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Neste documento, aprenda sobre a importância da anatomia e evolução de seres vivos na criação de efeitos visuais em filmes, utilizando o exemplo de avatar. Saiba como a seleção natural influencia a aparência final dos seres e como espécies extintas podem servir de inspiração. Além disso, descubra como a evolução gera diversas adaptações e como seres com características transicionais podem existir.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Marina Pedroso Pires
O USO DA TEORIA DA EVOLUÇÃO E ECOLOGIA NA CRIAÇÃO DE PERSONAGENS E CENÁRIOS EM ILUSTRAÇÕES, ANIMAÇÕES E JOGOS
Florianópolis 2016
Marina Pedroso Pires
Projeto de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a conclusão da disciplina PCC 2 [EGR197-08454], do curso de graduação em Animação, do Departamento de Expressão Gráfica na Universidade de Santa Catarina.
Banca Examinadora:
Prof°., Me. Clóvis Geyer Pereira Orientador Presidente da banca Departamento de Expressão Gráfica – UFSC
Prof°. Mario César Coelho Departamento de Expressão Gráfica – UFSC
Profª., Me. Marilia Matos Gonçalves Departamento de Expressão Gráfica – UFSC
Florianópolis, SC 2016
This work aims to detail evolutionary and ecological concepts and processes in order to serve as an inspiration in the artistic conception of characters and scenarios, mainly 2D, for animation short films and 16bit style games. We will use works produced by the author himself and some films produced abroad to describe the topics on Evolution Theory and ecology in order to show the importance of multidisciplinarity for design and, during the topics, to describe the decision processes in the final conception Of the characters of the short Necrophage and of the platform game Fred.
Keywords: evolution, ecology, illustration, characters,
Figura 1 – Hipogrifo Bicuço, Harry Potter................................................................................... Fonte: Google Imagens Figura 2 – Ciclo de vida do xenomorfo........................................................................................ Fonte: Google Imagens Figura 3 – Aves costeiras machos lutando pela posse das fêmeas............................................... Fonte: do autor Figura 4 – Dragão de crista vermelha, ou dragão Darwin, macho............................................... Fonte: do autor Figura 5 – Lagarto de escamas longas de Necrófagos................................................................. Fonte: do autor Figura 6 – Longisquana insignis.................................................................................................. 21 Fonte: Google Imagens Figura 7 – Cefalocordado anfioxo................................................................................................ Fonte: do autor Figura 8 – Cefalocordado protopeixe........................................................................................... Fonte: do autor Figura 9 – Esqueleto de dragões com estruturas vestigiais.......................................................... Fonte: do autor Figura 10 – Lampreia 1................................................................................................................ Fonte: do autor Figura 11 – Lampreia 2................................................................................................................ Fonte: do autor Figura 12 – Lampreia 3................................................................................................................ Fonte: do autor Figura 13 – Lampreia 4................................................................................................................ Fonte: do autor Figura 14 – Banshee ..................................................................................................................... Fonte: Google Imagens Figura 15 – Tetrapteron ................................................................................................................ Fonte: Google Imagens Figura 16 – Leonopteryx.............................................................................................................. Fonte: Google Imagens Figura 17 – Esqueleto de Kentrosaurus ....................................................................................... Fonte: Google Imagens Figura 18 – Esqueleto de Drepanosaurus .................................................................................... Fonte: Google Imagens Figura 19 – Irradiação adaptativa dos dragões............................................................................. Fonte: do autor Figura 20 – Plâncton warnowiids ................................................................................................. Fonte: hypescience Figura 21 – Equissauros............................................................................................................... Fonte: do autor Figura 22 – Convergência adaptativa: mamífero......................................................................... Fonte: do autor Figura 23 – Convergência adaptativa: tubarão............................................................................. Fonte: do autor Figura 24 – Convergência adaptativa: ave................................................................................... Fonte: do autor Figura 25 – Convergência adaptativa: lagarto 1........................................................................... Fonte: do autor Figura 26 – Convergência adaptativa: lagarto 2........................................................................... Fonte: do autor
