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O aluno, ao invés de trabalhar e olhar atentamente para o texto, deixa de fazer a atividade, delegando ao outro o trabalho necessário. 2) ...
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
São Paulo, 23 de outubro de 2013.
Em uma época em que muitos reclamam da falta de valor do saber e das profissões a ele ligadas, torna-se mais importante do que nunca que cada qual possa inventar sua “pedra filosofal”, aquela que, segundo os antigos, funcionava como uma metáfora de transformação: da mente povoada pelas insignificâncias (metal banal) para a mente habitada pela sabedoria (ouro). Em busca desta transmudação, ao longo do ano percorremos dois caminhos paralelos. Do ponto de vista intelectual, estudamos “A escritura e a diferença” de Jacques Derrida (São Paulo: Perspectiva, 2011). Para não abrir mão da poïesis , lemos dois volumes de Patrick Ruthfuss: “O nome do vento: A crônica do matador do rei. Primeiro dia” (São Paulo: Arqueiro, 2009) e “O temor do sábio: A crônica do matador do rei. Segundo dia” (São Paulo: Arqueiro, 2011). Cabalisticamente, sete grandes interrogações dão o fio condutor para os dois dias de debate:
Você é muito bem-vindo nesses dois dias de jornada, durante os quais desejamos construir respostas criativas, responsáveis e, acima de tudo, factíveis, para estas interrogações. Se, como se lê no excerto a seguir, Rothfuss criou um mundo de ficção no qual o futuro da Universidade se anunciava sombrio, nesta versão do Workshop desejamos recuperar uma mágica que, talvez, nunca tenha existido.
Há muito tempo [...] homens e mulheres vinham para a Universidade estudar a forma do mundo. [...] Os nomeadores caminhavam por estas ruas como pequenos deuses. Faziam coisas terríveis, maravilhosas, e todos os outros os invejavam. [...] Um alquimista sem nenhuma capacidade de denominar era visto como algo lamentável, não mais respeitado que um cozinheiro [...] Todos vinham aprender os nomes das coisas [...] Mas não se pode ensinar denominação por meio de regras ou memorização. Ensinar alguém a ser nomeador é como ensiná-lo a se apaixonar. É um caso perdido. Não pode ser feito. (Patrick ROTHFUSS, 20 11 , p. 315)
Cordialmente, Claudia Rosa Riolfi Valdir Heitor Barzotto
14h 30 – 16h 30 : Mesa 3: Do determinismo à liberdade de escolha
A rapidez e a exatidão de minhas respostas os impressionaram. Alguns esconderam a admiração, outros a estamparam abertamente no rosto. A verdade é que eu precisava impressioná-los. Por minhas conversas anteriores com Ben, sabia que era necessário ter dinheiro ou inteligência para ingressar na Universidade. Quanto mais se tinha de um, menos se precisava do outro. (ROTHFUSS, 2009, p. 224)
Jelena Filipovic – Universidade de Belgrado, Sérvia Sebastião Carlos Santos e Silva – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Andressa Cristina Coutinho Barboza – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Andreza Roberta Rocha – Prefeitura Municipal de São Paulo e Faculdade Sudoeste Paulistano (Fasup) Ernesto Sérgio Bertoldo – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
16h 30 – 18h 30 : Mesa 4: Das malandragens aos malabarismos nas relações com o saber
Por isso eu estava trapaceando. Infiltrara-me no Cavus por uma entrada nos fundos, fazendo papel de mensageiro. Depois tinha aberto duas fechaduras e passado mais de uma hora assistindo a entrevistas de outros estudantes. Ouvira centenas de perguntas e milhares de respostas. (ROTHFUSS, 2009, p. 224)
Mauro Dujmović – Universidade de Pula – Pula, Croácia Tamires de Almeida Santana – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Rafael Barreto do Prado – Universidade de São Paulo (USP) José Antônio Vieira – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Milan Puh – Universidade de São Paulo (USP)
Quinta-feira, 24 de outubro
08h00 – 10h00: Mesa 5: Da escrita paralisada às pessoas em movimento
Essa é uma excelente pergunta! A resposta é que cada um de nós tem duas mentes: a mente desperta e a mente adormecida. Nossa mente desperta é a que pensa, fala e raciocina. Mas a mente adormecida é a mais poderosa. Enxerga fundo no cerne das coisas. É a parte de nós que sonha. Ela se lembra de tudo. Dá-nos intuição. A mente desperta não entende a natureza dos homens. A mente adormecida, sim. Já sabe muitas coisas que a mente desperta não sabe. (ROTHFUSS, 2009, p. 602)
