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Guias e Dicas
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Ciclos biológicos de parasitas e vetores de doenças, Notas de estudo de Parasitologia

Informações detalhadas sobre os ciclos biológicos de diversos parasitas e vetores de doenças, incluindo moscas, mosquitos, carrapatos e protozoários. São abordados os locais de desenvolvimento das larvas, as fases do ciclo biológico, as características dos diferentes organismos e os mecanismos de transmissão de doenças. O texto fornece uma visão abrangente sobre a biologia desses agentes patogênicos e seus hospedeiros, o que é fundamental para compreender a epidemiologia e o controle de doenças parasitárias. A descrição detalhada dos ciclos de vida permite entender como esses organismos se reproduzem, se disseminam e interagem com os seus hospedeiros, o que é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento de doenças.

Tipologia: Notas de estudo

2024

À venda por 06/10/2024

mariane-lima-megliato
mariane-lima-megliato 🇧🇷

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𝓟𝓪𝓻𝓪𝓼𝓲𝓽𝓸𝓵𝓸𝓰𝓲𝓪 𝓐𝓷𝓲𝓶𝓪𝓵
Estruturas anatômicas
Palpo: são apêndices sensoriais que fazem parte do aparelho bucal dos insetos. Eles são
utilizados para manipular alimentos e detectar estímulos químicos e táteis. Nos dípteros,
como em Stomoxys calcitrans, os palpos estão localizados próximos à probóscide e ajudam a
localizar e identificar fontes de alimento.
Probóscide: estrutura alongada e tubular que muitos insetos utilizam para se alimentar de
líquidos. Em Stomoxys calcitrans, conhecida como a mosca dos estábulos ou
mosca-dos-chifres, a probóscide é rígida e adaptada para perfurar a pele de animais e sugar
sangue. Essa adaptação é essencial para o modo de alimentação hematófago (alimentação
com sangue) da mosca.
CLASSE INSECTA
Ordem Diptera: aparelho bucal sugador, holometábolos - moscas e mosquitos.
Ordem Hemiptera: aparelho bucal picador-sugador, hemimetábolos - barbeiros, cigarrinhas
e percevejos.
Ordem Siphonaptera: aparelho bucal picador-sugador, ápteros. Alimentam-se de sangue -
pulgas.
Ordem Phthiraptera: aparelho bucal picador-sugador, ápteros. Alimentam-se de sangue -
piolhos.
ORDEM DIPTERA
A ordem Diptera é uma ordem conhecida comumente como moscas. Ela é dividida em três
importantes subordens: Nematocera (mosquitos; moscas-das-gruas; maruins; etc.),
Brachycera (variedade de moscas robustas, como as mutucas) e Cyclorrapha (moscas
domésticas; varejeiras; mosca dos estábulos; etc.). As larvas requerem água ou umidade e
após 3 a 5 mudas a larva libera sua pele e transforma-se em pupa. O adulto sai da pupa e sua
vida consiste em acasalar e ovipor.
Subordem Cyclorrhapha
Família Muscidae
Musca domestica:coloração cinza-amarelada a cinza-escuro; veia longitudinal alar
é curvada, o que forma a aparência de cotovelo. Localização: Residências, estábulos;
granjas; mercados; matadouros; etc. Características: distribuição cosmopolita
(praticamente em todas as regiões do mundo); alto índice de sinantropia (prospera em
habitats modificados pelo homem, como cidades e áreas agrícolas); transmissão de
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Estruturas anatômicas Palpo: são apêndices sensoriais que fazem parte do aparelho bucal dos insetos. Eles são utilizados para manipular alimentos e detectar estímulos químicos e táteis. Nos dípteros, como em Stomoxys calcitrans, os palpos estão localizados próximos à probóscide e ajudam a localizar e identificar fontes de alimento. Probóscide: estrutura alongada e tubular que muitos insetos utilizam para se alimentar de líquidos. Em Stomoxys calcitrans, conhecida como a mosca dos estábulos ou mosca-dos-chifres, a probóscide é rígida e adaptada para perfurar a pele de animais e sugar sangue. Essa adaptação é essencial para o modo de alimentação hematófago (alimentação com sangue) da mosca. CLASSE INSECTA Ordem Diptera: aparelho bucal sugador, holometábolos - moscas e mosquitos. Ordem Hemiptera: aparelho bucal picador-sugador, hemimetábolos - barbeiros, cigarrinhas e percevejos. Ordem Siphonaptera: aparelho bucal picador-sugador, ápteros. Alimentam-se de sangue - pulgas. Ordem Phthiraptera: aparelho bucal picador-sugador, ápteros. Alimentam-se de sangue - piolhos. ORDEM DIPTERA A ordem Diptera é uma ordem conhecida comumente como moscas. Ela é dividida em três importantes subordens: Nematocera (mosquitos; moscas-das-gruas; maruins; etc.), Brachycera (variedade de moscas robustas, como as mutucas) e Cyclorrapha (moscas domésticas; varejeiras; mosca dos estábulos; etc.). As larvas requerem água ou umidade e após 3 a 5 mudas a larva libera sua pele e transforma-se em pupa. O adulto sai da pupa e sua vida consiste em acasalar e ovipor. Subordem Cyclorrhapha Família MuscidaeMusca domestica : coloração cinza-amarelada a cinza-escuro; 4ª veia longitudinal alar é curvada, o que forma a aparência de cotovelo. Localização: Residências, estábulos; granjas; mercados; matadouros; etc. Características: distribuição cosmopolita (praticamente em todas as regiões do mundo); alto índice de sinantropia (prospera em habitats modificados pelo homem, como cidades e áreas agrícolas); transmissão de

