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proporcionando grande alegria a ele (Duryodhana) por proferir ruidosamente ... de Arjuna), no diálogo entre Kṛṣṇa e Arjuna da Bhagavadgītā, a essência da.
Tipologia: Notas de aula
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Retirada de O Mahābhārata de Kṛṣṇa-Dvaipāyana Vyāsa, Livro 6: Bhīṣma Parva, capítulos 25 a 42. Traduzida para Prosa Inglesa do Texto Sânscrito Original por Kisari Mohan Ganguli [1883-1896]
AVISO DE ATRIBUIÇÃO Escaneado em sacred-texts.com, 2004. Verificado por John Bruno Hare, Outubro 2004. Este texto é de domínio público. Estes arquivos podem ser usados para qualquer propósito não comercial, desde que este aviso de atribuição seja mantido intato.
Traduzida para o Português por Eleonora Meier.
preparados para lutar fazendo o que é agradável em batalha para o filho de mente má de Dhṛtarāṣṭra.'"
Sañjaya continuou, “Assim abordado por Guḍākeśa, ó Bhārata, Hṛṣīkeśa, colocando aquele carro excelente no meio dos dois exércitos, na vista de Bhīṣma e Droṇa e de todos os reis da terra, disse, 'Observa, ó Pārtha, esses Kurus reunidos.‟ E lá o filho de Pṛthā viu, posicionados, (seus) progenitores e netos, e amigos, e sogro e benquerentes, em ambos os exércitos. Vendo todos aqueles parentes posicionados (lá), o filho de Kuntī, possuído por extrema compaixão, desanimadamente disse (estas palavras).”
“Arjuna disse, 'Vendo esses parentes, ó Kṛṣṇa, reunidos e ávidos pela luta, meus membros ficam lânguidos, e minha boca fica seca. Meu corpo treme, e meus cabelos se arrepiam. O Gāṇḍīva desliza da minha mão, e minha pele queima. Eu não posso aguentar (mais); a minha mente parece vagar. Eu vejo presságios adversos também, ó Keśava. Eu não desejo vitória, ó Kṛṣṇa, nem soberania, nem prazeres. De que utilidade a soberania seria para nós, ó Govinda, ou prazeres, ou mesmo a vida, uma vez que aqueles, por cuja causa soberania, divertimentos e prazeres são desejados por nós, estão aqui organizados para lutar preparados para abandonar vida e riqueza, isto é, preceptores, progenitores, filhos e avôs, tios maternos, sogros, netos, cunhados, e amigos? Eu não desejo matá-los embora eles me matem, ó matador de Madhu, nem pela soberania dos três mundos, quanto mais então por causa (dessa) terra! Que satisfação pode ser nossa, ó Janārdana, por matar os Dhārtarāṣṭras? Mesmo que eles sejam considerados como inimigos, o pecado nos colherá se nós os matarmos. Portanto, não cabe a nós matar os filhos de Dhṛtarāṣṭra que são nossos próprios parentes. Como, ó Mādhava, nós poderíamos ser felizes por matar nossos próprios parentes? Mesmo que eles, com raciocínio pervertido pela avareza, não vejam o mal que resulta do extermínio de uma família, e o pecado de rixas mutuamente destrutivas, por que nós, ó Janārdana, que vemos os males do extermínio de uma linhagem, não deveríamos nos abster desse pecado? Uma linhagem sendo destruída, os costumes eternos daquela linhagem são perdidos; e após aqueles costumes serem perdidos o pecado domina a linhagem inteira. Por causa da predominância do pecado, ó Kṛṣṇa, as mulheres daquela linhagem se tornam corruptas. E as mulheres tornando-se corruptas, uma mistura de castas acontece, ó descendente de Vṛṣṇi. Essa mistura de castas leva para o inferno o destruidor da linhagem e a própria linhagem. Os ancestrais deles caem (do céu), seus ritos de piṇḍa e água cessando. Por esses pecados de destruidores de raças, que causam mistura de castas, as regras de casta e os ritos eternos de famílias se tornam extintos. Nós temos ouvido, ó Janārdana, que homens cujos ritos familiares se tornam extintos sempre residem no inferno. Ai, nós decidimos cometer um grande pecado, pois estamos preparados para matar os nossos próprios parentes por cobiça das doçuras da soberania. Seria melhor para mim se os filhos de Dhṛtarāṣṭra, armas nas mãos, me matassem em batalha, (eu mesmo) desarmado não reagindo."'
Sañjaya continuou, "Tendo falado dessa maneira no campo de batalha, Arjuna, sua mente atormentada pela aflição, jogando de lado seu arco e flechas, sentou-se em seu carro."
[Aqui termina a primeira lição intitulada "Avaliação das Tropas" (ou A Aflição de Arjuna), no diálogo entre Kṛṣṇa e Arjuna da Bhagavadgītā, a essência da religião, do conhecimento de Brahma, e do sistema de Yoga, contido dentro do Bhīṣmaparvan do Mahābhārata de Vyāsa que contém cem mil versos.]
Sañjaya disse, "Para ele assim cheio de compaixão, seus olhos cheios e oprimidos por lágrimas, e desanimando, o matador de Madhu disse estas palavras."
O Santo disse, "De onde, ó Arjuna, vem sobre ti, em tal crise, esse desânimo que é impróprio em uma pessoa de nascimento nobre, que exclui uma pessoa do céu, e é produtivo de infâmia? Que nenhuma afeminação seja tua, ó filho de Kuntī. Isso não te fica bem. Livrando-te dessa vil fraqueza de coração, levanta, ó castigador de inimigos."
