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Este documento discute a importância do planejamento financeiro pessoal e familiar para um casal, enfatizando a necessidade de estabelecer objetivos de vida, planejar gastos e investimentos, e evitar problemas financeiros na velhice. O autor sugere que ambos os membros do casal se inscrevam em um curso de planejamento financeiro pessoal para aprender a gerenciar melhor seus recursos.
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
À minha esposa, Adriana, com quem compartilho riquezas que o dinheiro nunca poderá comprar.
Agradecimentos Tenho muito a agradecer àqueles com quem convivi até hoje e que me trouxeram até aqui. Mas, neste livro, agradeço especialmente a casais de amigos e parentes, casados ou não, com quem dividi experiências e ideias. Em especial dois queridos casais de amigos e padrinhos de casamento: Angélica e Achilles Facciollo, pelos momentos de lazer repletos de bons ensinamentos, e Silvia e Maurício Ianez, pela intensa convivência e ajuda na formação de planos e ideias. Ao mais importante de todos os casais em minha vida, meus pais Elza e Tommaso. À minha metade essencial, Adriana, motivo de tudo. À Deus, que selou as uniões e vem iluminando os caminhos dessas pessoas que tanto amo.
Grande parte dos problemas de relacionamento entre marido e mulher começa no dinheiro – no excesso ou na falta dele. Quando a renda do casal não dá conta dos gastos do mês, o dia a dia tende a uma desagradável monotonia e qualquer proposta mais romântica que envolva gastos é cortada pela raiz. As dificuldades decorrentes dessa escassez geram conflitos entre os cônjuges, que nem sempre percebem que o problema é financeiro. O grande charme do dinheiro está no fato de ele raramente se mostrar como o vilão da história. Se não há dinheiro para um jantar romântico, o problema é percebido como falta de romantismo; se não há dinheiro para renovar o guarda-roupa, o problema é percebido como desleixo; se não há dinheiro para levar as crianças ao parque, o problema é percebido como falta de carinho. Essas situações encobrem um erro comum: a inabilidade em lidar com o dinheiro ou em torná-lo suficiente. Por outro lado, quando a renda do casal é maior, raramente marido e mulher chegam a um acordo sobre seus hábitos de consumo e sobre a melhor maneira de administrar as finanças, o que também origina conflitos. Um reclama dos hábitos perdulários do outro, que, por sua vez, acha que muitas conquistas familiares estão sendo adiadas em razão dos desperdícios do parceiro. E os motivos para confrontos e discussões explosivas vão se acumulando. O problema é que não se conversa a dois sobre dinheiro de forma preventiva, mas só quando a bomba já estourou e a briga se torna inevitável. Em questões de dinheiro, as pessoas procuram ajuda quando custará muito mais caro buscar a solução. E aí pode ser tarde demais para salvar o relacionamento. Uma pesquisa divulgada na revista Você S/A de junho de 2004, feita com 150 pessoas casadas, revela que 38% delas assumem que brigam em casa por causa de dinheiro. A publicação destaca que esse número não leva em consideração casais que estão em rota de colisão mas preferem fingir que tudo anda bem. As principais razões apontadas para as brigas são falta de dinheiro e despesas excessivas do cônjuge. Os homens em geral discordam das decisões de compra das mulheres, enquanto elas questionam as opções deles de aplicação do dinheiro. Afinal, hoje, a mulher não só conquistou uma posição social e profissional equiparada à do homem como passou a discutir e dividir o controle do planejamento e das finanças da família e dos negócios familiares. Essa nova realidade também gerou a necessidade de chegar a um acordo sobre a administração da renda familiar em parceria. Aliás, a maior parte das dúvidas e comentários sobre meu livro anterior ( Dinheiro – Os Segredos de Quem Tem , no qual desenvolvi um modelo de construção de riqueza planejada) que