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Este estudo descritivo verificou se herboristas em campina grande-pb oferecem informações corretas sobre o uso de plantas medicinais, orientando sobre intoxicações e interações com medicamentos alopáticos e aplicando critérios para comercialização de fitoterápicos. A pesquisa revelou lacunas no conhecimento dos herboristas sobre princípios ativos, indicações terapêuticas, interações farmacológicas, contraindicações e cuidados com os produtos. A diversidade de origem dos herboristas sugere conhecimentos variados devido à biodiversidade regional.
Tipologia: Resumos
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CorCorCorCorCorrespondência:respondência:respondência:respondência:respondência: Inácia Sátiro Xavier de França. Av. das Baraúnas 351, Campus Universitário - Bodocongó - CEP - 58109- Campina Grande - PB.
Estudo descritivo objetivando verificar se os herbolários oferecem as informações corretas para a utilização das plantas medicinais; se orientam os clientes acerca das possíveis intoxicações ou interação com os alopáticos; e se utilizam critérios para a comercialização dos fitoterápicos. Utilizou-se um questionário contendo questões abertas e fechadas envolvendo aspectos da atuação dos herbolários com os fitoterápicos. Os herbolários conhecem a maioria das plantas medicinais, entretanto, há lacunas acerca da indicação correta desses produtos, dos efeitos colaterais e toxicidade. Os herbolários carecem conhecer melhor os princípios ativos das ervas, as indicações terapêuticas, orientar os usuários acerca das possíveis interações farmacológicas ou intoxicações medicamentosas e a respeito da limpeza, armazenamento, tempo de vida útil e contra-indicações do produto. Descritores:Descritores:Descritores:Descritores:Descritores: Fitoterapia; Plantas medicinais; Medicina tradicional.
ABSTRACTABSTRACTABSTRACTABSTRACTABSTRACT Descriptive study which aims to verify if the herbalist offer the information correct for the use of the medicinal plants; if they give for the customers concerning the possible poisonings or interaction with the allopathic guide and also if there is a criteria for the commercialization of the phytotherapics. A questionnaire was used containing open and closed questions involving aspects of the performance of the herbalists with the phytotherapics. The herbalists know the majority of the medicinal plants, however, there are some gaps concerning the correct indication of these products, of the collateral effect and toxicities. The herbalist lack to better know the principles of the grass, the therapeutically indications active, to guide the users concerning the possible pharmacological interactions or medicaments poisonings and regarding the cleanness, storage, time of useful life and contraindications of the product. Descriptors:Descriptors:Descriptors:Descriptors:Descriptors: Phytotherapy; Plants, medicinal; Medicine, tradicional.
RESUMENRESUMENRESUMENRESUMENRESUMEN Estudio descriptivo con los objetivos de verificar se los herbolarios ofrecen las informaciones correctas para la utilización de las plantas medicinales; se orientan los clientes acerca de las posibles intoxicaciones o interaciones con los alopáticos y se utilizan critérios para la comercialización de los fitoterápicos. Se utilizó una encuesta conteniendo preguntas subjetivas y también objetivas tratando de aspectos de la actuación de los herbolarios con los fitoterápicos. Los herbolarios conocen la mayoría de las plantas medicinales, por lo tanto, hay huecos acerca de la indicación correcta de esos productos, de los efectos colaterales y de la toxicidad. Esos profesionales carecen conocer mejor los princípios activos de las hierbas, las indicaciones terapeuticas, orientar los usuários sobre las posibles interacciones farmacológicas o intoxicaciones medicamentosas y a respeto de puntos como limpieza, armazenamiento, tiempo de vida útil y contra-indicaciones del producto. Descriptores:Descriptores:Descriptores:Descriptores:Descriptores: Fitoterapia; Plantas medicinales; Medicina tradicional.
Submissão:Submissão:Submissão:Submissão:Submissão: 09/08/2007 Aprovação:Aprovação:Aprovação:Aprovação:Aprovação: 03/11/
Revista Brasileira de Enfermagem
IUniversidade Estadual da Paraíba, Departamento de Enfermagem. Campina Grande, PB
França ISX, et al.França ISX, et al.França ISX, et al.França ISX, et al.França ISX, et al.