Arjuna disse, "Como, ó matador de Madhu, eu posso lutar com flechas em batalha contra Bhīṣma e Droṇa, dignos como eles são, ó matador de inimigos, de veneração? Sem matar (os próprios) preceptores de grande glória, é certo (para uma pessoa), viver até de esmolas neste mundo. Por matar preceptores, mesmo que eles sejam cobiçosos de riqueza, eu somente desfrutaria de prazeres que estariam manchados por sangue! Nós não sabemos qual dos dois é de maior importância para nós, isto é, se nós devemos vencê-los ou eles devem nos vencer. Por matar a quem nós não gostaríamos de viver, eles mesmos, os filhos de Dhṛtarāṣṭra, estão diante (de nós). Minha natureza afetada pela mácula da compaixão, minha mente incerta sobre (meu) dever, eu te peço, dize-me o que é seguramente bom (para mim). Eu sou teu discípulo. Ó, instrui-me, eu busco o teu auxílio. Eu não vejo (aquilo) que possa dissipar essa minha aflição (que está) destruindo a minha própria razão, mesmo que eu obtenha um reino próspero sobre a terra sem um inimigo ou a própria soberania dos deuses.‟”
Sañjaya disse, “Tendo dito isso para Hṛṣīkeśa, aquele castigador de inimigos, Guḍākeśa, (mais uma vez) dirigiu-se a Govinda, dizendo, 'Eu não lutarei,' e então ficou silencioso. Para ele tomado pelo desânimo, Hṛṣīkeśa, no meio dos dois exércitos, falou.”
"O Santo disse, 'Tu lamentas aqueles que não merecem ser lamentados. Tu falaste também as palavras dos (assim chamados) sábios. Aqueles, no entanto, que são (realmente) sábios, não se afligem nem pelos mortos nem pelos vivos. Não é que eu ou tu ou aqueles soberanos de homens nunca existimos, ou que todos nós não existiremos futuramente. Com relação a um ser incorporado, assim como infância, juventude, e velhice existem neste corpo, assim (também) existe a aquisição de outro corpo. O homem que é sábio nunca é iludido nisso. Os contatos dos sentidos com seus (respectivos) objetos, produzindo (as sensações de) calor e frio, prazer e dor não são
aquele (inculcado) no (sistema) Yoga. Possuidor daquele conhecimento, tu, ó Pārtha, rejeitarás os vínculos da ação. Neste (sistema Yoga) não há desperdício nem da primeira tentativa. Não há impedimentos. Mesmo um pouco dessa (forma de) devoção liberta de grande temor. Aqui nesse caminho, ó filho de Kuru, há somente um estado mental, consistindo em firme devoção (a um objetivo, isto é, assegurar a emancipação). As mentes daqueles, no entanto, que não estão firmemente dedicados (a isso), são muito ramificadas (instáveis) e ligadas a ocupações intermináveis. Aquela conversa floreada que aqueles que são ignorantes, que se deleitam nas palavras dos Vedas, que aqueles, ó Pārtha, que dizem que não há nada mais, aqueles cujas mentes são apegadas a prazeres mundanos, aqueles que consideram (um) céu (de prazeres e divertimentos) como o mais alto objeto de aquisição, proferem e que promete nascimento como o fruto da ação e se ocupa com diversos ritos de caracteres específicos para a obtenção de prazeres e poder, iludem seus corações, e as mentes desses homens que são apegados aos prazeres e ao poder não podem ser dirigidas para a contemplação (do ser divino), considerando-a como o único meio de emancipação. Os Vedas tratam de três qualidades, (religião, lucro, e prazer). Sê, ó Arjuna, livre delas, não afetado por pares de contrários (tais como prazer e dor, calor e frio, etc.), sempre aderindo à paciência sem ansiedade por novas aquisições ou proteção daquelas já adquiridas, e controlado. Quaisquer objetos que são supridos por um tanque ou poço, podem todos ser supridos por um lençol vasto de água que se estende por toda parte; assim quaisquer objetos que podem ser supridos por todos os Vedas podem todos ser tidos por um brâmane que tem conhecimento (do Eu ou Brahma). Teu interesse é com o trabalho somente, mas não com o resultado (do trabalho). Que o resultado não seja o teu motivo para o trabalho; nem que a tua tendência seja para a inação. Permanecendo em devoção, dedica-te ao trabalho, rejeitando o apego (a ele), ó Dhanaṃjaya, e sendo o mesmo no sucesso ou insucesso. Essa equanimidade é chamada de Yoga (devoção). Trabalho (com desejo de resultado) é muito inferior à devoção, ó Dhanaṃjaya. Procura a proteção da devoção. Aqueles que trabalham por causa dos resultados são miseráveis. Aquele também que tem devoção se livra, mesmo nesse mundo, de boas ações e más ações. Portanto, dedica-te à devoção. Devoção é somente inteligência em ação. O sábio, possuidor de devoção, rejeita o resultado nascido da ação, e livre da obrigação de (repetidos) nascimentos, alcança aquela região onde não há tristeza. Quando a tua mente tiver cruzado o labirinto da ilusão, então tu obterás uma indiferença com relação ao audível e ao ouvido.^1 Quando a tua mente, distraída (agora) porque tu ouviste (acerca dos meios de alcançar os diversos objetivos da vida), estiver firmemente e imovelmente fixa em contemplação, então tu chegarás à devoção.'”