recebi de leitores vieram de mulheres casadas. Minhas ideias. foram discutidas nas principais revistas femininas do Brasil. Esse fato comprova o amadurecimento que a emancipação feminina e a revolução sexual do século passado proporcionaram aos relacionamentos a dois. Administrar bem o relacionamento conjugal requer certa habilidade e paciência. O que muitos apaixonados às vezes demoram a perceber é que gerenciar as finanças do casal também requer essas e outras virtudes. Administrar bem tanto o dinheiro quanto o amor, então, pode ser um verdadeiro desafio. Por isso proponho neste livro meios para cuidar bem das finanças do relacionamento, tratando dos aspectos mais racionais da vida a dois. Meu trabalho de pesquisa em finanças pessoais tem como foco a ideia de que uma vida planejada e com objetivos é mais feliz. Tenho constatado isso nos depoimentos que recebo de leitores que conseguiram gerenciar bem suas finanças ao longo dos anos e hoje desfrutam uma vida sem privações. Também tenho ouvido, consternado, pessoas com certa idade confessarem que, se tivessem aprendido no passado algumas simples lições sobre a administração de seu patrimônio, hoje teriam uma vida mais folgada. Este livro se divide em três partes. Na primeira, abordo a questão comportamental em relação às finanças e ajudo os leitores a identificar seu perfil financeiro e o tipo de casal que formam quando o assunto é dinheiro. A Parte 2 examina os aspectos financeiros do relacionamento ao longo da vida, visando a atingir as metas e os sonhos do casal. Tratei do assunto na seguinte sequência: namoro, casamento, constituição da família e educação dos filhos. Apesar de trazerem uma sugestão de ordem natural do
ciclo da vida, tanto em termos sentimentais como financeiros os temas acabam se misturando. O namoro não termina necessariamente com a vida a dois; por isso, muitas das considerações econômicas que faço sobre o namoro são válidas para toda a vida. O mesmo vale para outros aspectos. Alguns se veem obrigados a constituir família antes mesmo do namoro, como consequência, por exemplo, de uma gravidez indesejada. Outros se aposentam antes de ter filhos – aqui se leva em conta à possibilidade de aposentadoria financeira, ao receber uma grande quantia de dinheiro ainda jovem. Optei por abordar a aposentadoria na Parte 3, na qual trato de decisões inteligentes que anteciparão a conquista de sonhos e das ferramentas para proteger o que se conquistou. Faço questão de tratar da aposentadoria com um sentido de independência e desfrute, não de retiro. A leitura do livro mostrará os meios para entender e atingir esse novo sentido, oferecendo lições de finanças para sua reflexão e aplicação ao longo de toda a vida.
Não há dúvida de que a falta de diálogo sobre dinheiro entre o casal é ruim para as finanças da família, podendo até contribuir para o fim da relação. Mas conversar não resolve o problema se o tema dinheiro não estiver ligado ao assunto objetivos. “Cada cabeça, uma sentença”, diz o ditado. Talvez um dos dois sonhe com uma viagem ao exterior todo ano e o outro com a compra de uma casa de campo para passar as férias. Se ambos não conhecerem os objetivos um do outro, haverá sempre um sentimento de frustração junto a cada conquista. A falta de planos faz com que os sonhos de um se tomem empecilhos para a conquista das aspirações do outro. Daí a necessidade de ambos se darem as mãos e discutirem os meios para conquistar objetivos comuns e objetivos pessoais, respeitando as metas de prazo mais longo. Não esperem comprar uma casa de campo para começar a poupar para a aposentadoria. Poupem simultaneamente para atingir os dois objetivos, mesmo que o primeiro seja um pouco adiado. Vejam os três casos a seguir, de casais na faixa dos 30 anos, sem filhos, em que ambos trabalham. Percebam como a maneira de marido e mulher lidarem com o dinheiro pode definir a qualidade do relacionamento e o sucesso na conquista de objetivos comuns.
