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Análise da Anomalia de Classe III: Etiologia, Consequências e Tratamento, Notas de aula de Ortodontia

Uma análise detalhada sobre a anomalia de classe iii, uma desviação dento-esquelética comum que caracteriza-se pela relação anormal entre os maxilares. O texto aborda a etiologia multifatorial desta anomalia, as consequências para o portador, as diferentes formas de manifestação e o tratamento possível. Além disso, são discutidos os estudos relacionados a esta anomalia e suas prevalências em diferentes populações.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Jose92
Jose92 🇧🇷

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Helena Sofia André Matos
ANOMALIA DE CLASSE III
Universidade Fernando Pessoa
Faculdade Ciências da Saúde
Porto, 2014
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Helena Sofia André Matos

ANOMALIA DE CLASSE III

Universidade Fernando Pessoa Faculdade Ciências da Saúde Porto, 2014

Helena Sofia André Matos

ANOMALIA DE CLASSE III

Trabalho apresentado à Universidade Fernando Pessoa como

parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em

Medicina Dentária.

_____________________________________________________

(Helena Matos)

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

Fernando Pessoa

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Abstract

Introduction: The anomaly class III is a bad occlusion that affects the individuals psychologically, since nowadays the esthetics is socially valued. Thus, the diagnosis must be done early on so that the individuals with this anomaly can be followed by professionals in the dentistry field, specially orthodontists, so that a normal occlusion is possible, as well as a well balanced facial growth.

Objective: The present work's goal is the study of class III, concerning the etiology, diagnosis and treatment.

Materials and Methods: With the intention of performing successfully the bibliographic revision about the topic, they were used two systems, the manual and the computer. The manual search was performed on the Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Fermando Pessoa's library. The computer search was performed through browsers such as Medline/PubMed, B-on, Elsevier, institutional repository of Universidade Fernando Pessoa.

Conclusions: The etiology of class III is multifactorial, although genetics seems to be the biggest intervener. There is clinical evidence showing that the therapeutic decision can change the progress of various prognosis, even the worse ones. In order to do that, there is a need of an early diagnosis concerning bad occlusions, in order to intervene as soon as possible. This early intervention has shown relevant significance preventing a worsening of the patient's clinical presentation, also changing his psychosocial behavior. Currently there is frequently a discrepancy between clinical and cephalometric diagnosis, occurring due to errors related to the cephalometric methods.

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Dedicatória

Quero dedicar em primeiro lugar aos meus pais pelo apoio incondicional ao longo de toda a minha vida. A eles devo a educação que tenho, os valores e princípios que sempre me incutiram. Pois hoje sou a pessoa que sou devido a eles.

Às minhas melhores amigas que sempre estiveram presentes nestes 5 anos de faculdade, pela motivação, mais concretamente, para concluir este trabalho final de curso.

Aos meus tios maternos, por sempre acreditarem que ia conseguir alcançar esta meta da minha vida.

Aos meus avós paternos, por darem e reconhecerem o devido valor da sua neta.

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Índice Geral Pág. Índice de Figuras…………………………………………………………………...….xiii Índice de Quadros………………………………………………………………….…..xv Lista de Abreviaturas e Símbolos………..………………………………………….....xvi

I- Introdução ……………………………………………………………………………

II- Desenvolvimento …………………………………………………………………….

1- Materiais e Métodos da Revisão Bibliográfica……………………………………….

2- Conceito de normalidade/Má oclusão de classe III…………………………………... 2.1- Classe III dentária……………………………………....…………………... 2.2- Classe III dentoalveolar…………………………………………………...... 2.3- Classe III esquelética……………………………………………………......

3- Epidemiologia da classe III…………………………...................………………........

4- Etiologia da classe III...........................................………………………...…..............

4.1- Fatores de hereditariedade............................................................................ 4.2- Fatores locais ou gerais................................................................................ 4.3- Fatores causais..............................................................................................

5- Consequências de um portador de classe III………………………........................... 5.1- Alterações psicológicas e sociais.................................................................. 5.2- Alterações funcionais................................................................................... 5.3- Alterações dentárias..................................................................................... 5.4- Morfologia facial..........................................................................................

Fundamentação Teórica

xi

  • 6- Diagnóstico..................................................................................................................
    • 6.1- Métodos de diagnóstico................................................................................
      • 6.1.1- Anamenese.....................................................................................
      • 6.1.2- Exame clínico extra-oral................................................................
      • 6.1.3- Exame clínico intra-oral................................................................
      • 6.1.4- Modelos de estudo........................................................................
      • 6.1.5- Exame radiográfico.......................................................................
        • 6.1.5.1- Telerradiografia..............................................................
    • 6.2- Análise cefalométrica...................................................................................
      • 6.2.1- Análise Cefalométrica de Ricketts................................................
      • 6.2.2- Análise Geométrica Individualizada da Harmonia Facial.............
  • 7- Breves considerações a propósito de um caso clínico.................................................
    • 7.1- Análise Cefalométrica de Ricketts...............................................................
    • 7.2- Análise Geométrica Individualizada da Harmonia Facial............................
    • 7.3- Ponto da situação..........................................................................................
  • 8- Tratamento..................................................................................................................
    • 8.1- Tratamento Intercetivo com o uso de Mentoneira.......................................
    • 8.2- Tratamento Ortopédico................................................................................
    • 8.3- Tratamento com aparelho fixo.....................................................................
    • 8.4- Tratamento Ortodôntico-Cirúrgico..............................................................
  • IV- Conclusão ……………………………………………………………………........
  • VI- Referências Bibliográficas ………………………………….……………............

