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Caderno de resumos - XVI SETA ... EMBICK, D.; HALLE, M. Word Formation: Word formation: aspects of the Latin conjugation in.
Tipologia: Provas
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Caderno de resumos - XVI SETA Seminário de Teses em Andamento - 2010
Caderno de resumos - XVI SETA Seminário de Teses em Andamento - 2010
Campinas – SP
Caderno de resumos - XVI SETA Seminário de Teses em Andamento - 2010
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Comissão Organizadora do XVI Seminário de Teses em Andamento (SETA), do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da UNICAMP, disponibiliza o caderno de resumos da edição 2010 do evento.
O SETA, tradicionalmente, constitui-se em um espaço de discussão das pesquisas de mestrado e doutorado em desenvolvimento nos quatro Programas de Pós-Graduação do IEL: Divulgação Científica e Cultural, Lingüística, Lingüística Aplicada e Teoria e História Literária. Nos últimos anos, no entanto, o evento também tem contado com a participação de alunos de outras universidades brasileiras. Na edição 2010, há trabalhos das seguintes instituições: Universidade Federal de Alagoas, Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal de Ouro Preto, UfSCar, UNEMAT, Unesp, UNIVAS , USP, UFAL, UnB, dentre outras.
A Comissão Organizadora do SETA 20010 gostaria de agradecer aos funcionários do IEL, pela colaboração na organização do evento, e à Coordenação de Pós-Graduação pelo apoio acadêmico e financeiro. Gostaríamos, também, de agradecer aos professores da UNICAMP e de outras instituições que se dispuseram a participar do evento como debatedores e dar as boas vindas a todos os participantes do evento, na expectativa de que as discussões sejam produtivas.
A Comissão Organizadora do SETA
Campinas, novembro 2010.
Sumário
Caderno de resumos - XVI SETA - MESA 1
MESA 01 – ANÁLISE DO DISCURSO Efeitos de sentido da temporalidade: determinação discursiva do lugar indígena
Aluna: Águeda Aparecida da Cruz Borges Orientadora: Profa. Dra. Mónica Graciela Zoppi-Fontana Instituição: “Campus” Universitário do Araguaia/UFMT Doutorado em Linguística
As relações que se estabelecem discursivamente entre o índio e o não-índio no espaço da cidade têm sido objeto das minhas observações/reflexões, já há algum tempo. Efetivamente, desde 2003, desenvolvo uma pesquisa sobre o assunto, em Barra do Garças/MT. Com base na Análise de Discurso materialista, busco entender o lugar onde se dá essa relação, não como lugar empírico, mas como espaço de sentidos que me levam a tentar compreender o modo como nele se dá o processo de identificação/subjetivação do índio Xavante. A escolha de um objeto para ser analisado, nessa perspectiva, não é aleatória, pois os recortes precisam vir com as nossas indagações, ou seja, é estar num tempo presente que mobiliza um passado e fala de um lugar da memória que, estruturado pelo esquecimento, funciona, significa por não lembrar, ocorrendo assim o efeito de repetição e de reconhecimento discursivo que sempre pode ruir sob o peso de um acontecimento novo, que perturba a memória já estabelecida. A construção do “corpus” na Análise de Discurso pressupõe o processo discursivo e o gesto do analista é determinado por esse dispositivo teórico, enquanto o gesto do sujeito é determinado por um dispositivo ideológico De acordo com Orlandi (1996) funciona no ordinário do dizer sob o efeito do apagamento da alteridade, na ilusão de que o sentido está lá, evidente. A posição construída pelo analista visa não refletir essa ilusão, mas trabalhá-la, considerando a alteridade e tornando visível o modo como a ideologia opera. No percurso da pesquisa chamou-me a atenção uma discursividade que circula sobre o Xavante, naquela cidade, e produz um processo de naturalização da ideia de que esses índios estariam deixando de ser índios porque estão aprendendo a falar a Língua Portuguesa, ou porque já incorporaram vários costumes e usos do “branco”. Todavia, essa incorporação, não tem propiciado, de acordo com as observações feitas, até então, uma mudança de posição em relação à visão etnocêntrica européia sobre eles, que é preconceituosa, hierárquica e divisionista. Entretanto, considero que ao falar de índio, os “brancos” nem se dão conta de que a nossa sociedade está organizada, também, na base das condições de produção dos discursos, historicamente, e os sujeitos têm a ilusão de originalidade, de que os sentidos nasceram no momento da formulação dos enunciados. Dentre outros aspectos linguísticos, selecionei para esta apresentação a temporalidade marcada em um bloco de sequências de entrevistas feitas com alguns(as) acadêmicos(as) do curso de Letras do “Campus Universitário do Araguaia/UFMT, situado