O uso de remédios à base de ervas remonta às tribos primitivas em que as mulheres se encarregavam de extrair das plantas os princípios ativos para utilizá-los na cura das doenças. À medida que os povos dessa época se tornaram mais habilitadas em suprir as suas necessidades de sobrevivência, estabeleceram-se papéis sociais específicos para os membros da comunidade em que viviam. O primeiro desses papéis foi o de curandeiro. Esse personagem desenvolveu um repertório de substancias secretas que guardava com zelo, transmitindo-o, seletivamente, a iniciados bem preparados(1). Os primeiros registros fitoterápicos datam do período 2838- 2698 a.C. quando o imperador chinês Shen Nung catalogou 365 ervas medicinais e venenos que eram usados sob inspiração taoísta de Pan Ku, considerado deus da criação. Esse primeiro herbário dependia da ordenação de dois pólos opostos:yang - luz, céu, calor, esquerdo; e oyin - trevas, terra, frio, direito. Por volta de 1500 a C. a base da medicina hindu já estava revelada em dois textos sagrados:Veda (Aprendizado) eAyurveda (Aprendizado de Longa Vida)(1, 2)^. No século XIX o empirismo da alquimia foi suplantado pela química experimental que permitiu a síntese laboratorial de novas substâncias orgânicas. Esse fato foi um dos fatores determinantes da revolução industrial e tecnológica que desencadeou a produção acelerada de novos medicamentos e à medida que derivados mais puros e concentrados de plantas se tornaram disponíveis os médicos priorizaram as drogas sintéticas e passaram a desconsiderar o papel importante da fitoterapia(1,3)^. O advento da medicina científica contribuiu para o aumento da sobrevida humana. E, no cotidiano das práticas de saúde, a aplicação de princípios científicos desencadeou a descoberta de terapêuticas que melhoraram a qualidade de vida das pessoas. Esse avanço da ciência fez com que o paradigma cartesiano passasse a ser adotado para explicar o processo saúde-doença. Contudo, desde o século XX, esse paradigma vem cedendo espaço ao paradigma holístico graças às teorias de Einstein. Para esse cientista a matéria é uma manifestação de energia. Os seres humanos são formados de matéria e os seus vários sistemas energéticos interagem entre si e com o meio, formando um todo que deve sempre estar harmonizado. O todo só estará harmônico se o complexo mente-corpo-meio ambiente estiver em equilíbrio(4,5)^. A fitoterapia permite que o ser humano se reconecte com o ambiente, acessando o poder da natureza, para ajudar o organismo a normalizar funções fisiológicas prejudicadas restaurar a imunidade enfraquecida, promover a desintoxicação e o rejuvenescimento. Médicos e pacientes nem sempre conseguem literatura adequada para avaliar devidamente as vantagens e os riscos desta prática terapêutica, sobretudo quando seu maior emprego é estimulado por práticas médicas não convencionais, como Medicina chinesa, Medicina holística, terapêutica médica indiana, macrobiótica, entre outras. As pessoas costumam utilizar os produtos do reino vegetal, seja como complemento alimentar, suplementos energéticos ou vitamínicos, baseando-se nas informações da mídia. Em se tratando do processo saúde-doença, a fitoterapia é amplamente utilizada pela população campesina, mas nos meios industrializados quem a utiliza costuma fazê-lo de forma
velada para não se expor às atitudes críticas dado que esse tipo de medicina submete-se ao controle da medicina oficial (6). Estudos sobre a medicina popular vêm merecendo atenção cada vez maior devido ao contingente de informações e esclarecimentos que vem sendo oferecido à Ciência. Esse fenômeno tem propiciado o uso de chás, decoctos, tisanas e tinturas fazendo com que, na maioria dos países ocidentais, os medicamentos de origem vegetal sejam retomados de maneira sistemática e crescente na profilaxia e tratamento das doenças, ao lado da terapêutica convencional(2). Percebe-se, na atualidade, o interesse governamental e profissional em associar o avanço tecnológico ao conhecimento popular e ao desenvolvimento sustentável visando a uma política de assistência em saúde eficaz, abrangente, humanizada e independente da tecnologia farmacêutica. Nesse sentido, o Estado brasileiro instituiu a Portaria nº22/1967 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a Resolução-RDC nº17/2000 que classifica os fitoterápicos como medicamentos(7)^. Paralelo ao interesse governamental em debater a comercia- lização dos fitoterápicos, a adesão da população a esses produtos incrementou a sua comercialização de modo que o Estado precisou regulamentar esse mercado editando a Resolução RDC nº 17/00, que estabelece os parâmetros de qualidade para o registro desses produtos junto ao Ministério da Saúde(7)^. Ao tomar por base que o uso de fitoterápicos é uma prática utilizada por alguns profissionais da saúde. Que esses profissionais, também associam o uso dos alopáticos com o de fitoterápicos. E que a população utiliza-se dos fitoterápicos respaldando-se na tradição cultural, pergunta-se: existe a possibilidade de os fitoterápicos interagirem com os medicamentos alopáticos modificando ou anulando a ação terapêutica de um ou de ambos? Os herbolários tradicionais ensinam, corretamente, aos usuários, como armazenar e utilizar as plantas medicinais? Eles mencionam, corretamente, as indicações e contra-indicações das plantas? Considere-se, ainda, que os profissionais de Enfermagem atuam nos programas de saúde onde exercitam a Consulta de Enfermagem, momento em que podem orientar os usuários interessados em utilizar a medicina natural. Como esse conhecimento costuma ser obtido, com maior freqüência, pela tradição oral, a sua indicação profissional precisa estar respaldada em bases científicas. Face ao exposto, essa investigação pretendeu alcançar os seguintes objetivos: verificar se os herbolários atuantes na cidade de Campina Grande-PB oferecem as informações necessárias à utilização correta das plantas medicinais; se orientam os clientes acerca da possibilidade de intoxicação ou de interação com os alopáticos; e se utilizam critérios para a comercialização dos fitoterápicos.