Quando Vitória e Renato se casaram, há seis anos, ambos trabalhavam e tinham uma poupança pessoal formada. Namoraram oito anos e esperaram a vida profissional de ambos se estabilizar para finalmente juntar as trouxas. Quando decidiram se unir, foi para valer: da conta-corrente aos investimentos, do cartão de crédito às planilhas de gastos, as finanças de ambos viraram uma coisa só. Como ambos já eram organizados, pouca coisa mudou após o casamento. Todo mês, eles se sentam juntos para verificar os gastos e o saldo das aplicações. Controlam também se as metas estão sendo cumpridas ou se o planejamento exige algum ajuste. Tamanha disciplina já viabilizou duas viagens a passeio para o exterior e uma especialização na França para Vitória. Vivem em um amplo apartamento de frente para o mar de Fortaleza, já quitado, possuem um carro de luxo e um carro popular, contribuem mensalmente para um plano de previdência que lhes viabilizará a aposentadoria quando completarem 60 anos e estão formando uma poupança específica para cursos de especialização que ambos pretendem fazer na França daqui a dois anos. Extrato bancário do casal Renda mensal R$ 5.467, Investimentos R$ 47.995, Aplicações mensais R$ 750, Dívidas R$ 0, Comentário: com gastos mensais de pouco mais de R$ 4.700,00, esse casal desfruta a tranquilidade de ter investimentos suficientes para cobrir mais de dez meses de um eventual desemprego. Os R$ 750,00 poupados por mês (13,7% dos ganhos) fazem com que essa segurança aumente a cada mês. Como o plano de previdência – não incluído
nas aplicações mensais – já garante ao casal a aposentadoria desejada, os recursos poupados formam uma bela reserva para melhorar o padrão de vida ou incluir um bebê em seus planos.
Ana Cláudia e Pedro moram no mesmo edifício de Vitória e Renato. O casamento dos dois foi viabilizado com uma ajuda dos pais de Ana Cláudia, que emprestaram o dinheiro para a compra do apartamento, a juros reduzidos. Hoje, quatro anos depois, a dívida está a três meses de ser quitada, e eles possuem uma caderneta de poupança com recursos que guardaram no passado. Ana Cláudia não gosta de mexer com números e confia a Pedro todo o controle financeiro do lar. No entanto, é ela quem faz a maioria das compras da casa, já que Pedro não suporta ir a supermercados. Mesmo assim, Pedro explica a Ana Cláudia o porquê de cada decisão de investimento e aproveita sua capacidade de organização para montar listas de compras com histórico de preços anteriores a fim de ajudar nas escolhas da esposa. Para facilitar a vida do marido, Ana Cláudia aceitou desenvolver o hábito de guardar recibos ou anotar os gastos diários em sua agendinha. A meta de ambos é passar a contribuir mensalmente com um plano de previdência privada assim que quitarem a dívida com os pais de Ana. O mesmo valor que pagam a cada mês passará a ser destinado ao plano, afinal eles se habituaram a um padrão estável de gastos. Extrato bancário do casal Renda mensal R$ 4.340, Investimentos R$ 7.330, Aplicações mensais R$ 0, Dívidas R$ 3.000, Comentário: apesar de não terem reservas suficientes para grandes emergências, ambos, graças à organização e à meta de iniciar a curto prazo um plano de aposentadoria, trilham um caminho bastante tranquilizador. Um meio de antecipar esse sossego seria utilizar parte dos investimentos para quitar já as dívidas, evitando o desnecessário pagamento de juros – que hoje provavelmente consomem todo o rendimento dos investimentos, ou mais.