na cidade da pesquisa. Observei que as referidas sequências são divididas em um tempo antes : “quando a gente era criança”, “e sempre foi assim”(continuidade, foi/é assim), “ele já era assim”, e num agora : “aí tá o esquema de hoje eu não gostar de índio”, “e sempre foi assim”, “o índio hoje”, no entanto regularizam/atualizam um discurso: “índio é ladrão”, “índio é selvagem”, “índio é preguiçoso”, mesmo incorporando a nossa cultura não chega a ser brasileiro, reafirmando um discurso preconceituoso e estereotipado. Entendo que, assim, o preconceito é uma discursividade que se impõe sem sustentação em condições concretas/reais e é fortemente mantida por relações imaginárias atravessadas por uma não permissão do dizer que apaga (silencia) sentidos e razões da própria maneira de significar. Posso dizer, nesse sentido, que o preconceito se realiza em cada sujeito que diz, mas não se constitui no indivíduo em si; ele é de natureza histórico-social e se faz nas relações sociais, pela maneira como essas relações significam e são significadas. Esses “fatos discursivos” ajudam a situar as questões que me coloco e me instigam a ir adiante para pensar as relações desse sujeito negado no espaço da cidade, mas, no
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entanto, frequente nesse espaço. Inserido na urbanidade e sofrendo seus efeitos, o sujeito índio Xavante se constitui num movimento entre/frequente/transitório/provisório , isto é, entre a aldeia e o urbano. Considero importante acrescentar que o imaginário brasileiro sobre os índios, ainda preso à “história da descoberta” é de colocá-los numa redoma (puros e imaculados), uma espécie de zoológico para podermos olhar as suas diferenças como se elas fossem naturais, não constituídas sócio historicamente. O exótico é o que chama a atenção, por um lado, por outro é o imaginário de “selvagem”, de “bicho” que se mantém e repercute no discurso do distanciamento “quero distância desse povo”, “eles lá e eu aqui”, “corto volta quando vejo”. Esse é o espaço que o interpela a subjetivar-se, a significar-se e produzir sentidos; mesmo pertencendo à unidade positiva do direito “todos são iguais perante a lei”, o sujeito quando colocado em relação a ela, identifica-se com o que está fora dela. A unidade configura-se como a alteridade para este sujeito, relação que produz seus efeitos nos dizeres materializados nas sequências analisadas, marcados pela interpretação de que índio é da aldeia e não há lugar para eles na cidade. A percepção inicial apontada nas primeiras escutas indicam que o não-índio significa delimitando seu espaço e o espaço do Outro=índio, frisando-se, assim, em seu discurso a diferença, a desigualdade, a exclusão. Por isso pretendo levar a cabo a pesquisa para refletir sobre o que une e o que separa os sentidos de cidade-citadino e de aldeia-índio, pois, pelo que parece, até agora, tanto no discurso jurídico (estamos iniciando a leitura do arquivo) quanto no discurso da população é o não-índio quem define e cerceia a constituição do índio e do espaço onde ele deve ficar e que não deve ser o urbano.
BIBLIOGRAFIA ALBUQUERQUE, Judite. G. Educação escolar indígena: do panóptico a um espaço possível de subjetivação na resistência. Tese de doutorado defendida na UNICANP, sob a orientação de ZOPPI-FONTANA, M.G. em Campinas,SP, 2007. ALMEIDA, Baronas. R. L. (Org.). Identidade Cultural e Linguagem. Cáceres, MT: Unemat Editora; Campinas, SP: Pontes Editores, 2005. ORLANDI, Eni. P. “O estatuto do liberal e a reforma da terra”. In: Religião e sociedade, 12/3 , 1983.p. 65-73. _____. Terra à vista. Discurso do confronto: velho e novo mundo. S.P., Cortez & Ed. da Unicamp,
_____. As formas do silêncio no movimento dos sentidos. Campinas. Ed. da Unicamp, 1992. _____. “Um Sentido Positivo para o Cidadão Brasileiro”, In: Sociedade e Linguagem , Campinas, Editora da UNICAMP, 1997. ZOPPI-FONTANA, Mónica G. Cidadãos Modernos, discurso e representação. Campinas, Ed. da Unicamp, 1997. _____. “Camelôs e o direito à cidade”. In: territoriais, novos sujeitos sociais: um desafio ao planejamento. Recife, MDU/UFPE. 1997 p.1160-
_____. “É o nome que faz fronteira”. In: INDURSKY, Freda & FERREIRA, Cristina L. (orgs.) Os Múltiplos territórios da Análise do Discurso. Porto Alegre, Coleção Ensaios do CPG- Letras/UFRGS,1999. _____.”Identidades (in)formais: contradição, processos de designação e subjetivação na diferença”. In: Organon, Revista do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, “Discurso, língua e Memória”, Volume 17, Nº 35, 2003. _____. “Ordem Jurídica, Ordem Política e (Des) ordem nas Ruas”. Revista Iberoamericana de Discurso y Sociedade: language em contexto desde una perspectiva critica y multidisciplinaria. Editorial Gedisa. Barcelona. 1999.
