poldros inicia-se aos seis meses de idade por duas inoculações com um intervalo de um mês entre si e uma terceira, seis meses depois. Salvaguardam-se os poldros nascidos de mães não vacinadas, começando este procedimento aos três meses. A partir do ano de idade e em adultos a vacinação é feita anualmente ou de seis em seis meses no caso de cavalos em competição. A primovacinação consiste numa primeira inoculação, seguida de uma segunda, nos 21 a 92 dias seguintes. O primeiro reforço é feito nos sete meses Medicina Preventiva Fi Fr (%) Desparasitação 82 44, Vacinação 54 27, Resenho descritivo 27 13, Colheita de sangue para livro azul 16 7, Introdução de microchip 8 2, Exame em ato de compra 4 2, Marcação a fogo 2 1, Colheita de sangue para diagnóstico (Piroplasmose)

Marcação a azoto líquido 1 0, TOTAL 196 100,