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Guias e Dicas
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EBITDA na Contabilidade: Perfil de Usuários no Mercado, Notas de estudo de Contabilidade

Uma pesquisa que busca entender o porquê do uso do ebitda na contabilidade, especificamente em relação aos usuários que atuam no mercado de capitais. O documento discute a importância da informação contábil no mercado financeiro, as características qualitativas da informação contábil e o papel da informação na tomada de decisões econômicas. Os resultados da pesquisa contribuirão para a compreensão do perfil e necessidade específica de um grupo de usuários, servirão de base para futuras pesquisas e ajudarão na regulamentação do ebitda.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Selecao2010
Selecao2010 🇧🇷

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC/SP
CARLOS ISAO MOMOSE
EBITDA:
Sua utilização e interpretação no contexto da qualidade das informações
contábeis na visão dos analistas de mercado de capitais
MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS
SÃO PAULO
2009
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Baixe EBITDA na Contabilidade: Perfil de Usuários no Mercado e outras Notas de estudo em PDF para Contabilidade, somente na Docsity!

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC/SP

CARLOS ISAO MOMOSE

EBITDA:

Sua utilização e interpretação no contexto da qualidade das informações

contábeis na visão dos analistas de mercado de capitais

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

SÃO PAULO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC/SP

CARLOS ISAO MOMOSE

EBITDA:

Sua utilização e interpretação no contexto da qualidade das informações

contábeis na visão dos analistas de mercado de capitais

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de mestre em Ciências Contábeis, sob a orientação da Prof. Dra. Neusa Maria Bastos F. Santos.

SÃO PAULO

À minha Família

AGRADECIMENTOS

À minha família, em especial Karina e Eduardo pela compreensão e pelo estímulo.

Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da PUC/SP, pelos conhecimentos e iluminação transmitidos.

Ao meu orientador, Prof. Dra. Neusa Maria Bastos F. Santos, pela sabedoria, atenção e dedicação que enriqueceram e honraram este trabalho.

A Prof. Dra. Marina Mitiyo Yamamoto pelo apoio durante o curso, assim como pela sua contribuição no questionário.

Ao Prof. Dr. Sergio de Iudícibus, pela dedicação e pela valiosa participação que resultou em importante contribuição ao trabalho.

Aos entrevistados José Artur Monteiro, Silvia Pinheiro e Luiz Marcelo Bozzo.

Aos amigos da Toyota, Edson, Agnaldo e Marcelo.

Aos meus amigos de curso, que muito contribuíram para o meu desenvolvimento pessoal e acadêmico.

À Professora Silvana Terranova dos Santos e Daniella Basso pelas revisões e sugestões relativas à utilização da gramática e formatação.

Ao Professor Alexandre Gonzales pelo auxílio no decorrer do trabalho.

Aos meus familiares e amigos, que direta ou indiretamente contribuíram para a construção deste trabalho, pelas palavras de apoio, encorajamento e conselhos fornecidos.

RESUMO

LAJIDA ( lucro antes de juros, impostos, depreciação ou amortização ) ou EBITDA (

earnings before interest, taxes, depreciation and amortization ) é um indicador não contábil.

Seus primeiros registros surgem na década de 60, mas só tomou notoriedade a partir de 80

com o movimento de fusões e aquisições alavancadas que ocorreu na época. Foi uma forma

de medir empresas com grandes valores de amortização e depreciação. Atualmente o uso do

EBITDA é largamente difundido no mercado de capitais, mas a eficácia e a elaboração são

constantemente questionadas. Desse questionamento surgiu o problema da pesquisa. O

objetivo principal desta pesquisa é elucidar, por meio da estrutura conceitual da contabilidade,

mais especificamente pelas características qualitativas da informação contábil, o porquê do

uso do EBITDA. Os objetivos secundários são: identificar importância relativa do EBITDA,

a identidade dela como fluxo de caixa operacional, tendência do futuro e pesquisa

comparativa de indicadores. Para a estruturação da pesquisa, foi adotado como instrumento

um questionário e entrevistas estruturadas. No questionário foram obtidas 50 respostas válidas

e foram entrevistadas 3 participantes, todos atuantes direta ou indiretamente no mercado de

capitais. Com os resultados obtidos pela pesquisa, pode-se concluir que: a comparabilidade é

a principal qualidade da informação do EBITDA; é ótimo como indicador operacional; não é

identificado como fluxo de caixa operacional e tende a continuar sendo utilizado no futuro.