Figura 27 – Convergência adaptativa: ave aquática..................................................................... Fonte: do autor Figura 28 – Evolução do Sid........................................................................................................ Fonte: do autor Figura 29 – Vegetação bioluminescênte de Pandora.................................................................... Fonte: Google Imagens Figura 30 – Nibiru........................................................................................................................ Fonte: Google Imagens Figura 31 – Cogumelo vermelho.................................................................................................. Fonte: Google Imagens Figura 32 – Cogumelo verde........................................................................................................ Fonte: Google Imagens Figura 33 – Toads......................................................................................................................... Fonte: Google Imagens Figura 34 – Corais........................................................................................................................ Fonte: do autor Figuras 35 a 50 – Sequência de imagens de Necrófagos.............................................................. Fonte: do autor Figura 51 – Mangue...................................................................................................................... Fonte: do autor Figura 52 – Ictiopode predador 1................................................................................................. Fonte: do autor Figura 53 – Ictiopode predador 2................................................................................................. Fonte: do autor Figura 54 – Ambiente de grande altitude..................................................................................... Fonte: do autor Figura 55 – Ave de tundra............................................................................................................ Fonte: do autor Figura 56 – Animais de tundra do jogo Fred................................................................................ Fonte: do autor Figura 57 – Donkey Kong Country.............................................................................................. Fonte: Google Imagens Figura 58 – Paisagem de floresta temperada................................................................................ Fonte: do autor Figura 59 – Paisagem de floresta tropical.................................................................................... Fonte: do autor Figura 60 – Floresta de Pandora................................................................................................... Fonte: Google Imagens Figura 61 – Cena de floresta de animação inacabada................................................................... Fonte: do autor Figura 62 – Savana com dragão de crista vermelha de Necrófagos............................................. Fonte: do autor Figura 63 – Cenário de Necrófagos.............................................................................................. Fonte: do autor Figura 64 – Cena de Necrófagos.................................................................................................. Fonte: do autor Figura 65 – Vida marinha............................................................................................................. Fonte: do autor Figura 66 – Peixe de zona eufótica 1............................................................................................ Fonte: do autor Figura 67 – Peixe de zona eufótica 2............................................................................................ Fonte: do autor Figura 68 – Peixe abissal 1........................................................................................................... Fonte: do autor
Figura 114 – “Serpentes voadoras”.............................................................................................. Fonte: do autor Figura 115 – Mamaliformes ou lagartos peludos......................................................................... Fonte: do autor Figura 116 – lagarto peludo.......................................................................................................... Fonte: do autor Figura 117 – Mamaliforme hiena................................................................................................. Fonte: do autor Figura 118 – Mamaliforme primitivo........................................................................................... Fonte: do autor Figura 119 – Vista superior de alien 2.......................................................................................... Fonte: do autor Figura 120 – Vista lateral de alien 3............................................................................................. Fonte: do autor Figura 121 – Vista de perspectiva de alien 1................................................................................ Fonte: do autor Figura 122 – Vista superior de alien 1.......................................................................................... Fonte: do autor Figura 123 – Detalhe da cabeça de alien 2................................................................................... Fonte: do autor Figura 124 – Abdômen segmentado com glândulas de cutícula de alien 1.................................. Fonte: do autor Figuras 125 a 128 – Camadas de alien 1..............................................................................76 a 77 Fonte: do autor Figuras 129 a 131 – Ovários texturizados de alien 1............................................................78 a 79 Fonte: do autor Figura 132 – Ovários texturizados de alien 3............................................................................... Fonte: do autor Figura 133 – Detalhe da cabeça de alien 3................................................................................... Fonte: do autor Figuras 132 a 134– Vitas frontal, inferior e superior de alien 3...........................................80 a 81 Fonte: do autor Figura 133 – Necrófagos título..................................................................................................... Fonte: do autor Figuras 134 a 146 – Painel semântico de Necrófagos..........................................................81 a 83 Fonte: Google Imagens Figura 135 – Lagartão.................................................................................................................. Fonte: do autor Figuras 136, 137, 138 – Painel semântico do lagartão................................................................. Fonte: Google Imagens Figuras 139, 140 – Dragãozinho.................................................................................................. Fonte: do autor Figuras 141, 142 – Painel semântico do Dragãozinho................................................................. Fonte: Google Imagens Figura 143 – Dragão de crista vermelha....................................................................................... Fonte: do autor Figuras 144, 145 – Painel semântico do dragão de crista vermelha............................................. Fonte: Google Imagens Figura 146 – Fred título................................................................................................................ Fonte: do autor Figuras 147, 148, 149 – Fred antido, novo e atual....................................................................... Fonte: do autor Figura 150 – Barras de energia e veneno..................................................................................... Fonte: do autor
Figura 151 – Invertebrados........................................................................................................... Fonte: do autor Figura 152 – Dinossauros............................................................................................................. Fonte: do autor Figura 153 – Pimenta.................................................................................................................... Fonte: do autor Figura 154 – Pera dourada............................................................................................................ Fonte: do autor Figura 155 – Infrutescências........................................................................................................ Fonte: do autor Figura 156 – Pimenta de fogo...................................................................................................... Fonte: do autor Figura 157 – Pimenta elétrica....................................................................................................... Fonte: do autor Figura 158 – Sprites da pimenta elétrica...................................................................................... Fonte: do autor Figura 159 – Pimenta glacial........................................................................................................ Fonte: do autor Figura 160 – Moranga de fogo..................................................................................................... Fonte: do autor Figura 161 – Fruta bomba............................................................................................................ Fonte: do autor Figura 162 – Reação de Fred quando engole uma fruta bomba................................................... Fonte: do autor Figura 163 – Fruta glacial............................................................................................................. Fonte: do autor Figura 164 – Fruta ciclete............................................................................................................. Fonte: do autor Figura 165 – Fruta elétrica........................................................................................................... Fonte: do autor Figura 166 – Sprites da fruta elétrica........................................................................................... Fonte: do autor
definir os seus habitantes. Evolução e ecologia estão unidos e utilizar um sem o outro praticamente faz com que os personagens fiquem fora de contexto.
1.1 Objetivo Geral
Descrever o processo de concepção artística de personagens de animação 2D, tanto para jogos como para curtas-metragens e modelagem 3D utilizando os elementos presentes na Teoria da Evolução e na ecologia. E também demonstrar a importância dos conhecimentos biológicos na concepção de mundos fictícios.
1.2 Objetivos Específicos
a) Explicar a Teoria da Evolução e ecologia e como pode auxiliar na construção de personagens.
b) Relatar os processos de criação dos seres que compõem o mundo ambientado do curta animado Necrófagos e do jogo de plataforma 16 bits Fred.
c) Focar nos projetos Fred e Necrófagos, explicar algumas técnicas de animação.
1.3 Justificativa
A escolha do tema do trabalho se deve ao fato do autor ter grande afinidade a disciplina de biologia e de sempre ter o gosto de ilustrar o mundo natural. Mas também pelo crescente uso de efeitos visuais em filmes bolckbuster, sendo Avatar (James Cameron, 2009) o grande destaque neste quesito em não só a criação de alguns seres fictícios, mas de um mundo onde se observa a interação entre os nativos e o resto dos seres vivos na lua Pandora. Mesmo que muitos dos animais em Avatar sejam similares com os existentes da Terra, demonstrando uma clara inspiração, o maior aprofundamento da Teoria da Evolução já o faz perceber que não se trata de uma completa falta de criatividade no filme, mas de um cenário possível em que dois planetas distantes (porém similares) possam ter formas de vida semelhantes. Não só em filmes, mas também em jogos eletrônicos com amplos cenários de exploração em que, no geral, não há fases definidas como ocorre em Crash Twinsanity, Spyro the Dragon e Jak and Daxter, dando uma falsa sensação de liberdade. Com a evolução gráfica e a possibilidade de criar enredos cada vez mais complexos, a união entre design e biologia tornam os processos criativos mais próximos daquilo considerado real e de maior assimilação do jogador. O conhecimento da Teoria da Evolução, junto com ecologia, faz que o designer não fique limitado a se basear na vida da Terra enquanto projeta um novo monstro ou um cenário natural genérico, mas que possa imaginar um ancestral comum a todos os personagens do mundo fictício, toda a sua história de sobrevivência e a sua relação com os outros organismos, tornando assim um mundo mais verossímil e de maior absorção do consumidor.