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que se denominam índios (organizações, instituições, grupos) e os de autores que não se denominam índios (organizações, instituições, grupos, ONGs), mas também aborda a temática. Para o desenvolvimento das primeiras análises, foram selecionados, de forma aleatória, conforme o sistema de busca do Google, dez blogs pessoais e coletivos (organizações, instituições, grupos) de autores que se denominam índios (Escola Pamáali, Apiwtxa, A. J. I., Apoinme, Grumin/Rede de Comunicação Indígena, Arco Digital, Programa de Índio, Retomada Tupinambá, Blog Voz Terena, Baniwaonline). Também foram formuladas algumas perguntas que direcionarão o processo analítico: Como os blogs indígenas são constituídos enquanto espaço discursivo? Como os recursos multimídia são utilizados? A que espaço de significação cada blog se liga por meio dos links e o que isso representa na produção dos sentidos? Como é constituída a função-autor? Partimos dessas questões e considerando, em especial, alguns conceitos da Análise de Discurso tais como: discurso, interdiscurso, intradiscurso, memória discursiva, sujeito, formação discursiva, condições de produção, formações imaginárias, ideologia ((PÊCHEUX, 1995; ORLANDI, 1999), e função-autor (ORLANDI, 1996; 1999; 2001; LAGAZZI-RODRIGUES, 2006), iniciamos as análises, tendo em vista algumas regularidades do processo discursivo dos blogs. De início, é possível observar que nos blogs indígenas circulam uma diversidade de discursos e interpretações dos/sobre os índios. Pelo que já foi visto, a maioria dos blogs analisados apresenta conteúdos informativos sobre especificidades culturais, inclusão digital, direitos, arte, meio ambiente, saúde e educação e isso revela no nível do dizer que os índios precisam, necessitam mostrar as especificidades da sua cultura, dando resposta a um não-dito da história. Nesse sentido, é possível afirmar, de maneira parcial, que os discursos indígenas em funcionamento na rede digital, por mais que sejam variados, têm como regularidade a afirmação dos saberes indígenas e a negação de sentidos desfavoráveis aos índios em circulação no nosso país. A posição sujeito índio, em grande parte dos casos, é constituída por uma forma plural. O enunciador é representado por uma coletividade. Isso pode significar que no confronto com os pré-construídos de uma formação discursiva oposta, o sujeito plural é uma posição a partir da qual melhor se afirma, pois essa posição é um lugar legitimado pela tradição dos grupos.
Referências Bibliográficas CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003. CEBRIÁN, Juan Luis. A Rede. Trad. Lauro Machado Coelho. São Paulo: Summus, 1999. (Coleção Novas buscas de comunicação: v. 59) DIAS, Cristiane. A Língua e sua Materialidade Digital. In: INDURSKY, Freda, et al.(Org.) O Discurso na Contemporaneidade : materialidades e fronteiras. São Carlos: Claraluz, 2009. LÉVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed. 34, 1999. (Coleção TRANS). ORLANDI, E. Discurso e leitura. 3. ed. Campinas, SP: Cortez, 1996. ________ As Formas de Silêncio - no movimento dos sentidos. 3. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1997. ________. Análise de Discurso : princípios e procedimentos****. Campinas, SP: Pontes, 1999. ROMÃO, Lucília S. R. Na Teia Eletrônica, fragmentos da memória. MORELO, Rosângela. In: Giros na Cidade : Saber Urbano e Linguagem. Campinas, SP: LABEURB/NUDECRI/UNICAMP, 2004. PÊCHEUX, M. O Discurso: estrutura ou acontecimento. Trad: Eni Pulccinelli Orlandi – 2 ed. Campinas, SP : Pontes, 1997. ______. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Trad. Eni P. Orlandi [et al]. 2. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1995. ROJAS ORDUÑA, Octavio I. [et. al. ]. Blogs: revolucionando os meios de comunicação. Trad. Vertice Translate; Ver. Técnica: Ana Carmen T. Faschini. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
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Jovens carentes aprendendo inglês: um estudo crítico sobre Globalização e Identidade
Aluno: Pedro Lázaro dos Santos Orientadora: Profa. Dra. Maria Viviane do Amaral Veras Instituição: IEL - Unicamp Mestrado em Linguística
