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Temas relacionados com Saúde, Segurança e Qualidade de vida no trabalho
Tipologia: Trabalhos
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Trabalho Académico apresentado à Faculdade de Ciências e Tecnologia como homologação do primeiro
Teste da disciplina de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho
Prof. Dr. José Alberto Vigueras Moreno
Resumo
A condição de trabalho refere-se às condições existentes diante de parâmetros como a carga de trabalho, a fadiga e a insatisfação laboral. Porém, apesar dos progressos obtidos, as condições de trabalho de um grande número de trabalhadores permanecem muito precárias, além de que surgem constantemente novos problemas, pelo que, muitos dos problemas de saúde e insatisfação laboral resultam da deficiente relação homem – trabalho. O principal objetivo deste trabalho é de trazer os aspectos associados a carga de trabalho, fadiga e insatisfação laboral. As cargas de trabalho são concebidas como os elementos que interatuam entre si e com o corpo do trabalhador, no momento de interação com o objeto, meios e instrumentos, formas de organização e divisão do trabalho. Cargas estas que submetidas inadequadamente ao trabalhador proporcionam o processo de desgaste físico e mental conhecido como fadiga, o que traz uma alteração no mecanismo de controle psicofisiológico do trabalhador que é caracterizada pelo desempenho não efetivo das tarefas, inadequação auto-percebida, aversão às actividades, cansaço ou sensação de fraqueza e desconforto. E o panorama de carga de trabalho excessiva e de fadiga permite o aparecimento da insatisfação laboral que condiciona o rendimento do trabalhador na empresa ou na organização. O conhecimento sobre as formas de gerenciamento de carga de trabalho, de formas de minimizar ou eliminar os pontos negativos referentes a quantidade de trabalho ao trabalhador, as causas da fadiga e a sua prevenção, os fatores que determinam o aparecimento da insatisfação laboral e respectiva medida de prevenção, permite uma maior dinâmica no contexto organizacional, dando uma explicação e compreensão riquíssima da conduta humana face ao trabalho.
Palavras-Chave : carga de trabalho; fadiga; insatisfação laboral.
A Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho (SQVT) é uma área que tem demonstrado ser crucial, tendo vindo a despertar a atenção tanto dos investigadores, como das próprias empresas. Este facto reside na importância que a Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho tem na vida dos trabalhadores, bem como nas consequências positivas que dela podem advir. Relativamente à importância da Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho esta reside no facto de o ser humano passar em média oito horas diárias no seu ambiente de trabalho, durante pelo menos 35 anos da sua vida. Além disso, dadas as exigências socioeconómicas que o mundo atravessa, o ritmo de vida é considerado alucinante, o que implica excesso de horas de trabalho e uma pressão excessiva para o aumento da produtividade. Assim, o lado profissional passou a ser o principal papel do ser humano. É neste mesmo sentido, que as organizações também se preocupam com a carga de trabalho, fadiga e insatisfação laboral, uma vez que se considera que funcionários com carga de trabalho em medida certa, o que significa menor propensão à fadiga, são mais felizes e produzem mais e a investigação tem demonstrado que a carga de trabalho pode ter um impacto significativo em vários comportamentos organizacionais, nomeadamente na identificação com a organização, na satisfação profissional, no empenhamento organizacional, no desempenho no trabalho e na intenção de turnover. Outras consequências que têm vindo a ser apontadas como derivadas dos altos níveis de carga de trabalho são o absentismo, a baixa produtividade e eficiência, redução na qualidade dos produtos e serviços, custos elevados em indemnizações, gastos de saúde e despesas médicas. Como referido anteriormente uma das principais consequências e um dos conceitos que surge frequentemente associado à SQVT, apesar de serem construtores diferentes, é a insatisfação laboral, sendo também relevante as suas relações com outras variáveis, nomeadamente o absentismo, a rotatividade, os comportamentos de cidadania organizacional e a saúde física e mental do trabalhador ( burnout , auto- estima, ansiedade e depressão). Partindo do princípio que o trabalho implica esforço quer a nível mental ou a nível físico e que as pessoas têm estaturas e constituição física diferentes; algumas são mais fortes do que outras e a capacidade de suportar sobrecargas físicas varia., é inerente conhecer os efeitos desse esforço de maneira a controlar e a manter estável a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores, sendo que a fadiga surge como uma consequência desse esforço, a mesma deve manter-se dentro dos limites recomendados permitindo ao trabalhador recuperar depois de um tempo de descanso. Para que esta situação se realize é fundamental conhecer as exigências de cada trabalho e assim planear e organizar os diferentes trabalhos de acordo com as capacidades dos trabalhadores. Para além destes fatores existem ainda os fatores psicossociais que podem condicionar a satisfação laboral dos trabalhadores e consequentemente a qualidade do trabalho.
