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Centenári.. dom timoteo para o seminario academico, Notas de estudo de Teologia

Dom Timóteo Amoroso Anastácio

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 04/03/2012

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dom-gabriel-amaral-8 🇧🇷

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Dom Timóteo no Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia
Dom Gabriel Alves do Amaral, OSB
(Faculdade São Bento da Bahia)
Joaquim Rodrigo de Souza Dourado
(Faculdade São Bento da Bahia)
Orientador: Profa. Dra. Alícia Duhá Lose
Resumo
“Houve um homem, bento por Graça e bento por nome” Estas são palavras de São Gregório Magno se
referindo a São Bento. Desde então, homens e mulheres a exemplo desse “Homem de Deus” como também o
chamava São Gregório, se destacaram e foram influentes não só para vida dentro dos mosteiros e para seus
monges como também fora deles visando principalmente o bem para a sociedade. Um exemplo insigne, foi
Dom Timóteo Amoroso Anastácio. Nosso trabalho e nossa apresentação cita-o pelo seu centenário.
Investigamos também através de seu acervo sua relação com a sociedade baiana destacando principalmente
sua atuação frente o golpe militar. A princípio nesse estudo, apresentaremos um histórico da instalação do
Mosteiro de São Bento da Bahia bem como também o seu Arquivo, esclarecendo o conceito do mesmo.
Palavras-chave: Mosteiro de São Bento da Bahia. Dom Timóteo Amoroso Anástacio. Arquivo. São Bento.
Monges. Monjas.
Era desejo da população do Novo Mundo que se instalasse nas terras baianas um
Mosteiro da Ordem de São Bento. Desejo solicitado. Em 29 de Setembro de 1581 o quarto
Capítulo Geral se reuniu em Lisboa elegendo para o cargo de Geral o Pe. Frei Plácido de
Vilalobos. Este escolheu o Revmo. Pe. Frei Antônio de São João de Latrão Ventura como
primeiro fundador e superior do Mosteiro que pretendia fundar na Bahia. Junto com ele
foram incumbidos para esta missão mais de oito monges, todos com grande capacidade de
construir uma obra digna para o serviço dos fiéis e à glória de Deus.
A movimentação missionária desses beneditinos levou os a seguir mais adiante,
com as obras bem adiantada e com número de vocações cresciam a fundação foi
consolidada e no Capítulo Geral onde mais uma vez o Pe. Frei Plácido de Vilalobos foi
eleito Geral, a fundação da Bahia passava ser a incorporada a Congregação de Portugal e
elevado à abadia sob a autoridade e como primeiro Abade do Mosteiro de São Sebastião da
Bahia, o mesmo Frei Antônio Ventura de Latrão. O primeiro Abade deu continuidade a
obra de Deus que tanto agradou os habitantes do Novo Mundo. Para tanto, a Sra. Dona
Catarina Álvares Caramuru ou Paraguassú, por escritura de Julho de 1586 fez um grande
benefício aos beneditinos, doou a Ermida de N. Sra. da Graça com toda a prata e
ornamentos de sua casa para que se pudessem fazer um relicário e um lampadário para o
santuário. Não obstante, outros benfeitores foram surgindo, dentre eles estão o Sr.
Francisco Afonso “Condestável” e sua esposa, eles fizeram outra grande doação, doaram
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Dom Timóteo no Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia

Dom Gabriel Alves do Amaral, OSB (Faculdade São Bento da Bahia) Joaquim Rodrigo de Souza Dourado (Faculdade São Bento da Bahia) Orientador: Profa. Dra. Alícia Duhá Lose

Resumo “Houve um homem, bento por Graça e bento por nome” Estas são palavras de São Gregório Magno se referindo a São Bento. Desde então, homens e mulheres a exemplo desse “Homem de Deus” como também o chamava São Gregório, se destacaram e foram influentes não só para vida dentro dos mosteiros e para seus monges como também fora deles visando principalmente o bem para a sociedade. Um exemplo insigne, foi Dom Timóteo Amoroso Anastácio. Nosso trabalho e nossa apresentação cita-o pelo seu centenário. Investigamos também através de seu acervo sua relação com a sociedade baiana destacando principalmente sua atuação frente o golpe militar. A princípio nesse estudo, apresentaremos um histórico da instalação do Mosteiro de São Bento da Bahia bem como também o seu Arquivo, esclarecendo o conceito do mesmo.