As oportunidades de educação e inserção para jovens provenientes de comunidades menos favorecidas no Brasil são escassas, quando não raras. Esses jovens dependem da educação pública e de iniciativas de empreendimento social realizadas, em grande parte, por empresas multinacionais, organismos internacionais e organizações não-governamentais. Muitos deles aproveitam essas iniciativas, que geralmente trazem ajuda na forma de cursos de capacitação, para conseguir um bom emprego ou uma vaga em uma universidade, por exemplo. Motivadas, em geral, pelas suas matrizes estrangeiras, empresas multinacionais fomentam e custeiam cursos de inglês como Língua Estrangeira (doravante LE) para que esses jovens se preparem para conseguir um emprego melhor, ou até mesmo o seu primeiro emprego, em uma empresa onde a língua inglesa seja necessária. Os alunos que participam dessas iniciativas são incitados, através das organizações que ministram as aulas, a promover mudanças, seja através da replicação do conhecimento conseguido graças à ajuda das empresas patrocinadoras, seja através de sua participação ativa na sua comunidade. Tais organizações ainda reforçam a viabilização dessa mudança ao solicitar que os jovens que já terminaram o curso e que obtiveram inserção profissional deem palestras e conversas para os jovens ingressantes, incentivando os cursos da ONG e promovendo o protagonismo juvenil. Por isso, antes mesmo de ingressar num curso de inglês, esses jovens tem uma idéia da língua como a solucionadora de seus problemas, como a porta para se obter êxito profissional e como uma maneira de mudar sua condição social. Esse discurso ainda é reiterado pela mídia, que mostra os institutos de idiomas como o passaporte para uma atuação profissional e pessoal bem sucedida. Toda essa história pode ainda ser reforçada pela experiência do jovem cujo ambiente escolar, e mesmo familiar e comunitário, muitas vezes não colaborarem para o aprimoramento educacional: a escola pública não tem bom ensino, a família não tem boa estrutura e a comunidade pode às vezes não ser o lugar mais seguro para se viver. Vivendo num mundo globalizado, tendo suas fronteiras locais suprimidas pelo global (Hall, 2001), esses jovens têm contato com a língua inglesa fora da sala de aula constantemente, tanto de maneira direta, através de músicas ou da internet, quanto de maneira mais sutil, através de outros elementos de seu cotidiano como a vestimenta ou os jogos eletrônicos, por exemplo. Tendo o exposto acima em mente, o presente trabalho, parte do projeto de pesquisa para o mestrado em Linguística Aplicada, irá analisar as relações entre alunos de um curso de inglês gratuito – promovido por uma Organização Não-Governamental (doravante, ONG) internacional – e o processo dessa aprendizagem de inglês como LE, dirigindo seu foco para a maneira como essas relações podem trazer uma mudança na realidade desses alunos e (re)constituir sua(s) identidade(s). Contrastaremos as relações do fenômeno da globalização – que torna indivíduos em cidadãos do mundo – com as políticas linguísticas do inglês – incluindo o discurso de inglês como língua internacional e necessária no mundo de hoje – e com a visão que o governo tem do aluno como “mão-de-obra” pronta a ser utilizada, expressa em seus documentos oficiais (como os Parâmetros Curriculares Nacionais, doravante PCNs). Essa análise se dará à luz dos Estudos Críticos do Discurso, dos Estudos Culturais e da Filosofia da Linguagem. Para nossa pesquisa, estudamos os conceitos de Identidade e Diferença porque esses conceitos, além de participarem da discussão sobre os efeitos da globalização, também constituem o fundamento para a discussão sobre representação. Ao examinarmos os efeitos que a
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A construção da identidade de Gloria Anzaldúa em Borderlands/La Frontera
Aluno: Thami Amarilis Straiotto Moreira Orientadora: Dra. Elza Kioto Nenoki Murata Instituição: Universidade Federal de Goiás Mestrado em Linguística
Segundo Tomaz Tadeu (2007), a identidade e a diferença são produções linguísticas porque são resultados de atos linguísticos. Portanto, a língua opera ativamente na construção da identidade. A relação entre língua e identidade é uma relação estreita e simultânea. Ao afirmar, por exemplo, “ser brasileira” a pessoa traz para si características que apenas brasileiras possuem, características que fazem a diferença entre várias outras identidades nacionais às quais a pessoa se opõe. A diferença trabalha por oposição na formação da identidade e as duas, identidade e diferença, acontecem simultaneamente. Essas diferenças que separam uma identidade de outra são também consideradas características das identidades, características que são trazidas pela linguagem ao dizer ser “isso” ou “aquilo”. E mais que afirmar características pertencentes a um nome, continuando com o exemplo usado acima, quando a pessoa diz ser “brasileira” por trás dessa afirmação há uma negação de todas as outras identidades nacionais e junto as características das outras identidades nacionais não podem ser aplicadas a essa pessoa que diz ser brasileira. Em outras palavras, a linguagem é performativa, pois ela performa a identidade. E para Gloria Anzaldúa há um problema claro e sério relacionado à língua, a língua é mais que um instrumento ou meio de comunicação para ela. A começar com a quantidade de línguas que