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Atividades e outros sobre avaliação psicológica em psicologia
Tipologia: Exercícios
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A Escuta Terapêutica como estratégia de intervenção em saúde: uma revisão integrativa Estudiosos apontam para a necessidade do desenvolvimento de competências de comunicação interpessoal por parte dos profissionais de saúde, para que estes possam estabelecer relações que ofereçam benefícios aos pacientes e seus familiares. Em uma pesquisa realizada por enfermeiras sobre o suporte emocional em cuidados paliativos, concluiu-se que o uso apropriado de habilidades de comunicação é a base do cuidado emocional do indivíduo e da família que vivenciam estresse psicológico e emocional. (MESQUITA, 2014, P.
No cuidado, a escuta pode minimizar as angústias e diminuir o sofrimento do assistido, pois por meio do diálogo que se desenvolve, possibilita ao indivíduo ouvir o que está proferindo, induzindo-o a uma autorreflexão. (MESQUITA, 2014, P. 1128) No entanto, apesar de os profissionais de saúde admitirem que o processo de comunicação é um fator importante na assistência prestada e que saber ouvir é uma habilidade essencial no trato com o paciente, é escasso o conhecimento de estratégias de comunicação por parte dos mesmos. Assim, torna-se ser necessário suscitar uma reflexão mais aprofundada sobre a escuta enquanto ferramenta terapêutica, para que esta não seja utilizada de forma indefinida e sem propósito. (MESQUITA, 2014, P. 1128) Apesar do reconhecido valor terapêutico da escuta, os estudos primários sobre essa temática ainda são escassos, afinal, foram encontradas apenas 15 publicações na literatura científica relacionadas ao objetivo desta revisão. No entanto, vale ressaltar que, embora escassos, a maior parte dos estudos apresenta níveis de evidência que possibilitam confiança no uso de seus resultados. (MESQUITA, 2014, P. 1133) Pode-se observar que um ponto comum entre a maior parte dos estudos selecionados é o reconhecimento da necessidade de habilidades, por parte do profissional de saúde, para o desenvolvimento de um processo de escuta eficaz. Há uma série de maneiras de ouvir. Uma delas, por exemplo, é quando se ouve um amigo ou familiar, situação na qual se é convidado a oferecer os próprios pontos de vista enquanto se ouve com simpatia ou se faz comentários que têm o objetivo de acalmar quem é ouvido. (MESQUITA, 2014, P. 1133) O estudo, além de sintetizar as evidências a respeito do uso da Escuta Terapêutica enquanto intervenção de saúde, fornece uma direção para que enfermeiros e demais profissionais de saúde possam pensar o uso de tal intervenção em sua prática clínica, já que esta apresenta-se como uma intervenção comprovadamente benéfica para o bem-estar do indivíduo. (MESQUITA, 2014, P. 1134)
O desenho como instrumento diagnóstico: reflexões a partir da psicanálise A psicanálise exerceu forte influência no desenvolvimento e construção dos métodos projetivos e na compreensão do processo psicodiagnóstico, no entanto o ensino na área das técnicas projetivas centra-se muitas vezes na aprendizagem das pautas de interpretação dos instrumentos, correndo o risco de favorecer modelos atomísticos de interpretação, perdendo de vista o objetivo de alcançar as operações mentais operadas pelo sujeito e que permitiriam ao psicólogo alcançar o modo de funcionamento psíquico do paciente, objetivo principal de um processo psicodiagnóstico pautado na psicanálise.(SOUZA, 2011, P. 208) Acreditamos que o conhecimento clínico e teórico da psicanálise poderia contribuir para o ensino de técnicas de avaliação da personalidade a partir de desenhos. No entanto análise das produções projetivas gráficas, valiosa ferramenta dentro do processo psicodiagnóstico, quando feita apenas baseada nos manuais de interpretação dos testes, sem utilizar o raciocínio clínico do psicólogo que integra as informações obtidas e tendo como pano de fundo um conhecimento teórico sobre o desenvolvimento e a personalidade, corre o risco de resultar em interpretações estereotipadas, perdendo seu caráter de rica possibilidade de comunicação, que pode contribuir para mapear as várias dimensões presentes na construção da subjetividade do paciente, permitindo um melhor encaminhamento aos profissionais que trabalham no campo da infância.(SOUZA, 2011, P. 208) A perspectiva que propomos como reflexão é considerar o desenho, não como um “teste”, mas como uma forma possível de diálogo com as crianças, introduzindo a ideia de que a produção gráfica da criança, a exemplo da produção onírica, é antes de tudo resultado de um trabalho psíquico e de que qualquer busca de sentido só será alcançada, se este puder ser inserido em um diálogo e uma certa postura de escuta.(SOUZA, 2011, P. 208) A área da investigação psicodiagnóstica está repleta de testes de personalidade que utilizam o desenho como veículo de comunicação e que, na maior parte das vezes, são acompanhados de pautas de interpretação dos conteúdos simbólicos associados às diferentes partes dos desenhos (casa, árvore, pessoa ou família), tendendo a levar a uma postura de que é possível decifrar um desenho. Ilusão e tentação da busca de um sentido imediato prescindindo do diálogo. (SOUZA, 2011, P.209) A produção de imagens é uma forma de comunicação de afetos que, a partir daquele que a produz, estimula aquele que as observa a entrar em contato com elas, como uma espécie de linguagem. Como apreciador de uma arte, podemos simplesmente nos deixar levar por esta linguagem, mas como