"Arjuna disse, „Quais, ó Keśava, são as indicações de alguém cuja mente está fixa em contemplação? Como alguém de mente constante fala, como senta, como se move?‟"
"O Santo disse, 'Quando alguém rejeita todos os desejos de seu coração e está satisfeito dentro de si consigo, então ele é citado como de mente constante. Aquele cuja mente não se agita em meio a calamidades, cuja ânsia
(^1) Isto é, ao que você pode ouvir ou ouvirá, e ao que você ouviu.
por prazer está morta, que está livre de apegos (a objetos mundanos), medo e ira, é citado como um Muni de mente firme. A firmeza mental é daquele que é sem afeição em todos os lugares, e que não sente exultação nem aversão ao obter diversos objetos que são agradáveis e desagradáveis. Quando alguém afasta seus sentidos dos objetos daqueles sentidos como a tartaruga (retrai) seus membros de todos os lados, dele mesmo é a firmeza de mente. Os objetos dos sentidos recuam de uma pessoa abstinente, mas não a paixão (por aqueles objetos). Até a paixão retrocede de alguém que contempla o (Ser) Supremo.^2 Os sentidos agitados, ó filho de Kuntī, arrastam à força a mente mesmo de um homem sábio que se esforça duramente para se manter à distância deles. Reprimindo-os todos, uma pessoa deve permanecer em contemplação, fazendo de mim seu único refúgio. Pois a firmeza mental é daquele cujos sentidos estão sob controle. Pensando nos objetos dos sentidos, a atração de uma pessoa é gerada em direção a eles. Da atração surge a ira; da ira surge a falta de discernimento; da falta de discernimento, a perda de memória; da perda de memória, a perda da compreensão; e da perda da compreensão (ela) é completamente arruinada. Mas o homem autocontrolado, desfrutando dos objetos (dos sentidos) com sentidos livres de atração e aversão sob seu próprio controle, obtém a paz (mental). Após a paz (mental) ser alcançada, ocorre a aniquilação de todas as suas tristezas, já que a mente daquele cujo coração é sereno logo se torna firme. Aquele que não é autocontrolado não tem contemplação (do Eu). Aquele que não tem contemplação não tem paz (mental). Como pode haver felicidade para aquele que não tem paz (mental)? Pois o coração que segue na esteira dos sentidos que se movem (entre seus objetos) destrói sua inteligência como o vento destruindo um barco nas águas. Portanto, ó tu de armas poderosas, a firmeza mental é daquele cujos sentidos estão reprimidos dos objetos dos sentidos por todos os lados. O homem controlado está desperto quando é noite para todas as criaturas; e quando as outras criaturas estão despertas é noite para um Muni discernente.^3 Aquele em quem todos os objetos de desejo entram, assim como as águas entram no oceano o qual, (embora) constantemente reenchido, contudo mantém sua linha d‟água inalterada, ele obtém paz (mental), e não alguém que anseia por objetos de desejo. Aquele homem que se move continuamente, abandonando todos os objetos de desejo, que está livre do desejo ardente (por diversões) e que não tem afeição e orgulho, obtém paz (mental). Esse, ó Pārtha, é o estado divino. Atingindo-o, uma pessoa nunca é iludida. Permanecendo nele ela alcança, na morte, absorção no Ser Supremo.'”
(^2) Uma pessoa pode abster-se dos objetos de prazer, ou por escolha ou por inabilidade de obtê-los. Até, no
entanto, que o próprio desejo de desfrutar esteja eliminado, ela não pode ser considerada como tendo obtido firmeza mental. (^3) Os comuns, sendo espiritualmente ignorantes, estão engajados em buscas mundanas. Os sábios em
conhecimento espiritual estão mortos para as últimas.