Palavras-chave: EBITDA, informações contábeis, indicadores.

ABSTRACT

EBITDA ( earnings before interest, taxes, depreciation and amortization ) is a non-accounting

indicator. Its first records appeared in the decade 60, but became well-known only as from the

decade 80 with the development of mergers and acquisitions occurred at the time. It was a

way of how to measure companies with high amounts of amortizations and depreciation. At

present the use of EBITDA is largely widespread in the capital market, but its efficacy and

preparation are constantly called into question. The problem of the research arose therefrom.

The main purpose of such research is to clarify, by means of the conceptual structure of the

accountancy, more specifically by the qualitative characteristics of the accounting

information, the reason of the use of EBITDA. The secondary purposes are: to identify

amounts relating to EBITDA, its identity as an operational cash flow, tendency of the future

and comparative research of indicators. To structure the research, a questionnaire and

structured interviews were adopted as an instrument. In the questionnaire 50 valid answers

were obtained and 3 participants, all of them acting directly or indirectly in the capital market,

were interviewed. With the results obtained from the research, it can be concluded that: the

comparability is the major quality of EBITDA’ s information; it is very good as an

operational indicator; it is not identified as an operational cash flow and tends to continue to

be used in the future.

Key words: EBITDA, accounting information, indicators.

  • 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................
  • 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................
  • 1.2 ANÁLISE INDUTIVA E TEORIA POSITIVA ...............................................................
  • 1.3 O PROBLEMA DA PESQUISA........................................................................................
  • 1.4 OBJETIVOS.......................................................................................................................
  • 1.4.1 Objetivo geral .................................................................................................................
  • 1.4.2 Objetivos secundários ...................................................................................................
  • 1.5 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO ...................................................
  • 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................
  • 2.1 TEORIA DA COMUNICAÇÃO .......................................................................................
  • 2.1.1 Conceitos de teoria da comunicação ............................................................................
  • 2.1.2 Modelo de comunicação ................................................................................................
  • 2.1.3 Fidelidade da comunicação
  • 2.1.4 Teoria da comunicação e contabilidade ......................................................................
  • CAPITAIS ................................................................................................................................ 2.2 TEORIA DA INFORMAÇÃO E INFORMAÇÃO CONTÁBIL NO MERCADO DE
  • 2.2.1 Teoria da Informação ....................................................................................................
  • 2.2.2 A importância da informação contábil no ambiente do mercado de capitais ..........
  • 2.3 OBJETIVOS E USUÁRIOS DA CONTABILIDADE ......................................................
  • 2.3.1 Objetivos .........................................................................................................................
  • 2.3.2 Usuários da contabilidade .............................................................................................
  • 2.4 A INFORMAÇÃO CONTÁBIL DA ÓTICA DO USUÁRIO...........................................
  • 2.4.1 Informação contábil específica e genérica ...................................................................
  • 2.4.2 Usuários e suas necessidades de informação ...............................................................
  • 2.5 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL .................
  • 2.5.1 Estrutura conceitual do FASB .....................................................................................
  • 2.5.1.1 Benefícios e Custos ..............................................................................................
  • 2.5.1.2 Relevância ............................................................................................................
  • 2.5.1.3 Valor Preditivo .....................................................................................................
  • 2.5.1.4 Valor como feed back ...........................................................................................
  • 2.5.1.5 Oportunidade ........................................................................................................
  • 2.5.1.6 Confiabilidade ......................................................................................................
  • 2.5.1.7 Fidelidade de Representação. ...............................................................................