inúmeros patógenos para homens, animais domésticos e animais silvestres. Desenvolvimento: capazes de se desenvolver em matéria orgânica, sendo na zona rural as fezes de equinos, bovinos, suínos e produtos das granjas de aves poedeiras e na zona urbana em fezes humanas, fossas abertas, aterros sanitários e lixos domésticos. Ciclo Biológico: Fêmea de M. domestica fica receptiva ao macho em cerca de 36 horas após a emergência e só os aceita uma vez → Fêmea deposita os ovos sobre o substrato orgânico entre 5 à 8 dias após fecundação (há a produção de aproximados 600 ovos por fêmea) → eclosão larval (L1) entre 8 - 12 horas (depende da temperatura e da umidade → desenvolvimento da larva (3 a 9 dias) → nos últimos 2 dias de desenvolvimento a larva (L3) deixa de se alimentar, seu tegmento se contrai, endurece e escurece, formando a pupa → adultos saem da pupa e vivem de 3 a 10 dias → fêmeas podem viver de 25 - 52 dias → em regiões tropicais podem haver 30 gerações por ano. Fisiologia da M. domestica e seu ciclo biológico ➢ Stomoxys calcitrans: Popularmente conhecida como mosca-dos-estábulos, apresenta semelhança com a M. domestica. Distribuição: cosmopolita; adaptada a várias regiões ecológicas; zonas de clima temperado, subtropical e tropical. Diferenciação quanto à M. domestica : Probóscide rígida, projetada horizontalmente para a frente da cabeça; 4ª veia longitudinal alar é curvada e não forma o cotovelo observado na M. domestica. Características: adultos de 4 a 7 mm; corpo cinza; abdômen curto e largo com três manchas escuras; palpos finos e curtos. Localização: instalações rurais próximas do homem e de animais domésticos, raramente em residências. Hábito Alimentar: machos e fêmeas adultos são hematófagos. Locais de desenvolvimento das larvas: matéria orgânica vegetal em decomposição (camas de animais; palha; feno; resto de lavoura; etc.); esterco de aves; lixos de aterros sanitários com formação do húmus (fase final da decomposição). Ciclo biológico: fêmea deposita ovos no substrato (560 - 1000 ovos por fêmea) → eclosão larval entre 20 a 80 horas → larvas recém eclodidas (L1) penetram no substrato e se alimentam da matéria orgânica ( de 8 a 10 dias - umidade e alta temperatura propicia o desenvolvimento) → larvas L migram para áreas mais secas do substrato e tornam-se pupas → adulto sai da pupa entre 2 a 8 dias pós formação → 6 horas após emergirem do pupário os adultos já conseguem fazer hematofagismo (se alimentam com sangue) → Picam regiões