1.4 Metodologia
Para o processo de construção de animação 2D para games e curtas metragens foi utilizada uma metodologia projetual classificada como objetiva e linear. A proposta metodológica prescritiva de nome Value Analysis apresentada por John Chris Jones, professor de design da British University, em 1970 que constitui quatro fases: Fase de identificação (definição do elemento); fase criativa (considerar alternativas, combinar elementos); fase de seleção e análise (análise técnica, escolha e seleção da melhor ideia); apresentação. Esta
metodologia foi criada com o foco de auxiliar designers a reduzir o custo de um projeto, porém nesse processo serão adaptadas fases desta metodologia para que se ajuste aos objetivos.
Adaptação das quatro fases:
I Fase de identificação -Identificar a função das animações 2D dentro de um game ou animação -Contextualização do cenário em que pertencem -Estruturação da identidade das personagens
II Fase criativa -Colher referências estéticas -Elaboração de alternativas para as animações
III Fase de seleção -Escolha das melhores alternativas -Definição dos conceitos estéticos dos personagens adequados aos cenários
IV Apresentação -Formalizar a estrutura final de cada conjunto de cenário e personagem -Relato do desenvolvimento do processo
1.5 Resultados Esperados
Espera-se concluir a animação Necrófagos e projetar os principais elementos do jogo Fred (projeto desenvolvido no segundo semestre do curso e que está sendo revivido), aplicando todos os conhecimentos adquiridos no ensino médio e nos meios virtuais sobre a evolução e melhorar as habilidades de desenvolver uma animação. Criar ilustrações mais verossímeis com a realidade, pesquisando e conhecendo várias formas de vida, existentes e extintas, e paisagens incomuns encontradas na Terra para servirem de inspiração na criação de novos personagens e cenários exóticos que empolgam os expectadores, enriquecendo o mundo fictício de Necrófagos e Fred.
que a vida se origina de outra pré-existente. Entre os vários cientistas que tentavam combater as ideias da geração espontânea, três se destacaram em suas épocas. Em meados do século XVII, o médico italiano Francesco Redi observou que larvas surgiam a partir de ovos de moscas e não da carne inanimada como muitos acreditavam. Para provar a sua hipótese, Redi conduziu um experimento que consistia em colocar pedaços de carne de diversos animais em frascos e tampar alguns com uma fina gaze. Nos frascos abertos as moscas tinham acesso às carnes e colocavam os ovos, que depois eclodiram em larvas. Já nos frascos tampados com a gaze, as moscas ficavam impedidas de chegar aos alimentos e por isto não foram encontradas larvas dentro dos frascos tampados, ficando retidas na gaze. Por mais que o experimento seguisse o método científico (com grupo teste e grupo de controle) e provasse que as larvas surgiam dos ovos de moscas em vez da carne inanimada, muitos afirmaram que a gaze impediu a entrada do princípio ativo, invalidando o experimento de Redi. Como forma de provar que os micróbios vinham do ar e contaminavam restos orgânicos, o fisiologista italiano Lazzaro Spallanzani depositou caldo nutritivo em frascos, ferveu-os e depois fechou. Alguns dias depois foi verificado que não possuía nenhum micróbio nos frascos e Spallanzani queria demonstrar que os micróbios presentes no ar não conseguiam se proliferar no caldo, pelo fato dos frascos estarem fechados, e os que já estavam presentes foram destruídos pela fervura. Spallanzani foi criticado pelos defensores da abiogênese por ter fervido o caldo e tê-lo mantido fechado em frascos porque, segundo eles, a fervura teria destruído o principio ativo ou a impedida da entrada de ar impossibilita a sobrevivência da vida. O responsável por fazer a teoria da abiogênese se tornar desacreditada foi o biólogo e químico francês Louis Pasteur com os seus frascos pescoço de cisne. Em meados do século XIX, Pasteur aqueceu, mas sem ferver, um caldo nutritivo em frasco e os manteve abertos entortando os seus gargalos, adquirindo forma semelhante ao pescoço de cisne. O ar podia circular no exterior e interior dos frascos, mas as impurezas ficavam retidas na água que se depositava na curvatura do gargalo. Vários dias se passaram e não foi observado nenhum organismo se desenvolvendo nos caldos. Com a permissão da passagem de ar, os defensores da abiogênese não conseguiam ver falhas no experimento que impedisse a passagem do principio ativo e, segundo a hipótese de Pasteur, qualquer substância orgânica possibilita o desenvolvimento da vida quando contaminada por micróbios presentes no ar, mas que nunca se originaria espontaneamente. A hipótese foi aceita e a teoria da abiogênese foi abandonada.