  • 2.5.1.8 Verificabilidade ....................................................................................................
  • 2.5.1.9 Neutralidade .........................................................................................................
  • 2.5.1.10 Comparabilidade...................................................................................................
  • 2.5.1.11 Uniformidade........................................................................................................
  • 2.5.1.12 Consistência..........................................................................................................
  • 2.5.1.13 Materialidade ........................................................................................................
  • 2.5.1.14 Equilíbrio entre as características .........................................................................
  • 2.5.2 Comparativo entre as estruturas conceituais entre o FASB e o IASB .....................
  • 2.5.2.1 Compreensibilidade .............................................................................................
  • 2.5.2.2 Relevância ...........................................................................................................
  • 2.5.2.3 Confiabilidade .....................................................................................................
  • 2.5.2.4 Comparabilidade..................................................................................................
  • 2.5.3 Adoção da estrutura conceitual do FASB ...................................................................
  • 3 EBITDA E PESQUISA DE INDICADORES ...................................................................
  • 3.1 EBITDA .............................................................................................................................
  • 3.3.1 Definição .........................................................................................................................
  • 3.1.2 História e utilização .......................................................................................................
  • 3.1.3 Controvérsia da sua utilização .....................................................................................
  • PRICEWATERHOUSE&COOPERS ...................................................................................... 3.2 PESQUISA DE INDICADORES REALIZADA PELA
  • 4 AÇÕES METODOLÓGICAS ............................................................................................
  • 4.1 TIPO DE PESQUISA.........................................................................................................
  • 4.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA E COLETA DE DADOS .........................................
  • 4.2.1 Questionário ...................................................................................................................
  • 4.2.2 Entrevistas ......................................................................................................................
  • 4.3 ESTRUTURAÇÃO DO QUESTIONÁRIO E DAS ENTREVISTAS ..............................
  • 4.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE ..................................................................................
  • 5 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...................................
  • 5.1 ANÁLISE DE DADOS DO QUESTIONÁRIO ................................................................
  • 5.1.1 Perfil da Amostra ...........................................................................................................
  • 5.1.2 EBITDA ..........................................................................................................................
  • 5.1.3 Características Qualitativas da Informação Contábil ...............................................
  • contábil .................................................................................................................................... 5.1.4 Elementos das qualidades principais das características qualitativas da informação
  • 5.1.5 Comparativo com a pesquisa realizada pela PriceWaterhouse&Coopers. .............
  • 5.1.6 Tendência do EBITDA ..................................................................................................
  • 5.2 ANÁLISE DE DADOS DAS ENTREVISTAS .................................................................
  • 5.2.1 Perfil dos entrevistados .................................................................................................
  • 5.2.3 Análise dos resultados ...................................................................................................
  • 5.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................
  • CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................
  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................
  • APÊNDICES .........................................................................................................................
  • QUADRO 1 - MAIORES FUSÕES E AQUISIÇÕES DE 2005 ............................................. LISTA DE QUADROS
  • QUADRO 2 - RANKING ANUAL DAS MAIORES EMPRESAS EM 2008........................