corporais líquidas ou dos alimentos ingeridos. Hospedeiros: mamíferos, ocasionalmente aves e raramente anfíbios e répteis. Família CalliphoridaeMiíases: conhecidas como varejeiras, são dípteros grandes ( 4 - 16 mm) com coloração azulada, esverdeada e violácea, além de possuírem abdômen com reflexo metálico. ➢ Cochliomyia spp. ○ Cochliomyia hominivorax: mais importante mosca de miíases nas Américas. Parasitam qualquer mamífero e causam miíase traumática grave (bicheira), onde as larvas biointófagas (que se alimentam de tecido vivo) se instalam em qualquer corte ou ulceração de pele ou mucosa de vertebrados. Ciclo biológico: fêmeas ovipõem de 200 a 300 ovos nas bordas das feridas → causa miíase primária (geralmente de tecido cutâneo) → larva pode invadir orifícios naturais (nasal, ocular, auricular, oral, vaginal ou anal) e se não controladas pode ocorrer alta mortalidade. Ciclo leva de 21 a 60 dias e podem ocorrer de 12 a 13 gerações por ano. ○ Cochliomyia macellaria: larvas se desenvolvem no lixo, cadáveres ou tecidos necrosados (larvas necrobiontófagas). Causam miíase secundária. ➢ Chrysomya spp: coloração metálica, típica dos califorídeos. Transmitem organismos enteropatogênicos (enterobactérias) e poliovírus. ○ C. putoria: frequente em granjas de galinhas poedeiras, sendo atraídas fêmeas para oviposição por ovos quebrados e carcaças de aves. 90% dos insetos desenvolvidos no esterno de galinhas é composta por C. putoria e M. domestica. ○ Lucilia sericata: comum em áreas urbanas, em matéria orgânica de origem animal em decomposição. Presente em aviários de manejo inadequado. As fêmeas produzem cerca de 2000 a 3000 ovos distribuídos em 9 a 10 posturas. Podem causar miíases em ovelhas em climas temperados e frios. Família OestridaeOestrus ovis: cosmopolita e as larvas são parasitos obrigatórios dos condutos nasais e seios frontais de ovinos e caprinos. Características: cabeça avantajada, amarelada, com pequenas depressões escuras na parafrontália e aparelho bucal atrofiado; face dorsal do mesotórax castanho-avermelhado revestido de pelos pretos. Larvas: encontradas em passagens nasais e ficam amareladas ou castanhas conforme amadurecem; a superfície ventral tem uma fileira de pequenos espinhos e a dorsal tem uma série de faixas escuras transversais. Ciclo biológico: fêmeas fecundadas

