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Guias e Dicas
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Identificação de Fatores que Levam à Formação de Atletas de Voleibol na Seleção Brasileira, Notas de aula de Desenvolvimento Humano

Uma investigação sobre os elementos que contribuem para o surgimento e desenvolvimento de atletas de voleibol que chegam à seleção brasileira de base. O estudo utiliza a teoria bioecológica do desenvolvimento humano para analisar as características pessoais, processos e contextos envolvidos. As entrevistas realizadas com atletas revelaram a importância do amor pelo voleibol, estatura elevada, prática desde a infância e especialização logo ao ingressar na modalidade.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Gisele
Gisele 🇧🇷

4.5

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE ATLETAS NO VOLEIBOL
BRASILEIRO SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA BIOECOLÓGICA
DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Rodrigo Lara Rother
Lajeado, outubro de 2014
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Baixe Identificação de Fatores que Levam à Formação de Atletas de Voleibol na Seleção Brasileira e outras Notas de aula em PDF para Desenvolvimento Humano, somente na Docsity!

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE ATLETAS NO VOLEIBOL

BRASILEIRO SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA BIOECOLÓGICA

DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Rodrigo Lara Rother

Lajeado, outubro de 2014

Rodrigo Lara Rother

ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE ATLETAS NO VOLEIBOL

BRASILEIRO SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA BIOECOLÓGICA

DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ambiente e Desenvolvimento - PPGAD, do Centro Universitário Univates, como parte da exigência para obtenção do título de Mestre em Ambiente e Desenvolvimento.

Orientadora: Dra. Margarita Rosa Gaviria Mejia

Lajeado, outubro de 2014

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que contribuíram e tornaram possível a realização desta dissertação. Primeiramente a Confederação Brasileira de Voleibol, nas pessoas do Prof. Antônio Rizzola, que apoiou minha iniciativa de investigar e tentar contribuir com o desenvolvimento do voleibol desde o primeiro contato que fizemos, além do que, foi personagem central na viabilização deste estudo; ao Sr. Hélcio Nunan Macedo, pela forma carinhosa que me recebeu no Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema/RJ. Do alto de toda sua experiência, percebi em nossas conversas que além de conhecimento técnico da modalidade, tem muito a ensinar sobre humildade, simplicidade e simpatia para os técnicos mais jovens que, como eu, ainda “engatinham” no voleibol; e ao Juca Klein, técnico da Seleção e grande amigo, que possibilitou as conversas com as atletas e não mediu esforços para o sucesso desta jornada. A forma que conduziu a Seleção naquela oportunidade me lembrou que ainda tenho muito a aprender com ele e demonstrou que tem todos os méritos por ter chegado onde está.

Para as atletas da Seleção Brasileira, que conhecia como adversárias dentro das quadras, meu muito obrigado. Mesmo exaustas pela forte rotina de treinamentos à véspera da competição, disponibilizaram um precioso tempo para conversarmos sobre suas vidas.

Agradeço também a minha orientadora Prof. Dra. Margarita Rosa Gaviria Mejia, pelo conhecimento compartilhado, paciência e exigência. Suas observações intermináveis nos documentos que produzi me mostraram que as habilidades de

persistência, garra e perfeccionismo, que tanto prego para minhas atletas no voleibol, devem ser utilizadas também no processo de produção científica.

A minha família e amigos, só vocês sabem o quanto são fundamentais em tudo que faço. Nenhuma palavra descreve isso.

Na impossibilidade de citar o nome de todos que me auxiliaram até aqui, estendo meu agradecimento ainda as pessoas que deram suas pequenas contribuições no dia a dia, e que somadas foram de imensurável relevância na realização deste estudo.

Realmente aprendi muito com todos e sou eternamente grato por isso.