Patrícia e Sérgio tiveram a felicidade de casar-se sem nenhuma dívida. Ambos bem empregados, adquiriram uma bela casa em um condomínio fechado próximo a São Paulo, paga à vista. Sérgio nunca foi muito consumista, mas não abre mão de trocar de carro todo ano. Patrícia, por sua vez, sempre fez questão de investir em um visual bem produzido, fator importante em sua carreira de vendedora. Há três anos, Sérgio seguiu conselhos de bons amigos e investiu em uma grande promessa do mercado de ações. Mas o resultado do investimento demorou a vir, e as ações se desvalorizaram. Como Sérgio sabia que aquele não era um bom momento para vendê-las, pediu ajuda a Patrícia para que reduzisse os gastos por um tempo. Ela, inconformada com a má escolha do mando, sentiu-se prejudicada – não era justo ter de arcar com um erro dele! Como começaram a brigar sobre o assunto, eles resolveram que não falariam mais sobre aquilo e que cada um cuidaria de suas contas como achasse melhor. Tempos depois, por um descuido, entraram no cheque especial. Patrícia gastara um pouco além da conta em uma viagem de negócios. Sérgio ainda estava com suas ações e teve de vender parte delas para pagar a dívida. Foi o estopim para uma série de desentendimentos, que viraram briga quando Sérgio trocou de carro, gerando nova dívida. Deixaram de viajar e de sair com amigos comuns. Há um ano, quase se divorciaram. Hoje tentam reerguer o relacionamento com a ajuda de uma terapeuta de casais e de um consultor financeiro. Extrato bancário do casal Renda mensal R$ 7.910,
e são procurados por amigos e parentes para orientações. Pontos fortes: facilidade de desenvolver planos e colocá-los em prática, seleção crítica de investimentos, capacidade de empregar melhor o dinheiro. Pontos fracos: em geral são boicotados pela família, que não se conforma com tantas minúcias; se não souberem se fazer entender, tornam-se uns chatos. Horóscopo financeiro dos casais Vejam o que esperar de seu futuro financeiro, de acordo com a combinação desses perfis: POUPADOR + GASTADOR: os números estarão sempre contra seu relacionamento. Se nada for feito, a união de vocês será repleta de crises e brigas. A sugestão é que ambos se inscrevam juntos em um curso de planejamento financeiro pessoal, para que o poupador da dupla encontre os verdadeiros porquês de guardar dinheiro e para que o gastador aprenda a refrear seus impulsos. Perfil de casais desse tipo: um tropeçando no outro. POUPADOR + DESCONTROLADO: o esforço do poupador permitirá um futuro seguro que o descontrolado jamais conquistaria, porém ele vai remar sozinho para realizar os sonhos comuns. Tudo indica que o poupador não terá sucesso em acumular mais do que o necessário, pois sempre terá o descontrolado a seu lado para frustrar grande parte de seus objetivos. Esse relacionamento tende a um equilíbrio, mesmo que ambos não saibam exatamente para onde estão indo ou por que acumulam recursos. Perfil de casais desse tipo: um puxando o outro. POUPADOR + DESLIGADO: discussões relacionadas a dinheiro, jamais! Os desligados tendem a concordar com a necessidade de poupança para o futuro e são excelentes colaboradores desse objetivo. É importante que o poupador busque aprender mais sobre planejamento pessoal, pois esse modelo de casal chega à velhice com duas coisas acumuladas: dinheiro e frustração. Mando e mulher nunca saberão ao certo quando é a hora de gastar um pouco. Perfil de casais desse tipo: um puxando o outro, porém com o risco de envelhecerem com a sensação de que um tropeçou no outro. POUPADOR + FINANCISTA: se o financista souber controlar os impulsos conservadores do poupador, será a união do sucesso financeiro. O financista tem os argumentos de que o poupador precisa para se “desligar” um pouco. Já o poupador terá a missão de tirar seu parceiro dos detalhes e pôr o foco no principal, o longo prazo. Perfil de casais desse tipo: tendência de começar com “um