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Informativo sobre cadeiras importantes no design de interiores
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
CINQUENTA
CADEIRAS
Introdução
Cadeira sem Braços nº 14 Cadeira de encosto alto para os Salões de Chá de Miss Cranston Poltrona para o Sanatório Purkersdorf Sitzmaschine Cadeira nº 728 para o Cabaré Fledermaus Cadeira Vermelho/Azul B Cantiléver Transat B Barcelona Poltrona Paimio Banco empilhável modelo nº 60 Zig-Zag Cadeira nº 406 Landi LCW (Lounge Chair Wood) LAR, DAR e RAR Antelope Cadeira de tela de arame DKR Diamante Banco de balanço Modelo 3107 Tulipa Poltrona Eames – A 670 Mezzadro
CINQUENTA
CADEIRAS
Seria possível traçar a história do design nos últimos 150 anos simplesmente com uma sequência de cadeiras. Bem no início, a história remontaria ao trabalho da empresa austríaca Thonet, cuja transformação da feitura de móveis para um processo industrial, através da abolição das habilidades artesanais, poderia ser encarada como a representação do impacto da produção em massa em todos os tipos de design. O uso do aço tubular por Marcel Breuer teve um impacto e um significado semelhantes, o mesmo podendo ser dito do trabalho de Charles e Ray Eames com o plástico. O papel icônico e representativo desempenhado pela cadeira tem sido uma espécie de profecia que se cumpriu. Como as cadeiras se tornaram símbolos muito relevantes de mudanças estilísticas e tecnológicas, os arquitetos e designers que querem ser considerados importantes precisam ter desenhado pelo menos um exemplo de sucesso para demonstrar suas credenciais.A cadeira, além de ser ela mesma, é também muito mais. Elas têm uma longa história, tão longa que a palavra se inseriu profundamente na língua inglesa.Usam-se os termos:chairmen e chairwomen, seats of power, ex cathedra pronouncements, e assim por diante.Em português, também temos a expressão “falar de cátedra” (significando falar com conhecimento de causa), catedrático e cátedra (em terminologia ligada ao mundo universitário) e inúmeros usos da palavra “cadeira”, com outros significados que não os de uma peça do mobiliário, como ao se referir aos membros da Academia Brasileira de Letras.Cadeiras podem simbolizar autoridade, identidade e domesticidade.E por fornecerem uma tela tão restrita, dão a seus designers muito pouco espaço para se esconder...Uma cadeira é um poema, não um romance. Por todas essas razões, o Design Museum valoriza sua coleção de cadeiras contemporâneas, e este livro apresenta uma introdução a 50 das principais delas, que moldaram a história do design.
Deyan Sudjic, diretor do Design Museum
À direita: Bancos empilháveis Alvar Aalto modelo nº 60, dispostos em fileiras no auditório da Biblioteca Pública de Viipuri (1933- 1935). Durante o século XX muitos designers e arquitetos modernistas criaram cadeiras para contextos específicos.
CADEIRA DE ENCOSTOALTO
PARA OS SALÕES DE CHÁ DE
MISS CRANSTON
1900 Charles Rennie Mackintosh
A virada do século XX trouxe consigo uma onda de designers e arquitetos revolucionários que ajudaram a abrir caminho para o Movimento Modernista. Na Escócia, Charles Rennie Mackintosh (1868-1928) eloquentemente fundiu o artesanato celta com o elegante rigor japonês, para criar um estilo diferenciado, suspenso entre o Art Nouveau, o Arts and Crafts e o Secessionismo da Europa Central. O trabalho de Mackintosh – geralmente executado em colaboração com sua esposa, Margaret MacDonald (1865-
À direita: A forma alongada de influências geométricas da cadeira de Charles Rennie Mackintosh para os Salões de Chá de Miss Cranston estava na vanguarda do desenvolvimento de uma nova linguagem visual para o design do século XX.