RESUMO

Mesmo enfrentando um cenário adverso, o voleibol tem sido uma modalidade esportiva que obtêm sucesso não somente nos resultados conquistados no âmbito internacional, mas principalmente na formação de novos atletas e renovação das seleções nacionais. Este fenômeno é o tema da presente dissertação de mestrado, a qual objetiva analisar, sob a perspectiva da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, os fatores que determinam o surgimento e desenvolvimento das atletas que chegam a Seleção Brasileira de voleibol feminino de base. Para tanto, se fez uma revisão de literatura, uma análise teórico metodológica dos elementos analíticos da referida Teoria e entrevistas com 12 atletas da seleção feminina de base que representaram o país numa competição sulamericana, tendo seus discursos categorizados conforme os elementos subjacentes a Teoria citada. Os resultados foram discutidos com as ponderações encontradas na literatura e com as experiências que o pesquisador adquiriu ao longo de dezesseis anos atuando na área investigada. Percebeu-se nas falas das atletas que elas praticaram atividades diversificadas em sua infância tanto nos ambientes informais (como a turma de amigos da rua), quanto formais (em aulas de Educação Física e “Escolinhas Esportivas”). Estas atividades, mesmo não tendo uma organização sistematizada, proporcionaram de forma complementar o aumento do repertório motor e desenvolvimento de habilidades. Como as atletas apresentavam neste período da vida estatura superior as demais crianças da sua faixa etária e gosto por atividades competitivas, acabaram ingressando no voleibol motivadas por familiares, amigos, professores ou mesmo por iniciativa própria. A partir da evidência da sua estatura, força física e/ou habilidade específica para a prática do voleibol foram destacando-se das demais, o que chamou a atenção dos observadores da Seleção Brasileira que, somente nesta fase da formação da atleta, propõem pela primeira vez uma sistemática para avaliar e promover o ingresso na equipe nacional. Concluiu-se que, mesmo não existindo no Brasil uma sistemática de detecção, formação, seleção e promoção de talentos no esporte como o sugerido pela literatura em modelos de Treinamento de Longo Prazo (TLP), da grande quantidade de crianças que praticam voleibol que apresentam atributos pessoais significativos para a prática, a minoria as somarão a um ambiente familiar e esportivo adequado e a atividades que se complementem de alguma forma no desenvolvimento físico, psicológico, social e cognitivo da atleta. A aplicação de um modelo de TLP

promoveria uma quantidade maior de talentos no esporte que possam chegar a Seleção Brasileira de voleibol de base.

Palavras-chave : Voleibol. Aptidão. Desenvolvimento Humano. Educação Física.

aplicación de un modelo ELP puede promover una mayor cantidad de talentos deportivos que se pueden llegar a la base del equipo brasileño de voleibol.

Palabras clave: Voleibol. Capacidad. Desarrollo Humano. Educación Física.

LISTA DE ABREVIATURAS

PPCT – Modelo bioecológico de estudo referente a Pessoa, ao Processo, ao Contexto e ao Tempo

