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Calor específico de metais: Conceitos, objetivos, métodos e equipamentos, Notas de aula de Energia

Informações sobre o conceito de calor específico de metais, objetivos de experimentos relacionados, métodos utilizados e equipamentos necessários. O texto aborda a importância histórica da compreensão do calor e as teorias sobre sua natureza, além de detalhar os procedimentos para determinar a capacidade térmica e calor específico de amostras metálicas. Extraído de um catálogo de experimentos do laboratório integrado de física geral da universidade estadual de londrina.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Roberto_880 🇧🇷

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Toginho Filho, D. O.; Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral
Departamento de Física Universidade Estadual de Londrina, Fevereiro de 2012.
Calor específico de metais
1
1 - Conceitos relacionados
Temperatura, capacidade térmica, calor específico,
calor latente, equilíbrio térmico.
2 - Objetivos
Determinar a capacidade térmica de um calorímetro, o
calor específico de amostras metálicas, o calor de
fusão, e de evaporação da água.
3 - Método utilizado
No método por mistura uma amostra aquecida é
colocada em contato térmico com um volume de água
com menor temperatura dentro do calorímetro. No
método por aquecimento, a amostra é colocada no
calorímetro com água em temperatura pouco abaixo da
temperatura ambiente. O calor específico das amostras
é determinado através do aumento da temperatura do
sistema (calorímetro + água + amostra) quando recebe
energia de um sistema de aquecimento externo.
4 - Equipamentos
1 béquer
1 calorímetro
1 balança de braço
1 cronômetro digital
1 termômetro 10 /110 oC
2 sistemas de aquecimento
1 conjunto de amostras metálicas
água e gelo
5 - Fundamentos Teóricos
Robert Boyle e Isaac Newton, entre outros,
pensavam que o calor estava associado ao movimento
microscópico que agita as partículas de um
determinado material. Entretanto, Lavoisier, Fourier,
Laplace, Poisson e outros, diziam que calor era um
fluido indestrutível denominado “calórico” que fluía
entre as substâncias. Graf Von Rumford mergulhou
cilindros de metal na água e neles perfurou furos: o
calor devido ao atrito da fricção mecânica podia fazer
ferver a água. Em 1847, Joule através de medidas muito
cuidadosas demonstrou que o calor não é uma
“substância” indestrutível, pois pode ser convertida em
energia mecânica. Assim, calor e energia mecânica
podem ser considerados como manifestações diferentes
de uma mesma quantidade física: energia.
Uma propriedade observada ao se estudar o calor e
as propriedades termométricas, é a mudança de estado
mediante o fornecimento ou retirada de calor dos
materiais. Alguns materiais mantêm constante sua
temperatura durante a transformação de uma fase para
outra. Esta propriedade pode ser utilizada na obtenção
de pontos de referencia para uma escala termométrica.
Joseph Black estudou experimentalmente o
comportamento térmico dos materiais durante as
transformações de fase. Com base nestes estudos ele
enunciou o conceito de calor latente, isto é, o calor
necessário a um corpo para provocar a mudança de
estado. Quando o comportamento térmico de um
material resulta numa variação da temperatura com o
fornecimento de calor sem mudança de fase, este
comportamento é denominado calor sensível.
5.1 - Calor específico
Seja considerado um sistema físico A a
temperatura TA e outro sistema físico B à temperatura
TB, isolados do meio exterior, com TATB. Se os dois
sistemas são colocados em contato, ocorre transferência
de energia (calor) do sistema mais quente para o mais
frio. Não havendo perda de energia para o exterior, a
transferência de energia entre os dois sistemas pode ser
escrita como:
cedidorecebido QQ
ou
cedidorecebido QQ
(1)
Se TA TB, o sistema A receberá calor do sistema B,
sendo considerado por convenção
0
cedido
Q
.
A troca de calor entre o sistema A e o sistema B
resulta na alteração de temperatura destes sistemas,
para uma temperatura de equilíbrio Tf de valor
intermediário. A quantidade de calor cedido (ou
recebido) por um dos sistemas, dividida pela variação
da temperatura deste sistema é definido como
capacidade térmica C do sistema, sendo escrita como:
T
Q
C
(2)
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Toginho Filho, D. O.; Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral Departamento de Física  Universidade Estadual de Londrina, Fevereiro de 2012.

1 - Conceitos relacionados

Temperatura, capacidade térmica, calor específico, calor latente, equilíbrio térmico.

2 - Objetivos

Determinar a capacidade térmica de um calorímetro, o calor específico de amostras metálicas, o calor de fusão, e de evaporação da água.

3 - Método utilizado

No método por mistura uma amostra aquecida é colocada em contato térmico com um volume de água com menor temperatura dentro do calorímetro. No método por aquecimento , a amostra é colocada no calorímetro com água em temperatura pouco abaixo da temperatura ambiente. O calor específico das amostras é determinado através do aumento da temperatura do sistema (calorímetro + água + amostra) quando recebe energia de um sistema de aquecimento externo.

