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Transformação de Corrente Alternada em Corrente Contínua em Máquinas Elétricas, Provas de Energia

Este documento explica o processo de transformar corrente alternada em corrente contínua em máquinas elétricas, enfatizando a importância de minimizar harmônicos e ripple na tensão de saída do rectificador. O texto aborda a utilização de máquinas assíncronas com dois enrolamentos rotóricos e a importância de controlar a corrente contínua média.

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Andre_85
Andre_85 🇧🇷

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31
Capítulo 3
Conversão de tensão alternada
em corrente contínua
Para conferir à energia retirada do rótor características que lhe permitam ser injectada na rede
eléctrica é necessário introduzir um andar de corrente contínua no processo, antes de a tornar
alternada através do conversor DC/AC.
Desta forma o conversor AC/DC é responsável por transformar a tensão do rótor com
amplitude e frequência variáveis em corrente contínua.
Com a saída em corrente do conversor AC/DC é possível definir com clareza a forma de onda
da corrente no rótor, garantido assim o seu conteúdo harmónico.
A única forma de garantir a forma de onda de corrente nas fases de um rectificador a díodos é
conhecendo a forma de onda da corrente de saída. A bobine de alisamento colocada na saída
garante que a corrente fornecida pelo rectificador (Idc) é praticamente constante e
independente da forma de onda da tensão de carga para onde a corrente está a ser dirigida
(Edc).
Os harmónicos da corrente no rótor devem ser minimizados de forma a diminuir as perdas e a
minimizar os harmónicos injectados na rede através da corrente do estátor da máquina uma
vez que as correntes do rótor são reflectidas nas correntes do estátor e injectadas na rede.
O ripple da tensão de saída do rectificador (Vdc) deve ser o menor possível para evitar o seu
efeito no conversor DC / AC que se reflecte em oscilações de corrente à frequência das
arcadas da tensão rectificada.
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Capítulo 3

Conversão de tensão alternada

em corrente contínua

Para conferir à energia retirada do rótor características que lhe permitam ser injectada na rede eléctrica é necessário introduzir um andar de corrente contínua no processo, antes de a tornar alternada através do conversor DC/AC.

Desta forma o conversor AC/DC é responsável por transformar a tensão do rótor com amplitude e frequência variáveis em corrente contínua.

Com a saída em corrente do conversor AC/DC é possível definir com clareza a forma de onda da corrente no rótor, garantido assim o seu conteúdo harmónico.

A única forma de garantir a forma de onda de corrente nas fases de um rectificador a díodos é conhecendo a forma de onda da corrente de saída. A bobine de alisamento colocada na saída garante que a corrente fornecida pelo rectificador (Idc) é praticamente constante e independente da forma de onda da tensão de carga para onde a corrente está a ser dirigida (Edc).

Os harmónicos da corrente no rótor devem ser minimizados de forma a diminuir as perdas e a minimizar os harmónicos injectados na rede através da corrente do estátor da máquina uma vez que as correntes do rótor são reflectidas nas correntes do estátor e injectadas na rede.

O ripple da tensão de saída do rectificador (Vdc) deve ser o menor possível para evitar o seu efeito no conversor DC / AC que se reflecte em oscilações de corrente à frequência das arcadas da tensão rectificada.

F o n t e d e t e n s ã o c o m a m p l i t u d e e f r e q u ê n c i a v a r i á v e i s (rotor)

Rectificador a d í o d o s

C a r g a

L alisamento

V a cI a c^ I d c V d c E d c

Figura 3.1 - Esquema genérico da conversão da tensão com amplitude e frequência variáveis em corrente contínua.

A Figura 3.1 apresenta um diagrama genérico da conversão.

A corrente contínua média ( (^) Idc ) depende dos valores médios das tensões rectificada ( Vdc ) e de carga ( (^) Edc ):

d d

Idc(t) t L

Vdc(t) Edc(t) alisa.

Se as tensões Vdc e Edc forem iguais a corrente Idc permanece com igual intensidade. Se Vdc > Edc a corrente continua sobe de intensidade, descendo se Vdc < Edc.

Naturalmente, a indutância de alisamento elimina (ou pelo menos atenua) a ondulação em Idc(t) devido às variações de alta frequência existentes nas formas de onda de Vdc(t) e Edc(t).