puxando o outro” e evoluir para “a todo o vapor”. GASTADOR + DESCONTROLADO: esse é o tipo de relacionamento que não vai durar muito para contar a história. O gastador tende a usufruir sem formar reservas, mas o descontrolado faz mais que isso, gastando além da conta. Com o tempo, o gastador perceberá que não consegue mais atingir seus desejos materiais de consumo porque o parceiro não colabora. E essa dificuldade de colaboração muitas vezes é entendida como abuso ou individualismo. Não há amor que sustente tal situação. Perfil de casais desse tipo: a todo o vapor para a separação. GASTADOR + DESLIGADO: a tranquilidade reinará ao longo do relacionamento. Como o gastador se apega ao consumo e o desligado não, ambos se orgulharão do espaço concedido ao outro. Se essa harmonia for bem administrada e o gastador aprender a disciplinar seu consumo, ainda sobrarão recursos para construir, ao longo dos anos, uma aposentadoria com razoável padrão de vida. Provavelmente, eles precisarão de um consultor financeiro ou de um plano de previdência privada para conquistar seus sonhos. Perfil de casais desse tipo: um puxando o outro. GASTADOR + FINANCISTA: como na união do poupador com o financista, é o casamento da razão com a emoção. Tudo depende da capacidade do financista de provar que eles podem juntos garantir muito mais conquistas se agirem de forma planejada. O equilíbrio deve ser buscado permanente e conscientemente; quando obtido, será a base de um casal que saberá curtir a vida com segurança. Perfil de casais desse tipo: um puxando o outro. DESCONTROLADO + DESLIGADO: o relacionamento será uma navegação rumo ao infinito, sem nunca saber onde aportar. Tempestades e problemas chegarão de surpresa, como o iceberg que afundou o Titanic. O descontrolado estará sempre levando o extrato bancário para o vermelho, mas terá o desligado a seu lado para culpar a todo
mundo menos eles próprios: bancos, inflação, juros, governo, financeiras etc. Nunca conseguirão acumular riqueza, pois acreditam que isso não depende deles. Perfil de casais desse tipo: a todo o vapor, mas no caminho contrário ao dos sonhos. DESCONTROLADO + FINANCISTA: tempestades à vista! Um financista até conseguirá convencer seu parceiro descontrolado da importância da organização, mas, por mais que tente, jamais conseguirá persuadi-lo de praticá-la. O sucesso do relacionamento dependerá de o financista assumir as rédeas das finanças e ser criativo na hora de limitar gastos. Perfil de casais desse tipo: um tropeçando no outro. DESLIGADO + FINANCISTA: se não houver muita conversa em relações desse tipo, o financista tende a assumir o controle das finanças sem a colaboração do desligado, que achará o excesso de controles um verdadeiro exagero. Porém, se ambos souberem lidar com o comportamento do parceiro, esse relacionamento tenderá a resultar em um verdadeiro sucesso financeiro, pois o desligado não criará empecilhos à construção de planos e saberá desfrutar cada conquista a seu tempo. Perfil de casais desse tipo: um puxando o outro. Todo relacionamento entre pessoas de mesmo perfil é do tipo “a todo o vapor”. Dificilmente surgirão conflitos ligados ao dinheiro, pois os dois pensam da mesma forma. É preciso, porém, evitar os riscos típicos de cada perfil. POUPADOR + POUPADOR: terão sucesso se se esforçarem no sentido de encontrar um sentido para o dinheiro e desenvolverem metas de poupança. Se não mudarem, o perfil do casal se encaminhará a todo o vapor para um futuro cheio de dinheiro mas pobre de sentimentos. GASTADOR + GASTADOR: o cuidado a tomar é evitar consumir 100% da renda. Gastadores sabem viver muito bem, mas exageram na dose. Se conseguirem conciliar os hábitos de bon-vivants com investimentos no futuro, deixarão de ter um perfil de casal que se dirige a todo o vapor para problemas financeiros na velhice. DESCONTROLADO + DESCONTROLADO: diferentemente do casal de gastadores, os descontrolados