2.2.3 Teorias Evolucionistas
Durante muito tempo, o pensamento predominante era que a vida era imutável e, desde a sua criação até os dias atuas, permanece inalterada. Já os evolucionistas admitem que a vida sofra modificações ao longo dos tempos e que as espécies possuem parentesco, originando de um ancestral comum. Duas principais teorias evolucionistas que mudaram os rumos da ciência são a Teoria de Lamarck e a Teoria de Darwin. O naturalista francês Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Cavaleiro de Lamarck ou simplesmente Jean-Baptiste Lamarck, foi o primeiro a imaginar o processo de evolução nos seres vivos, reparando que quanto mais antigas eram as camadas de rocha, mais simples eram os seres encontrados. Formulou a hipótese de que as formas simples de vida originavam as mais complexas em uma progressão. A sua teoria baseava que estruturas constantemente usadas tendem a se tornarem mais fortes e mais desenvolvidas, enquanto estruturas pouco usadas tendem a enfraquecer e desaparecer no organismo, tronando a sua teoria conhecida como a do uso e desuso. Também sugeriu que o ambiente agia diretamente nos seres vivos, fazendo-os desenvolverem características que o possibilitam a sobrevivência e que serão passadas ao longo das gerações. Com a sua teoria do uso e desuso e da transmissão dos caracteres adquiridos, Lamarck explicava que o comprimento do pescoço da girafa era recorrente do continuo esforço de alcançar as folhas mais altas e, esta parte do corpo hipertrofiada, seria transmitida para os seus descendentes. Algumas partes do corpo constantemente usadas podem se tornar maiores,
como os músculos, e o ambiente influencia no aparecimento de tais estruturas, mas não serão transmitidas através das gerações, gerando muitas criticas a respeito da teoria do uso e desuso. Já a teoria proposta pelo inglês Charles Robert Darwin pregava que os seres vivos eram diferentes entre si e competem pela sobrevivência, sendo os mais adaptados sobreviviam e conseguiam transmitir as suas características adiante. Esta observação foi inspirada quando Darwin esteve a bordo do navio Beagle e fez uma viagem de 5 anos, sendo uma das paradas o arquipélago Galápagos, onde foram encontradas as 13 espécies de tentilhões que ajudariam Darwin a criar a sua teoria. Durante a sua volta, Darwin pensou nos tentilhões com sendo de espécies diferentes compartilhando um mesmo ancestral comum e que várias outras espécies também compartilhassem um ancestral, incluindo o ser humano. Quando lançou o livro A Origem das Espécies, afirmando que humanos e macacos vieram de um mesmo ancestral, provocou (e ainda provoca) a ira de muitas pessoas, principalmente dos fixistas (que defendem a vida imutável), pois entenderam que o ser humano veio do macaco. A teoria de Darwin também acaba com a ideia de que o homem foi criado com a aparência de Deus, colocando-o no mesmo patamar dos outros seres vivos, um mero resultado da seleção natural. A teoria de Darwin esteve limitada no seu tempo por ainda não terem descoberto como os organismos eram diferentes, porque ainda Mendel não fez as experiências com as ervilhas de cheiro, provando que as características dos seres vivos eram transmitidas por algum fator hereditário e que eram regidas por leis. Com o surgimento e conhecimento da genética, a teoria de Darwin teve acréscimo das leis da genética e as mutações seriam uma das causas da evolução.