Como o rectificador a díodos não é controlável, a tensão Vdc depende unicamente da tensão fornecida pelo rótor. Desta forma a corrente Idc tem de ser controlada pela tensão de carga Edc.

1 Fonte de tensão: Rótor da máquina assíncrona

A amplitude e a frequência da tensão aos terminais dos enrolamentos rotóricos de uma máquina assíncrona dependem unicamente (idealmente) da velocidade de rotação da máquina, da tensão de alimentação do estátor e da razão ( r = Nr/Ns ) entre o número de espiras do estátor ( Ns ) e do rótor ( Nr ).

Com a máquina parada a amplitude da tensão do rótor ( Vr ) é igual à do estátor ( Vs ) vezes a razão de transformação r. A frequência da tensão do rótor ( fVr ) é igual à frequência da tensão do estátor ( fVs ). A máquina neste caso funciona como um simples transformador do estátor (primário) para o rótor (secundário).

À medida que a velocidade cresce, Vr e fVr vão diminuindo, até que à velocidade de sincronismo Vr se anula.

A partir da velocidade de sincronismo, Vr e fVr vão aumentado, até que ao dobro da velocidade de sincronismo ficam iguais a (^) Vs e (^) fVs.

V R IF R V S IF S V T IF T

Idc V dc

IL R

IL S

IL T

(^13) I d c

V p

  1. 8 7 * V p

T

I d c V R

IL R

I FR

V (^) d c

(^23) I d c V d c = 3 V p π

Figura 3.3 - Esquema da Série 3 (S3) e respectivas formas de onda.

1 5 7 1 1 1 3 1 7 1 9 2 3 2 5 2 9 3 1 3 5 3 7 n º h a r m ó n i c o

d b

% f a c e a o f u n d a m e n t a l

Ifundamentalpico=1.10*Idc 100 %

-16.9 -20.

20.0 %14.3 % 9.1% 7.6% 5.8 %5.2 % 4.2 %3.9 % 3.3 %3.1 % 2.7 %2.5 %

0 -14. -22.3 -24.7-25.7 -27.5-28. -29.7-30.3 -31.5-32.

P D 3

1 5 7 1 1 1 3 1 7 1 9 2 3 2 5 2 9 3 1 3 5 3 7 n º h a r m ó n i c o

d b

% f a c e a o f u n d a m e n t a l

Ifundamentalpico=0.638*Idc

100 %

-16.9 -20.

19.9 %14.3 % 9.0 % 7.6% 5.8 %5.2 % 4.3 %3.9 % 3.4 %3.1 % 2.7 %2.6 %

0 -14. -22.3 -24.7-25.7 -27. -28.1 -29.5-30.1 -31.2-31.

S 3

Figura 3.4 - Harmónicos da corrente nos enrolamentos das montagens S3 e PD3.

Como se observa na figura anterior o conteúdo harmónico da corrente nos enrolamentos é relativamente elevado nas duas montagens. Apesar da corrente nos enrolamentos da S3 ter uma forma de onda em escada, o seu conteúdo harmónico é muito semelhante ao da PD3.

Deve ser notado que no caso de montagens rectificadoras trifásicas a Paralela Dupla é igual à Série. A única coisa que muda é a montagem dos enrolamentos ser feita em estrela ou em triângulo. Como se sabe, um sistema em triângulo tem sempre o equivalente em estrela e vice- versa pelo que a corrente nas linhas é igual nos dois casos e a tensão rectificada média ( Vdc ) pode ser dada sempre pela tensão composta do sistema (VC ):

π

Vc ≅ 1.35 Vc⋅ (3.3)

Apenas as correntes nos enrolamentos têm uma forma de onda e uma amplitude diferente.

Idc V dc

IL R

ILS

IL T

V c

S 3

Idc V d c

IL R

ILS

IL T

V c

P D 3

V c 3

Figura 3.5 - A montagem dos díodos de um rectificador trifásico é igual no caso de ser uma montagem Paralela Dupla ou Série.