2.1. Objetivo Geral:
Avaliar a associação entre carga de trabalho, fadiga e insatisfação laboral.
2.2. Objetivos Específicos:
Analisar os principais conceitos relacionados com a carga de trabalho e as formas de minimizar os seus efeitos negativos;
Identificar os fatores que influenciam o aparecimento da fadiga e conhecer as medidas para a sua prevenção;
Identificar os fatores que determinam o aparecimento da insatisfação laboral e conhecer as medidas para a sua prevenção.
A carga de trabalho é um fator de risco que existe em todas as actividades e em qualquer empresa ou organização. Por carga de trabalho entende-se como o conjunto de requisitos psicofísicos a que se vê submetido o trabalhador ao longo do seu dia de trabalho (VIEITO E VELOSO, 2005). Assim sendo, a carga de trabalho é física e mental.
3.1. Carga Física
Carga física é o conjunto de requisitos físicos a que um trabalhador é submetido durante o seu dia de trabalho. Para melhor compreensão sobre a carga física importa conhecer:
Esforços físicos; Posturas do trabalho; Movimentação manual de cargas.
3.1.1. Esforços Físicos
O Esforço Físico é a ação de forçar o corpo e os músculos. O grau de dificuldade de uma tarefa é determinado pelo consumo de energia e pela frequência cardíaca do trabalhador. Quanto mais difícil é a tarefa, maior é o consumo de energia exigida (medido em quilocalorias) e/ou é maior a frequência cardíaca (comparando o número de pulsações em situação de trabalho com o número de pulsações em situação de repouso). O esforço físico pode lesar qualquer parte do aparelho locomotor do homem como os braços, as pernas, a espinha dorsal. Sendo mais frequentemente atingidos os músculos, tendões e as articulações.
É impossível trabalhar em pé comodamente por muito tempo quando a altura em que as tarefas são realizadas é inadequada ou quando os controles das máquinas e equipamentos não estão ao alcance. É necessário que exista bastante espaço para os pés, para que o trabalhador possa mudar de posição e distribuir alternativamente o peso. Roupas ou uniformes apertados dificultam os movimentos durante o trabalho, por isso devem ser evitados. A altura em que a tarefa é realizada é um fator importante, pois, se esta for incorreta, o organismo se cansará mais facilmente. A altura deve ser ideal para que o trabalho possa ser realizado sem que o trabalhador precise curvar as costas e de modo que os ombros permaneçam relaxados em posição natural (ver Apêndice 2).
Condições Visuais
É essencial que se veja claramente aquilo com que se está trabalhando. A maioria dos objetos deve ficar a 50 centímetros de distância dos olhos. No caso de objetos muito pequenos, estes devem ser colocados sobre uma superfície mais elevada, sendo algumas vezes necessário fazer uso de uma lente de aumento. Para reduzir o desconforto decorrente do trabalho sentado junto a máquinas ou terminais de computador, recomenda-se:
As condições da tela ou lente devem ser ajustadas cuidadosamente, de forma a compatibilizá-las com a visão individual; A posição da tela e a distância entre esta e os olhos devem ser ajustáveis individualmente; A iluminação deve ser adequada ao tipo de trabalho que está sendo realizado para evitar ofuscamento ou reflexos. Certas atividades exigem uma iluminação complementar ou especial; As jornadas de trabalho deverão contar pausas para repouso visual; O assento da cadeira de trabalho deverá ter uma altura ajustável, para que cada pessoa possa trabalhar na posição mais confortável possível.