2.3 Seleção Natural
No estudo da Teoria da Evolução, fica claro que a seleção natural desempenha um importante papel na constante modificação dos seres vivos, sendo um filtro para as mutações adquiridas. É a sobrevivência do mais adaptado, passando por diversas mudanças climáticas e geológicas, suportando as adversidades do ambiente e conseguindo alimento, mas ao mesmo tempo evitando ser comido, até alcançar a maturidade sexual e gerar descendentes. A seleção natural é compreendida por muitos e de fácil funcionalidade na criação de personagens. Ao imaginar um personagem, se a intensão for criar um mundo mais realista, é importante pensar que ele simplesmente não surgiu do nada e que não tenha relação genética com outros seres. Aquele ser vivo deve ser coerente com o tipo de ambiente em que vive e estruturas exageradas, por mais legal que pareça, pode prejudicar a sobrevivência daquele ser. Mesmo em mundos fantasiosos como a Terra Média ou o mundo bruxo de Harry Potter, os seres presentes são baseados nos animais reais para a concepção, como forma de tornarem mais realistas. Um dragão, um troll, uma sereia ou um hipogrifo, são buscadas referências para a composição da textura ou revestimento da pele, a disposição dos ossos, a forma e movimentação muscular esquelética e como se fixam nos ossos e a porcentagem de cordura, neste momento o conhecimento de anatomia é importante. Um ilustrador, ou modelador, amador pode até se preocupar com a estrutura óssea e muscular do personagem, até mesmo exagerando no tamanho dos músculos, mas acabam reduzindo muito, ou até esquecendo, a camada de gordura. Sem uma camada de gordura, por mais que o personagem aparenta ser forte, gera uma sensação de que aquele ser está doente, desnutrido ou de artificialidade, porque não há academias num ambiente selvagem e músculos esqueléticos e cardíacos consomem muita energia. Mesmo em um ambiente farto de alimentos, o animal só será musculoso por necessidade de defender o território ou por disputa de parceiros nas épocas reprodutivas.
2.4.1 Dimorfismo Sexual
Machos e fêmeas investem de forma diferente no ciclo reprodutivo, um investindo mais na atratividade e procriação e o outro investindo mais nos cuidados parentais ou na geração de novos seres. O dimorfismo sexual é a diferenciação entre machos e fêmeas recorrente da seleção sexual. É o que faz os pavões machos terem longas penas na cauda e de possuírem cores iridescentes, enquanto as fêmeas são marrons e as penas da cauda apresentam comprimentos proporcionais ao corpo. O dimorfismo ocorre principalmente em espécies promíscuas e que tenham disputa entre os sexos. Em espécies promíscuas cujos sexos pouco competem entre si, o dimorfismo é pouco presente. Em espécies monogâmicas, o dimorfismo é quase ou totalmente ausente e em algumas espécies, como os pinguins, as diferenças visuais entre machos e fêmeas são inexistentes. O dimorfismo sexual é costumeiramente usado em personagens humanoides, machos sendo mais robustos e fêmeas sendo mais esbeltas, mas pouco é refletido a cerca do porquê desta diferenciação. Simplesmente se baseiam na espécie humana na criação de personagens não humanos. Na’vi são baseados na forma humana e apresentam os mesmos dimorfismos encontrados em homens e mulheres, significando que Na’vi e humanos passaram pelos mesmos processos evolutivos, o que seria coincidência demais. Se os personagens humanoides possuirão os mesmos dimorfismos sexuais presentes na espécie humana, é questão de escolha do responsável em definir a aparência final da espécie, ou raça, dos personagens. Refletir se aquela espécie em questão, Na’vi, Predadores ou anões da Terra Média, terão ou não diferenciações entre os sexos não se limita somente a anatomia física, mas nos comportamentos e papeis sexuais que ambos os sexos adquiriam durante a sua evolução, alterando até mesmo questões culturais e organizações sociais. Homens