Para se reduzirem os harmónicos da corrente de entrada produzidos pelo conversor AC/DC é necessário recorrer a 2 rectificadores. Cada rectificador é alimentado por um conjunto de enrolamentos diferente. A corrente equivalente total em cada fase é o resultado da soma das correntes na fase respectiva de cada enrolamento conforme é exposto na figura seguinte.

V (^) 1S I 1S

V 1R I 1R

V 1T V S I 1T I S

V R I (^) R

V T I T T

R

S

V 2S I 2S

V 2R I 2R

V (^) 2T I 2T

K 1x

K 2x

V (t) 2 V t V (t) 2 V t - V (t) 2 V t -

V (t) V (t) V (t) V (t) V (t) V (t) V (t) V (t) V (t) V (t) V (t) V (t)

I (t) I (t) + I (t) I (t) I (t) + I

R M S M (^23)

T M 4 3

1R R 1S S 1T T 2R R 2S S 2T T

R 1R 2R S 1S 2S

= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

= ⋅ = ⋅ = ⋅ = ⋅ = ⋅ = ⋅

= ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅

sin sin sin

2 2 2 1 1 1 2 2 2

1 2 1 2

π π π π π

f f f K K K K K K

K K K K (t) I (t)T =^ K^ 1 ⋅^ I (^) 1T (t) + K 2 ⋅I (^) 2T(t) Figura 3.6 - Esquema do efeito das correntes dos enrolamentos secundários no enrolamento primário.

Para que a forma de onda da corrente no enrolamento primário (IR ) seja diferente da forma de onda das correntes nos enrolamentos secundários (I1R e I2R ), é necessário que I1R e I2R tenham formas de onda diferentes. Caso contrário IR seria exactamente igual a I1R e I2R a menos das constantes de ganho K1 e K2. Naturalmente o conteúdo harmónico de IR também seria igual ao de I1R e I2R.

Isto impõe que a montagem dos dois enrolamentos secundários seja feita de modo diferente: um em estrela e outro em triângulo. Desta forma é apropriado usar uma associação de montagens PD3 e S3.

Para eliminar o 5º e 7º harmónicos da corrente no enrolamento primário, a relação entre as correntes dos dois enrolamentos do secundário “vistas” pelo primário deve ser de 3. Isto

Da análise de Fourier da corrente IR obtém-se a expressão 1 que indica o valor de cada harmónico de IR em função de Idc e K:

Apenas os harmónicos número:

nh = 12 i⋅ ± 1 ; i = 0,1,2,3,... (3.5)

são não nulos e possuem valor eficaz:

Irms(nh)

nh

I K ; nh 1,11,13,23,25,...

Irms(12 i 1)

12 i 1

I K ; i 1,2,3,4,5,...

DC

DC

π

π

O conteúdo harmónico (%) face à componente fundamental é dado por:

Pnh(nh) Vrms(nh) / Vrms(1) *100 (%) Pnh(nh) 100 / nh (%)

O gráfico seguinte mostra o espectro dos harmónicos de IR.

1 1 1 1 3 2 3 2 5 3 5 3 7 n º h a r m ó n i c o

d b

% f a c e a o f u n d a m e n t a l

Ifundamentalpico=2.205*Idc

9.1 %7.7 % 4.3 %4.0 % 2.7 %2.5 %

100 %

0

-20.0-21. -26.4-27.1 -31.4-31.

Figura 3.8 - Harmónicos da corrente no enrolamento primário de uma montagem rectificadora com um S3 e um PD3.

O valor eficaz da corrente IR é dado por:

IRrms ≅ 1577. ⋅ Idc

(^1) A expressão foi obtida com a ferramenta de CAD matemático MAPLE V.

pelo que a taxa de distorção harmónica é dada por:

TDH Potencia harmonicos Potencia harm. fundamental

RMS_ total RMS_1_ harm RMS_1_ harm

2 2 = = (^2) −

TDH IR ≅ 2 3%.

Resta agora decidir se os rectificadores são montados em série ou em paralelo.

Para montar os rectificadores em paralelo e manter a forma de onda da corrente na entrada, é necessário garantir que a corrente de saída dos rectificadores se mantém constante e nunca se anula.