ela fala e não apenas fala, mas convive; depois em como e em qual momento usar essas línguas; e por último, o que essas línguas significam para os diferentes meios sociais aos quais ela pertence e como elas a posicionam nesses meios sociais. As línguas refletem diretamente sobre o que ela é e qual o lugar que ela ocupa na ambivalência da sociedade em que ela vive: uma fronteira. Gloria Anzaldúa é uma chicana nascida nos Estados Unidos e de origem mexicana. É considerada uma das maiores estudiosas da Teoria Queer e da Teoria Cultural de Chicago. Tem vários livros publicados e dentre eles o mais conhecido é Broderlands/La Frontera: the new mestiza por nele conter o relato de sua vida e seu crescimento na fronteira entre o México e o Texas, e por esta obra incorporar os sentimentos mais profundos sobre a sua marginalização social e cultural. O viver em fronteira fez com que as relações entre a sua nacionalidade, quer dizer, o país em que ela nasceu e os países que fazem fronteira com ele se tornassem conflituosas e complexas, ou antes, como ela mesma coloca, não é uma questão de nacionalidade e sim de raça. “Mas eu me identifiquei como “ raza” antes de ter me identificado como “mexicana” ou “chicana”.” (PINTO; SANTOS; VERAS, 2009, p. 315). Antes de dizer ser de algum país Gloria Anzaldúa entende que a sua questão não é de nacionalidade, e sim de raça, e que a língua interfere diretamente, como ela diz: “ Nosotros los chicanos temos um pé em cada lado das fronteiras. De um lado, somos constantemente expostos ao espanhol dos mexicanos; do outro lado, escutamos a reclamação incessante dos anglos para que esqueçamos nossa língua.” (PINTO; SANTOS; VERAS, 2009, p. 315). A língua na vida de Anzaldúa marca a sua mestiçagem, característica que não é bem aceita ou bem vista pelo Primeiro Mundo e que, portanto, não remete a uma evolução cultural e profissional, e nem a modernização. Mas não remete principalmente a uma pureza linguística que a mestiçagem retira das línguas. E a questão é que esse não é um problema restrito à fronteira entre Estados Unidos e México, mas é uma marca que acompanha a América Latina inteira (MIGNOLO, 2003).
Caderno de resumos - XVI SETA - MESA 1
A relação de pertencimento a uma nação ou a um povo está atrelada a um pensamento universal de que a uma nação corresponde uma língua. A língua possui um peso grande na marcação dessa identidade, ou na ambivalência dela. No caso de Gloria Anzaldúa a língua causa conflitos e contradições. E a questão identitária vai mais além da nacionalidade, pois engloba toda a sua identidade fronteiriça como mestiça e pertencente a círculos culturais diferentes. As identidades nacionais ao lado das identidades de gênero formam o grupo das identidades que aparentemente parecem ser as mais sólidas, porém mesmo essas, como diz Boaventura, “escondem negociações de sentido, jogos de polissemia, choques de temporalidade em constante processo de transformação, responsáveis em última instância pela sucessão de configurações hermenêuticas que de época para época dão corpo e vida a tais identidades.” (1994, p. 31). Continuando com Boaventura, ele lembra o caráter oposicional e hierárquico da identidade. A realidade de pessoas que vivem em fronteiras é complexa e é uma situação relacionada à língua. Vendo a articulação entre a língua e a identidade e a complexidade das identidades que são resultado dessa situação fronteiriça, surgiu o interesse em saber mais sobre a conexão entre essa relação e suas consequências. Então, esta pesquisa se desenvolve analisando o livro Borderlands/La Frontera: the new mestiza de Gloria Anzladúa, no qual ela discute o tema da fronteira de maneira aprofundada. O objetivo é entender como é uma escrita de fronteira desde a sua estrutura narrativa, até o seu conteúdo e os temas que são discutidos. São fronteiras primeiramente geográficas, depois linguísticas e culturais, responsáveis pela formação indentitária das pessoas que vivem nela. Para isso será utilizada a semiótica greimasiana, que analisa a narrativa olhando as paixões que a movem entendendo a “significação como processo de produção de sentido” (SOBRAL, 2009, p. 64) que acontece no interior do discurso e não fora dele, vendo o discurso como uma instância autônoma que já em si mesmo possui condições para a produção de sentido e para acessar o sujeito; junto com os Estudos Culturais, que se firmam na crítica, nos pontos de vista e na análise histórica e social dos discursos e acontecimentos contando com a subjetividade, com a reflexividade e a criticidade, com as localidades e especificidades dos marcadores identitários, com o estabelecimento de diálogo invés de narrativas unívocas e universalizantes, dando valor nas narrativas de experiência, operando uma desconstrução e re-significação dos conceitos e práticas.
