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Isak kruglianskas compartilha sua extensa experiência profissional de 40 anos em pesquisa, consultoria e educação sobre inovação, gestão ambiental e sustentabilidade. Desde a origem do desenvolvimento sustentável até a ambiciosa agenda 2030, ele descreve o crescente interesse da sociedade e do mercado em inovações que atendam às demandas de sustentabilidade. O texto aborda o contexto atual que pressiona as empresas a inovar com foco em sustentabilidade, as mudanças tecnológicas e sociais que influenciam a inovação e os principais fatores motivadores que levam organizações a desenvolver iniciativas em inovação sustentável.
O que você vai aprender
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Minha experiência ao longo dos últimos 40 anos com pesquisa, consultoria e educação nas áreas de inovação, gestão ambiental e sustentabilidade tem mostrado o crescente interesse por atores públicos e privados na busca por inovações para atender às demandas da sociedade de um modo geral, e ao mercado em particular, para enfrentar as incertezas e complexidade dos problemas relacionados à (in) sustentabilidade do planeta, que colocam em risco os ecossistemas e a humanidade. As inovações cada vez mais vêm requerendo esforços coletivos para o desenvolvimento de uma economia mais sustentável, resiliente e inclusiva. Desde a sua origem, o conceito do desenvolvimento sustentável, proposto no Relatório Brundland em 1992, até ambiciosa Agenda 2030 e o Acordo de Paris, ambos ratificados em 2015 por 193 Estados-membros da ONU tenho assistido ao aumento progressivo da pressão da sociedade no sentido de ser cada vez mais exigente para dar a licença de operar às empresas e demais organizações públicas e privadas. Trata-se de uma oportunidade histórica e sem precedentes, que mobiliza pessoas e governos no mundo para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar humano, proteger o meio ambiente, e enfrentar as mudanças climáticas. As ações tomadas em 2015 resultaram nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de 17 objetivos e 169 metas que nortearão a nova agenda de desenvolvimento sustentável nos próximos anos. E que certamente demandará muita inovação, governança e cooperação.
P O R E L E
U M B R E V E H I S T Ó R I C O
Você quer ser uma liderança que reconhece a importância de fomentar uma economia mais inclusiva e de baixo carbono? Deseja saber mais sobre como reinventar a dinâmica empresarial que considera a sustentabilidade nas estratégias e tomada de decisão nos negócios? Então este E-book é para você.
P O R E L A
U M B R E V E H I S T Ó R I C O
A inovação é um dos principais fatores que influenciam positivamente a competitividade e o desenvolvimento econômico. Países que fomentam a inovação buscam melhoria na produtividade, tornando suas economias mais eficientes. Empresas inovadoras também apresentam um melhor desempenho econômico. O Brasil é um país com vocação para a sustentabilidade em razão de suas reservas naturais e biodiversidade, e apresenta grande potencial de contribuição para as mudanças climáticas. Diferentemente de países com economia madura, o Brasil possui uma infraestrutura industrial e tecnológica ainda em desenvolvimento, possibilitando a adoção de novas tecnologias para o fomento de uma econômica circular e de baixo carbono, sem demandar muitas reconversões de infraestrutura. Esse contexto requer a formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável e centradas em ações sistemáticas que considerem as incertezas e complexidade das questões contemporâneas da sustentabilidade, além da diversidade de atores e interesses divergentes envolvidos no processo.
Na perspectiva do desenvolvimento sustentável, o mundo contemporâneo utiliza cada vez menos materiais para produzir a mesma riqueza. No entanto, a pressão sobre os recursos continua crescendo em termos absolutos devido à magnitude do crescimento demográficos e consequentemente da produção, agravado pelo excesso de consumo e uso dos recursos naturais.
O conceito de inovação orientada para a sustentabilidade é abrangente e recebe denominações distintas, como inovação sustentável, verde, eco ou ambiental. O foco na redução do impacto ambiental é o aspecto central na inovação sustentável, na perspectiva de resultado, e não como uma meta estabelecida previamente ao seu desenvolvimento. O objetivo da inovação pode ser, por exemplo, a redução de custo por meio do uso eficiente de recursos naturais. A inovação sustentável demanda a integração de competências ao longo da cadeia produtiva da empresa, na qual a regulação ambiental incentiva a utilização de novos materiais e tecnologias, diferentes funcionalidades e usos e descartes para os produtos
Embora a mudança tecnológica não seja condição suficiente para a transição para a sustentabilidade, ela é um dos principais fatores que contribuem para a redução dos impactos ambientais dos produtos e dos processos envolvidos. As mudanças tecnológicas orientadas para a sustentabilidade são influenciadas por diversos fatores socioeconômicos, institucionais, e pela própria característica da inovação, como o grau de complexidade de sua implantação, compatibilidade com o sistema de produção existente e disponibilidade de capital (Del Rio Gonzalez, 2009).