Para evitar a adopção de posturas forçadas e incómodas: O plano de trabalho, os órgãos de comando e controlo e as ferramentas devem situar-se dentro da área de trabalho; A altura do plano de trabalho deve ser fixada em função do tipo da actividade a ser realizada. Assim, um trabalho de precisão requer uma altura superior, porque a visão desempenha um papel importante no momento de realizar o trabalho. Porém, num trabalho em que predomine o esforço físico, a altura deve ser menor para que possa ser aproveitada a força do corpo.
Para não antecipar o surgimento do cansaço: Mudar de posição, por exemplo, para a posição sentada ou para uma postura que implique movimento.
3.1.3. Movimentação Manual de Cargas
Entende-se por Movimentação Manual de Cargas como qualquer operação de transporte/sustentação de uma carga, incluindo levantar, colocar, empurrar, puxar, transportar e deslocar, que comporte riscos dorso-lombares para os trabalhadores (TEIXEIRA, 1998). A coluna vertebral humana está adaptada a uma postura vertical e sempre que o trabalhador se curva, ela tem de suportar não só o peso do corpo mas também o da carga por ele transportada, o que pode causar danos irreparáveis. O levantamento e o transporte manual de cargas pesadas devem ser evitados e realizados sempre que possível por equipamentos mecânicos. Se isto não for possível, várias pessoas devem trabalhar em conjunto, sendo importante que todas utilizem os métodos corretos de levantamento, uma vez que o Homem continua a ser o meio de transporte mais importante. O transporte manual é quase sempre um trabalho pesado, ainda que a carga a movimentar não seja pesada ou volumosa, sobretudo quando há necessidade de a elevar ou de subir escadas.
Principais Movimentos Associados ao Sistema de Movimentação de Cargas:
Movimento de carga ou elevação; Movimentação ou movimento de manobra livre: de rotação; de translação; misto.
Para evitar a ocorrência de acidentes durante a movimentação manual de cargas é necessário:
Utilizar de preferência chariots^1 ; Não transportar em carro-de-mão cargas longas ou que impeçam a visão; Manter as zonas de movimentação arrumadas; Sinalizar as zonas de passagem perigosas; Utilizar ferramentas que facilitem o manuseamento da carga; Tomar precauções na movimentação de cargas longas; Adoptar uma posição correcta de trabalho.
Recomendações propostas pela Organização Internacional de Trabalho (OIT) Peso de carga conveniente para movimentos manuais ocasionais sem técnica Idade Homens Mulheres 18 a 20 anos 23 Kg 14 Kg 20 a 35 anos 25 Kg 15 Kg 35 a 50 anos 21 Kg 13 Kg Mais de 50 anos 16 Kg 10 Kg
3.2. Carga Mental
Carga mental é o nível de actividade mental necessária para a execução do trabalho. A carga mental é definida em função do número de etapas de um processo ou em função do número de processos requeridos para realizar corretamente uma tarefa e, particularmente, em função do tempo necessário para que o trabalhador elabore, em sua memória, as respostas a informação recebida.
(^1) Chariots {substantivo}
Carroça • carruagem • carro específico para movimentação de cargas.
Fatores que incidem na carga mental: Quantidade e qualidade de informação recebida; Complexidade da resposta que se exige; Tempo de resposta; Capacidades individuais.
Por Fadiga entende-se como a diminuição da capacidade física e mental de um indivíduo, depois de ter realizado um trabalho durante um determinado período de tempo.