depositam substâncias líquida com até 25 larvas sobre as narinas de ovinos e caprinos → larvas migram lentamente para os condutos nasais e se fixam por 2 semanas à membrana mucosa (por ganchos orais), alimentando-se de muco cuja produção é estimulada por movimentos larvais, onde podem permanecer de 2 - 9 meses → L migram para seios frontais, realizando muda final para L3 → L3 completam seu desenvolvimento → migram de volta aos condutos nasais e são expelidas através da descarga nasal ou de espirros → enterram no solo e empupam-se em poucas horas, pelo período de 3 a 6 semanas → adultos sobrevivem até 2 semanas após saírem do pupário → durante a fase adulta a mosca não se alimenta e pode depositar em média 500 larvas. Local de parasitismos, superfície ventral e superfície dorsal. Família CuterebridaeDermatobia hominis: semelhante aos califorídeos. Características: peças bucais rudimentares, antenas amarelas e olhos vermelhos-tijolos. Hospedeiro: principalmente bovinos, mas podem parasitar mamíferos silvestres e domésticos. Causam miíase furuncular (berne). Necessita vetores de transporte (foresia), sendo eles outros dípteros (moscas) que irão veicular seus ovos. D. hominis fica próxima aos seus hospedeiros, visitados por outros dípteros. Ciclo biológico: fêmea captura o vetor durante o voo, segura-o com suas patas e deposita seus ovos na região abdominal do vetor (800 - 1000 ovos em várias posturas) → ovos dispostos em cachos → a larva eclodida é muito ativa e pode penetrar de imediato ou migrar cm na pele do hospedeiro → no tecido subcutâneo a larva permanece quase que horizontalmente, mantendo comunicação com o exterior através de espiráculos respiratorios posteriores → no interior de cavidades subdérmicas a larva se alimenta do material purulento e necrótico, passa por 3 ínstares e sofre duas ecdises → período larval varia conforme hospedeiro - em bovinos e cães a fase larval dura de 35 a 70 dias → larva L3 abandona o hospedeiro arrastando-se através do orifício respiratório (período noturno ou primeiras horas da manhã) → cai no solo e forma o pupário → adultos emergem. Em solos macios, úmidos e ricos em matéria orgânica a larva se enterra entre 10 e 15 minutos e demora de 1 a 2 dias para virar pupa. A duração total do ciclo é de cerca de 120 dias. Família Gasterophilidae

Família Culicidae Características: conhecidos como mosquitos; antenas com 15 a 16 segmentos; sem ocelos pernas longas; fêmeas hematófagas; machos se alimentam de sucos vegetais; oviposição ocorre em locais úmidos (plantas flutuantes) ou água. Um macho pode copular várias fêmeas e uma fêmea pode ser copulada por vários machos. Hábitos anofelinos (crepusculares). ➢ Anopheles: postura em grandes águas paradas, com leve correnteza ou coletada de bromélias. Os ovos não resistem à dessecação, são postos isoladamente na superfície da água e possuem flutuadores laterais. ○ Criadores: lagos, rios e represas; ○ Transmissão de Plasmodium ; ○ Hábito crepuscular e noturno. ○ Subfamília Anophelinae: larvas sem sifão respiratório - horizontais na superfície d'água; pupas com sifão respiratório cônico curto e de abertura larga; fêmeas com palpos delgados e do mesmo comprimento da probóscide; quando em repouso os mosquitos formam ângulo quase reto ao substrato.

Aedes: Evaporando-se a água os ovos aderem às paredes do vaso (leva vários meses). A eclosão das larvas ocorre com a chuva e os ovos são postos isoladamente mas não possuem flutuadores. Postura preferencialmente em águas limpas de barris, potes, etc. ○ Depositam os ovos separadamente em vários lotes, com intervalo de 1 dia ou mais. ○ Hábito diurno, gosta de clima quente. ○ Fêmea morre após postura de ovos. ○ Cópula se processa 12 a 24 horas após o nascimento e estimula o desejo de sugar sangue, onde será feita a postura de ovos poucos dias após a hematofagia. ○ Transmite arbovírus como a febre amarela e a dengue. ➢ Culex: Ovos postos sempre em posição vertical formando jangadas capazes de flutuar. Hábito noturno. ○ Fêmeas ovipõem em água estagnada nos domicílios e são antropófilas (preferem humanos);