Bibliografia: ANZALDÚA, Gloria. Borderlands/La Frontera: the new mestiza. San Francisco: Thrird Edition, 2007. MIGNOLO, Walter D. Historias locales/diseños globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Trad. Juan Maria Madariaga y Cristina Vegas Solís. Madrid: Ediciones Akal,
PINTO, Joana P.; SANTOS, Karla C.; VERAS, Viviane. Com domar uma língua selvagem – Gloria Anzaldúa. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: difusão da língua portuguesa, Niterói, n. 39, p. 305- 318, 2º semestre, 2009. SILVA, Tomaz T. da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. / Tomaz Tadeu da Silva (org.). Stuart Hall, Kathryn Woodward. 7. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. SOBRAL, Adail. Considerações epistemológicas sobre a semiótica greimasiana. Estudos Semióticos. n. 1, v. 5, São Paulo, jun. 2009. [ on-line ] disponível em: http://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es. Acesso em: 25 jul. 2010.
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contradição que está posta no discurso: é o caso do discurso nacionalista versus o discurso da mundialização. A questão é que, do modo como se apresentam parece não haver uma contradição aí, mas é o que vamos analisar. De modo geral, procuraremos compreender, pelas análises dos processos discursivos nestes materiais da empresa, a contradição posta no discurso atual da Petrobras, pois há uma identificação da empresa a todo o momento com o Brasil, os brasileiros, etc., por um lado, mas, por outro, há o discurso da mundialização no que diz respeito às redefinições das relações de trabalho. Queremos com isso dizer que há um deslocamento discursivo que é significativo, pois o que está fortemente colocado hoje é o discurso da qualidade total e isso é mundial, ou seja, funciona diferentemente de um discurso nacionalista pautado mais no Estado. Quando pensamos então, nos processos de identificação, de subjetividade, nós temos inicialmente um funcionamento contraditório que faz emergir representações de sujeitos diferentes. O discurso atual é muito marcado pela questão da “quebra de paradigmas” que propõe deixar a “antiga visão de mundo” (relação trabalhador-sindicato, por exemplo, que tem a representação de sujeito coletivo), pautada no discurso da brasilidade, da nação, do coletivo, do “nós” brasileiros, “nós” trabalhadores, para passar a ter uma nova visão (relação trabalhador- empresa, que faz funcionar a representação de sujeito individualizante), pautada no discurso da mundialização, das técnicas, da competência. É neste campo que se situa o discurso da qualidade total, o discurso da/sobre a reestruturação produtiva. Nossa proposta é, portanto, ver como funcionam esses processos discursivos e os efeitos de sentido aí produzidos.
BIBLIOGRAFIA: ALVES, G. O Novo (e Precário) Mundo do Trabalho – reestruturação produtiva e crise do sindicalismo. Coleção Mundo do Trabalho, organizador: Ricardo Antunes. FAPESP. São Paulo: Boitempo, 2000. AMARAL, M.V. Discurso e relações de trabalho. Maceió: EDUFAL, 2005. GUILHAUMOU, J. e MALDIDIER, D. Efeitos do Arquivo. A análise do discurso no lado da História. In: Orlandi, E. (org.) Gestos de Leitura. Campinas: Editora da Unicamp, pp. 163-188, 1997. ORLANDI, E. Discurso e Texto – formulação e circulação dos sentidos. Campinas: Pontes, 2001. ORLANDI, E. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. 4ª edição, Campinas: Pontes, 2004. ORLANDI, E. Análise de Discurso - princípios e procedimentos. 7ª edição, Campinas: Pontes, 2007. PÊCHEUX, M. Analyse du Discours: langue et idéologies. In: PÊCHEUX, M.; FUCHS, C.; GRÉSILLON, A.; HENRY, P. (orgs). Langages 37. Paris: Larousse, 1975. PÊCHEUX, M. Ler o Arquivo Hoje. In: Orlandi, E. (org.) Gestos de Leitura. Campinas: Editora da Unicamp, pp. 55-66, 1993. PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso – uma crítica à afirmação do óbvio. 2ª edição. Campinas: Editora da Unicamp, 1995. PÊCHEUX, M. O Discurso – estrutura ou acontecimento. Campinas: Pontes, 1997.