não esperarão a velhice para se atolar em problemas. É o tipo de relacionamento que, se sobreviver, será a custo de muito sofrimento e privação. Não se trata de caso perdido, desde que com acompanhamento de uma boa terapia de casal. Na maioria dos casos, os parceiros estarão a todo o vapor ao encontro de eternos problemas, não só financeiros. DESLIGADO + DESLIGADO: esse casal pode ou não atingir suas metas. A questão é que não sabe como fazê-lo – e talvez nem identifique os objetivos. Como suas preocupações não estão centradas no dinheiro nem no consumo, será muito fácil construir riqueza com a orientação de um especialista ou a aquisição de planos de previdência. Com tal conduta, eles estariam a todo o vapor direcionados para uma vida sem problemas financeiros. FINANCISTA + FINANCISTA: o que falta para a maioria, esse casal tem demais. Organização financeira é bom, mas não pode ser o assunto de todas as conversas, da pizza com os amigos ao momento a dois na cama. O planejamento financeiro bem-feito requer a criação de limites aproximados de gastos. Se os parceiros saírem do limite, pequenos ajustes em seguida resolvem a questão. Aproveitar resultados e não bitolar é fundamental; caso contrário, estarão a todo o vapor rumo a uma vida de números, e não de sentimentos. No estereótipo de uma família financeiramente bem-sucedida, o tamanho da casa e do carro cresce ao longo dos anos, os filhos têm os brinquedos e eletrônicos da moda e ganham carro ao entrar na faculdade, a casa de campo ou de praia dos pais vira destino de fim de semana dos amigos dos filhos e o casamento dos jovens é totalmente pago pelos pais. Eis um verdadeiro conto de fadas da classe média.
um pouco diferente com a adoção do planejamento financeiro. Para formar uma poupança, as famílias adiariam por alguns meses a aquisição de certos bens. A escola e a faculdade dos filhos seriam pagas por uma poupança aberta exclusivamente para essa finalidade, em vez de consumir grande parte da renda dos pais. Moradia e veículos teriam um padrão ligeiramente inferior ao que a renda permite, mas estariam garantidos para o resto da vida, juntamente com uma poupança gorda no banco. Porque quase todos erram Será tão difícil aprender planejamento financeiro? Na verdade, não. O planejamento financeiro familiar – que também chamo de plano de independência financeira – não requer cálculos complexos nem grande habilidade com números ou calculadoras. Boa parte das ferramentas necessárias ao planejamento pode ser obtida sem custo e está pronta para ser usada em casa^1. Certamente, aqueles sem aptidão nem afinidade com números sentirão maior dificuldade, mas garanto que será apenas no começo. Traçar um plano com objetivos claros, segui-lo e acompanhar as metas aproximando-se é algo muito prazeroso. Muitos obstáculos de curto prazo são relevados quando se perseguem objetivos maiores de longo prazo. Mas, se manter um plano de independência financeira não é algo tão complexo, por que grande parte das pessoas falha ao tentar pôr em prática essa regra? Em primeiro lugar, há que considerar a tendência de cada indivíduo de colocar sua vida pessoal em segundo plano, em razão de exigências profissionais. Acontece com a alimentação, com o sono, com a prática de exercícios e com o amor, portanto não haveria de ser diferente com o planejamento orçamentário. Todos sabem que essas são necessidades fundamentais para a felicidade e a qualidade de vida, porém a maioria das pessoas não consegue romper bloqueios que as levam a um envelhecimento precoce. Trata-se de uma simples questão de objetivos, prioridades e boa vontade. Em segundo lugar, deve-se levar em consideração que a burocrática rotina de controlar gastos e traçar estratégias não é tão prazerosa quanto comer, dormir, exercitar-se e fazer sexo. Nunca convencerei vocês, leitores, de que o planejamento financeiro pode vir a ser mais excitante ou agradável que