Apesar do valor médio da tensão rectificada pelos dois rectificadores ser igual ( Vdc ), a forma de onda é diferente num caso e noutro. Desta forma ao serem ligados em paralelo, vai existir uma corrente de circulação entre os dois rectificadores que vai fazer com que a corrente Idc total seja fornecida unicamente pelo rectificador com maior tensão no momento. O díodo que deveria estar a conduzir no rectificador com a tensão mais baixa, é contrapolarizado pela tensão gerada pelo outro rectificador, pelo que deixa de conduzir.

Desta forma para se ligarem os rectificadores em paralelo é necessário introduzir uma bobine interfásica entre os dois rectificadores.

A corrente que cada rectificador fornece é metade da corrente total que passa no barramento DC. Naturalmente a tensão do barramento DC é em cada instante a média da tensão dos dois rectificadores e como é óbvio tem valor médio igual ao valor médio da tensão dos rectificadores.

S 3

P D 3

P +

P 1 -

P 2 -

L interfásica

+

-

Figura 3.9 - Montagem em paralelo dos dois rectificadores através de bobine interfásica para limitar a corrente de circulação.

Na montagem em série a corrente de cada um dos rectificadores é igual à corrente total no barramento DC pelo que a sua forma de onda está garantida. A tensão do barramento DC é igual à soma das tensões dos dois rectificadores.

S 3 P D 3

C o n v e r s o r A C / D C P + L a l i s a m e n t o

P 1 -

M á q u i n a a s s í n c r o n a P 2 -

L i n t e r f á s i c a

+

-

I d c

Figura 3.11 - Esquema do conversor AC/DC usado.

Desta forma o conversor AC/DC usado é constituído por dois rectificadores (um S3 e um PD3) ligados em paralelo através de uma bobine interfásica. Cada rectificador é alimentado por um conjunto de enrolamentos independente. Os rectificadores estão montados no rótor da máquina assíncrona que possui três anéis de ligação ao exterior e dois conjuntos de enrolamentos (um em estrela e um em triângulo). A bobine de alisamento garante que a corrente que os rectificadores fornecem ao andar seguinte do SRED é praticamente constante.

Com esta montagem o primeiro harmónico da corrente do estátor que surge é o 11º e tem uma amplitude de 9% da fundamental.

A forma de onda da tensão rectificada (Vdc) é exposta na figura seguinte, onde se verifica que tem 12 arcadas por período e uma diferença entre o máximo e o mínimo de 3.4% do seu valor médio.

( ) T / s

2 4 3 2 1 3 1 9

  • s V c

. s V c

1 3 6 6

  • (^) s V c

. s V c

(^12 ) 1 2 2 5

s V c

. s V c

2 1 4 1 4

s V c

. s V c

V d c = s V cs V c 3 2 π 1 3 5 0.

V d c

V d c _ P D 3 V d c _ S 3

3. 4 % (^) V d c

1 4 % V d c

Figura 3.12 - Forma de onda da tensão rectificada total (Vdc) e das tensões geradas pelos dois rectificadores: PD3 e S3. Vc é a tensão eficaz composta da alimentação do estátor e s é o deslizamento.

2.1 Cálculo da bobine interfásica do paralelo dos

rectificadores

Para que a corrente de carga (Idc) seja igualmente distribuída pelos dois rectificadores, é imperativo que as tensões médias ( Vdc ) e as impedâncias de saída (Z) sejam iguais nos dois casos.

No caso dos rectificadores serem um S3 e um PD3, isto é conseguido se os enrolamentos que alimentam o S3 tiverem um número de espiras 3 vezes superior ao número de espiras dos enrolamentos que alimentam o PD3.

V t V t Z Z

1 2 1 2

I =constante

Figura 3.13 - Modelação do paralelo de duas fontes de tensão.

Apesar do valor médio das tensões geradas pelos rectificadores ser igual, a sua forma de onda não o é, pelo que a diferença de tensão ( V (^) d ( ) t = V (^) 2 ( ) tV 1 (^) ( ) t ) provoca a existência de uma

corrente de circulação (i(t)) entre as duas fontes de tensão.

Assim o rectificador 1 fornece a corrente I^ i t 2

  • (^) ( ) e o rectificador 2 a corrente^ I^ i t 2

A corrente de circulação i(t) depende da diferença de tensão instantânea entre os dois rectificadores e do efeito conjunto das indutâncias L1 e L2 (indutância equivalente L ).