outros alcançaram a realização de seus objetivos. Tendo consideração também pelo cumprimento por homens de seus deveres, cabe a ti trabalhar. Qualquer coisa que um grande homem faça é também feita pelas pessoas comuns. Homens comuns seguem o ideal estabelecido por eles (os grandes). Não há nada em absoluto, ó Pārtha, para eu fazer nos três mundos, (já que eu não tenho) nada que não tenha sido adquirido por mim; entretanto eu me dedico à ação. Porque se em algum momento eu não, sem preguiça, me engajasse em ação, os homens seguiriam o meu caminho, ó Pārtha, por toda parte. Os mundos pereceriam se eu não realizasse trabalho, e eu causaria mistura de castas e arruinaria essas pessoas. Como os ignorantes trabalham, ó Bhārata, tendo apego pelo realizador, assim um homem sábio deve trabalhar sem ser apegado, desejando tornar os homens cumpridores de seus deveres. Um homem sábio não deve causar confusão de compreensão entre as pessoas ignorantes, que têm apego ao próprio trabalho; (por outro lado) ele deve, (ele mesmo), agindo com devoção, engajá-los em todos (os tipos de) trabalho. Todas as atividades são, de todas as maneiras, feitas pelas qualidades da natureza.^6 Aquele cuja mente está iludida pelo egoísmo, no entanto, considera a si mesmo como o ator. Mas aquele, ó de braços fortes, que conhece a distinção (do Eu) das qualidades e trabalho, não é apegado ao trabalho, considerando que são seus sentidos somente (e não ele mesmo) que se ocupam de seus objetos. Aqueles que são iludidos pelas qualidades da natureza ficam ligados às ações feitas pelas qualidades. Uma pessoa de conhecimento perfeito não deve confundir aqueles homens de conhecimento imperfeito. Dedicando todo trabalho a mim (isto é, na crença de que tudo o que você faz é por mim ou por minha causa), com (a tua) mente dirigida ao Eu, empenha-te na batalha, sem desejo, sem afeto e com a tua fraqueza (de coração) dissipada. Aqueles homens que sempre seguem essa minha opinião com fé e sem cavilação alcançam a emancipação final até por meio de trabalho. Mas aqueles que contestam capciosamente e não seguem essa minha opinião, sabe que, privados de todo conhecimento e sem discernimento, eles são arruinados. Mesmo um homem sábio age de acordo com a sua própria natureza. Todos os seres vivos seguem (a sua própria) natureza. Qual então seria a utilidade da restrição? Os sentidos têm, com relação aos objetos dos sentidos, ou atração ou aversão fixas. Uma pessoa não deve se submeter a elas, pois elas são obstáculos no caminho.^7 O próprio dever, mesmo que imperfeitamente realizado, é melhor do que ser feito por outro mesmo se bem realizado. A morte (na realização do) próprio dever é preferível. (A adoção do) dever de outro carrega temor (consigo).‟
"Arjuna disse, 'Impelido por quem, ó filho da linhagem Vṛṣṇi, um homem comete pecado, mesmo que relutante e como se obrigado pela força'?
"O Santo disse, 'É o desejo, é a ira, nascido do atributo de paixão; ele devora tudo, ele é muito pecaminoso.^8 Sabe que esse é o inimigo neste mundo. Como o fogo é envolvido pela fumaça, um espelho pela poeira, o feto pelo útero, assim este mundo é envolvido pelo desejo. O conhecimento, ó filho
(^6) Natureza significando matéria primordial. (^7) Os sentidos, com relação aos seus diversos objetos no mundo, são ou puxados em direção a eles ou
repelidos por eles. Esses gostos e desgostos (no caso dos homens que, é claro, somente agem de acordo com a sua natureza) ficam no caminho de sua emancipação, se os homens cedem a eles. (^8) O desejo, se não satisfeito, resulta em ira.
de Kuntī, é envolvido por esse constante inimigo dos sábios na forma de desejo o qual é insaciável e como um fogo. Os sentidos, a mente e o intelecto são considerados como sua residência. Com esses ele ilude o ser incorporado, envolvendo (seu) conhecimento. Portanto, controlando os (teus) sentidos primeiro, ó touro da raça Bhārata, rejeita essa coisa pecaminosa, pois ela destrói o conhecimento derivado de instrução e meditação. É dito que os sentidos são superiores (ao corpo que é inerte). Superior aos sentidos é a mente. Superior à mente é o conhecimento. Mas o que é superior ao conhecimento é Ele (a Alma ou Ser Supremo). Conhecendo dessa maneira aquilo que é superior ao conhecimento e controlando o (teu) eu por meio do eu, mata, ó de braços fortes, o inimigo na forma de desejo o qual é difícil de se subjugar.'"
"O Santo disse, 'Esse imperecível (sistema de) devoção eu declarei para Vivasvat; Vivasvat o declarou para Manu; e Manu o comunicou para Ikṣvāku. Descendo assim de geração, os sábios nobres vieram a conhecê-lo. Mas, ó castigador de inimigos, pelo (intervalo de um) longo tempo aquela devoção se tornou perdida para o mundo. O mesmo (sistema de) devoção foi hoje declarado por mim para ti, pois tu és meu devoto e amigo, (e) esse é um grande mistério.'
"Arjuna disse, 'O teu nascimento é posterior; o nascimento de Vivasvat é anterior. Como eu entenderei então que tu declaraste (isso) primeiro?'
"O Santo disse, 'Muitos nascimentos meus se passaram, ó Arjuna, como também teus. Esses todos eu conheço, mas tu não, ó castigador de inimigos. Embora (eu seja) não nascido e de essência que não conhece deterioração, embora (eu seja) o senhor de todas as criaturas, entretanto, confiando em minha própria natureza (material) eu tomo nascimento por meio dos meus próprios (poderes) de ilusão. Sempre que, ó Bhārata, a perda de piedade e o aumento de impiedade ocorrem, nessas ocasiões eu crio a mim mesmo. Para a proteção dos justos e para a destruição dos fazedores de males, para estabelecer a Devoção, eu nasço era após era. Aquele que realmente conhece meu nascimento e trabalho divinos como sendo dessa maneira, abandonando (seu corpo) não nasce outra vez; (por outro lado) ele vem a mim, ó Arjuna. Muitos que eram livres de atração, medo, ira, que estavam repletos de mim, e que confiavam em mim, têm, purificados por conhecimento e ascetismo, atingido a minha essência. De qualquer maneira que os homens venham a mim, da mesma maneira eu os aceito. É o meu caminho, ó Pārtha, que os homens seguem por toda parte.^9 Aqueles nesse mundo que estão desejosos de êxito em ação adoram os deuses, pois nesse mundo de homens sucesso
(^9) Seja qual for o tipo de adoração, sou Eu que sou adorado. Nenhuma forma de culto é inaceitável para
mim.