Caderno de resumos - XVI SETA MESA 2
Uma análise de discurso do coletivo educador ambiental de Campinas – sentidos de coletividade
Aluna: Andrea Quirino de Luca Orientador: Prof. Dr. Marcos Sorrentino; Co-orientadora Profa. Dra. Suzy Lagazzi Instituição: USP Doutorado em Ciência Ambiental
Este resumo refere-se a um projeto de tese e inscreve-se na perspectiva da Análise de Discurso de linha francesa, fundada por Michel Pêcheux durante a década de 1960, e seu objeto discursivo é o Coletivo Educador Ambiental de Campinas (COEDUCA). De acordo com os documentos oficiais, Coletivo Educador é um instrumento de Política Pública proposta pelo Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (DEA/MMMA E MEC), a partir do ProFEA (Brasil, 2004a): “Programa de Formação de Educadoras(es) Ambientais: por um Brasil educado e educando ambientalmente para a sustentabilidade”. Coletivo Educador, tal como definido, é a união de instituições, movimentos sociais, grupos e pessoas que já realizam atividades de Educação Ambiental (EA) e que, juntos, passam a desenvolver e implementar um projeto politicopedagógico de forma a percolar a totalidade de pessoas de um determinado território, promovendo reflexões socioambientais em suas múltiplas dimensões. (BRASIL, 2004a; BRASIL, 2004b; FERRARO JÚNIOR & SORRENTINO, 2005; SORRENTINO et al., 2007). Nesse sentido, o COEDUCA iniciou um processo formativo de 150 educandos em março de 2007, que durante 24 meses foi apoiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) através do edital 05/2005 (BRASIL, 2005a). Mesmo após o término dessa fase de formação financiada pelo FNMA, o COEDUCA ainda hoje conta com a articulação de educadores e instituições parceiras, promovendo reuniões e encontros de formação, sempre com abertura para novos participantes. Este trabalho, a partir do referencial teórico-metodológico da Análise de Discurso de linha materialista, buscará compreender no discurso do COEDUCA funcionamentos de estabilização/desestabilização de sentidos de coletividade, e, no discurso da Educação Ambiental trazido pelo ProFEA e Coletivos Educadores, dar visibilidade aos pré-construídos que sustentam essa perspectiva educacional. Também são objetivos desta pesquisa buscar a historicidade dos documentos referência para o COEDUCA como lugares de significação, de confronto de sentidos, de estabelecimento de identidades e argumentação, a fim de compreender o(s) imaginário(s) social(is) configurado(s) na Educação Ambiental proposta pelos documentos oficiais, dar visibilidade aos pré-construídos e condições de produção de sentidos na análise da(s) formação(ões) discursiva(s) encontrada(s) ao longo do percurso analítico, para compreender em quais direções os sentidos trabalham, e, finalmente, entender o modo de constituição dos sentidos pelos participantes do COEDUCA no que tange a interpretação e autoria, em relação à experiência da formação de educadoras(es) ambientais e suas condições de produção. Para a realização desta análise discursiva, cujo referencial teórico está baseado nas idéias de descentramento do sujeito, tendo o discurso como a constituição dos sentidos que se dá na relação da linguagem com a ideologia, esta pesquisa pretende entender o modo de constituição dos sentidos pelos participantes do COEDUCA no que tange a interpretação e autoria de sentidos de coletividade, já que é uma experiência que se propôs à oposição aos sentidos preestabelecidos de individualização comumente experenciados e naturalizados na educação. Justamente algumas das características da formação COEDUCA se constituem como proposta de contestação aos sentidos preestabelecidos da educação: todos os participantes são educadores e educandos concomitantemente, e se inserem em uma matriz hierárquica horizontal, que são os PAPs (“Pessoas que Aprendem Participando”; “pesquisa-ação-participante”); não há
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______. ProFEA - Programa de formação de educadores(as) ambientais. Por um Brasil educado e educando ambientalmente para a sustentabilidade. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Diretoria de Educação Ambiental. 2004a. ______. Projeto Político Pedagógico da Formação de Educadores Ambientais. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Diretoria de Educação Ambiental. 2004b. ______. Decreto Nº 4.281/02 – Regulamentação da Política Nacional de Educação Ambiental. Presidência da República, Brasília, 2002. ______. Lei no^ 9.795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental. Presidência da República, Brasília, 1999. FERRARO JÚNIOR, Luiz Antonio & SORRENTINO, Marcos. “Coletivos Educadores”. In : FERRARO JÚNIOR, L.A. (org.). Encontros e caminhos: formação de educadores ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, 2005. ORLANDI, Eni, P. Análise de Discurso. In : ORLANDI, E.P. & LAGAZZI-RODRIGUES, S. (orgs.). Introdução às ciências da linguagem - Discurso e textualidade. Campinas: Pontes, 2006. ______. Análise de discurso - princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 1999. SORRENTINO, Marcos et alli. Política pública nacional de educação ambiental não-formal no Brasil: gestão institucional, processos formativos e cooperação internacional. 4a Conferência Internacional de Educação Ambiental, Ahmedabad, Índia, 2007.