A Fadiga pode ser considerada em três níveis:
4.1. Sintomas de Fadiga:
Sonolência; Lassidão e falta de disposição para o trabalho; Dificuldade de pensar; Diminuição da atenção; Lentidão e amortecimento das percepções; Diminuição da força de vontade.
A Insatisfação Laboral é o grau de mal-estar que o trabalhador vivencia devido às condições em que se realiza o seu trabalho, indicando em que medida as características do trabalho não se coadunam com os desejos, aspirações ou necessidades do trabalhador.
A insatisfação laboral surge principalmente devido à fatores de organização do trabalho ou psicossociais, tais como:
Compensação financeira : refere-se à remuneração justa e adequada pelo trabalho realizado, podendo ser subdividido em três critérios: 1° remuneração adequada que permite ao cidadão viver dignamente dentro dos padrões pessoais, culturais, sociais e econômicos da sociedade onde vive; 2° equidade interna entre os demais membros da organização; 3° equidade externa em relação aos outros profissionais no mercado de trabalho.
Condições de trabalho : refere-se às condições existentes diante dos seguintes parâmetros: 1° jornada de trabalho; 2° carga de trabalho; 3° ambiente físico em relação a conforto e organização para desempenho do trabalho; 4° quantidade e qualidade de material e equipamento adequados para execução da atividade e ambiente saudável; e 5° estresse da jornada de trabalho. Uso e desenvolvimento da capacidade : refere-se às oportunidades oferecidas destacando-se os seguintes critérios: 1° autonomia (liberdade na programação e execução do trabalho); 2° significado da tarefa (relevância da tarefa desempenhada na vida e trabalho de outras pessoas, dentro ou fora das instituições); 3° identidade da tarefa (integridade e avaliação do resultado); 4° variedade de habilidade (utilização da habilidades e capacidades do indivíduo); 5° retroinformação (informar ao indivíduo sobre a avaliação de seu trabalho como um todo, e de suas ações).
Oportunidade de crescimento e segurança : refere-se às oportunidades de crescimento pessoal com segurança: 1° possibilidade de carreira; 2º crescimento pessoal (educação continuada); 3° segurança quanto à manutenção de seus empregos.
Integração e promoção social na organização : refere-se à igualdade de oportunidades sem discriminação quanto a raça, sexo, credo, etc.
Cumprimento dos direitos dos empregados, tais como : direitos trabalhistas; privacidade social; liberdade de expressão; normas e rotinas, etc.
Trabalho e espaço total de vida : refere-se ao equilíbrio entre a vida social do trabalhador e a vida no trabalho.
Relevância social da vida no trabalho : percepção do empregado em relação à responsabilidade social da instituição na comunidade, à qualidade de prestação dos serviços e ao atendimento de seus empregados.
Segundo Vieito e Veloso (2005, p. 52): “A melhor maneira de prevenir a insatisfação laboral é atuar sobre a organização do trabalho.”
A organização do trabalho deve:
Favorecer novos modelos de planeamento das tarefas que facilitem a participação e o trabalho em grupo, fugindo dos trabalhos monótonos e repetitivos; Assumir mudanças que partam da Direção da Organização (Empresa, Estabelecimento ou Serviço) e que afetem todos os canais de comunicação, promoção e formação dos trabalhadores.
TEIXEIRA, F., 1998. Movimentação Manual de Cargas – Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, 1ª ed. IDICT.
UGT, Manual de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho , Lisboa, cap. III - p. 194-207, 1995.
VIEITO, R.M. e VELOSO, S.M., Manual de Formação para Dirigentes e Chefias Diretas em H.S.T. , Portugal, Arcos de Valdevez, p. 50-52, 2005.
Apêndice 1: Gráfico
Gráfico : Representação esquemática do aumento da frequência cardíaca em relação as diferentes condições de trabalho. Fonte: PUC - Rio – Certificação Digital N ° 0410925/CA