e mulheres são fisicamente diferentes, o funcionamento cerebral e o modo de raciocínio também possuem diferenças, alterando o comportamento e isto influencia na formação de civilizações. Os animais não possuem uma carga cultural tão forte, sendo assim mais fácil definir o dimorfismo sexual com base na competição e prever melhor as diferenças comportamentais de ambos os sexos, associando de que os machos serão mais coloridos e com abordagens mais agressivas, enquanto as fêmeas terão cores mais discretas e mais passivas. Mas ambos os papeis sexuais podem ser invertidos, como os insetos Neotrogla , como forma de enriquecer mais ainda a biodiversidade, como ocorre no dragão de crista vermelha, ou apelidado de dragão Darwin, por possuir grande variedade de espécies com habilidades diferentes. As fêmeas deste dragão são extremamente agressivas, ficando claro com o seu porte robusto, cores marcantes e cabeça com maciça estrutura óssea, enquanto os machos são mais esbeltos, cores semelhantes ao ambiente semiárido (excluindo a chamativa crista vermelha) e praticam cuidado parental. O comportamento do dragão de crista vermelha foi baseado numa espécie de ave cujas fêmeas são maiores do que os machos e praticam infanticídio, uma forma de forçar o macho a copular com ela. As fêmeas deste dragão também praticam infanticídio e, com base nos insetos Neotrogla e hienas malhadas, elas conseguem forçar a cópula utilizando um clitóris fálico. O papel reprodutivo influencia no comportamento da espécie e se algum visitante de outro planeta vier estudar as formas de vida presentes no planeta descoberto, irão temer na presença de uma fêmea de dragão de crista vermelha, perseguindo o biólogo alienígena ao estilo de filme de Hollywood. A crista característica dos machos denuncia a sua saúde e são os preferidos pelas fêmeas. Não só no quesito visual e comportamental, mas também nas dietas alimentares diferenciadas dos machos e fêmeas, como os mosquitos fêmeas se alimentarem de sangue enquanto os machos se alimentam de seiva. As fêmeas do dragão de crista vermelha possuem dieta mais carnívora, mas pobre de vitaminas, enquanto os machos possuem uma dieta mais diversificada, frutos e nozes, e complementando as necessidades proteicas com restos de caça de outros predadores. Se preocupar com detalhes tornam os animais fictícios mais interessantes ao público e despertam curiosidades possíveis de serem exploradas comercialmente, dando verdadeira complexidade comportamental presentes nos animais reais.
2.5 Fatos
A evolução, na maioria dos casos, não pode ser observada em ação por se tratar de um evento lento e que pode levar até milhares de anos para que ocorram diferenças significativas. Mesmo pela grande dificuldade de se testar em laboratório ou de testemunhar o seu acontecimento, existem incontáveis evidências que apontam que a evolução é de fato real e ocorre deste o surgimento da vida. Com os vários fatos existentes que comprovam e que validam cada vez mais a Teoria da Evolução, fica cada vez mais difícil possuir argumentos que colocam em dúvida a veracidade da teoria.
2.5.1 Fósseis
A existência de seres anteriores que diferenciam dos atuais preservados em rochas é um indicativo que a vida passa por modificações ao longo do tempo. Os fósseis estão organizados em sedimentos e quanto mais profundos forem, mais antigo será o fóssil. Percebe-se que os fósseis mais recentes preservam seres semelhantes aos atuais, enquanto os mais antigos preservam seres muito diferentes, até mesmo difíceis de classificar. Seres extintos são uma ótima base de inspiração na criação de personagens e elementos presentes em um filme, animação ou jogo, ainda mais com a descoberta de seres bizarros preservados em rochas.