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Arqueologia em notícia: um levantamento e uma análise do discurso de textos de jornais
Aluna: Glória Maria Vagioni Tega-Calippo Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Bastos Cunha Instituição: IEL/Labjor – Unicamp Mestrado em Divulgação Científica e Cultural
Nas últimas décadas, a Arqueologia brasileira vem passando por um processo de profissionalização e expansão que obriga tanto os arqueólogos acadêmicos como aqueles que atuam em projetos de planejamento e licenciamento ambiental a relacionarem-se mais frequentemente com a impressa. Em parte, talvez isso se deva à implantação da Portaria 230 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN, de 17 de dezembro de 2002, que exige a realização de pesquisas arqueológicas em obras, como parte do licenciamento ambiental, assim como a inclusão, como medidas de mitigação dos impactos, de uma série de ações de socialização e divulgação do patrimônio arqueológico afetado, dentre as quais muitas estão diretamente relacionadas a ações de divulgação científica (cartilhas, revistas, páginas na Internet, jogos, programas de computador, artigos e matérias em diversos veículos de comunicação, etc) que visam a informar sobre a pesquisa que está sendo praticada e o conhecimento produzido a partir dela à população em geral e, sobretudo, àquela que se encontra na área de abrangência dos empreendimentos. Dessa maneira, esse conhecimento arqueológico possui um enorme potencial e demanda pela divulgação científica, pois, mesmo que parte dessa demanda já venha sendo atendida de diferentes formas, a ausência de análises críticas e de modelos teóricos e metodológicos específicos à divulgação científica da Arqueologia gera, continuamente, tanto resultados positivos como verdadeiros desserviços à sociedade e à própria preservação do patrimônio arqueológico brasileiro. Assim, o objetivo principal dessa pesquisa é analisar o processo de comunicação por meio do qual a Arqueologia é divulgada no Brasil, partindo da definição de Funari, segundo o qual, “a Arqueologia estuda, diretamente, a totalidade material apropriada pelas sociedades humanas, como parte de ma cultura total, material e imaterial, sem limitações de caráter cronológico” (FUNAR, 2003, 15). E, ainda, de acordo com Rambelli, “a Arqueologia é uma ciência social que estuda a vida das sociedades passadas por meio de seus restos materiais encontrados em seus devidos contextos” (RAMBELLI, 2002, 129). Neste Seminário, serão apresentados resultados parciais da primeira parte do projeto, que consiste no levantamento dos textos que fazem referência à Arqueologia, publicados nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo , ao longo dos anos de 2000 a 2010. Esses serão comparados quantitativamente às licenças para a realização de pesquisas arqueológicas emitidas pelo IPHAN, órgão brasileiro que é responsável pela “autorização e permissão para realização de pesquisas arqueológicas, seu acompanhamento e fiscalização; e a implementação de diversas ações de socialização do patrimônio arqueológico”, segundo o site do próprio instituto - http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=15506&retorno=paginaIphan. Cabe salientar que ambos os jornais são de circulação nacional, podendo, inclusive, noticiar pesquisas feitas em todo Brasil, apesar de serem paulistas, e, de acordo com a Associação Nacional de Jornais - http://www.anj.org.br/a-industria-jornalistica/jornais-no-brasil/maiores- jornais-do-brasil - estão entre os cinco maiores jornais brasileiros ( Folha de S. Paulo : 295. exemplares por dia, em média – o maior do Brasil em tiragem; O Estado de S. Paulo : 212. exemplares por dia, em meda – o quinto maior do país em tiragem). A comparação tem o objetivo de observar os seguintes aspectos: O crescimento dos textos publicados acompanhou o crescimento das pesquisas arqueológicas no Brasil, impulsionadas pela Portaria 230 de 2002? O número de textos publicados que fazem referência às pesquisas