L = L (^) 1 + L 2 L^ =^ (^ L^ 1 + L 2 )

2

inductancias acopladas inductancias separadas m a g n e t i c a m e n t e

Figura 3.14 - Equivalente da associação das indutâncias L1 e L2.

( )

L
K

t

max i( )

O valor da indutância depende do máximo valor absoluto do integral da diferença de tensão entre os rectificadores e do máximo valor admissível para a corrente de circulação.

As tensões compostas do rótor (tensões dos enrolamentos da montagem série) são dadas por:

( )

( ) ( )

V t s Vc sen fr s t

V t s Vc sen fr s t V t s Vc sen fr s t

R RMS

S RMS T RMS

2 3 4 3

π

π π π π

onde s representa o deslizamento da máquina:

s S S

ω −ω ω

O período das tensões rotóricas é dado por:

T

fr s

V d c _ p V d c _ s

d _ V d c

d Vdc dt

t (^0) ∫ _

22 (^3 −^2 ) s V c 0 1 8 9_. s V c_

2 s V c 1 4 1 4_. s V c_

26 s V c 1 2 2 5_. s V c_

3 9 7 0_. E_ −^3 V cfr

4 2 π (^6 −^2 −^1 ) V cfr

T (^) (^4) T = (^) fr (^1) ⋅ s

V d c _ p

V d c _ s

d _ V d c

d Vdc dt

t (^0) ∫ _ T / 4 T / 2 4 T / 1 2

22 (^3 −^2 ) s V c 0 1 8 9_. s V c_

1 4 1 4_._^2 s V c s V c

26 s V c 1 2 2 5_. s V c_

3 9 7 0_. E_ −^3 V cf r

4 2 π (^6 −^2 −^1 ) V cf r

Figura 3.15 - Forma de onda da tensão de saída dos dois rectificadores (PD3:V (^) 1(t) e S3:V2(t)), diferença de tensão entre os dois (Vd(t)), e integral da diferença. Vc é a tensão eficaz composta da alimentação do estátor, s é o deslizamento e fr a frequência de alimentação.

A tensão V 1 (t) (Vdc de PD3) durante o primeiro 112 de período é dada por:

V 1 ( t ) = − 3 ⋅ V S( t ) ; t ∈ [ 0 ,^112 ] (3.19)

A tensão V 2 (t) (Vdc de S3) durante o primeiro 16 de período é dada por:

V 2 ( t ) = V T ( t ) − V S( t ) ; t ∈ [ 0 ,^16 ] (3.20)

Assim a tensão aos terminais da bobine interfásica durante o primeiro 16 de período é igual a:

V d ( )t = V 2 ( t ) − V 1 ( )t = V T ( t ) + ( 3 − 1 ) ⋅ V S( t ) ; t ∈ [ 0 , 112 ] (3.21)

Pela Figura 3.15 conclui-se que um dos pontos onde se dá o máximo absoluto do integral de Vd(t) é em T^ 24.

Utilizando a ferramenta de CAD matemático Maple V, calcula-se o valor máximo absoluto do integral de Vd(t) e portanto o valor de K:

K ( )

Vc fr

π

Apesar das tensões serem dependentes do deslizamento (velocidade) da máquina o valor de K revelou-se independente desse valor, dependendo apenas da tensão e frequência de alimentação do estátor.

Isto acontece porque para valores de deslizamento baixos, o período de integração é alto e as tensões são baixas. Para valores de deslizamento altos o período de integração é baixo mas as tensões são altas havendo assim uma compensação.

Desta forma o valor da indutância é dado por:

( ) [ ]

L

Vc fr

π (^) max i(t)

Considera-se que o sistema em regime normal de funcionamento vai trabalhar com correntes Idc superiores a 80A pelo que se considera a corrente de circulação máxima de 40A. Para uma tensão do estátor de 380V e uma frequência de rede de 50HZ, o valor da indutância interfásica é dado por:

[ ]

L = = H

max i(t)

μ (3.24)

O valor medido da indutância usada é de 840μH o que dá uma corrente máxima de circulação de 36A e uma corrente mínima no barramento DC (Idc) de 72A para um correcto funcionamento dos rectificadores.