as atividades aqui citadas. Mas o hábito de estabelecer objetivos, traçar planos para atingi-los e colocá-los em prática pode ser, sim, muito excitante, sobretudo quando os projetos são traçados a dois e têm como meta grandes conquistas. Um exemplo: a possibilidade de obter em alguns anos uma renda estável e não precisar mais depender do salário para manter a família. Finalmente, a terceira razão que dificulta a construção de um plano de independência financeira é a sedução do dinheiro. É possível aprender meios de se relacionar melhor com o dinheiro; o difícil é resistir às tentações que ele nos oferece. Se seus objetivos de vida não forem claramente estabelecidos, será muito difícil abrir mão da possibilidade de adquirir um item de consumo – roupas de grife, carro do ano, novas tecnologias, eletrodomésticos, entre outros – se vocês tiverem dinheiro disponível pelo menos para o pagamento da entrada. Mesmo para aqueles que se convencem da importância da formação de reservas financeiras, chega um momento em que o tamanho da poupança pode criar uma sensação de desconforto: como se sente uma família que ganha R$ 1.000,00 por mês e consegue formar uma poupança de R$ 30.000,00? Certamente se sente melhor que aquelas que não conseguiram juntar poupança nenhuma. Mas, se os objetivos de poupança não estiverem estabelecidos com clareza, uma quantia tão superior à renda será uma verdadeira tentação, dificilmente se manterá ao longo dos anos. A tendência, infelizmente, é gastar esse dinheiro. Os benefícios do planejamento financeiro O planejamento financeiro tem um objetivo muito maior do que simplesmente não ficar no vermelho. Mais importante do que conquistar um padrão de vida é mantê-lo, e é para isso que devemos planejar. Os maiores benefícios dessa atitude serão notados alguns anos depois, quando a família estiver usufruindo a tranquilidade de poder
garantir a faculdade dos filhos ou a moradia no padrão desejado, por exemplo. É importante ter em mente que não há propósito em guardar dinheiro tão-somente pelo ato de guardar em si. Dinheiro guardado não trará maior sensação de segurança se vocês não souberem definir o que é e quanto custa a segurança. Dinheiro não lhes dará prazer se vocês não aprenderem a tirar prazer de cada momento da vida. Dinheiro não trará felicidade se vocês não souberem o que é felicidade. O grande bem que o dinheiro pode lhes dar é permitir manter aquilo que vocês conquistam. Perder o que conquistamos durante a vida significa deixar essa vida aos poucos, da pior maneira. Muitos não acumulam reservas financeiras porque creem que a única maneira de deixar algo para os filhos é construindo um patrimônio físico, com imóveis e bens de valor. Mas poucas são as pessoas que, ao receber uma herança em bens, conseguem construir riqueza a partir deles, multiplicando-lhes o valor. Em geral, o destino do bem herdado é sua venda abaixo do valor de mercado. Grande parte das oportunidades do mercado imobiliário aparece quando herdeiros com problemas financeiros procuram corretores para avaliar seus imóveis. Por isso, tenham em mente que o futuro de vocês e de seus filhos é consequência não só das decisões de hoje, mas também do que gastam no dia a dia. Na Parte 2, proponho formas de lidar com o dinheiro respeitando os objetivos e as necessidades de cada um. Antes, façam esta autoavaliação, que ajudará bastante a entender as limitações a trabalhar e as qualidades a explorar no caminho para a prosperidade.
Muitas famílias não enriquecem simplesmente porque as ideias do casal sobre dinheiro não convergem ou convergem para o ponto errado. Vejam se vocês estão no caminho certo para construir riqueza juntos. Assinalem ou anotem em uma folha de papel a resposta que melhor se aplica aos hábitos do casal em relação ao planejamento financeiro.
seus. Dividam seus conhecimentos e seus hábitos com casais amigos!
Parte II – Planejamento ao longo da vida