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Figura 11- Análise Geométrica Individualizada da Harmonia Facial em paciente adulto, realizada sobre telerradiografia de perfil, tomada em posição natural da cabeça. Fonte: gentilmente cedido por Reis, N.......................................................................................

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Índice de Quadros

Quadro 1 - Quadro ilustrativo das causas originais mais comuns de anomalias dentofaciais segundo Dockrell. Adaptado de Color Atlas of Dental Medicine Orthodontic - Diagnosis (1993).......................................................................................

Quadro 2- Valor da convexidade facial de acordo com a análise de Ricketts. Fonte: gentilmente cedido por Reis, N.......................................................................................

Quadro 3- Valor do comprimento anterior do crânio e do comprimento do corpo mandibular de acordo com a análise de Ricketts. Caso cedido pelo Dr. Nelso Reis......

Quadro 4- Valor da profundidade facial de acordo com a análise de Ricketts. Caso cedido pelo Dr. Nelso Reis..............................................................................................

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CC- Ponto CC (Ponto da interseção do plano basocraniano (Ba-Na) com o eixo facial (Pt-Gn)

ERM- Expansão rápida da maxila

Sn- Sub-nasal

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I- Introdução

“A Ortodontia é uma ciência odontológica cuja terapêutica, na maioria das vezes, é analisada sob fatores de ação mecânica com consequente reação nas estruturas dentofaciais” (Albuquerque & Eto, 2006).

A revisão de literatura bibliográfica elaborada para o presente trabalho teve como principal objetivo o estudo da classe III, tendo em conta a etiologia, diagnóstico e tratamento. Cada vez mais, as pessoas se preocupam com a estética, e quando casos deste aparecem, o principal objetivo dos pacientes é saber qual o resultado final do tratamento, daí o diagnóstico desta anomalia ser bastante importante para se poder realizar um plano de tratamento correto e que vá ao encontro dos objetivos finais do paciente.

Nos dias de hoje, o diagnóstico precoce de uma anomalia de classe III é frequente em crianças e detetado através de um exame clínico minucioso, em apenas uma simples consulta de rotina de saúde oral. Regra geral, os pais não levam as crianças ao Médico- Dentista por apresentarem uma mordida cruzada anterior ou uma progenia. Contudo, torna-se cada vez mais importante que os pacientes se preocupem mais com este tipo de diagnóstico, de forma a restabelecer uma função oclusal normal e favorecendo, assim, um crescimento facial mais equilibrado. Deste modo, deve realizar-se intervenções de tratamento de caráter intercetivo.

Quanto à escolha do tema, este despertou-me interesse, pelo fato de ter uma amiga portadora de classe III esquelética. Desde criança que a conheço, e que sempre me lembro de existir uma desarmonia facial bastante significativa. Há cerca de um ano, submeteu-se a cirurgia maxilo-facial como parte integrante do tratamento ortodôntico, e o seu antes e depois, teve um impacto bastante grande esteticamente. Isso despertou ainda mais a já existente curiosidade por esta anomalia.

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2- Conceito de normalidade/Má oclusão de classe III

A classe I tem como consideração mais importante a relação antero-posterior dos molares superiores e inferiores. A cúspide mesio-vestibular do primeiro molar superior oclui no sulco mesio-vestibular do primeiro molar inferior (Graber, 1984).

Angle ( cit. in Graber, 1984), considera que o primeiro molar superior ocupa uma posição essencialmente normal, o que significa que a arcada dentária inferior, se encontra em relação anteroposterior normal relativamente à arcada superior. Assim, deduz-se que as bases ósseas de suporte superior e inferior, se encontram em relação normal.

Figura 1 - Relação molar, representativa de classe I. Adaptado de Ortodoncia Teoría y Práctica (1984).

De acordo com alguns autores, o avanço do primeiro molar permanente numa distância correspondente à distância mesio-distal de um pré-molar caracteriza a definição de classe III, pelo que, por vezes a presença de uma mordida cruzada anterior, seja um sinal clínico deste tipo de anomalia (Singh, 1999).

De acordo com Angle ( cit. in Xue et al ., 2010), a má oclusão de classe III carateriza-se pela relação anormal entre os maxilares, com a cúspide mesio-vestibular do primeiro

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molar permanente superior, ocluindo distalmente com o sulco mesio-vestibular do primeiro molar permanente inferior.

Figura 2 - Relação molar, representativa de classe III. Adaptado de Diagnóstico Ortodôntico (1993).

Normalmente, numa classe III, os incisivos e caninos inferiores estão inclinados para lingual, ao contrário dos seus homólogos superiores que estão inclinados para vestibular. Em muitos casos ocorre a relação de mordida cruzada anterior, sendo que esta inversão de trespasse horizontal dos incisivos poderá estar associada a uma relação lábio-dente diferente do normal (Boeck et al ., 2005).

2.1- Classe III dentária

Uma mordida cruzada anterior deve-se a uma inclinação axial anormal de um ou mais incisivos maxilares, podendo estes encontrarem-se numa posição mais lingualizada (Marks & Corn, 1992).

A mordida cruzada anterior de origem dentária pode ser devida a um desvio protrusivo da mandíbula, causado por uma interferência na trajetória normal da oclusão, devendo- se normalmente esta interferência a contatos dentários prematuros durante a oclusão