Se a corrente Idc for menor do que 72A, o rectificador com maior tensão instantânea vai conduzir toda a corrente Idc e o conteúdo harmónico das correntes vai piorar uma vez que o 5º e o 7º harmónicos vão surgir.

3 Análise harmónica das correntes no estátor

Na secção anterior concluiu-se que a corrente rotórica total equivalente dos dois enrolamentos tem a forma de onda e conteúdo harmónico apresentado novamente na figura seguinte:

Ω ER ( nh ) = p^1^ f E fund ( 1 + s ⋅ (^ nh − 1 ) ) (3.29)

Desta forma, o harmónico número nh das correntes do rótor tem no rótor uma frequência de:

f (^) R ( nh ) = nhf (^) R fund ; nh = 1 11 13 23 25 35 37, , , , , , ,.... (3.30)

e provoca no estátor uma corrente com frequência de:

f ER ( nh ) = f E fund ( 1 + s ⋅ (^ nh − 1 ) ) ; nh = 1 , − 11 13, , − 23 25, , −35 37, , .... (3.31)

  • 2 5 d e s l i z a m e n t o
  • 2 0
  • 1 5
  • 1 0
    • 5

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

(^1) 0. 90. 80. 70. 60. 50. 40. 30. 20. 1 (^0) - 0. 1- 0. 2- 0. 3- 0. 4- 0. 5- 0. 6- 0. 7- 0. 8- 0. 9- 1

nh= 25

nh=-

nh= 13

nh=- nh= 25

nh= 13

nh=- nh=-

f n h f E R E f u n d

( )

  • 4
  • 3
  • 2
  • 1

0

1

2

3

4

5

6

  1. 2 0. 1 7 50. 1 5 0. 1 2 50. 1 0. 0 7 50. 0 5 0. 0 2 5 0 - 0. 0 2 5- 0. 0 5- 0. 0 7 5- 0. 1 - 0. 1 2 5- 0. 1 5- 0. 1 7 5- 0. 2

d e s l i z a m e n t o

f n h f

E R E (^) f u n d

( ) nh= 25

nh=-

nh= 13

nh=- nh= 25

nh= 13

nh=-

nh=-

Figura 3.17 - Frequência da corrente no estátor provocada pelo harmónico nh da corrente equivalente total dos dois enrolamentos do rótor.

As frequências negativas na Figura 3.17 indicam apenas que o campo girante criado pelo respectivo harmónico roda em sentido contrário ao campo girante fundamental.

A frequência dos harmónicos da corrente do estátor produzidos pelos harmónico da corrente do rótor varia fortemente com a velocidade a que a máquina roda.

Com a máquina parada e a rodar ao dobro da velocidade de sincronismo (deslizamentos 1 e -1 ), os harmónicos do estátor têm a mesma frequência que os do rótor que lhes deram origem.

Para cada harmónico existe uma velocidade de rotação da máquina onde a frequência do harmónico é nula (o harmónico transforma-se numa componente contínua) e duas velocidades^1 onde a frequência é igual à da fundamental.

4 Indutância de alisamento

Para obter o valor da indutância de alisamento (Lalisa ) desprezam-se os efeito do ripple da tensão gerada pelos rectificadores (Vdc(t)). Este ripple (3.4% de (^) Vdc (t) ) é desprezável face às

(^1) Uma delas é a de sincronismo (deslizamento nulo), mas neste caso não faz sentido falar de harmónicos porque a

corrente no rótor a esta velocidade é nula.

variações de tensão existentes na tensão gerada pelo conversor DC/AC (Edc(t)). Deste modo considera-se que Vdc(t) é constante.

Idc(t) L (^) alisa V d c Edc(t)

correnteinversor

rede

Figura 3.18 - Esquema usado para obter o valor da indutância de alisamento

Desprezando o efeito do filtro de corrente do conversor DC/AC e considerando que a rede tem uma impedância nula, a tensão Edc(t) depende apenas do índice de modulação e da fase^1.

O seu valor médio é dado por:

Edc = 32 ⋅ im ⋅cos( ).θ Vc (3.32)

onde Vc é a tensão eficaz composta da rede, im é o índice de modulação e θ é o esfasamento entre a corrente de saída do conversor e a tensão da rede.