Referências para olhar o desenho de crianças No eixo do ensino e da aprendizagem do desenho pela criança, destacam-se autores que tomam o desenho como uma expressão do desenvolvimento psicológico da criança, indo desde a fase motora para a fase simbólica, marcada pelo abandono das “garatujas” e pelo interesse crescente pela representação. Muitas vezes, os desenhos são expressivos de uma emoção posta em gesto, em movimento. Nesse conjunto, é possível abordar o desenho infantil a partir de diferentes olhares, em suas manifestações como pensamento, como movimento e como visualidade. Para Luquet (1969), a busca gráfica da criança segue a direção do realismo. O desenho realista encontra lugar privilegiado na atenção do adulto, culturalmente constituído para acomodar produções figurativas. Assim, para Luquet (1969) a criança é tocada pelo mundo que a cerca na medida em que é afetada pelo que vê e também pelo desejo obcecante de representar o que conhece. Entendido como sistema gráfico de uma representação mental, síntese de categorias dos objetos conhecidos pela criança, segundo Luquet (1969) o desenho pode ser visto como um modo próprio que a criança usa para compreender o que a cerca, registrar na memória e comunicar visualmente suas idéias, por meio de uma dinâmica do entrelaçamento do olhar, da percepção, da memória, orquestrados pelo pensamento que se manifesta a partir da intenção. Um outro fator é a associação de idéias que ocorre em uma dinâmica que vai da intenção ao traço, a convite do desenho evocador de uma idéia que a criança tem no espírito e que é acionada pela memória. As idéias infantis sobre os objetos a serem representados podem-se associar por meio do estabelecimento de relações de analogia de diferentes tipos: analogia intelectual e visual ou analogia morfológica (objetiva ou gráfica). Os processos de desenvolvimento do desenho se dão ao modo de jogo para a criança. Mas é justamente por considerar o desenho como um jogo que ela se envolve profundamente. Desenhar é assumido inteiramente pela criança que toma para si sua atividade. Esse posicionamento passa a ditar seu pensamento, o que caracteriza o primeiro movimento da criança que entra no jogo: a busca pelo modelo realista.
O principal motor do desenho infantil é o interjogo da intenção da criança, que se complementa em sua interpretação para o desenho. Para Luquet (1969), a intenção é o prolongamento de uma idéia presente no espírito da criança e a intenção, da mesma forma, é o prolongamento de uma idéia presente enquanto a criança executa o traço o qual nomeia. Conservação e modificação ocorrem em função da própria insatisfação da criança e de sua mudança de posição em relação a seu próprio desenho. É, mais uma vez, uma mudança de pensamento que rege o desenho, que se transforma por operações de síntese e de análise. A imagem visual não se imprime na criança pura e diretamente, mas é atravessada pelo seu modo próprio de compreender o mundo, o que faz do desenho não uma reprodução direta do observado ou de uma sensação, mas sim uma cópia do modelo interno. Tal como a falha, o termo imperícia gráfica pode soar estranho aos ouvidos dos que tomam o desenho como uma atividade primitiva na criança, que não comporta um olhar crítico externo, e entendem que há, no sentido dessa palavra, uma desvalorização ou, no mínimo, o não-reconhecimento do que é tão genuíno no desenho infantil. Para Luquet (1969), o percurso gráfico realista tem origem nos primeiros rabiscos fortuitos da criança, quando a intenção não se dirige para reproduzir imagens, mas traçar linhas. Luquet observou os rabiscos iniciais da criança na perspectiva de seu futuro realista. Seria uma fase inicial e transitória. Mas, outros autores avançaram na leitura dessas marcas iniciais, lançando mão de idéias mais abrangentes sobre o papel desses rabiscos no percurso gráfico da criança, inclusive com impactos importantes na produção figurativa. Para Lowenfeld (1977), a garatuja tem um processo de desenvolvimento próprio que se inicia desde os rabiscos fortuitos até a nomeação. As garatujas desordenadas não têm tentativa de representação: baseiam-se inteiramente no desenvolvimento físico e psicológico da criança. Devem ser valorizadas pela expressão em si, já contida no gesto da criança. Por isso, não tem sentido perguntar para a criança que desenha o que ela está fazendo. Os gestos podem ser reconhecidos observando crianças enquanto desenham e, para isso, os referenciais de Lowenfeld (1977) são úteis. Mas, também podem ser acessados pela análise dos vestígios do movimento que se pode reconhecer nas marcas de sua passagem no tempo, na ocupação do espaço delimitado por um suporte como, por exemplo, a folha de papel. As contribuições de Silva (2002), parte delas já abordadas no capítulo1, permitem abordar o desenho na dimensão da atividade humana, não apenas