  • QUADRO 3 - RELATÓRIOS ANUAIS E TRIMESTRAIS EM 2007 ...................................
  • QUADRO 4 - MODELO DE COMUNICAÇÃO SHANNON E WEAVER .........................
  • QUADRO 5 – MODELO DE INGREDIENTES DA COMUNICAÇÃO ..............................
  • QUADRO 6 - RESPOSTA DO PREÇO A INFORMAÇÃO CONTÁBIL ............................
  • QUADRO 7 - USUÁRIOS DA CONTABILIDADE .............................................................
  • QUADRO 8 - USUÁRIOS DA CONTABILIDADE .............................................................
  • QUADRO 9 – HIERARQUIA DE QUALIDADES EM CONTABILIDADE ......................
  • QUADRO 10 - OS 10 ÍNDICES DE ALTA IMPORTÂNCIA ..............................................
  • QUADRO 11 – ESTRUTURA DO QUESTIONÁRIO ..........................................................
  • QUADRO 12 – ESTRUTURA DAS ENTREVISTAS ...........................................................
  • QUADRO 13 – DRE ...............................................................................................................
  • QUADRO 14 – RESUMO DAS ENTREVISTAS ...............................................................
  • TABELA 1 - TOTAL DA AMOSTRA.................................................................................... LISTA DE TABELAS
  • TABELA 2 - QUANTIDADE DE QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS..............................
  • TABELA 3 - QUANTIDADE DE QUESTIONÁRIOS IDENTIFICADOS...........................
  • TABELA 4 - QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS POR CURSO ........................................
  • TABELA 5 - DISTRIBUIÇÃO DEMOGRÁFICA .................................................................
  • TABELA 6 - PERFIL DOS PESQUISADOS..........................................................................
  • TABELA 7 - ATUAÇÃO DOS PESQUISADOS ...................................................................
  • TABELA 8 - SETORES DE ATUAÇÃO................................................................................
  • TABELA 9 - VOCÊ CONHECE O EBITDA? .......................................................................
  • TABELA 10 - EBITDA REFLETE O RESULTADO OPERACIONAL ?.............................
  • TABELA 11 - EBITDA VS LUCRO LÍQUIDO .....................................................................
  • TABELA 12 - EBITDA É SINÔNIMO DE FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL? ..........
  • TABELA 13 - VOCÊ CONHECE O EBITDA? ......................................................................
  • TABELA 14 - EBITDA REFLETE O RESULTADO OPERACIONAL ?.............................
  • TABELA 15 - EBITDA VS LUCRO LÍQUIDO .....................................................................
  • TABELA 16 - GRAU DE IMPORTÂNCIA............................................................................
  • TABELA 17 – RELEVÂNCIA................................................................................................
  • TABELA 18 – CONFIABILIDADE........................................................................................
  • TABELA 19 – COMPARABILIDADE...................................................................................
  • TABELA 20 - MÉDIA PONDERADA DE INDICADORES.................................................
  • TABELA 21 - COM O IFRS O EBITDA VAI CAIR EM DESUSO? ...................................
  • GRÁFICO 1 - TOTAL DA AMOSTRA ------------------------------------------------------------ LISTA DE GRÁFICOS
  • GRÁFICO 2 - QUANTIDADE DE QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS --------------------
  • GRÁFICO 3 - QUANTIDADE DE QUESTIONÁRIOS IDENTIFICADOS ------------------
  • GRÁFICO 4 - QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS POR CURSO ----------------------------
  • GRÁFICO 5 - DISTRIBUIÇÃO DEMOGRÁFICA -----------------------------------------------
  • GRÁFICO 6 - PERFIL DOS PESQUISADOS -----------------------------------------------------
  • GRÁFICO 7 - ATUAÇÃO DOS PESQUISADOS ------------------------------------------------
  • GRÁFICO 8 - SETORES DE ATUAÇÃO----------------------------------------------------------
  • GRÁFICO 9 - VOCÊ CONHECE O EBITDA? ---------------------------------------------------
  • GRÁFICO 10 - EBITDA REFLETE O RESULTADO OPERACIONAL? -------------------
  • GRÁFICO 11 - EBITDA VS LUCRO LÍQUIDO -------------------------------------------------
  • GRÁFICO 12 - EBITDA É SINÔNIMO DE FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL ?------
  • GRÁFICO 13 - VOCÊ CONHECE O EBITDA? --------------------------------------------------
  • GRÁFICO 14 - EBITDA REFLETE O RESULTADO OPERACIONAL? -------------------
  • GRÁFICO 15 - EBITDA VS LUCRO LÍQUIDO -------------------------------------------------
  • GRÁFICO 16 - GRAU DE IMPORTÂNCIA ------------------------------------------------------
  • GRÁFICO 17 - RELEVÂNCIA ----------------------------------------------------------------------
  • GRÁFICO 18 - CONFIABILIDADE ----------------------------------------------------------------
  • GRÁFICO 19 - COMPARABILIDADE ------------------------------------------------------------
  • GRÁFICO 20 - MÉDIA PONDERADA DE INDICADORES ----------------------------------
  • GRÁFICO 21 - COM O IFRS O EBITDA VAI CAIR EM DESUSO? ------------------------