formatos de cones; reações alérgicas contra componentes da saliva; infestações maciças podem levar à morte por anemia ou hipersensibilidade. Localidade: cachoeiras e rios. Hospedeiros: bovinos, equinos, ovinos, caprinos e aves. Transmissão: vetores de filarídeos ( Onchocerca nos equinos e bovinos e Leucocytozoon em aves). Ciclo biológico: Fêmea ovipõe na vegetação em cursos de água → larvas aderem ao fundo das folhas → pupas aderidas a vegetação submersa → adultos escapam para a superfície em bolhas de ar a partir da casca da pupa. CLASSE COCCIDIA Coccidiose: infecções causadas por protozoários da classe Coccidia. Características: possuem dois ciclos (sexuado e assexuado) que se alteram regurlarmente no mesmo hospedeiro ou em diferentes hospedeiros. Oocisto: forma infectante resistente no ambiente ➢ Esporocisto: envoltório resistente; ➢ Esporozoíta: é a forma infectante que se forma no interior do esporocisto, caracteriza-se por ser alongada, móvel e pelo complexo apical. ➢ Morfologia dos oocistos esporulados Eimeria: 4 esporocistos com 2 esporozoítos no interior cada, totalizando 8 esporozoítos. Características: monoxênico; doença entérica (parasitas se reproduzem de forma sexuada e assexuada nas células intestinais) - esquizogonia ou merogonia no intestino = assexuada, gametogonia no intestino = sexuada e esporogonia (esporulação) no ambiente = assexuada. ➢ Eimeria Tenella: Oocistos não esporulados excretados → esporulação dos oocistos no ambiente, onde cada oocisto desenvolve quatro esporocistos contendo dois esporozoítas cada → aves ingerem oocisto esporulado através de água ou alimento contaminado → oocisto esporulado é digerido no intestino, liberando os esporocistos e os esporozoítas, que invadem as células epiteliais do ceco → esporozoítas transformam-se em trofozoítos e em merozoítos (esquizogonia) → merozoítos se desenvolvem em gametócitos e posteriormente zigotos → zigotos se desenvolvem em oocisto não esporulado, liberado nas fezes. ➢ Coccidiose (Eimeriose) Bovina: diarréia de sangue; 20 espécies de Eimeria que se multiplicam no intestino delgado e grosso. Os mais importantes são E. zuernii e E. bovis.

Eimeriose dos caprinos e ovinos: diferentes espécies de Eimeria ; poucas são patogênicas. ○ Caprinos: E. caprovina, E. caprina ○ Ovinos: E. ovina; E. caprovinaEimeria stiedae: coelhos. Os esporozoítos emergem no intestino delgado e migram para o fígado através de vasos linfáticos → esquizogonia no epitélio dos ductos biliares (ocorrem pelo menos 6 gerações) → penetração de merozoítos em células intestinais → gametogonia → formação de oocistos → rompimento das células dos ductos biliares → liberação dos oocistos maduros através do ducto biliar → excreção nas fezes. Cystoisospora spp. Hospedeiros: cães ( C. canis e C. ohioensis ); gatos ( C. felis e C. rivolta ). Localização: células do epitélio do intestino delgado e grosso. Distribuição: cosmopolita. Ciclo de vida: ingestão de um oocisto esporulado pelo hospedeiro → paredes do oocisto rompidas no trato digestivo e esporozoítos penetram células do epitélio intestinal´→ replicação por esquizogonia, rompimento das células intestinais com liberação de merozoítos → penetração de merozoítos em céls intestinais → gametogonia → formação de oocisto e liberação do oocisto maduro nas fezes → esporulação no meio ambiente. Ciclo de vida alternativo: oocistos ingeridos por hospedeiros paratênicos (ratos) → excitação e invasão de células com a formação de um cisto monozóico, um único esporozoíto não replicativo circundado por uma cápsula → ingestão do hospedeiro paratênico pelo hospedeiro definitivo → digestão do tecido e liberação de esporozoítos.