Ancelmo Schörner – Universidade do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO) Almi Costa dos Santos Junior – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Renata de Oliveira Costa – Universidade de São Paulo (USP) Suelen Gregatti da Igreja – Universidade de São Paulo (USP) Jobi Espasiani – Universidade de São Paulo (USP)
10h00 – 12h00: Mesa 6: Da formatação em série à formação artesanal
Emma Adriana De la Rosa Alzate – Universidade Nacional do Ocidente – Cali, Colômbia Joseane Bonaldo – Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) Emari Andrade – Universidade de São Paulo (USP) Kelly Gomes de Oliveira – Faculdade Campo Limpo Paulista (FACCAMP) Valceli Ferreira de Carvalho – E. E. Prof. Alcyr Oliveira Porciúncula e Colégio Albert Sabin
12h00 – 14h00: Almoço
Quando crianças, raramente pensamos no futuro. Essa inocência nos deixa livres para nos divertirmos como poucos adultos conseguem. O dia em que nos inquietamos com o futuro é aquele em que deixamos a infância para trás. (ROTHFUSS, 2009, p. 84)
Ivelina Petrova – Universidade de Veliko Tarnovo, Bulgária Karin Ferreira Borges – Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Valdir Heitor Barzotto – Universidade de São Paulo (USP) Nathaly Galhardo – Universidade de São Paulo (USP) Lucas Nascimento – Universidade de São Paulo (USP)
Valdir Heitor BARZOTTO barzotto@usp.br
Questão de pesquisa: Partindo do pressuposto de que compreensão de texto, discordância e produção são patamares que permitem definir a leitura como prática indissociável da desconstrução de mitos, interroga-se: como estudar e ensinar o percurso que vai da compreensão de um texto à dezescrita, quando não se tem controle a respeito do patamar pelo qual o leitor entra no texto, nem se conhece a priori seus pontos de parada ou de retorno?
Objetivo: Reconhecer pontos de parada na leitura e na escrita, diferenciando momentos de estagnação diante de mitos da construção de patamares que dão suporte a passos seguintes.
Hipóteses de trabalho: 1) Para compreender um texto, é necessário enfrentar dois mitos: o da própria competência, admitindo que não sabe, e o de que o trabalho resume-se a um castigo, assumindo-o como seu, e 2) É importante sinalizar pontos de solidez de uma leitura, onde se possam ancorar a rocha de cada um a fim de estabelecer novos desafios.
Material de análise: Trechos de trabalho acadêmico que ilustram as diferenças na produção em diferentes aproximações dos dados.
Dado do trabalho Excertos de diferentes etapas da aproximação ao dado Pequenos inquietos Transtorno do déficit de atenção pode comprometer o desempenho escolar
“Qualquer ruído ou mínimo movimento dispersam a atenção das crianças com esse problema- e, não à toa, elas enfrentam mais dificuldades em sala de aula. Esse foi um dos pontos abordados no último congresso internacional sobre o assunto, no Rio de Janeiro. Como saída para a inquietação, os pesquisadores apontam algumas técnicas simples, como colocar o aluno na primeira fileira e torna-lo auxiliar do professor. A convite da Associação Brasileira de Déficit de Atenção, o neuropsicólogo holandês Joseph Sergeant, um dos principais pesquisadores do tema, veio ao Brasil para participar do evento. Qual é a melhor maneira de lidar com esses meninos e
1ª. Aproximação: O título e o subtítulo fazem duas afirmações: que os pequenos são inquietos e que o TDAH, subentendido que a doença exista, compromete o desempenho escolar.
2ª. Aproximação: O título e o subtítulo fazem duas afirmações: que os pequenos são inquietos e que há o TDAH. Através do uso do modalizador “pode” indica a possibilidade de o transtorno afetar o desempenho escolar. A palavra “desempenho” remete ao mundo coorporativo.
3ª. Aproximação: O título “Pequenos inquietos” é constituído de dois qualificativos. O primeiro pode-se considerar que é um tratamento carinhoso, que também pode ser destinado a crianças. O segundo contém alguns traços que podem ser
Nathaly Dironze GALHARDO nathaly.galhardo@gmail.com
Questão de pesquisa: Em que medida textos sobre o TDAH veiculados pela mídia, mais do que descrever um problema de saúde, delineiam produtos, oferecido ao público apoiados em diferentes eixos argumentativos?
