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BIOECOLOGIA E MANEJO INTEGRADO DE CUPINS
Tipologia: Resumos
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Geraldo Andrade Carvalho^1 Os cupins são insetos sociais que apresentam castas reprodutoras e não reprodutoras, vivendo em colônias permanentes chamadas de termiteiros ou cupinzeiros. São mastigadores e se desenvolvem por paurometabolia (ovo-ninfa-adulto), constituindo importante grupo de insetos daninhos às pastagens. Os indivíduos alados (reprodutores) possuem 2 pares de asas membranosas semelhantes, daí o nome da ordem ( Iso = igual; ptera = asa). As asas possuem uma sutura basal característica, a qual favorece a queda das asas após o período reprodutivo, sobrando, adjacente ao corpo do inseto, uma escama, importante na taxonomia dos cupins (Figura 1). Figura 1. Indivíduo alado e detalhe da sutura basal. Fonte: Berti Filho (1993). (^1) Prof. do Depto. de Entomologia da UFLA. E-mail: gacarval@ufla.br
As operárias e soldados dos cupins possuem uma depressão com poro frontal na cabeça, denominada fontanela, que é ligada a uma glândula cefálica, e expele um líquido viscoso e espesso, com função de defesa. Outra característica importante de insetos dessa ordem é a associação mutualística existente entre o inseto e protozoários que se localizam no intestino do mesmo, geralmente pertencentes ao Filo Mastigophora, Classe Hypomastigina, responsáveis pela digestão do material celulósico ingerido pelo inseto. Os indivíduos adultos dos cupins podem ser de 2 categorias: reprodutores: sexuados alados ou ápteros estéreis: operárias e soldados Anualmente (entre agosto e outubro), ocorre nas colônias de cupins um fenômeno conhecido como revoada, caracterizado pelo surgimento dos indivíduos reprodutores alados (siriris ou aleluias). Após a cópula, os machos e fêmeas, agora ápteros, tornando-se reis e rainhas, que serão responsáveis pelo estabelecimento de um novo ninho. A ordem Isoptera apresenta cerca de 2000 espécies em todo o mundo, sendo que no Brasil, ocorrem 3 famílias: Kalotermitidae: cupins sem fontanela, que atacam madeira seca; não apresentam operárias; os principais gêneros são Cryptotermes, Neotermes e Rugitermes. Rhinotermitidae: cupins com fontanela e escamas alares grandes; não apresentam dentes basais na mandíbula; constroem ninhos subterrâneos, atacando plantas vivas e madeira morta; os principais gêneros são Coptotermes e Heterotermes.
As chamadas castas dos cupins, assim como em todos os insetos sociais (formigas, abelhas, etc.) são divisões morfo-fisiológicas dos indivíduos da colônia de acordo com sua função na sociedade. Dessa forma, temos, de maneira geral: Castas Temporárias (alados e sexuados) Permanentes (ápteros sexuados e não sexuados) (sexuados) (Sexuados) (não sexuados) Fêmeas (aleluias) Machos (aleluias) Rainha e rei (função de reprodução) Ninfas de substituição (substituir a rainha e o rei caso morram) Operárias (coletam e transportam o alimento e constroem o ninho) Soldados (defende m a colônia e auxiliam as operárias) A origem das castas pode ser explicada por duas teorias básicas. A primeira recorre a uma questão hereditária, ou seja, na fase embrionária da blastogênese se daria a definição da casta a que pertenceria o indivíduo. A segunda teoria baseia-se em questões nutricionais, ou seja, insetos que, na fase de ninfa, recebem alimento proctodeal, contendo saliva, teriam uma inibição na permanência de protozoários no intestino, o que daria espaço para o desenvolvimento normal do aparelho reprodutor, originando as
formas reprodutoras (aleluias). O mais óbvio seria supor uma conjunção dos fatores genéticos e nutricionais (Figura 3). Figura 3. Ciclo de desenvolvimento de cupins, mostrando as diferentes castas. Fonte: Berti Filho (1993). A formação da colônia de cupins inicia-se com a revoada como acontece com as formigas. Os alados, conhecidos como siriris ou aleluias, são formados em grande número alguns meses antes da revoada. A época de revoada varia de agosto a outubro e acontece sempre no crepúsculo de dias claros e tardes nubladas e de alta umidade do ar.