Palavras-chave : Mosteiro de São Bento da Bahia. Dom Timóteo Amoroso Anástacio. Arquivo. São Bento. Monges. Monjas.

Era desejo da população do Novo Mundo que se instalasse nas terras baianas um Mosteiro da Ordem de São Bento. Desejo solicitado. Em 29 de Setembro de 1581 o quarto Capítulo Geral se reuniu em Lisboa elegendo para o cargo de Geral o Pe. Frei Plácido de Vilalobos. Este escolheu o Revmo. Pe. Frei Antônio de São João de Latrão Ventura como primeiro fundador e superior do Mosteiro que pretendia fundar na Bahia. Junto com ele foram incumbidos para esta missão mais de oito monges, todos com grande capacidade de construir uma obra digna para o serviço dos fiéis e à glória de Deus. A movimentação missionária desses beneditinos levou os a seguir mais adiante, com as obras bem adiantada e com número de vocações cresciam a fundação foi consolidada e no Capítulo Geral onde mais uma vez o Pe. Frei Plácido de Vilalobos foi eleito Geral, a fundação da Bahia passava ser a incorporada a Congregação de Portugal e elevado à abadia sob a autoridade e como primeiro Abade do Mosteiro de São Sebastião da Bahia, o mesmo Frei Antônio Ventura de Latrão. O primeiro Abade deu continuidade a obra de Deus que tanto agradou os habitantes do Novo Mundo. Para tanto, a Sra. Dona Catarina Álvares Caramuru ou Paraguassú, por escritura de Julho de 1586 fez um grande benefício aos beneditinos, doou a Ermida de N. Sra. da Graça com toda a prata e ornamentos de sua casa para que se pudessem fazer um relicário e um lampadário para o santuário. Não obstante, outros benfeitores foram surgindo, dentre eles estão o Sr. Francisco Afonso “Condestável” e sua esposa, eles fizeram outra grande doação, doaram

boa parte das terras, por escritura as terras do Largo da Piedade, Portão da Piedade (Av. Joana Angélica), atingindo até as terras da Igreja do Rosário e toda a área do Barris. Outro doador que deve ser mencionado é Gabriel Soares que doou outra parte de terra aos monges e exergia como troca um túmulo dentro do mosteiro. Assim, Muitas foram as doações para a construção da obra de Deus; terras, casas, fazendas, engenhos, sítios e capelas foram destinadas aos monges para que tomassem conta. Em 1582 deu-se início a construção da primeira abadia beneditina do continente americano. Em 22 de agosto de 1596, o Capítulo Geral da Congregação Portuguesa cria a Província dos beneditinos na Brasil, o mosteiro de São Sebastião da Bahia se torna casa mãe dado esse título canonicamente pela Santa Sé, pela bula pontifícia Arquecenóbio do Brasil. Assim, os mosteiros de Olinda fundado ainda no século XVI e o mosteiro do Rio de Janeiro foram elevados à abadias pela mesma bula pontifícia. O mosteiro de São Sebastião da Bahia não teve só momento de glória, a tentativa de colonização dos holandeses é a prova de um grande conflito entre holandeses e portugueses. A abadia foi totalmente tomada pelos holandeses no século XVII no ano de