Hipótese: O TDAH, no discurso, tornou- se “produto” cuja suposta existência dá lugar a estratégias argumentativas para angariar pacientes/ consumidores.
Objetivo: Compreender quais são os eixos argumentativos em torno do TDAH e os recursos neles utilizados com vistas a contribuir para uma leitura mais autônoma dos textos veiculados pela mídia por parte de pais e professores.
Material de análise: Parte de 4 matérias publicadas em revistas da Editora Abril
Excerto 1: “ Na sala de aula ele é o “pestinha”: arranca os brinquedos dos colegas, anda de um lado para outro, não fica mais de dois minutos sentado no mesmo lugar. Nunca termina as tarefas solicitadas e sai da sala várias vezes sem pedir licença. Em algumas ocasiões, chega a ser agressivo. Esse comportamento, geralmente
confundido com indisciplina, é característico de um distúrbio de atenção que atinge cerca de 5% das crianças e adolescentes de todo o mundo: a hiperatividade. Conhecer os sintomas e aprender a lidar com esse problema é uma obrigação de qualquer professor que não queira causar danos a seus alunos. Afinal, a demora em diagnosticar o caso pode trazer consequências sérias para o desenvolvimento da criança. “
Excerto 2: “Nos primeiros anos, a criança é incapaz de permanecer muito tempo em uma única atividade. Sua atenção é curta e ela tem necessidade de movimento. É o que os especialistas chama de “hiperatividade de desenvolvimento”, e não implica nenhum problema. À medida que o sistema nervoso central amadurece, gradativamente os pequenos melhoram a capacidade de concentração e conseguem se dedicar a tarefas mais longas. Esse processo pode se estender até 6 ou 7 anos, mas cada um tem seu ritmo. “
Excerto 3: “Trabalhar 12 horas seguidas, encarar a academia e ainda esticar para a balada, sempre com um sorriso no rosto, é tarefa para super-homens. Ou para supermedicamentos. O uso de drogas legais que estimulam a concentração, espantam o sono e aumentam a memória vem crescendo em todo o mundo. Já há especialistas que dizem que seu uso em alguns anos será tão comum quanto uma xícara de café no meio do expediente. Somente nos EUA, segundo a revista Scientific American, as prescrições de Ritalina - usada por adultos em busca de concentração- cresceram 12% ao ano em 5 anos.
Excerto 4: “A situação é mesmo esquisita para se assumir publicamente. Por isso, a psicóloga paulista S. T., de 40 anos, não quis dar o nome ao explicar a própria ansiedade: “Às vezes, dá vontade de interromper o xixi porque está demorando para acabar.” Outra impaciente que também tem lá seus ímpetos de atropelar a rotina é a diretora de marketing Adriana Silvestre, paulistana de 29 anos, que, de tanto correr para todos os lados, ganhou o apelido “go, go, go” (“vai, vai, vai” em português) no trabalho. Para entendê-la mesmo, só a economista Christine Dambry, outra paulistana de 37 anos, capaz de se exercitar na bicicleta ergométrica do condomínio onde mora, enquanto fala pelo celular, assiste à TV e lê um livro.
Data da publicação Título Revista Enfoque 01/05/2000 Indisciplinado ou hiperativo? Nova Escola Educacional 01/09/2008 Meu filho é hiperativo ou agitado? Cláudia Família 01/09/2009 Elas te deixam ligadão Superinteressante Especial Medicação 01/02/2001 Hiperativas Uma Social
Considerações finais: As considerações feitas sobre a leitura neste trabalho vão ao encontro do significado do neologismo Dezescrita que nomeia uma modalidade de leitura e de escrita na qual, na produção intelectual, seu autor não se limita a obedecer, irrefletidamente, a direção interpretativa presente nos textos que tomou como objeto de estudo. Verificamos quais são as estratégias discursivas utilizadas nos textos das 4 posições relativas ao TDAH, consideramos que uma leitura que Dezescreva pode identificá-las e perceber que se tratam de mecanismos para angariar e engajar adeptos a cada uma delas.
Referências bibliográficas
BARZOTTO, V. (Org.) Estado de Leitura. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 1999.
