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Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
O objetivo primeiro da Preparação para a Crisma não é necessariamente o conhecimento da doutrina bíblica e teológica do sacramento. Antes de tudo, a Equipe deverá utilizar algumas técnicas para que os jovens se conheçam a si mesmos e conheçam o outro para formar comunidade. É claro que isso não acontece através de aulas, de conversas apenas, e de reuniões. Acontece realmente através de vivências. Por isso, os Encontros devem ser muito mais fundamentados em vivências do que em palestras e aulas.
Jesus deu o exemplo de como formar uma comunidade. Tendo sido batizado no Jordão, dois discípulos de João Batista saíram atrás de Jesus porque sentiram-se atraídos por Ele. O evangelista João usa três palavrinhas mágicas para dizer como foi o convite para esse primeiro contato de conhecimento. Primeiro vem a pergunta “ O que buscais ?” E quando eles perguntam “ Onde moras? ”, surpresos pela iniciativa do diálogo da parte de Jesus e sem saber o que dizer, ouvem o convite: “ Vinde e vede ”. Diz o texto que “eles ficaram até quase quatro horas da tarde” conversando(Jo 1,35-50).
A catequese da crisma não começa com a apresentação de programas, doutrinas, textos, algo semelhante ao que os jovens encontram nas salas de aula de seus cursos de vestibulandos. Como fez Jesus com a Samaritana e com os discípulos de Emaús, o diálogo, ou o Encontro, começa com a escuta: “ O que vocês, jovens estão buscando? O que esperam desse sacramento que querem receber? Qual a expectativa de vocês?”. Jesus sempre começou sua catequese perguntando: “O que vocês andam conversando, andando pelo caminho?” (Lc 24)
Infelizmente nossa catequese é muitas vezes intelectual, racional, com exposição fria de doutrinas, dogmas e normas, sem ligação com a vida. Parece mais importante desenvolver um programa com forte conteúdo doutrinário do que conquistar o jovem para a busca de conhecimento, de consciência, de ideal, de convicções que durem toda a vida e fundamentem suas ações futuras. É preciso que os catequistas sejam mais facilitadores que professores. É preciso que a pessoa humana esteja em primeiro lugar e seja mais importante do que o Programa a cumprir. É preciso, ainda, que o centro de toda a vivência seja a Pessoa de Jesus Cristo.
“ Onde moras ?” O jovem também quer um lugar ao sol. Um lugar que seja seu, onde possa estar à vontade e possa ser levado em conta nos seus interesses, expectativas, inseguranças e desorientações. Não é a Igreja que vem em primeiro lugar, mas o lugar que o jovem ocupa, ou não ocupa, na família, na sociedade e no mundo. Os encontros devem começar com as perguntas dos jovens e não com exposições doutrinárias. O crismando é o primeiro interlocutor. Toda atenção deve estar voltada para ele.
Quer dizer que não deve haver programa algum de conteúdo e de ensinamentos? Jesus tinha algo de muito importante para dizer. Veio com uma missão bem definida, enviado pelo Pai. Mas, não começou falando e ensinando tudo. Foi revelando aos poucos, na medida da curiosidade, da necessidade e da realidade de cada um e de cada circunstância: “Eu sou o Caminho. Eu sou a Porta. Eu sou a Verdade. Eu vim para fazer a Vontade do Pai. Eu sou o Bom Pastor”...
Foi somente no final de sua vida, antes de sua morte, que se revelou o Pão da Vida: “Quem comer deste pão viverá eternamente... Isto é o Meu Corpo. Jesus disse ainda: “Tenho muitas coisas ainda a vos dizer. Mas não as compreendereis agora” (Jo. 16,12).
“ Vinde e vede !” O convite é para andar junto, ficar junto, trocar palavras junto, num diálogo “onde a palavra vai e vem”, como diz antiga canção de Irmã Irene Gomes. Assim foi a catequese e a pastoral de Jesus. Nada de ficar falando sem parar, mas ouvir o que as pessoas têm a perguntar ou a dizer, e também, enviar para um estágio pastoral: “... enviou-os dois a dois ”. E orientou como deveriam se comportar: o que deveriam fazer e não fazer (Lc 10,1-16)
O diálogo entre crismandos e facilitadores não pode se restringir à “sala de aula ou de reuniões”. O programa também precisa incluir o estágio: vinde e vede como vivem os idosos, como está a situação da saúde, como vivem os desempregados e moradores de rua, como estão as famílias...