Outros de ações controladas oferecem os ares vitais aos ares vitais.^16 Todos aqueles que estão familiarizados com sacrifícios, cujos pecados têm sido consumidos por sacrifício, e que comem os restos de sacrifícios os quais são amṛta, alcançam ao eterno Brahma. (Nem) este mundo é para aquele que não realiza sacrifício. Como então (seria) o outro, ó melhor da família de Kuru? Dessa maneira diversos são os sacrifícios que se acham nos Vedas. Sabe que todos eles resultam de ação, e sabendo disso tu serás emancipado. O sacrifício do conhecimento, ó castigador de inimigos, é superior a todo sacrifício que envolve (a obtenção de) resultados de ação, pois toda ação, ó Pārtha, está totalmente contida no conhecimento.^17 Aprende aquele (Conhecimento) por meio de prostração, indagação, e serviço. Aqueles que possuem conhecimento e podem ver a verdade te ensinarão aquele conhecimento, sabendo o qual, ó filho de Pāṇḍu, tu não obterás novamente tal ilusão, e pelo qual tu verás as criaturas infinitas (do universo) em ti mesmo (primeiro) e então em mim. Mesmo se tu fosses o maior pecador entre todos os que são pecaminosos, tu ainda passarias por cima de todas as transgressões pela balsa do conhecimento. Como um fogo ardente, ó Arjuna, reduz combustível a cinzas, assim o fogo do conhecimento reduz todas as ações a cinzas. Pois não há nada aqui que seja tão purificador quanto o conhecimento. Alguém que alcançou o êxito por devoção o encontra sem esforço dentro de si mesmo com o tempo. Obtém conhecimento aquele que tem fé e está concentrado nisso e que tem seus sentidos sob controle; obtendo conhecimento uma pessoa encontra a maior tranquilidade imediatamente. Alguém que não tem conhecimento e nenhuma fé, e cuja mente está cheia de dúvidas, está perdido. Nem este mundo, nem o próximo, nem a felicidade é para aquele cuja mente está cheia de dúvidas. As ações não agrilhoam, ó Dhanaṃjaya, aquele que rejeitou a ação por devoção, cujas dúvidas foram dissipadas pelo conhecimento, e que é autocontrolado. Portanto, destruindo, pela espada do conhecimento, essa tua dúvida que é nascida da ignorância e que mora em tua mente, dirige-te à devoção, (e) levanta, ó filho de Bharata.'”
"Arjuna disse, 'Tu aclamaste, ó Kṛṣṇa, o abandono das ações, e novamente a aplicação (a elas). Dize-me definitivamente qual desses dois é superior.‟
"O Santo disse, 'O abandono das ações e aplicação às ações ambos levam à emancipação. Mas desses, aplicação à ação é superior ao abandono. Deve ser sempre reconhecido como um asceta aquele que não tem aversão nem desejo. Pois, sendo livre dos pares de opostos, ó tu de braços poderosos, ele é facilmente libertado dos vínculos (da ação). Os tolos dizem, mas não aqueles que são sábios, que Sāṃkhya e Yoga são distintos. Alguém que permanece em
(^16) Todos esses são diferentes tipos de Yoga, ou diferentes estágios da prática de Yoga. (^17) Isto é, o conhecimento sendo alcançado, os frutos da ação são alcançados por, pelo menos, seu objetivo
ser realizado.
um (dos dois) colhe o fruto de ambos.^18 Qualquer assento que é alcançado por aqueles que professam o sistema Sāṃkhya também é alcançado por aqueles que professam o Yoga. Vê verdadeiramente quem vê Sāṃkhya e Yoga como um. Mas renúncia, ó poderosamente armado, sem devoção (à ação), é difícil de se alcançar. O asceta que está engajado em devoção (por meio de ação) alcança o Ser Supremo sem demora. Aquele que está engajado em devoção (por meio de ação) e é de alma pura, que tem conquistado seu corpo e subjugado seus sentidos, e que se identifica com todas as criaturas, não é agrilhoado embora realizando (ação). O homem de devoção, que sabe a verdade, pensa „Eu não estou fazendo nada‟ quando vendo, ouvindo, tocando, cheirando, comendo, se movendo, dormindo, respirando, falando, excretando, pegando (algo com as mãos), abrindo as pálpebras ou fechando-as; ele considera que são os sentidos que estão ocupados nos objetos dos sentidos. Aquele que renunciando ao apego se engaja em ações, submetendo-as a Brahma, não é tocado pelo pecado como a folha do lótus (não é tocada) pela água.^19 Aqueles que são devotos, abandonando o apego, realizam ações (obtendo) pureza pessoal, com o corpo, a mente, o intelecto, e até os sentidos (livres de desejo). Aquele que é possuidor de devoção, renunciando ao fruto da ação, obtém a tranquilidade mais elevada. Aquele que não possui devoção e é apegado ao fruto da ação é agrilhoado pela ação realizada por desejo. O (ser) incorporado autocontrolado, renunciando a todas as ações por meio da mente, permanece tranquilo dentro da casa de nove portas, nem agindo ele mesmo nem fazendo (qualquer coisa) agir.^20 O Senhor não é a causa da capacidade para ação, ou das ações dos homens, ou da conexão de ações e (seus) frutos. É a natureza que se envolve (em ação). O Senhor não recebe os pecados de alguém, nem também mérito. Pela ignorância, o conhecimento é escondido. É por isso que as criaturas são iludidas. Mas de quem quer que a ignorância tenha sido destruída pelo autoconhecimento, aquele conhecimento, (o qual é) como o Sol, revela o Ser Supremo. Aqueles cujas mentes estão n‟Ele, cuja própria alma é Ele, que residem n‟Ele, e que têm a Ele como sua meta, partem para nunca mais voltar, seus pecados sendo todos destruídos pelo conhecimento.