ANÁLISES DOS AUTORES No recorte entre 1h18min55s e 1h29min15s de Repulsa ao Sexo , a manicure Carole (Deneuve) é interrompida, durante sua sombria estadia sozinha no apartamento após a viagem da irmã, pelo síndico do prédio (Patrick Wymark), que veio cobrar o aluguel. Ao longo desse recorte, detectamos vários efeitos de sentido que remetem à formação imaginária patriarcalista que ronda o personagem masculino. Desde sua chegada, o síndico representa uma voz de autoridade e fala de um lugar de poder, visto que ameaça chamar a polícia caso a hóspede não lhe atenda imediatamente. Sem sucesso, ele abre a porta do recinto (mesmo sem manifestação ou autorização de Carole) e se queixa da “barricada” que a moradora formou na porta tentando bloquear a entrada de visitantes indesejados. Nesse ponto, cabe ressaltar, a palavra barricada dita pelo sujeito- homem remonta aos sentidos sobre a “guerra dos sexos” e faz circular em Repulsa ao Sexo um embate pelos sentidos legitimados que não era falado no cinema das décadas anteriores, sobretudo em Hollywood. (XXX, 2011, p. 1369)
Considerações finais
A descrição e a análise exigem saber ser nomeador na escrita acadêmica e saber instaurar a diferença, com dosagem entre intuição e raciocínio (em predominância), para que o nível da compreensão seja acessado por qualquer leitor.
A intuição deve ser considerada como “diferença” quando o pesquisador se encontrar em desafios e impasses como: o esforço de pensar, em momento de bloqueio ou de quebra de escrita, as dificuldades da criação no pensamento, o conflito, a tensão, a oposição, a analogia, o deslocamento, a ruptura, a contra- argumentação.
Para a escrita alcançar cientificidade, o que precisa ser feito é: estabelecer relações teóricas entre o objeto e a análise, em que o endereçamento da teoria contemple exigências do objeto de estudo, considerando características olhadas, lidas, compreendidas,
produzidas e discordadas do objeto empírico. Isso é distante do que temos visto como escrita do artigo em análise.
Referências bibliográficas
DELEUZE, G. Diferença e Repetição. Tradução brasileira de Luiz Orlandi e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
DERRIDA, J. A Escritura e a Diferença. Tradução brasileira de Maria Beatriz Marques Nizza da Silva, Pedro Leite Lopes e Pérola de Carvalho. São Paulo: Perspectiva, 2011.
FOUCAULT, M. Les mots et les choses – une archéologie des Sciences Humaines. Paris: Éditions Gallimard, 1966.
PÊCHEUX, M. L’énoncé: enchássement, articulation et dé-liaison. Actes du Colloque Matérialités discursives. Université Paris X – Nanterre, 24-26 avril 1980. In: CONEIN, Bernard. et al. (Orgs). Matérialités discursives. Lille: Presses Universitaires de Lille, 1981. p. 143-148.
Ignacio Pineda – Universidade Nacional Autônoma do México – Acatlán, México Lucas Martinho Tavares – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Mariana Ribeiro – Universidade de São Paulo (USP) Mical de Melo Marcelino – Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Excerto 2 : Trecho da análise de dados feita pela informante
01 Observe-se o efeito de sentido que o não da professora ministrante provoca 02 na enunciação. Não se tratou de um “não” qualquer. Ele serviu para colocar um ponto no 03 discurso infindável de Armando, que procurava mil justificativas para a importância de 04 se aprender inglês na educação básica, como alguém que queria se convencer e 05 convencer outros. Mediante a nomeação e a síntese do lirismo que perpassava o 06 discurso de Armando (essa é tua visão romântica), ele foi capaz de se dar conta de que 07 a língua serve à hegemonia cultural e econômica e não é um instrumento neutro e 08 utilitário de comunicação. Parece ser possível dizer que, nessa intervenção, pode ter 09 ocorrido uma demanda para que o sujeito emprestasse consequência ao que diz, 10 conforme o ponto de vista da psicanálise. 11 De modo semelhante, por meio de uma questão que teve o objetivo de 12 desestabilizar o sentido do significante “bom”, suspendê-lo por um momento para que o 13 participante pudesse se reposicionar diante dele, a professora ministrante “tirou a 14 ilusão” de que só existe um sentido, um jeito, um modo único de ser “bom” professor.
15 Percebe-se, portanto, que, algumas vezes, ilusões têm que ser “tiradas” para que 16 haja alguma chance de o sujeito se implicar de forma mais responsável e subjetiva na 17 posição que ocupa. São esses possíveis pontos de quebra, se e como eles poderiam gerar 18 deslocamentos, que mobilizaram este momento da análise.