O capital afeta não somente por meio de fusões e aquisições internacionais, mas

também através da captações locais em seus países de origem. Segundo a Gazeta Mercantil

(2007), as empresas brasileiras captaram US$ 17,34 bilhões em ofertas iniciais de ações nos

primeiros sete meses de 2007. Equivalente na época à emissão de 10% do total de IPOs 1

realizados no mundo.

Outro fato importante é que as empresas hoje são gigantes no tamanho e na geração de

riquezas. Muitas vezes, algumas empresas têm o faturamento maior do que o PIB de muitos

países e empregam um enorme contingente de funcionários e terceiros ao redor do mundo, ou

seja, nas últimas décadas, houve a diminuição da influência do Estado e as empresas

acabaram tomando esse lugar. Muitas decisões têm grande impacto e influência ao redor do

mundo. Um grande exemplo é o caso da Enron. Observem o quadro - 2 abaixo, segundo

critérios da revista Fortune, a lista das 15 maiores empresas do mundo.

Quadro 2 -Ranking Anual das Maiores Empresas em 2008

RANK Empresa Receita ($ bilhões) Lucro ($ bihões) 1 Wall-Mart Stores 378,8 12, 2 Exxon Mobil 372,8 40, 3 Royal Dutch Shell 355,8 31, 4 BP 291,4 20, 5 Toyota Motor 230,2 15, 6 Chevron 210,8 18, 7 ING Group 201,5 12, 8 Total 187,3 18, 9 General Motors 182,3 -38, 10 Conoco Philips 178,6 11, 11 Daimler 177,2 5, 12 General Eletric 176,7 22, 13 Ford Motor 172,5 -2, 14 Fortis 164,9 5, 15 AXA 162,8 7, 16 Sinopec 159,3 4, 17 Citigroup 159,2 3, 18 Volkswagen 149,1 5, 19 Dexia Group 147,6 3, 20 HSBC Holdings 146,5 19, Fonte: 'Fortune Magazine, July, 24th, 2008 http://money.cnn.com/magazines/fortune/global500/2008/full_list/

Ranking Anual das Maiores Empresas 2008

(^1) Initial Public Offer

Nesse cenário cada vez mais veloz e competitivo, faz-se muito mais necessário o uso

de informações para a tomada de decisões. De acordo com o dicionário Houaiss e Villar

(2004, p. 416) a definição de informação é: “conhecimento obtido por investigação ou

instrução; conjunto de conhecimentos sobre determinado assunto; conjunto de atividades de

coleta e difusão de notícias junto ao público”.

Segundo McGee e Prusak, (1994, p. 3):

Nos últimos anos o mundo industrializado vem enfrentando a transição de uma economia industrial para uma economia de informação, e nas próximas décadas, a informação, mais do que a terra ou capital, será a força motriz na criação de riquezas e prosperidade. Nesse tipo de economia, o sucesso é determinado pelo que você sabe, e não pelo que possui. Numa economia de informação, a concorrência entre as organizações baseia-se na sua capacidade de adquirir, tratar, interpretar e utilizar a informação de forma eficaz. As organizações que liderarem esta competição serão as grandes vencedoras do futuro, enquanto as que não o fizerem serão facilmente vencidas por suas concorrentes.

Nesse aspecto, a contabilidade tem papel fundamental, já que segundo Iudícibus e

Marion (2002, p. 53):

o objetivo da contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de fornecer informação estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários interno e externos á entidade objeto da Contabilidade.

Segundo Hendriksen (2007, p. 81), o objetivo geral da contabilidade é “fornecer

informação confiável sobre recursos e obrigações econômicos e alterações desses recursos e

obrigações: ajudar a estimar o potencial de geração de lucro de uma empresa.”

Outro enfoque muito interessante com relação ao objetivo da informação na

contabilidade é o de Iudícibus et al (2005, p. 12): “O objetivo nasce da necessidade dos

usuários.” Atende a vários usuários ou grupo de usuários tais como: investidores, credores por

empréstimo, empregados, fornecedores, clientes, governo e suas agências ... Cada usuário ou

grupo de usuário pode ter finalidade comum ou finalidade específica da utilização da

informação contábil. Nesse contexto, conforme Lopes (2002, p. 7), o mercado financeiro, de

forma geral, é um dos maiores usuários da informação contábil por intermédio dos analistas,

Quadro 3 - Relatórios Anuais e Trimestrais em 2007

Relatórios Anuais e Trimestrais 2007, Publicados.