Como estes organismos vivem no aparelho digestivo dos cupins, eles são eliminados durante o processo de muda e, portanto, após cada ecdise os cupins devem receber novos organismos simbiontes. Para que isso ocorra, os cupins desenvolveram o comportamento de trofalaxia (troca de alimentos entre indivíduos), que pode ser pela boca (alimento estomodeico) ou pelo ânus (alimento proctodeico). Este comportamento e o de canibalismo, que é acentuado, são muito importantes no controle de cupins. Além disso, há um comportamento típico, conhecido como "grooming" (= limpeza), através do qual os indivíduos lambem-se uns aos outros. Esse mecanismo parece funcionar como forma de comunicação, mas, principalmente, agindo na eliminação de partículas estranhas ou patógenos que podem causar doenças em indivíduos de uma colônia, e também deve ser considerado quando da introdução de algum agente de controle destes insetos. GRUPOS DE IMPORTÂNCIA EM PASTAGENS a) Heterotermes tenuis e Heterotermes longiceps (Rhinotermitidae) Características: ninho subterrâneo e difuso; operárias pequenas, esbranquiçados, de aspecto vermiforme; Prejuízos: provocam tunelamento das estruturas das plantas, como raízes, colo e caule; importantes na cultura da cana-de-açúcar, causando perda do poder germinativo dos toletes e prejudicando o desenvolvimento das rebrotas (soqueiras). b) Cornitermes cumulans e Cornitermes bequaerti (Termitidae)
Características: ninhos em montículos; formato variado; 50 a 100 cm de altura; câmara externa de terra cimentada com saliva, de 6 a 10 cm de espessura; parte interna de celulose e terra, menos dura, com galerias horizontais superpostas e separadas por paredes verticais, revestidas por camada escura; Prejuízos: ocupam espaço na pastagem; dificultando os tratos culturais e o manejo do pasto (dependente do nível de tecnologia adotado). Com relação ao consumo da pastagem, há controvérsias entre os estudos, surgindo recentemente o conceito de que o cupim de montículo é uma "praga estética" (aspecto visual desagradável ao produtor). c) Syntermes molestus, Syntermes obtusus e Syntermes insidians Características : ninhos subterrâneos com pequenas câmaras semelhantes aos de formigas "lava-pés"; há comunicação entre as câmaras, e entre estas e o exterior, por meio de canais estreitos e tortuosos, que se abrem como "olheiros", num diâmetro de 5 a 8 metros na superfície do solo; Prejuízos : exercem o forrageamento da pastagem, cortando as plantas ao nível do colo, causando um ataque em reboleiras, e prejudicando a rebrota; também atacam a raiz da pastagem, causando aspecto de secamento. MÉTODOS DE CONTROLE Dentro do esquema de Manejo Integrado de Pragas (MIP), deve-se utilizar a integração dos vários métodos de controle, associados a medidas culturais e conhecimento da situação da área em questão, como por exemplo:
Gênero Cornitermes (cupins de montículo)
As formigas cortadeiras são insetos sociais que apresentam castas reprodutoras e não reprodutoras, vivendo em colônias permanentes. São mastigadores e se desenvolvem por holometabolia (ovo-larva-pupa-adulto). Constituem o mais importante grupo de insetos daninhos às culturas, pois atacam intensamente e constantemente as plantas em qualquer estádio de crescimento, cortando suas folhas, que são carregadas para o interior dos ninhos localizados sob o solo, onde cultivam fungos simbiontes. Isso torna difícil o seu controle e exige combates intensos. Pertencem a Ordem
Hymenoptera, Família Formicidae e Subfamília Myrmecinae. Os gêneros de maior importância são Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns). Os ninhos subterrâneos possuem dezenas ou centenas de câmaras (conhecidas, também, como panelas) ligadas entre si e com o exterior por meio de galerias. No exterior nota-se os montes de terra solta formado pela terra retirada das câmaras e galerias. Quando adulto, um sauveiro pode medir mais de 200 m 2 , com uma população que pode variar de 3 a 8 milhões de formigas. ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA EM PASTAGENS As formigas cortadeiras, do gênero Atta e Acromyrmex distribuem-se desde o sul dos Estados Unidos até o centro da Argentina. Somente no Brasil, ocorrem 20 espécies e nove subespécies de Acromyrmex e 10 espécies e três subespécies de Atta. Espécie Nome Comum Ocorrência Atta bisphaerica Saúva-mata- pasto