Considerações finais: Uma teoria pode ter diversas finalidades em um texto acadêmico, sobretudo, pode servir para legitimar a si própria, uma análise, uma produção. Porém, quando uma teoria tem apenas a finalidade de legitimar a si mesma, ela funciona como uma narrativa, que se conta a alguém para que se possa ser inserido na cultura. Diferentemente deste uso, é aquele no qual uma teoria funciona como “instrumento” para construir um objeto de pesquisa por meio de uma análise de dados. Constituir um objeto é correlato a desfazer imagens, narrativas e saberes, que fazem e fazemos de nós mesmos, e inscrever um nome próprio.
Referência bibliográfica
BACHELARD, G. A formação do espírito científico. Contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto,
Mical de Melo MARCELINO micalmm@gmail.com
Questão de pesquisa: Como um orientador pode trabalhar para levar seu aluno a transcender o cumprimento burocrático de um TCC e para obter conquistas consequentes para si e para a comunidade acadêmica onde está inserido.
Objetivos: 1) Investigar a possível correlação entre a natureza das intervenções efetuadas pelo orientador em versões de trabalho de conclusão de um curso (TCC) de Licenciatura e o nível de engajamento subjetivo do aluno que o redige; e 2) Compreender como o manejo realizado pelo professor na orientação de uma escrita acadêmica produz torções (na acepção encontrada na Topologia Lacaniana) que podem aproximar um sujeito da própria história que o faz ser quem é.
Hipótese de trabalho: Acreditamos que o caminho da pesquisa seja producente no sentido de construir um lugar, a partir do qual seja possível produzir um trabalho duplamente consequente: do ponto de vista do conhecimento já produzido a respeito do tema investigado no TCC e do ponto de vista das transformações na vida pessoal de quem o redigiu e que podem ser correlacionadas com a investigação. Investimos na ideia de que para que esse trabalho consequente se instale é preciso dezescrever o que se observa na superfície e que se relaciona com o universal do conhecimento (como um conjunto de saberes estabilizados e aceitos em uma comunidade científica) em
busca do que de se relacione ao próprio sujeito, em uma espécie de torção que pode ser manejada por aquele responsável por orientar os primeiros passos de um pesquisador em formação.
Considerações finais: Por meio de intervenções análogas ao que Lacan chamou de inversões dialéticas (na prática clínica), um professor pode conduzir o aluno a uma construção comprometida com seu próprio desejo. Trata-se de dezescrever projeções imaginárias, no sentido de reconhecer qual é o verdadeiro objeto do afeto que mobiliza alguém a escrever, bem como levar o aluno a reconhecer a sua parte (responsabilidade) sobre aquilo que escreve sobre determinado objeto, assim como atribuir-lhe um valor real.
Referências bibliográficas
FREUD, S. (1901-1905) Um caso de histeria. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos. In: ______ Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. V. 7, Rio de Janeiro: Imago, 1996.
LACAN, J. Intervenção sobre a transferência. 1951. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998. p. 214-225.
A rapidez e a exatidão de minhas respostas os impressionaram. Alguns esconderam a admiração, outros a estamparam abertamente no rosto. A verdade é que eu precisava impressioná-los. Por minhas conversas anteriores com Ben, sabia que era necessário ter dinheiro ou inteligência para ingressar na Universidade. Quanto mais se tinha de um, menos se precisava do outro. (ROTHFUSS, 2009, p. 224)
Jelena Filipovic – Universidade de Belgrado – Belgrado, Sérvia Sebastião Carlos Santos e Silva – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Andressa Cristina Coutinho Barboza – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Andreza Roberta Rocha – Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP) e Faculdade Sudoeste Paulistano (Fasup) Ernesto Sérgio Bertoldo – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Andressa Cristina Coutinho BARBOZA drecrist@hotmail.com
Questão de pesquisa: Como a dezescrita pode comparecer em textos burocráticos, como relatórios de estágio?
Objetivo: Investigar índices da identificação simbólica na escrita de sujeitos inseridos no discurso universitário.
Hipótese de trabalho: As múltiplas acepções de dezescrita podem ser observadas no processo de elaboração de um relatório de estágio que privilegie a identificação simbólica.
Material de análise
Excerto 1 : TMA- Considerações Finais – Estágio 1
Excerto 2 : TMA - Considerações Finais – Estágio 4