POLTRONA PARA O SANATÓRIO
PURKERSDORF
1904- Koloman Moser
Essa cadeira radicalmente geométrica simboliza o trabalho da Wiener Werkstätte, as inspiradoras “oficinas artesanais vienenses” fundadas em 1903 por um grupo de designers de vanguarda associados à Secessão de Viena – principalmente o designer gráfico Koloman Moser (1868-1918) e o arquiteto Joseph Hoffman (1970-1956). Os fundadores da Wiener Werkstätte inspiraram-se na Guild of Handicraft, de C. R.Ashbee, estabelecida no East End de Londres em 1888. Uma exposição em Viena de objetos artesanais ingleses em 1900 e visitas feitas à cidade por destacados designers ingleses, incluindo Ashbee e Charles Rennie Mackintosh (ver páginas 10-11), ajudaram a garantir a influência britânica entre a comunidade do design vienense.Assim como a Guild, a Wiener Werkstätte valorizava o bom desenho inovador e a alta qualidade do artesanato tradicional. Do mesmo modo que a cadeira de encosto alto de Mackintosh, a poltrona de Moser foi desenhada como parte de um projeto coordenado, vinculando arquitetura e design de interior. O Sanatório Purkersdorf (1904-1905), desenhado por Hoffmann, era a primeira grande incumbência da Wiener Werkstätte em que os designers se responsabilizaram por tudo, da própria construção em ferro e concreto, até cada mínimo detalhe do interior.As poltronas de Moser ficavam no saguão do sanatório, cuidadosamente dispostas em torno de altas mesas octogonais.A estrutura em forma de caixa e o assento quadriculado replicavam o tema “quadrado” encontrado nas paredes e no chão e criavam uma atmosfera de luxuosa modernidade para o que era, essencialmente, um hotel da moda e uma estação de cura.
À direita: Com sua estrutura em forma de gaiola e seu assento quadriculado, a poltrona de Moser para o Sanatório Purkersdorf introduz uma estética para a era moderna.
CADEIRA Nº 728 PARA O
CABARÉ FLEDERMAUS
1907 Josef Hoffmann
Em 1907, a Wiener Werkstätte terminou outro projeto ambicioso – o design para o Cabaré Fledermaus, no nº 22 da Kärtner Strasse, em Viena – que compreendia não apenas a decoração interior, como mobiliário, louças, talheres e até o crachá usado pelas recepcionistas. Entre os colaboradores, constavam nomes ilustres como Gustav Klimt e Oskar Kokoschka, além, é claro, dogenius loci da Werstätte, Josef Hoffmann. A contribuição mais relevante de Hoffmann foi, sem dúvida, esta simples cadeira de corte regular, que era colocada em torno de mesas redondas igualmente discretas, também desenhadas por Hoffmann.A modéstia do desenho e a falta de ostentação funcionavam como um contraste perfeito para o esplendor Jugendstil do resto da decoração, mais notavelmente o exuberante mosaico de majólica de 7.000 peças, obra de Bertold Löffler e Michael Polwony. Um crítico da época descreveu entusiasmado o efeito geral do Cabaré Fledermaus: “[É] maravilhoso – as proporções, a atmosfera da iluminação, as alegres setas indicativas, os elegantes acessórios de luz, as cadeiras confortáveis em novo formato e, finalmente, o bom gosto de todo o conjunto. Um genuíno Hoffmann”.
À direita: A cadeira de linhas definidas de Josef Hoffmann, fotografada no interior meticulosamente desenhado para o qual foi feita.Abaixo: A estrutura minimalista da cadeira do Cabaré Fledermaus tornou-a radicalmente moderna. Apenas as pequenas esferas negras debaixo dos braços e do assento conferem um ligeiro ar de extravagância.
CADEIRAVERMELHO/AZUL 1917- Gerrit Thomas Rietveld
A cadeira Vermelho/Azul, desenhada pelo arquiteto Gerrit Thomas Rietveld (1888-1964), esteve na vanguarda dos experimentos realizados por diversos membros do movimento De Stijl, da Holanda. Fundado em 1917, o grupo procurou inserir o pensamento neoplatônico no design, criando objetos fundamentais que expressassem a perfeição e a harmonia espiritual da geometria e das cores primárias. A cadeira Vermelho/Azul esteve entre as primeiras tentativas de se aplicar a filosofia De Stijl em uma forma de três dimensões e é uma construção rigorosa de linhas retas e planos chatos de cores primárias; a forma tridimensional foi transformada em uma expressão fundamental de pura abstração.A cadeira foi originalmente pintada na típica paleta De Stijl, em cinza, preto e branco, mas, em 1918, Reitveld repintou-a de vermelho, azul, amarelo e preto, para ressoar as pinturas de Piet Mondrian (1872- 1944), um colega membro do De Stijl. A surpreendente estética dessa peça de mobiliário causou sensação e – como aconteceu com as pinturas retilíneas de Mondrian – até hoje continua a evocar o ar de uma modernidade abstrata. Embora, originalmente, Rietveld pretendesse que a cadeira fosse produzida em massa (era feita de comprimentos uniformes de madeira, exigindo pouca habilidade na construção), na realidade, isso nunca aconteceu.Atualmente, a cadeira Vermelho/Azul permanece uma peça icônica única – como uma ideia concretizada de uma cadeira – no Toledo Museum of Art, em Ohio.
À direita: A cadeira escultural de cores vibrantes de Gerrit Thomas Rietveld abandonou os estilos e motivos tradicionais em prol da pura abstração como forma de se chegar ao design moderno.