METODOLOGIAMETODOLOGIAMETODOLOGIAMETODOLOGIAMETODOLOGIA
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e de campo realizado no mercado informal de plantas medicinais de Campina Grande-PB, no período de agosto de 2006 a junho de 2007. sobre o uso de medicamentos e/ou fitoterápicos O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), sob o Nº 0144.0.133.000.06, em 21 de junho de 2006. A população foi composta por todos os vendedores de partes de plantas medicinais
França ISX, et al.França ISX, et al.França ISX, et al.França ISX, et al.França ISX, et al.
da assistência prestada pelos serviços públicos e o alto custo dos alopáticos vem motivando, em todo o mundo, uma maior adesão ao uso da medicina natural. Estima-se que existam aproximadamente 500 mil espécies de plantas no mundo. Dessas, o Brasil possui 120 mil, tomando a posição de país com a maior cobertura vegetal do globo terrestre (13)^ Assim, uma questão a ser considerada é a crescente utilização de plantas medicinais e fitoterápicos como componentes alternativos ou mesmo complementares da terapêutica medicamentosa. A Organização Mundial de Saúde apóia a fitoterapia por considerá-la uma prática da medicina tradicional (1)^ Entretanto, o seu uso requer a identificação e a classificação botânica correta,
para evitar de induzir os usuários ao erro devido ao princípio ativo variar de planta a planta em função da biodiversidade, código genético, condições climáticas, mudanças sazonais, índice pluviométrico, luminosidade, lençol freático, condições do solo, dentre outras condições(2)^. O conhecimento das propriedades medicinais da maioria das plantas é comum aos herbolários. Mas, comparando-se os quadros 1 e 2, verificou-se que algumas indicações feitas pelos herbolários não se confirmaram na literatura. Logo, a identificação botânica, pelo herbolário, é passível de incorreção, pois um mesmo nome popular pode incluir várias espécies botânicas, ou uma mesma espécie pode apresentar várias denominações populares.