CARRAPATOS

Características: ectoparasitas obrigatórios hematófagos; aracnídeos; sugam o sangue do hospedeiro para alimentação e vão para o ambiente externo; necessitam de ambientes úmidos para sobreviver. Vetores na transmissão de doenças: aderem ao hospedeiro; longos repastos gera a ingestão de grande número de patógenos; regurgitação durante o repasto ocasiona a introdução de agentes patogênicos; patógenos podem ser transmitidos entre vários estágios e através dos ovários. Peças bucais: par de palpos - órgãos sensoriais que auxiliam na localização do hospedeiro; par de quelíceras - ajudam a cortar e perfurar a pele; hipostômio - estrutura da parede inferior da base do capítulo, possui fileiras de dentes.

Alimentação: Quelíceras perfuram a pele → hipostômio é introduzido e os dentes aderem o parasito → secreções salivares contendo anticoagulantes são largamente produzidas - transmissão de doenças → palpos achatados rente a pele. Família Argasidae = “carrapatos moles”Argas miniatus: 3 estágios (larva, ninfa e adulto). Alimentação: larvas (4 - 8 dias no hospedeiro) ≠ ninfas e adultos. Reprodução: cópula fora do hospedeiro e várias posturas intercaladas por repastos sanguíneos. Habitat: galinheiros, pombais. Importância: transmissão de espiroquetas ( Borrelia spp.); morte de aves e queda da produção. Família Ixodidae = “carrapatos duros” Características: aparelho bucal projetado para frente e visível quando visto de cima; escudo que cobre totalmente o dorso nos machos ou anteriormente nas fêmeas (dimorfismo aparente); ciclos com 1 e 3 hospedeiros. ➢ Bovinos: aparelho bucal (AB) longo + escudo ornamentado (colorido) = Amblyomma ; AB curto hexagonal = R. (B.) microplus. ➢ Cão: aparelho bucal curto = R. sanguineus.Equino: AB longo + escudo ornamentado (colorido) = Amblyomma ; AB curto retangular = D. nittens ; AB curto hexagonal = R. (B.) microplus. Sobrevivência: varia conforme temperatura, umidade e longos períodos de jejum. Reprodução: A cópula ocorre no hospedeiro na maioria das espécies e a fêmea tem capacidade para postura de 3 a 5 mil ovos em seu ciclo total. Respiração: Larvas respiram pelo tegumento; ninfas e adultos respiram pelos estigmas respiratórios (placa). Hematófago: 3 estágios ativos - larva, ninfa, adulto (machos e fêmeas).

PROTOZOÁRIOS

Família HexamitidaeGiardia spp: flagelado mais comum do trato digestivo humano, acomete homens e animais mamíferos. Ciclo biológico: direto (monoxeno); cistos eliminados nas fezes 1 a 2 semanas pós infecção → cistos resistentes no ambiente a longos períodos → maturação de cistos no ambiente → ingestão de cistos maduros. Trofozoítos também podem ser eliminados (especialmente em gatos), mas raramente sobrevivem por muito tempo no ambiente. Transmissão: zoonose de transmissão por água e alimentos contaminados. Trofozoítos: se reproduzem por divisão binária, seguindo a ordem - núcleos, aparelho locomotor, disco adesivo e citoplasma. ○ Giardia duodenalis: também chamadas de G. intestinalis ou G. lambia , parasitam amplo grupo de silvestres e domésticos além do homem. Família Trichomonadidae Protozoário flagelado que infecta o sistema reprodutor de bovinos. Flagelos anteriores e um posterior, formando membrana ondulante. Afeta produtividade dos rebanhos e gera perda econômica devido ao tratamento, sacrifício e reposição de animais. ➢ Trichomonas foetus: monoxeno, se multiplicam por fissão binária e não formam cistos, baixa resistência no ambiente. Em bovinos causa doença venérea que afeta reprodutividade das fêmeas (infertilidade, aborto precoce, repetição de cio irregular, piometra). Transmissão: pode ser genital (monta natural; inseminação artificial - pode sobreviver em ampolas congeladas) ou não venérea (vagina artificial, sêmen infectado, palpação vaginal e objetos obstétricos). ➢ T. vaginalis: ocorrência em humanos. Infecção venérea, habita vagina e uretra feminina e próstata e vesículas seminais de homens. Transmissão: relação sexual. Ciclo biológico: trofozoíto presente na vagina, próstata e urina (estágio diagnóstico) se multiplicam por fissão binária → trofozoítos se espalham na vagina ou orifício da uretra (estágio infeccioso) → são transmitidos por relações sexuais → inicia novamente o ciclo. ➢ T. tenax: ocorrência em humanos. Habita gengiva e espaço periodontal de humanos. Transmissão: direta, através da saliva, sprays, beijos ou água potável. Faz parte da microbiota que compõe a placa bacteriana subgengival.