  1. Dessa forma, os monges foram obrigados a desocupar o mosteiro para os engenhos do recôncavo. A noticia chega a Portugal e o Abade Geral inteirado dos estragos que a comunidade havia sofrido enviou mais três monges e pediram reforços para os monges que estavam dispersos no recôncavo baiano para voltar ao mosteiro. Contudo, alguns voltaram e ajudaram na reorganização da Abadia. A medida que os anos e os séculos iam se passando o mosteiro caminhava junto construindo a história de um patrimônio arquitetônico que valorizava a ordem de São Bento e a própria história da Bahia. Quando se trata de falar da história desse patrimônio não podemos deixar de mencionar os nomes de Frei Agostinho da Piedade, Frei Ricardo do Pilar, Frei Domingos da Transfiguração Machado, Frei Bernardo de São Bento Correia, Frei Macário de São João, Dom José Endres, Dom Clemente da Silva Nigra ( Dom Clemente foi o primeiro diretor do Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia, fundado em 1958 ), Dom Paulo Lachemayer 1 ,^ escultores,^ artistas,^ escritores, arquitetos e historiadores fizeram parte da história do mosteiro de São Sebastião da Bahia. Quem também merece respaldo no meio de tantas pessoas ilustres é Dom Timóteo

1 Dom Paulo Lachemayer trabalhou junto com Oscar Niemayer na catedral

de Brasília nos anos de 1960 e 1961.

irmãos e fora o terceiro de Antonio e Regina Monteiro Amoroso Anastácio. Luis fora batizado em 22 de setembro de 1910, naquele mesmo ano o cometa Halley cruzou o céu da cidade. Concluiu seus estudos secundários em Juiz de Fora.

Fez faculdade de Direito no Rio de Janeiro, concluindo o curso em 1933. Casou-se em 29 de Julho de 1935 com Jenny Reis Hungria. O casamento não durara muito, pois sua esposa começara a apresentar sinais de uma gripe que foi diagnosticada com tuberculose. Vindo a falecer em 1 setembro de 1938.

Luis Antonio exerceu a profissão de advogado de 1933 a 1938,deixa tudo para tornar-se monge, ingressando do mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro em setembro de 1940,passando a chamar-se Timóteo que dizer : Timo - Honra; Teos-Deus - Pela Honra de Deus .Fez sua profissão monástica em 11 de julho de 1940. Foi ordenado sacerdote em 21 de dezembro de 1946. Estava em Brasília quando foi eleito Abade em 31 de agosto de 1965, apos o falecimento de Dom Placido Staeb, em 6 agosto do corrente ano. Tento renunciado a este cargo no dia 8 de abril de 1981. Em meados da década de 80 recebeu o titulo de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia e a medalha “Dois de Julho” da prefeitura de Salvador por ocasião dos festejos de seus oitenta anos.

Dom Timóteo faleceu em 2 de agosto de 1994 e segundo o Dietário Dom Timóteo " dedicou-se inteiramente a vida monástica sem por isto perder de vista as preocupações com os problemas sociais, tendo sido considerado pelos baianos como uma personalidade marcante na Bahia. Dedicou toda a sua vida a defesa dos valores morais e éticos, demonstrando um verdadeiro espírito cristão "^2.

Referencias

LIMA, OSB. Dom Tadeu Gomes Dietário dos monges que faleceram no Arquicenóbio da Bahia , dietário unificado 1 impressão, vol. 31 da memória da comunidade monástica do mosteiro de São Bento da Bahia

MAGNO, São Gregório. Vida e milagres de São Bento-livro segundo dos diálogos de S. Gregório Magno. 3.ed/4.ed. Rio de Janeiro: Lumen Christi, 1986/1996.

2 Dietário dos monges que faleceram no Arquicenóbio da Bahia para o dia 2 de

agosto, lido durante o jantar do dia 1 do mesmo mês.

Mosteiro de São Bento da Bahia - 400 anos do Mosteiro de São Bento da Bahia. Brasil: Construtora N. Odebrecht, 1982.

Livro velho do tombo do Mosteiro de São bento da cidade do Salvador. Bahia: Tipografia Beneditina, 1945. 513p il p. (Col. Documentos históricos da congregação Beneditina Brasileira; v.1).

ROCHA, Mateus Ramalho. Igreja do mosteiro de São Bento da Bahia: história de sua construção. 1997.

BELLOTO, Heloísa Liberalli: Arquivos Permanentes Tratamento Documental , Edição Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007