Toda experiência que se faz, jamais se esquece. Pergunte para os jovens quais as experiências que eles jamais esquecem? Os discípulos, homens e mulheres, jamais se esqueceram da experiência que viveram e partilharam com Jesus. De tal forma guardaram na mente, na emoção, no sentimento, no coração que escreveram os Evangelhos e as Atas: Marcos, Mateus, Lucas, João, e os apócrifos de Tomé, Maria de Magdala.
A partir dos 15 anos os jovens poderão fazer a sua inscrição para receber o Sacramento da Confirmação ou Crisma. O ideal é que tenham já participado da catequese pós- eucarística, iniciação à vida comunitária e à oração, através da vivência e trabalho em equipe. É importante que essa inscrição seja feita pelo próprio jovem, pois, é uma oportunidade em que ele mesmo está tomando a decisão de fazer parte da Comunidade Igreja Católica, assumindo os compromissos inerentes a esse sacramento.
É comum os jovens buscarem os encontros de preparação para o Sacramento na paróquia do bairro onde não moram ou não freqüentam. Na perspectiva de uma pastoral urbana é preciso que a equipe do Crisma esteja preparada para fazer o acolhimento desses jovens na comunidade, ajudando-os a se sentirem membros ativos e participantes dessa nova Família. Se procuram essa determinada comunidade é porque têm algum motivo especial e próprio.
Os primeiros Encontros devem ser dedicados ao conhecimento mútuo e da realidade da paróquia e do bairro. Os jovens não são obrigados a conhecer todos os costumes da comunidade, muito menos o sentido exato do sacramento que irão receber. Devem ser empregadas algumas dinâmicas de grupo para deixar os jovens mais à vontade e em condições de participar com liberdade e espontaneidade.
Os jovens já devem receber no ato da inscrição um breve e sintético programa dos compromissos que deverão assumir: presença nos encontros, interesse pela preparação, visitas a algumas realidades em conflito, participação na missa, no retiro e em encontros de pais. Como irão assumir obrigações e deveres é importante que já comecem a assinar algum documento de compromisso para que possam ser cobrados nas ocasiões de desinteresse, indiferença e pouca participação. Devem compreender que o mais importante é a participação e a vivência comunitária.
Infelizmente o sacramento da Confirmação é muitas vezes compreendido, na teoria e na prática, como um ato isolado, desligado da participação na vida da comunidade, dos outros sacramentos e da formação permanente, necessária para todo aquele que deseja realmente ser e viver como discípulo e missionário. Precisamos superar essa fragmentação em todos os níveis da educação, da formação e da vida em sociedade.
É conveniente que a celebração do Sacramento da Crisma seja feita em uma missa fora do horário paroquial. Dois motivos justificam:
Sugere-se que a celebração seja devidamente preparada, com informações sobre o Rito do Sacramento e a forma de participação dos crismandos e dos padrinhos. A celebração precisa ser preparada de tal forma que não obscureça a riqueza do rito sacramental.
A ornamentação do templo e a música também precisam acompanhar a liturgia não chamando demais a atenção desviando a atenção do essencial.
É conveniente um contato com o Bispo ou presidente da celebração para conhecer a maneira como ele desenvolve a cerimônia. Conversar sobre a necessidade ou não de folhetos para acompanhar o ritual, os horários em que devem ser colocados os cânticos, o posicionamento dos crismandos e seus respectivos padrinhos no momento da unção, etc..
Conscientes de que o Sacramento é uma opção pessoal e opção pelo serviço na Igreja e no Mundo, ao término dos encontros, a Equipe poderá refletir com o grupo a respeito da continuidade na formação e engajamento. Sugerir atividades possíveis na Igreja, como equipes de pastoral, organismos diocesanos, membro da equipe de crisma para ajudar na próxima turma de crismandos, etc.
Espírito Santo, nós crismandos, queremos ser luz do mundo, sal da terra, fermento na comunidade. Luz para todos encontrarem o rumo, o sentido da vida, e sal para dar gosto à comunidade e conservar a fé, fermento para animar.
**1. Diretório Nacional de Catequese, CNBB