DOENÇAS PLANTA MEDICINAL INDICADA
Nome popular Nome Científico Nome popular Nome Científico Anemia Anemia Tomate ( - ) Solanum lycopersicum Bronquite Bronquite Hortelã da folha grossa ( - ) Plectranthus ambuinicus lour Cansaço Asma Cebola-branca ( - ) Mangará de bananeira ( - )
Allium ascalonicum L;. Musa spp Catarro no peito Tosse produtiva Cebola-branca ( + ) Limão ( + )
Allium ascalonicum L.; Citrus Limonum Risso; Coceira Escabiose Bálsamo ( - ) Myroxylon toluifera; Cólica Cólica abdominal Chá preto ( + ) Capitãozinho ( - )
Tea sinensis linn; Gomphrena demissa Diarréia Diarréia Malva-rosa ( - ) Chá preto ( + ) Sena ( - )
Malva silvestris; Tea sinensis Linn; Cassia angustifólia Febre Hipertermia Eucalipto ( + ) Flor-de-sabugueiro ( + )
Eucalyptus globulos Labill; Sambucus nigra Feridas Úlceras Favela ( + ) Cnidoscolus phyllacanthus Gripe Gripe Acerola ( + ) Mastruz ( + ) Cebola-branca ( - )
Malpighia emarginata; Chenopodium ambrosioides; Allium ascalonicum L. Inflamação da garganta
Faringite/Laringite Cebola-branca ( - ) Romã ( + )
Allium ascalonicum L.; Punica granatum Reima de dentes Erupção da primeira dentição
Pepaconha ( + ) Cephaelis ipepacuanha
Pneumonia Pneumonia Limão ( + ) Hortelã da folha grossa ( - )
Citrus Limonum Risso; Plectranthus ambuinicus lour Problemas de rins Litíase/Nefrite, etc Urinana (? ) Zornia Diphilla Pers. Resfriado Resfriado Hortelã da folha grossa ( - ) Plectranthus ambuinicus lour Umbigo inflamado Infecção Umbilical Cajueiro roxo ( + ) Anacardium occidentale Vermes Verminoses Batata-de-purga ( - ) Operculina hamiltonii Legenda: ( - ) A prescrição do herbolário não condiz com aquela indicada na literatura científica consultada; ( + ) A prescrição do herbolário condiz com aquela indicada na literatura científica consultada; (? ) Na literatura científica cons ultada não foram encontrados estudos a respeito da erva medicinal indicada.
Quadro 1. Correlação entre a nomenclatura das doenças e a indicação fitoterápica segundo o saber popular e o saber científico. Campina Grande- PB, 2007.
Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinaisMedicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinaisMedicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinaisMedicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinaisMedicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais
Outrossim, há a dificuldade em excluir o efeito placebo na avaliação da eficácia dos fitoterápicos, dado que esse efeito é inerente ao contexto sociocultural em que se inserem as várias camadas populares(14).
Precauções no uso dos fitoterápicosPrecauções no uso dos fitoterápicosPrecauções no uso dos fitoterápicosPrecauções no uso dos fitoterápicosPrecauções no uso dos fitoterápicos As comunidades nordestinas usam, comumente, o termo resguardo para advertir as puérperas acerca de repouso absoluto durante 15 dias, não lavar a cabeça, não comer alimentos quentes ou frios, não fazer esforços físicos (15)^ abster-se de carne suína, peixes e ovos, frutas ácidas repolho, couve-flor, abóbora e mandioca(16)^. Mas, o resguardo também se aplica a determinados cuidados na convalescença de uma doença ou de um procedimento cirúrgico. Interrogou-se os herbolários acerca da indicação, ou não, de resguardo para os clientes em uso de ervas medicinais. Detectou- se 57,13% dos herbolários recomendam resguardo; e 42,87% não o recomendam, pois acreditam que as plantas medicinais não fazem
PLANTA MEDICINAL INDICADA CONHECIMENTO CIENTÍFICO Nome popular Nome científico Tratamento de: Planta/partes Acerola Malpighia emarginata Afecções pulmonares Frutos Bálsamo Myroxylon toluifera Tosse bronquite Resina Bananeira Musa spp Cicatrizante Inflorescência Batata-de-purga Operculina hamiltonii Afecções por moluscos (esquistosomose)
Tubérculo
Cajueiro Anacardium occidentale Ação antimicrobiana e hipoglicemiante
Casca
Capitãozinho Gomphrena demissa Atividade estrogênica Raízes Cebola-branca Allium ascalonicum L. Tosse produtiva Bulbo Chá preto Tea sinensis linn Diarréias Folhas ou botões florais Eucalipto Eucalyptus globulos Labill Bronquite e antitérmico Folhas Favela Cnidoscolus phyllacanthus Infecções (atividade citotóxica) Casca e entrecasca Hortelã da folha grossa Plectranthus ambuinicus lour Cefaléia, cólica Folhas Limão Citrus Limonum Risso Gripe e pneumonia Fruto Malva-rosa Malva silvestris Bronquite, constipação Folhas Mastruz Chenopodium ambrosioides. Afecções pulmonares e das vias aérias
Folhas e sumidades florais Pepaconha Cephaelis ipepacuanha Vermífugo Raízes Romã Punica granatum Faringite, diarréia e hemorróidas Fruto Sabugueiro Sambucus nigra Laringite e febre Flores Sena Cássia angustifólia Cólicas e diarréia Folhas Tomate Solanum lycopersicum Constipação e úlceras de pele Folhas e frutos Urinana Zornia Diphilla Pers. Não encontrado na literatura consultada
Quadro 2. Plantas medicinais indicadas pelos herbolários para tratamento das doenças e sua utilização, segundo a literatura consultada.