Atta capiguara Saúva-parda SP, MT, MG Atta goiana cabeça-de- vidro GO e MT Atta laevigata cabeça-de- vidro
Atta vollenweideri Saúva RS e MS Acromyrmex heyeri Formiga-de- monte vermelha
Acromyrmex landolti balzani boca-de-cisco SP, MG, SC, GO, MS Acromyrmex landolti landolti boca-de-cisco AM, PA, RO Acromyrmex landolti fracticornis boca-de-cisco AM, PA, RO
Atta laevigata Cabeça muito brilhante ("envernizada") (saúva cabeça-de- vidro) Soldados grandes e brilhantes Monte de terra solta alto Olheiros se abrem no nível do monte de terra solta ESTRUTURA DO FORMIGUEIRO Panelas de Fungo: são câmaras que contem a cultura do fungo ou jardins de fungo; Panelas de Lixo: são câmaras destinadas ao depósito de resíduos de vegetal esgotado, fungo exaurido e cadáveres de formigas; Panelas Vazias: são câmaras vazias à espera de lixo ou de fungo; Panelas de Terra: são câmaras que possuem terra solta em seu interior; Olheiros: são aberturas externas dos ninhos; Canais: são túneis que interligam as câmaras e estas com os olheiros. Carreiros: são caminhos externos percorridos pelas formigas, para buscar alimento. CASTAS DE FORMIGAS CORTADEIRAS São divisões morfo-fisiológicas dos indivíduos de uma colônia de acordo com sua função na sociedade.
Castas Temporárias (alados e sexuados) Permanentes (ápteros Sexuados e não sexuados) Fêmeas (tanajuras ou içás) Machos (bitús) Rainha (sexuada) Operárias (estéreis) põe os ovos e mantém a colônia organizad a Jardineira s (cultivo do fungo) Cortadeiras (cuidam da prole, cortam e transportam o alimento e constroem o ninho) Soldados (defendem a colônia e auxiliam as cortadeiras) FORMAÇÃO DA COLÔNIA DE Atta spp. Sauveiro adulto Revoada Cópula em 30 a 60 Queda no fêmeas cortam (38 meses) (out-dez) vôo Minutos solo as asas e iniciam a Machos escavação do 18 meses morrem formigueiro 48 hs Abertura do Regurgitação 10 o^ olheiro do fungo 4 meses 5 dias Abertura do Oviposição 2 o^ olheiro 14 meses 20 dias Abertura do 30 dias Surgem os 10 dias Surgem as 22 dias Surgem as
Cultura armadilha Plantas como o gergelim, capim braquiarão, mamona, ou batata- doce, plantadas nas bordas da cultura principal, servem como alimento alternativo ou mesmo como cultura armadilha, capaz de produzir efeito tóxico ou repelente para a praga. c) Controle Biológico Restringir a caça e o uso de agrotóxicos As aves são importantes predadores de formigas cortadeiras no período de revoada e os tatus escavam formigueiros para se alimentar das formigas e da massa de fungo, matando o formigueiro, portanto, devem ser preservados. Uso de faixas de vegetação nativa entre os talhões da pastagem As faixas de vegetação nativa reduzem a instalação de novos formigueiros na área, por servir de abrigo aos inimigos naturais das formigas, principalmente pássaros, contribuindo para a redução das populações desse inseto. d) Controle Químico As operações de combate químico de formigas cortadeiras são divididas em duas: Combate inicial É realizado 30 a 60 dias antes do preparo do solo ou da limpeza da área para o plantio. Serve para matar os formigueiros grandes e reduzir ao
máximo sua densidade. Neste tipo de combate pode-se utilizar iscas formicidas ou termonebulizadores. Repasse : É o segundo combate de formigas. Consiste na revisão do combate inicial, e serve para matar os formigueiros que sobreviveram ao primeiro combate. É realizado 30 a 60 dias antes do plantio. Nesse tipo de combate, tem-se utilizado iscas, termonebulizadores ou pós secos. Para realizar o controle químico de formigas cortadeiras deve-se antes medir a área de terra solta do formigueiro, pois as dosagens dos inseticidas baseiam-se nessa área. Existem dois métodos de medição da área do formigueiro:
- Método da área total de terra solta : é a área resultante da multiplicação do maior comprimento pela maior largura da área ocupada pelos montículos de terra solta. Área Total = comprimento AB x comprimento CD () = olheiro de abastecimento - Método da área estratificada : é a área resultante da soma das áreas individuais de cada montículo de terra solta. Esse método reduz em A B D C