^21 Aqueles que são sábios lançam um olhar igual em um brâmane dotado de erudição e modéstia, em uma vaca, um elefante, um cachorro, e um caṇḍāla (um membro da casta mais baixa). Aqui mesmo o nascimento foi conquistado por aqueles cujas mentes repousam na igualdade; e já que Brahma é impecável e uniforme, portanto, (é dito que) eles residem em Brahma. Aquele cuja mente é firme, que não é iludido, que conhece Brahma, e que descansa em Brahma, não exulta ao obter alguma coisa que é agradável, nem ele se aflige ao obter o que é desagradável. Aquele cuja mente não está ligada a objetos externos dos sentidos, obtém aquela felicidade que se encontra no Eu; e por concentrar sua mente na contemplação de Brahma, ele desfruta de uma felicidade que é imperecível. Os prazeres nascidos do contato (dos sentidos com seus objetos) são produtivos de tristeza. Aquele que é sábio, ó filho de Kuntī, nunca tem prazer nestes que tem um início e um fim. Aquele
(^18) Sāṃkhya é renúncia à ação, enquanto Yoga é devoção através de ação. (^19) A água quando jogada sobre uma folha de lótus escapa sem molhar ou encharcar a folha em absoluto. (^20) O corpo é descrito como uma cidade de nove portas, tendo dois olhos, dois ouvidos, duas narinas, uma
boca, e as duas aberturas para excreções. (^21) Tais homens são dispensados da obrigação do renascimento. Deixando esse corpo eles imergem na
Alma Suprema.
(dele), aqueles que são bons, e aqueles que são maus, é notável (acima de todos os outros). Um devoto deve sempre fixar sua mente em contemplação, permanecendo sozinho em um lugar retirado, controlando sua mente e corpo, sem expectativas (de qualquer tipo), e sem preocupar-se (com alguma coisa). Instalando seu assento imovelmente em um local limpo, não muito alto nem muito baixo, e espalhando sobre ele um tecido, uma pele de veado, ou folhas de erva Kuśa, e lá sentado naquele assento, com mente fixa em um objeto, e refreando as funções do coração e os sentidos, ele deve praticar contemplação para a purificação do eu. Mantendo corpo, cabeça, e pescoço alinhados, imóveis e firmes, e lançando seu olhar sobre a ponta de seu nariz, e sem olhar em volta em alguma das diferentes direções, com a mente em tranquilidade, livre do medo, observador das práticas dos Brahmacārins, reprimindo a mente, com coração fixo em mim, o devoto deve se sentar, me considerando como o objeto de seu alcance. Dessa maneira aplicando sua alma constantemente, o devoto cujo coração é controlado alcança aquela tranquilidade a qual culmina em absorção final e assimilação em mim. A devoção (Yoga) não é de alguém, ó Arjuna, que come muito, nem de alguém que não come em absoluto; nem de alguém que é viciado em dormir muito, nem de alguém que está sempre desperto. A devoção que é destrutiva de miséria é daquele que é moderado em alimentação e diversões, que devidamente se esforça moderadamente em todas as suas atividades, e que é moderado em sono e vigílias. Quando o coração de alguém, devidamente controlado, está fixo em seu próprio Eu (afastado de todos os objetos dos sentidos), então, indiferente a todos os objetos de desejo, ele é alguém chamado de devoto. Como uma lâmpada em um local sem vento não tremula, essa mesma é a semelhança declarada de um devoto cujo coração foi controlado e que consagra seu eu à abstração. Aquela (condição) na qual a mente, reprimida pela prática de abstração, repousa, na qual contemplando o eu pelo eu uma pessoa está satisfeita dentro de si mesma; na qual ela sente aquela felicidade mais sublime que está além (da esfera dos) sentidos e que (somente) a compreensão pode alcançar, e fixa na qual uma pessoa nunca se desvia da verdade; adquirindo a qual ninguém considera outra aquisição maior do que ela, e permanecendo na qual uma pessoa nunca é movida nem pela tristeza mais forte; deve ser conhecida como a que é chamada de devoção aquela (condição) na qual há um rompimento de ligação com a dor. Aquela devoção deve ser praticada com perseverança e com ânimo firme. Renunciando sem exceção a todos os desejos que são nascidos de resoluções, reprimindo totalmente o grupo dos sentidos só pela mente, uma pessoa deve, por passos lentos, tornar-se tranquila (auxiliada) por (seu) intelecto controlado por meio de paciência, e então dirigindo sua mente ao Eu não deve pensar em nada. Para onde quer que a mente, a qual é (por natureza) inquieta e instável, possa correr, refreando-a disso, uma pessoa deve dirigi-la para o Eu somente. De fato, para tal devoto cuja mente está em tranquilidade, cujas paixões foram suprimidas, que se tornou uno com Brahma e que está livre do pecado, a maior felicidade vem (por iniciativa própria). Assim aplicando sua alma constantemente (à abstração), o devoto, livre do pecado, obtém facilmente aquela felicidade sublime, isto é, com Brahma. Aquele que dedica seu eu à abstração lançando um olhar igual em todos os lugares, vê a si mesmo em todas as criaturas e todas as criaturas em si
mesmo. Para aquele que me vê em tudo e vê tudo em mim, eu nunca estou perdido e ele também nunca está perdido para mim.^23 Aquele que me reverencia como residente em todas as criaturas, considerando também que tudo é um, é um devoto, e qualquer que seja o modo de vida que ele leve, ele vive em mim. Aquele devoto, ó Arjuna, que lança um olhar igual sobre todos os lugares, considerando todas as coisas como seu próprio eu e a felicidade e a tristeza de outros como sua própria, é considerado o melhor.'