TLP – Treinamento de Longo Prazo

CBV – Confederação Brasileira de Voleibol

CDV – Centro de Desenvolvimento do Voleibol

SUMÁRIO

  • 1 INTRODUÇÃO
  • 2 TEORIA BIOECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
    • 2.1 Avanços Ecológicos e conceito de desenvolvimento
    • 2.2 Modelo “PPCT”
    • 2.2.1 Processo
    • 2.2.2 Pessoa.........................................................................................................
    • 2.2.3 Contexto......................................................................................................
    • 2.2.3.1 Microssistema
    • 2.2.3.2 Mesossistema
    • 2.2.3.3 Exossistema
    • 2.2.3.4 Macrossistema
    • 2.2.4 Tempo
    • HUMANO NO ESPORTE: UMA REVISÃO DA LITERATURA 3 APLICABILIDADE DA TEORIA BIOECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO
  • 4 O DESENVOLVIMENTO HUMANO E O ESPORTIVO
    • 4.1 O Talento para o esporte e a Pessoa para Bronfenbrenner
    • 4.2 TLP como um modelo de desenvolvimento
    • 4.3 Duração e procedimentos realizados no TLP
    • 4.4 A “assistemática” do TLP no Brasil
    • VOLEIBOL 5 INVESTIGANDO O SURGIMENTO E A FORMAÇÃO DOS TALENTOS PARA O
    • 5.1 Tipo de pesquisa
    • 5.2 População e amostra
    • 5.3 Coleta dos dados
    • 5.3.1 Procedimentos técnicos e metodológicos
    • 5.3.2 Instrumento de coleta
    • 5.4 Apresentação e discussão dos resultados.................................................
    • 5.5 Questões éticas e legais...............................................................................
    • BASE DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL FEMININO 6 CARACTERIZAÇÃO BIOECOLÓGICA DAS ATLETAS DAS CATEGORIAS DE
    • nacional 6.1 A relevância da amostragem e sua representatividade no voleibol
    • 6.2 Atributos pessoais para ingressar e obter sucesso no voleibol
    • 6.2.1 Disposições
    • 6.2.2 Recursos
    • 6.2.3 Demandas
    • talentos 6.3 Processos que contribuem com o surgimento e o desenvolvimento dos
    • 6.4 Ambientes, relações e influências na formação de atletas
    • desenvolvimento 6.5 Trajetória esportiva e eventos históricos significativos ao
    • BRASILEIRO 7 CONCLUSÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE ATLETAS NO VOLEIBOL
  • REFERÊNCIAS

durante todo o processo de preparação, não somente naquele em que a competição recebe cobertura da mídia e estampa a imagem do apoiador para o mundo. Este trabalho de longo prazo deve iniciar na base, mesmo antes da detecção do futuro talento esportivo.

Reside aí a desvantagem do Brasil em relação a países que ocupam os primeiros lugares no quadro de medalhas do esporte mundial. Mesmo havendo modelos na literatura que sirvam de referência para o trabalho formativo no esporte, como é o caso de Dantas (1995) e Bohme (2000) que apresentam o Treinamento de Longo Prazo (TLP) como parâmetro e uma possível opção técnica para a sistematização na detecção e desenvolvimento de talentos, no Brasil não se adota um modelo, ou simplesmente não se segue o indicado pela literatura. Esta ausência de sistematização, ou até mesmo de orientação para ações formativas, gera uma lacuna que tem sido preenchida por toda a sorte de iniciativas realizadas por clubes, escolas, “escolinhas esportivas”, entre outros, permitindo que cada um destes crie suas próprias metodologias (quando existem) que não necessariamente atendem ao que o atleta em formação necessita.

Apesar dos entraves mencionados, alguns atletas brasileiros e modalidades esportivas específicas têm conseguido destacar-se mundialmente e obter merecido reconhecimento mundial. Este é o caso do voleibol, no qual as seleções brasileiras, seja na quadra ou na areia, no masculino ou no feminino, nas categorias maiores ou nas de base, são atualmente referência mundial na modalidade, tendo conquistado todos os títulos possíveis. Muitos desses atletas são ídolos nacionais, amplamente reconhecidos, patrocinados por marcas de renome e com contratos de valores elevados, tanto para jogarem em equipes do exterior como em equipes nacionais.

Considerando esta situação paradoxal entre a realidade da maioria das modalidades esportivas nacionais e especificamente a do voleibol, não somente no que diz respeito a resultados e títulos conquistados em quadra, mas sim ao sucesso na formação de atletas e qualidade na renovação das equipes nacionais, baseia-se nesse panorama esportivo o problema central desta investigação, que consiste em identificar quais são os elementos que levam ao surgimento e desenvolvimento dos

atletas de voleibol que chegam ás seleções brasileiras de base. Este fenômeno ganha importância a medida que se sabe que no Brasil não é realizado um trabalho sistemático de descoberta e desenvolvimento de talentos esportivos.

Para abordar o problema, propõe-se uma investigação aprofundada, que ofereça recursos teóricos e metodológicos que ajudem a compreender os elementos subjacentes ao surgimento e desenvolvimento do talento esportivo, até mesmo antes dele ingressar em uma equipe ou em um programa de treinamento formal. Nesse sentido, adota-se uma perspectiva de análise que considera a pessoa, suas características e atributos, as relações inter pessoais, influências que sofre e exerce junto ao ambiente ao qual está inserido e, ainda, que contemple seu desenvolvimento ao longo do tempo.