Família TrypanosomatidaeLeishmania spp. : ocorre principalmente em mamíferos silvestres e causa doenças em cães e no homem. Zoonose onde pequenos mamíferos e cães podem atuar como reservatórios. Características: protozoário flagelado; ciclo heteroxênico. Habitat: no vetor invertebrado habita o lúmen do trato digestivo e nos hospedeiros vertebrados são parasitas intracelulares obrigatórios de células do sistema mononuclear fagocitário (especialmente macrófagos). Polimorfismo: em insetos vetores sua forma é promastigota e em hospedeiros mamíferos sua forma é amastigota. Vetor: Lutzomyia

  • mosquito palha ou birigui. A saliva do inseto possui componentes com atividade anti-inflamatória, anticoagulante, vasodilatadora e imunossupressora (interfere na ação dos macrófagos e auxilia na disseminação do parasita. Distribuição: cosmopolita; Brasil formas mais importantes são L. amazonensis , L. braziliensis e L. infantum (= L. chagasi ) Ciclo biológico: formas promastigotas regurgitadas pelo vetor são depositadas na dermis → macrófagos fagocitam as promastigotas → promastigotas se transformam em amastigotas dentro dos macrófagos → amastigotas se multiplicam dentro das células de vários tecidos → mosquitos vetores fazem repasto sanguíneo e ingerem macrófagos contaminados com formas amastigotas → amastigotas se transformam em promastigotas nos vetores → divisão binária e migração para probóscide → mosquito pica o hospedeiro e injeta as promastigotas na pele → recomeça o ciclo. ○ Calazar ou visceral: L. infantum. ○ Cutânea: L. braziliensis e L. amazonensis. ➢ Trypanosoma vivax : formas delgadas e longas; largas e curtas. Se instala no sistema circulatório e no espaço extracelular. Transmissão: inoculativa, multiplicação no sistema digestório e se dirige para a probóscide. Vetor: moscas tsé-tsé. Hospedeiro: principalmente bovino s, podendo acometer ovinos e equinos. Doença aguda: causa anemia, alterações cardíacas, abortos, meningite e meningoencefalite. Ciclo biológico: vetor pica um hospedeiro contaminado → ingere o protozoário que migra

Babesia spp: Parasitam os eritrócitos dos vertebrados e são transmitidos por várias espécies de carrapatos. Hospedeiros: cães, equinos, suínos e ruminantes. Ciclo biológico: heteroxênico. Carrapato ingere merozoítos em eritrócitos no repasto sanguíneo → migram para intestino do carrapato → gametas → zigoto → desenvolve cinetes, que migram para vários tecidos do carrapato (glândulas salivares; ovários - transmissão transovariana) → zigotos se diferenciam em esporozoítos → carrapato infecta o vertebrado no repasto sanguíneo → invadem os eritrócitos → trofozoítos → divisão por fissão binária → merozoítos → rompimento de eritrócitos para infecção de novas células através da corrente sanguínea → gametócitos → recomeço do ciclo.