"Arjuna disse, 'Essa devoção por meio de equanimidade que tu declaraste, ó matador de Madhu, por conta da inquietação da mente eu não vejo a sua presença estável.^24 Ó Kṛṣṇa, a mente é agitada, tumultuosa, perversa, e obstinada. Seu controle eu considero como de realização tão difícil quanto o controle do vento.'
"O Santo disse, 'Sem dúvida, ó tu de armas poderosas, a mente é de subjugação difícil e é inquieta. Com a prática, no entanto, ó filho de Kuntī, e com o abandono do desejo, ela pode ser controlada. É minha opinião que para aquele cuja mente não é controlada a devoção é de aquisição difícil. Mas por alguém cuja mente é controlada e que é assíduo, ela pode ser adquirida com a ajuda de meios.'
"Arjuna disse, 'Sem assiduidade, embora dotado de fé, e com a mente agitada para longe da devoção, qual é o fim daquele, ó Kṛṣṇa, que não obteve êxito em devoção? Caído de ambos, (do céu (por trabalho) e da absorção em Brahma (por devoção)), ele é perdido como uma nuvem separada ou não, sendo como ele é sem refúgio, ó tu de braços poderosos, e iludido no caminho que leva a Brahma? Essa minha dúvida, ó Kṛṣṇa, cabe a ti remover sem deixar qualquer coisa, (isto é, removê-la completamente). Além de ti, nenhum dissipador dessa dúvida é para ser tido.‟
"O Santo disse, 'Ó filho de Pṛthā, nem nesse mundo nem no seguinte a ruína existe para ele, já que ninguém, ó senhor, que realiza boas (ações), obtém um fim infeliz. Alcançando as regiões reservadas para aqueles que realizam atos meritórios e vivendo lá por muitos e muitos anos, aquele que abandonou a devoção toma nascimento na residência daqueles que são pios e dotados de prosperidade, ou, ele nasce até na família de devotos dotados de inteligência. De fato, um nascimento como esse é de aquisição muito difícil neste mundo. Naquele nascimento ele obtém contato com aquele conhecimento Brâmico o qual era dele em sua vida anterior; e a partir daquele ponto ele se esforça novamente, ó descendente de Kuru, em direção à perfeição. E embora relutante, ele ainda continua se desenvolvendo por aquela sua mesma prática antiga. Até alguém que perguntou sobre devoção se eleva acima dos (frutos) da Palavra Divina.^25 Empenhando-se com grandes esforços, o devoto, purificado de todos os seus pecados, atinge a perfeição depois de muitos nascimentos, e então alcança a meta suprema. O devoto é superior aos ascetas engajados em austeridades; ele é considerado superior até ao homem
(^23) Isto é, eu sou sempre visível para ele, e ele também está sempre dentro da minha vista, e eu sou sempre
bondoso para ele. (^24) Isto é, como a sua existência estável pode ser assegurada, a mente sendo por natureza sempre inquieta. (^25) Isto é, dos Vedas. Tão grande é a eficácia da devoção que alguém meramente se informando sobre ela
transcende aquele que obedece aos ritos dos Vedas.
homem de conhecimento eu sou caro acima de tudo, e ele também é caro para mim. Todos esses são nobres. Mas o homem de conhecimento é considerado (por mim) como o meu próprio eu, já que ele, com alma fixa em abstração, se refugia em mim como a meta mais elevada. No fim de muitos nascimentos, o homem possuidor de conhecimento alcança a mim, (pensando) que Vasudeva é tudo isso. Tal pessoa de grande alma, no entanto, é extremamente rara. Aqueles que são privados de conhecimento pelo desejo recorrem às suas divindades, observadores de diversos regulamentos e controlados por sua própria natureza.^27 Qualquer forma, (de divindade ou eu mesmo) que algum devoto deseje cultuar com fé, aquela sua fé naquela (forma) eu torno firme. Dotado daquela fé, ele presta suas adorações àquela (forma), e obtém dela todos os seus desejos, já que todos aqueles são ordenados por mim. Os frutos, no entanto, daquelas pessoas dotadas de pouca inteligência são perecíveis.^28 Aqueles que adoram as divindades vão às divindades, (enquanto) aqueles que me adoram vêm até mim.^29 Aqueles que não têm discernimento, consideram a mim que sou (realmente) imanifesto como tendo me tornado manifesto, porque eles não conhecem o meu estado transcendente e imperecível ao qual não há nada superior. Encoberto pela ilusão do meu poder inconcebível, eu não estou manifesto para todos. Esse mundo iludido não conhece a mim que sou não nascido e imorredouro. Eu conheço, ó Arjuna, todas as coisas que são passadas, e todas as coisas que são presentes, e todas as coisas que são futuras. Mas não há ninguém que me conheça. Todas as criaturas, ó castigador de inimigos, são iludidas no momento de seu nascimento pela ilusão, ó Bhārata, dos pares de opostos resultantes do desejo e aversão. Mas aquelas pessoas de atos meritórios cujos pecados alcançaram seu fim, sendo livres da ilusão dos pares de opostos, me adoram, firmes em seu voto (daquele culto). Aqueles que, refugiando-se em mim, se esforçam para se libertar da decadência e da morte, conhecem Brahman, todo o Adhyātma,^30 e ação.^31 E aqueles que me reconhecem como o Adhibhūta, o Adhidaiva, e o Adhiyajña, tendo mentes fixas em abstração, me conhecem no momento de sua partida (deste mundo).‟”
"Arjuna disse, 'O que é Brahman, o que é Adhyātma, o que é ação, ó melhor dos seres masculinos? O que também é citado como Adhibhūta, e o que é chamado de Adhidaiva? O que é aqui Adhiyajña, e como, neste corpo, ó matador de Madhu? E como na hora da partida tu deves ser conhecido por aqueles que têm controlado seu eu?'