mal algum a saúde das pessoas. Perguntou-se aos herbolários se havia plantas medicinais capazes de intoxicar o doente. Dentre os entrevistados, 50% reafirmou a inocuidade dos fitoterápicos, e 50% afirmaram haver várias plantas que são tóxicas. Em estudos anteriores foi observado que fitoterápicos colhidos de regiões diferentes, apresentam variabilidade do efeito terapêutico da mesma planta devido à variedade química dos solos(17)^ E que a composição dos princípios ativos das plantas é variável em decorrência das diferentes condições de cultivo, colheita, secagem, armazenamento e preparo dos fitoterápicos(14)^. Em muitos casos as pessoas subestimam as propriedades medicinais das plantas e fazem uso delas de forma aleatória. Entretanto, cada vegetal, em sua essência, pode ser alimento, veneno ou medicamento. A distinção entre as substâncias alimentícias, tóxicas e medicamentosas se faz apenas com relação à dose, a via de administração e a finalidade com que são empregadas(18)^.
Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinaisMedicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinaisMedicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinaisMedicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinaisMedicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais
A academia também reconheceu e valorizou a utilização de ervas medicinais na cultura popular, de modo que o componente curricular Fitoterapia vem sendo inserido no projeto Político pedagógico dos Cursos de Graduação em Enfermagem. Esse componente é abordado de forma obrigatória ou optativa durante a graduação. Entretanto, o conhecimento sobre as terapias alternativas não é, ainda, de domínio de todos os docentes, o que pode restringir a formação dos alunos, uma vez que todas as disciplinas da grade curricular estão envolvidas nesse processo(24)^. Relata-se que o conhecimento adquirido pelos alunos acerca das terapias alternativas tem maior relação com o “saber popular”, oriundos dos meios de comunicação e da tradição oral, do que com o “saber oficial”. Assim, dentre os alunos, a terapia mais conhecida é a das essências florais, talvez porque as instituições de ensino têm atuação específica nessa área (24)^. Ao considerar que nem todos os profissionais têm conhecimento pleno da taxonomia do material botânico; que os fitoterápicos encerram a possibilidade de efeitos colaterais e intoxicações, e que as indicações, o preparo e a dosagem ideal desse produto não podem ser desconhecidos do enfermeiro que faz uso dessa terapia, entende-se que as falhas na administração dos fitoterápicos, da mesma forma que as falhas na preparação e administração dos medicamentos alopáticos, submetem-se aos postulados ético-legais. Assim, a formação na área de saúde não pode ser reduzida às normas, regras ou padrões lineares, nem ao simples reordenamento de disciplinas e cargas horárias (25). Entende-se que há necessidade de inclusão de um componente que enfoque as práticas alternativas em todos os Projetos Político Pedagógicos dos Cursos de Graduação
das escolas públicas e privadas.
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS
A figura do herbolário alcançou importante papel econômico na sociedade devido a comercialização das plantas e difusão do conhecimento sobre seus efeitos de cura. E esse tipo de tratamento vem ganhando maior adesão da população e de alguns profissionais de saúde. Os herbolários participantes desse estudo têm um bom conhecimento acerca do princípio ativo das ervas. Entretanto, percebeu-se lacunas no concernente a indicação correta dos fitoterápicos para o tratamento de alguma doença, fato sugestivo de que esses profissionais carecem de capacitação para que possam proceder a uma padronização correta dos fitoterápicos, correlacionar, com acerto, os princípios ativos das plantas com as indicações terapêuticas e orientar os usuários acerca das possibilidades de interações farmacológicas ou intoxicações medicamentosas. Além das orientações disponibilizadas acerca da preparação do fitoterápico, é preciso que os herbolários orientem sobre a limpeza, armazenamento, tempo de vida útil das ervas e contra-indicações do produto, para minimizar a probabilidade de efeitos adversos ou de outros problemas de saúde, a exemplo da intoxicação. No concernente ao Enfermeiro que pratica a fitoterapia ou que esteja inserido na saúde pública, espera-se que desenvolva educação em saúde com a comunidade a fim de minimizar ou impedir a ocorrência de casos de intoxicação ou de outros agravos á saúde decorrentes do uso indevido das plantas medicinais.
França ISX, et al.França ISX, et al.França ISX, et al.França ISX, et al.França ISX, et al.
Paulo(SP): Hermus; 1982.
Saúde Pública 1995; 29(2): 147-51.