Do ponto de vista da inovação sustentável, na vertente ambiental da sustentabilidade, direcionadores como o aumento da temperatura do planeta, o desmatamento e degradação ambiental, o esgotamento dos limites de utilização de alguns sistemas terrestres, a taxa de perda da biodiversidade e a interferência humana no ciclo do nitrogênio são muito relevantes, pois podem trazer consequências irreversíveis e catastróficas para muitas partes do planeta, afetando principalmente regiões mais pobres e vulneráveis Já a vertente social da sustentabilidade apresenta um cenário complexo diante de um aumento do contingente populacional estimado pela ONU de 6 para em 9 bilhões de pessoas até 2050, que gerará aumento das expectativas e de atritos com relação ao fornecimento de energia, segurança alimentar, saneamento, moradia, disponibilidade de recursos naturais, degradação dos ecossistemas e bem-estar humano.
Dentre os principais fatores motivadores de um projeto corporativo de inovação estão o aumento de participação de mercado e da lucratividade nos negócios, melhoria da reputação, captura de parte do mercado sensível às questões socioambientais e fortalecimento da licença de operar por parte da sociedade. Portanto, a análise das condições de setores específicos para o desenvolvimento de uma inovação sustentável é relevante, pois as empresas somente fazem investimentos em iniciativas de inovação se percebem valor e seu potencial de retorno.
Se por um lado a trajetória do desenvolvimento sustentável é
complexa, por outro, pode trazer oportunidades para as
empresas por meio de iniciativas de inovação sustentável. As
lideranças empreendedoras são fundamentais para o
alinhamento das estratégias organizacionais com as novas
demandas da sociedade pautadas nos princípios do
desenvolvimento sustentável.
Política ambiental (comando e controle ou instrumentos de incentivo de mercado); estrutura institucional (redes de inovação, oportunidades política em grupos orientados para a sustentabilidade); acordos internacionais ou convenções; legislação de patente; padrão de emissão; regulação esperada
Recursos financeiros (incluindo a disponibilidade de capital de risco) e investimento em P&D para projetos de eco- inovação; capacidade tecnológica; existência de práticas, ferramentas e sistema de gestão ambiental; competência técnica especializada para desenvolver ecoinovações; patentes ambientais
A influência governamental é considerada um dos principais determinantes de iniciativas em inovação sustentável, onde empresas se beneficiam com a redução de custo e risco, e do cumprimento da regulação concomitantemente. Os resultados esperados são a redução do impacto ambiental, o desenvolvimento de produtos com melhor qualidade e o aumento da competitividade internacional das empresas. A presença de regulação combinada com subsídios e incentivos econômicos é condicionante na medida em que diversos projetos de inovação sustentável apresentam riscos e seus benefícios são difíceis de internalizar.
Fatores específicos de cada empresa, como a disponibilidade para investimento em P&D focado em sustentabilidade, assim como a capacidade tecnológica apresentam-se como requisitos básicos para viabilizar um projeto com essas características. Por outro lado, tendências de consumo e a demanda de mercado são determinantes da inovação sustentável.
Não se trata apenas de melhorar aspectos da eco-eficiência nos processos produtivos, mas repensar coletivamente as estratégias governamentais, empresariais e os padrões de consumo das sociedades contemporâneas. A relação deve ser do tipo ganha-ganha para o governo, empresas e indivíduos. Políticas públicas orientadas para o desenvolvimento sustentável devem ser respaldadas por mecanismos de governança e arranjos de implementação que fomentem a inovação sustentável, incluindo metas de longo prazo, mudanças tecnológicas e institucionais de forma sistêmica, além de desenvolver um conjunto de medidas políticas coerentes com uma transição para uma economia de baixo carbono que respeite a capacidade do planeta relativamente à extração de seus recursos naturais e à absorção de descartes juntamente com a busca de uma sociedade mais justa e ética.
Pinsky, V. C., & Kruglianskas, I. (2019). Gestão estratégica da sustentabilidade: experiências brasileiras. Alta Books Editora.
Abramovay, R. (2012). Muito além da economia verde. São Paulo: Editora Abril.
Barbieri, J. C. (2020). Desenvolvimento sustentável - Das origens à agenda 2030. São Paulo: Editora Vozes
Del Rio Gonzalez, P. (2009). The empirical analysis of the determinants for environmental technological change: A research agenda. Ecological Economics, 68(3), 861–878. https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2008.07.
Figueres, C.; Rivett-Carna, T. (2020). The Future We Choose: Surviving the Climate Crisis. Editora Knopf
ONU. (2015). Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/
Sachs, J. (2017). A era do Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Editora Actual.
World Economic Forum. (2020). The Global Risk Report 2020. Disponível em https://www.weforum.org/reports/the-global-risks- report-
L E I T U R A S S U G E R I D A S
Professora FIA ONLINE e em diversos curso de pós-graduação e mestrado profissional, coordenadora adjunta do PROGESA- FIA, pesquisadora associada na FEAUSP e consultora em desenvolvimento sustentável.
Presidente da FIA, coordenador do PROGESA-FIA, professor titular sênior na FEAUSP, pesquisador e consultor em inovação e sustentabilidade.
S O B R E O S A U T O R E S