A perspectiva de análise que possibilita refletir sobre as questões referenciadas acima é a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, criada por Urie Bronfenbrenner, a qual apresenta uma perspectiva ecológica do desenvolvimento, abordando os aspectos saudáveis do mesmo. Nele, os estudos são realizados nos ambientes próprios onde ocorrem os fenômenos investigados e a análise da participação da pessoa nos mesmos é focalizada no maior número possível de ambientes e relações com outras pessoas. Esta teoria valoriza ainda os processos psicológicos e sociais e sua relação com as multideterminações ambientais, sem negligenciar a importância dos fatores biológicos no decorrer do desenvolvimento.

A utilização da teoria de Bronfenbrenner no campo esportivo, mais especificamente no processo de formação nas categorias de base, permite compreender o jovem atleta dentro de um contexto, considerando seu desenvolvimento de forma dinâmica e concomitante nos diversos ambientes onde está inserido. Como este atleta freqüenta vários ambientes na sua infância (família, escola, grupo de amigos, entre outros), assim como passa por diferentes processos de formação, ocorrem interfaces entre estes e o seu desenvolvimento. Desta forma, todos devem ser considerados, descritos e compreendidos da maneira mais contextualizada possível.

elaboradas através da associação entre os componentes da Teoria Bioecológica e o TLP.

Já na pesquisa de campo, foram realizadas entrevistas para analisar os fatores que influenciam no surgimento e na continuidade das atletas de voleibol que chegam a base da Seleção Brasileira à luz das categorias de análise subjacentes a Teoria Bioecológica. O pesquisador entrevistou as atletas da Seleção Brasileira durante uma concentração no Centro de Desenvolvimento do Voleibol, no Rio de Janeiro. Mais do que entrevistas, foram conversas amistosas através das quais se procurou entender os elementos subjacentes a este processo esportivo com base na analise, não da manifestação das atletas como sujeitos em si, mas de um falante e do falado, em vista de que através delas outros ditos se dizem. Esta perspectiva inspira-se na idéia de que a linguagem corrente contém, em seu vocabulário e sintaxe, uma filosofia petrificada do social, sempre pronta a ressurgir em palavras comuns e expressões (BOURDIEU; CHAMBOREDON; PASSERON, 2004; FOUCAULT, 1997).

De acordo com o anterior, o discurso é uma forma de produção de conhecimento, resulta da prática de produzir significados a partir da linguagem das atletas, neste caso, sem distinção de pensamento e ação ou linguagem e prática. Em outros termos, o discurso é uma linguagem que se constrói na prática e um significante que produz significados (BARTHES, 1973). Além disso, penetra e influencia as práticas sociais (HALL, 1993).

Com base nos pressupostos esboçados acima, nos próximos capítulos estão apresentados um aprofundamento das conceituações da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, bem como seus elementos subjacentes. A seguir, uma revisão bibliográfica sobre a aplicabilidade desta teoria no esporte e um paralelo sobre o desenvolvimento humano e o esportivo, apresentando as etapas que a literatura sugere para uma formação ideal de um talento no esporte.

Após o referencial teórico, apresenta-se a metodologia aplicada para investigar os processos formativos no voleibol brasileiro, onde utilizou-se um olhar bioecológico sobre o fenômeno. Já no capítulo seguinte, abordam-se os resultados

obtidos, bem como sua categorização em cada um dos elementos propostos pela teoria e a discussão com a literatura especializada. E no último capítulo, se discorre acerca das conclusões obtidas a partir dos resultados do estudo.

Com os resultados da investigação apresentados nesta dissertação, espera- se contribuir no aprofundamento dos conhecimentos acerca dos processos formativos e de qualificação no esporte. O voleibol brasileiro, como exemplo de sucesso, deve ser compreendido não somente para servir de modelo para novas iniciativas, mas também para seguir reinventando-se e evoluindo na direção de manter-se em evidência no cenário internacional.