(^27) Isto é, temperamento como dependente das ações de suas vidas passadas. (^28) As divindades sendo perecíveis, o que elas obtêm é perecível. (^29) Eu mesmo sendo imperecível, o que meus adoradores obtêm é imperecível. (^30) Tudo aquilo pelo qual Brahman é para ser alcançado. (^31) Todo o curso de deveres e práticas que levam ao conhecimento de Brahman.
"O Santo disse, 'Brahman é o Supremo e indestrutível. Adhyātma é citado como sua própria manifestação. A oferenda (para alguma divindade em um sacrifício) a qual causa a produção e desenvolvimento de todos, isso é chamado de ação. Lembrando somente de mim em (seus) últimos momentos, aquele que, abandonando seu corpo, parte (daqui), entra em minha essência. Não há dúvida nisso. Qualquer forma (de divindade) que uma pessoa lembre quando ela abandona, no fim, (seu) corpo, àquela ela vai, ó filho de Kuntī, tendo habitualmente meditado nela sempre. Portanto, pensa em mim em todos os momentos, e te engaja em batalha. Fixando a tua mente e intelecto em mim, tu, sem dúvida, virás até a mim. Pensando (no Supremo) com a mente não correndo para outros objetos e dotada de abstração na forma de aplicação ininterrupta, uma pessoa vai, ó filho de Pṛthā, para o Divino e Supremo Ser masculino. Aquele que na hora de sua partida, com mente firme, dotado de reverência, com poder de abstração, e dirigindo o ar vital chamado Prāṇa entre as sobrancelhas, pensa naquele vidente antigo, que é o soberano (de todos), que é mais minúsculo do que o átomo mais minúsculo, que é o ordenador de tudo, que é inconcebível em forma, e que está além de toda escuridão, vai àquele Divino e Supremo Ser Masculino. Eu te falarei em poucas palavras acerca daquela base a qual pessoas familiarizadas com os Vedas declaram ser indestrutível, na qual entram ascetas livres de todos os desejos, e na expectativa da qual (as pessoas) praticam os votos de Brahmacārins. Abandonando (este) corpo, aquele que parte, bloqueando todas as portas (os sentidos), confinando a mente dentro do coração (afastando a mente de todos os objetos externos), colocando seu próprio ar vital chamado Prāṇa entre as sobrancelhas, repousando em contínua meditação, proferindo esta única sílaba Om que é Brahman, e pensando em mim, alcança a meta mais sublime. Aquele que sempre pensa em mim com mente sempre afastada de todos os outros objetos, para aquele devoto sempre empenhado em meditação, eu sou, ó Pārtha, de fácil acesso. Pessoas de grande alma que atingiram a maior perfeição, chegando a mim, não incorrem no renascimento o qual é a residência da tristeza e que é transitório. Todos os mundos, ó Arjuna, da residência de Brahman para baixo têm que passar por um círculo de nascimentos,^32 ao alcançar a mim, no entanto, ó filho de Kuntī, não há renascimento. Aqueles que sabem que um dia de Brahman termina depois de mil Yugas, e uma noite (dele) termina depois de mil Yugas são pessoas que conhecem dia e noite. Na chegada do dia de (Brahman) tudo o que é manifesto surge do imanifesto; e quando chega (sua) noite, naquele mesmo que é chamado de imanifesto todas as coisas desaparecem. Aquele mesmo conjunto de criaturas, surgindo repetidas vezes, se dissolve na chegada da noite, e surge (novamente), ó filho de Pṛthā, quando chega o dia, obrigado (pela força da ação, etc.)^33 Há, no entanto, outro ente, imanifesto e eterno, o qual está além daquele imanifesto, e que não é destruído quando todas as entidades são destruídas. Ele é citado como imanifesto e indestrutível. Eles o chamam de a meta mais alta, alcançando a qual ninguém tem que voltar. Aquela é minha base Suprema. Aquele Ser Supremo, ó filho de Pṛthā, Ele dentro de quem estão todos os entes, e por quem tudo isso é permeado, é para ser alcançado
(^32) Todas essas regiões sendo destrutíveis e sujeitas ao renascimento, aqueles que vivem lá são igualmente
sujeitos à morte e renascimento, (^33) Nesse círculo de nascimentos e mortes, as próprias criaturas não são agentes livres, estando o tempo
todo sujeitas à influência do Karma.