EMPRESAS % do IBOVESPA EBITDA é mencionado PETROBRAS 17,12% SIM VALE ( * ) 12,57% SIM BRADESCO 3,92% NÃO ITAUBANCO 3,51% NÃO CSN 2,78% SIM UNIBANCO 2,70% NÃO USIMINAS 2,65% SIM BANCO BRASIL 2,58% NÃO ITAUSA 2,48% SIM GERDAU 2,37% SIM CEMIG 1,83% SIM ALL 1,32% SIM TELEMAR 1,18% SIM NET 1,18% SIM CESP 1,00% SIM ( * ) Relatorio Trimestral 2006. Fonte: site oficial de todas as empresas

Excluindo-se as instituições financeiras que não se utilizam do EBITDA, para as

instituições financeiras, os juros fazem parte das atividades operacionais. Desse modo, é

incoerente as instituições financeiras serem mesuradas pelo EBITDA. Pela própria

formulação, haveria mistura de itens operacionais e não operacionais. No entanto, pode-se

facilmente constatar que a maioria das empresas, excluindo-se as instituições financeiras,

fazem menção do desse indicador em relatórios anuais ou trimestrais.

Tal fenômeno ocorre não só no Brasil, mas também em outros países. A origem do

EBITDA surgiu no mercado norte americano, sendo posteriormente copiado esse modelo no

Brasil. Em agosto de 2001, o FASB (Financial Accounting Standard Board) criou um projeto

chamado Project on Reporting Financial Performance, que se concentrava os estudos em:

  • “falta de definições comuns dos elementos dos relatórios financeiros e sua inconsistência na

apresentação nos relatórios financeiros;

  • aumento dos relatórios “Pro Forma” e outras evidencias que sugerem a diminuição da

confiança da utilização do lucro líquido como indicador de desempenho;

  • falta de consenso ou definições comuns para indicadores financeiros chaves ou índices de

performance financeira que as demonstrações financeiras ou relatórios financeiros deveriam

prover.”2 (FASB, 2001, p. 1)

O que se pode concluir desse projeto do FASB é que a organização está preocupada

com a utilização de índices ou indicadores que avaliam o desempenho da empresa, e

principalmente, índices ou indicadores de medição não contábeis. Com o intuito de reforçar

essa idéia, segue texto extraído na sequência do projeto:

Enquanto todas as empresas reportam o lucro líquido, tem havido o aumento de empresas que focam em formas alternativas de avaliar o seu desempenho, como: crescimento da receita, EBITDA, fluxo de caixa operacional, fluxo de caixa livre e incontáveis apresentações Pro Forma através dos seus meios de comunicação com o investidor. Utilizando-se destes indicadores de desempenho, os analistas e outros usuários acabam acatando-se nas ênfases sugeridas pelas empresas e nos indicadores de desempenho por ela sugeridas ao invés de focar e avaliar as demonstrações financeiras.”3 ( FASB, 2001, p. 2 )

Em conjunto com a crescente utilização ao longo da história, começaram a surgir

estudos mais detalhados questionando-lhe a eficácia. Autores como King, Fridson e Stumpp

criticaram, principalmente quanto à utilização como sinônimo de fluxo de caixa operacional.

Segundo Stumpp et al (2000, p. 1) “ EBITDA ignora as variações de capital circulante

líquido.”^4

Outro fato relevante é que o EBITDA, por não ser normatizado, não tem um padrão

quanto à formulação, inclusive há variações dele como: EBTIDAL adicionalmente

excluindo-se despesas de leasing , EBITDAR adicionalmente excluindo-se despesas de

(^2) - no common definitions of the elements of financial performance and inconsistent practises regarding the

presentation of financial performance.

  • increased pro forma reporting and other evidence suggesting that the use of and reliance on net income as an indicator of performance is decreasing.
  • no consensus or common definitions for the key financial measures or indicator of financial performance that financial statement or financial reporting should provide.

(^3) While all business enterprises report net income, many companies increasingly focus more oen alternative

measures of performance such as revenue growth, earnings before interest, taxes, depreciation and amortization ( EBITDA ), operating cash flow, free cash flow, and countless, pro forma result in earnings release and other investor related communications, In assessing a company´s performance, analysts and other users of financial statement often accept management´s lead and emphasize these alternative measures in assessing financial performance.

(^4) EBITDA: Ignores changes on working capital