A forma de onda típica de Edc(t) é mostrada na Figura 3.19 onde se verifica que se repete a cada 16 de período.

6 8 0

4 8 0

2 8 0

8 0. 0 0

E d c ( t )

T

t e m p o Figura 3.19 - Forma de onda típica da tensão gerada pelo conversor DC/AC à sua entrada. (im=0.5 e θ=0º).

(^1) O funcionamento do conversor DC/AC, controlo e características são descritos no capítulo 4.

V d c

Edc(t)

dt − ∫

E d c ( t ) = V d c

E d c ( t ) 4 5 0 3 0 0 1 5 0

6 0 0

0

  • 1 5
  • 3 0

3 0 1 5

0

x 1 0

(^3) −A H

V (^) i m = 1

(^

)

=^

⋅^

L^

Idc(t)

Idc(t)

a l i s a^ V d c

Edc(t)

dt − ∫

E d c ( t ) = V d c

E d c ( t ) 4 5 0 3 0 0 1 5 0

6 0 0

0

  • 1 5
  • 3 0

3 0 1 5

0

x 1 0

(^3) −A H

V (^) i m = 0. 7

(^

)

=^

⋅^

L^

Idc(t)

Idc(t)

a l i s a

V d c

Edc(t)

dt − ∫

E d c ( t ) = V d c

E d c ( t ) 4 5 0 3 0 0 1 5 0

6 0 0

0

  • 1 5
  • 3 0

3 0 1 5

0

x 1 0

−^3 A H

V (^) i m = 0. 5

(^

)

=^

⋅^

L^

Idc(t)

Idc(t)

a l i s a V d c

Edc(t)

dt − ∫

E d c ( t ) = V d c

E d c ( t ) 4 5 0 3 0 0 1 5 0

6 0 0

0

  • 1 5
  • 3 0

3 0 1 5

0

x 1 0

(^3) −A H

V (^) i m = 0. 3

(^

)

=^

⋅^

L^

Idc(t)

Idc(t)

a l i s a

Figura 3.20 - Formas de onda de Edc(t) e ∫ ( Edc(t) −Vdc dt).

O valor ∆y representa o valor de pico a pico (max - min) do integral da diferença entre Edc(t) e Vdc.

Desta forma a máxima variação da corrente Idc(t) (∆Idc) (valor de pico a pico) é dada por:

Idc

y L (^) alisa

O andamento do valor de ∆y em função do índice de modulação é mostrado na Figura 3.21 e pode ser aproximado por:

∆ y(im) = 62 sen 2⋅ (^ π ⋅ 0.4259 im⋅ ) x 10 −^3 AH (3.36)

í n d i c e d e m o d u l a ç ã o

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

Z^

V^

(t)

V^

(t)

D C

D C

=^

∫^

d t

m a x ( Z ) - m i n ( Z )

( 1 0

) x^

y = ∆

Figura 3.21 - Andamento do valor de pico a pico (∆y) de ∫( Edc(t) −Vdc dt)

em função do índice de modulação.

O seu valor máximo é atingido com im entre 0,5 e 0,6 e vale aproximadamente 60mAH.

Isto significa que a máxima ondulação da corrente Idc(t) é atingida para im entre 0,5 e 0,6 e vale:

∆ Idc L max A alisa

60 E −^3

Impondo uma ondulação máxima de 60A, obtêm-se uma indutância de 1mH.

Se em vez de se considerar a unidade “x10 -3^ AH” na Figura 3.21 se considerar a unidade “A”, a figura passa a indicar o andamento de ∆Idc em função do im para a indutância utilizada.

5 Conclusões

Este capítulo analisou os requisitos do conversor AC/DC para o SRED.

Desta análise resultou o projecto da topologia do conversor e dos componentes a incluir na implementação final. A análise e dimensionamento foram efectuados com recurso às ferramentas Matlab, MapleV e Spice.

O conversor implementado é constituído pelo paralelo de duas montagens com díodos (S3 e PD3), ligadas através de uma bobina de interfases para limitar a corrente de circulação.

A corrente fornecida pelo conversor é filtrada com recurso a uma bobine em série na saída.