4 - Equipamentos

1 béquer 1 calorímetro 1 balança de braço 1 cronômetro digital 1 termômetro – 10 /110 oC 2 sistemas de aquecimento 1 conjunto de amostras metálicas água e gelo

5 - Fundamentos Teóricos

Robert Boyle e Isaac Newton, entre outros, já pensavam que o calor estava associado ao movimento microscópico que agita as partículas de um determinado material. Entretanto, Lavoisier, Fourier, Laplace, Poisson e outros, diziam que calor era um fluido indestrutível denominado “calórico” que fluía entre as substâncias. Graf Von Rumford mergulhou cilindros de metal na água e neles perfurou furos: o calor devido ao atrito da fricção mecânica podia fazer ferver a água. Em 1847, Joule através de medidas muito cuidadosas demonstrou que o calor não é uma

“substância” indestrutível, pois pode ser convertida em energia mecânica. Assim, calor e energia mecânica podem ser considerados como manifestações diferentes de uma mesma quantidade física: energia. Uma propriedade observada ao se estudar o calor e as propriedades termométricas, é a mudança de estado mediante o fornecimento ou retirada de calor dos materiais. Alguns materiais mantêm constante sua temperatura durante a transformação de uma fase para outra. Esta propriedade pode ser utilizada na obtenção de pontos de referencia para uma escala termométrica. Joseph Black estudou experimentalmente o comportamento térmico dos materiais durante as transformações de fase. Com base nestes estudos ele enunciou o conceito de calor latente , isto é, o calor necessário a um corpo para provocar a mudança de estado. Quando o comportamento térmico de um material resulta numa variação da temperatura com o fornecimento de calor sem mudança de fase, este comportamento é denominado calor sensível.

5.1 - Calor específico

Seja considerado um sistema físico A a temperatura TA e outro sistema físico B à temperatura TB , isolados do meio exterior, com TATB. Se os dois sistemas são colocados em contato, ocorre transferência de energia (calor) do sistema mais quente para o mais frio. Não havendo perda de energia para o exterior, a transferência de energia entre os dois sistemas pode ser escrita como:

QrecebidoQcedido ou Qrecebido  Qcedido (1)

Se TATB, o sistema A receberá calor do sistema B, sendo considerado por convenção (^) Qcedido  0. A troca de calor entre o sistema A e o sistema B resulta na alteração de temperatura destes sistemas, para uma temperatura de equilíbrio Tf de valor intermediário. A quantidade de calor cedido (ou recebido) por um dos sistemas, dividida pela variação da temperatura deste sistema é definido como capacidade térmica C do sistema, sendo escrita como:

T

Q C

  (2)

Toginho Filho, D. O.; Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral Departamento de Física  Universidade Estadual de Londrina, Fevereiro de 2012.

Sendo  T = Tf – Ti , Tf a temperatura final, após o

equilíbrio térmico e Ti a temperatura inicial TA para o sistema A e TB para o sistema B. Se o sistema for constituído de uma substância específica, a normalização da capacidade térmica C do sistema pela massa m é definido como o calor específico c da substância:

m

C

c  (3)

Na Tabela I são apresentados os valores do calor específico à pressão constante de diversas substâncias.

Tabela I – Calor específico Cp de diversas substância.

Substância cal/g.oC kJ/kg.K Água 1,0 0 4, Gelo 1,0 0 4, Alumínio 0,21 0, Ferro 0,11 0, Cobre 0,09 0, Estanho 0,06 0, Chumbo 0,03 0, Prata 0,06 0, Ouro 0,03 0, Mercúrio 0,0 3 0, Álcool etílico 0,59 2, Glicerina 0,57 2, Plástico 0,22 0,

5.2 - Troca de calor

Reescrevendo a equação (2) e aplicando o valor de C , de acordo com a definição (3), a quantidade de calor trocada por um sistema é escrita como:

 Q  m  c . T   Q  m  c .( Tf  Ti ) (4)

A quantidade de calor absorvido ∆Q depende das condições em que é feita a mudança de temperatura. São diferentes o calor específico CV a volume constante V e o calor específico C p à pressão constante p. No caso de materiais sólidos, a mudança de volume é muito pequena, sendo C (^) pCV.

Considerando TATB e substituindo na equação (1), a quantidade de calor trocado na forma da equação (4), se obtém uma expressão que relaciona a temperatura de cada sistema antes e depois do equilíbrio térmico:

mAcA .( T (^) fTA ) mBcB .( TfTB ) 0 (5)

Se um dos sistemas mudar de estado físico, por exemplo, fusão ou ebulição durante a troca de calor, a equação (5) deverá conter uma fator de correção, sendo reescrita na forma:

m (^) AcA .( TfTA ) mBcB .( TfTB ) mCL  0 (6)

Sendo mC a massa do sistema que muda de estado físico e L é o calor latente de mudança de estado (de fusão, de vaporização, etc).

5.3 - Calorímetro

O calorímetro é um equipamento utilizado para a medição de troca de calor entre sistemas. Este equipamento é um recipiente que possui isolamento térmico com o ambiente externo. A temperatura antes e depois da mistura ou aquecimento dos materiais no calorímetro não são constantes devido à troca de calor com o ambiente, apesar do isolamento térmico. A perda de calor para o ambiente implica em variação da temperatura com o tempo, em uma forma exponencial. Para melhor avaliar o processo de troca de calor no calorímetro, os valores da temperatura inicial e final do processo devem ser determinados pela extrapolação das curvas de temperatura versus tempo, obtidas durante todo o processo, conforme gráfico apresentado na Figura 1.

Toginho Filho, D. O.; Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral Departamento de Física  Universidade Estadual de Londrina, Fevereiro de 2012.

  1. Repetir 2 vezes ou mais os procedimentos de 2 até 8 desta prática para a mesma amostra com o calorímetro inicialmente seco e à temperatura ambiente;
  2. Anotar valores obtidos em uma tabela (Tabela II), com colunas para o tempo e sua incerteza, a temperatura e sua incerteza.

Prática 3 - Calor específico por aquecimento

A determinação do calor específico de uma substância pode ser feita com a realização de trabalho sobre um sistema composto pelo corpo de prova imerso em um volume de água no interior do calorímetro. A expressão utilizada para a obtenção do calor específico do corpo de prova também é retirada da equação de equilíbrio:

am f i

Cal f i Ag Ag f i am (^) m T T

w C T T m c T T c  

Sendo w o trabalho realizado, Ti a temperatura inicial da amostra imersa na água dentro do calorímetro.

  1. Anotar a temperatura ambiente;
  2. Medir a massa da amostra;
  3. Colocar aproximadamente 200 ml de água à temperatura TAg um pouco abaixo da temperatura ambiente dentro do calorímetro e medir essa temperatura;
  4. Fechar o calorímetro com o sistema de aquecimento em seu interior;
  5. Ligar o sistema de aquecimento por 5 minutos, agitando suavemente a água no interior do recipiente algumas vezes;
  6. Medir a temperatura da água no calorímetro Tcal a cada 10 segundos, em um intervalo de 7 minutos, sendo 1 minuto antes ser ligado o sistema de aquecimento, 5 minutos durante o aquecimento, e 1 minuto após ser desligado o aquecimento;
  7. Medir massa do calorímetro com água, para determinar com precisão a massa de água;
  8. Repetir 2 vezes ou mais os procedimentos de 2 até 7 desta prática para a mesma amostra com o calorímetro inicialmente seco e à temperatura ambiente; 9. Registrar os valores obtidos em uma tabela (Tabela III), com colunas para o tempo e sua incerteza, a temperatura e sua incerteza.

7 - Análise

  1. Construir a partir da Tabela I, um gráfico de T ( t ), da dependência da temperatura em função do tempo, realizando a análise indicada na Figura 1 para determinar a temperatura inicial e final do sistema água e calorímetro;
  2. Aplicar os valores iniciais e finais da temperatura, e da massa de água à equação (7) para encontrar o valor médio da capacidade térmica do calorímetro;
  3. Construir a partir da Tabela II, um gráfico de T(t), da dependência da temperatura em função do tempo, realizando a análise indicada na Figura 1 para determinar a temperatura inicial e final do sistema água e calorímetro;
  4. Aplicar os resultados na expressão (8) para obter os valores do calor específico das amostras;
  5. Construir a partir da Tabela III, um gráfico de T(t), da dependência da temperatura em função do tempo, realizando a análise indicada na Figura 1 para determinar a temperatura inicial e final do sistema água, amostra e calorímetro;
  6. Aplicar os resultados na expressão (9) para obter o valor do calor específico da amostra.

Referências Bibliográficas

  1. João Baptista Domiciano, Klemensas Rimgaudas Juraltis, “Introdução à Física Experimental”, Departamento de Física, Universidade Estadual de Londrina, 2003.
  2. Heat capacity of metals, disponível em: http://www.fizika.org/skripte/of- prakt/of-praktikum.html, acessado em 09/06/2008.
  3. Halliday, D., Resnick, R., Walker, J., Fundamentos de Física 2” - São Paulo: Livros Técnicos e Científicos Editora, 4a^ Edição, 1996.
  4. Nussenzveig, H. M. – “Física Básica” – 2ª ed. - vol. 2 - seção 7.1 – Ed. Edgard Blücher Ltda - 1981.
  5. Sears, F. W. E Zemansky, M. W. – “Física” - vol. 2, cap. 15, Ed. Universidade de Brasília, Rio de Janeiro – 1973.