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avaliação de aprendizagem escolar do aluno autista, sob a perspectiva da relação escola-família. Pretendemos através de uma pesquisa qualitativa descritiva:.
Tipologia: Resumos
Compartilhado em 07/11/2022
4.6
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Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação do Instituto de Ciências da Educação, da Universidade Federal do Pará, como requisito para obtenção do título de Mestra em Educação. Área de Concentração: Currículo, Epistemologia e História. Orientador: Profº Drº Carlos Jorge Paixão
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação do Instituto de Ciências da Educação, da Universidade Federal do Pará, como requisito para obtenção do título de Mestra em Educação. Área de Concentração: Currículo, Epistemologia e História. Orientador: Profº Drº Carlos Jorge Paixão
Aprovado em: ___/____/____
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Carlos Jorge Paixão___________________________________________ Universidade Federal do Pará – UFPA
Prof. Dr. Reinaldo Nobre Pontes ________________________________________ Universidade Federal do Pará – UFPA
Prof. Dr. Emmanuel Ribeiro Cunha _____________________________________ Universidade do Estado do Pará – UEPA
Profª. Drª. Gilcilene Dias da Costa ______________________________________ Universidade Federal do Pará – UFPA
Prof. Dr. César Luís Seibt _____________________________________________ Universidade Federal do Pará – UFPA
Ao meu filho amado, pelos sorrisos e abraços nas horas mais incertas, por ser
o estímulo necessário para que eu me torne uma pessoa melhor, por simplesmente
existir em minha vida.
Aos meus pais, Adenaldo de Nazaré Freitas e Diana Maria Marinho Freitas,
que através de seus exemplos, despertaram em mim e nas minhas irmãs, o amor
pelo conhecimento. Agradeço por sempre incentivarem nossos estudos, nos dando
amor e força para alcançarmos o nossos objetivos de vida, com força e coragem, a
fim de superar os desafios e adversidades.
As minhas amadas irmãs, Lílian e Lívia Freitas, pela dedicação e amizade
verdadeira, por me fazerem sentir amada e estarem sempre presentes em minha
vida.
Ao meu marido, Mauro César Almeida Ferreira, que sempre esteve ao meu
lado nos momentos em que precisei, sendo o amigo de todas as horas.
À amiga Jucilene, pela amizade e por ser os meus olhos e a extensão do meu
amor no cuidado com meu filho, nos vários momentos em que precisei me ausentar,
dedicando o seu tempo e tendo o zelo de uma mãe.
Ao meu querido orientador e professor Dr. Carlos Jorge Paixão, que confiou
em meu potencial e dedicou seu tempo e trabalho em me auxiliar no
desenvolvimento desta pesquisa. Por sempre mostrar os meus erros e, com
palavras doces e amigas, me fazer acreditar na minha capacidade de aprendizagem.
Aos professores Reinaldo Nobre Pontes e Emmanuel Ribeiro Cunha,
membros da banca examinadora de qualificação e de defesa, que dedicaram seu
olhar, experiência e sabedoria em auxiliar a condução deste estudo e com preciosas
orientações consolidar esta produção acadêmica.
Aos amigos conquistados no decorrer do Mestrado, pelo convívio e por serem
os companheiros em diversos momentos do curso oferecendo contribuições e
ponderações sobre a pesquisa, durante os seminários e rodas de conversa.
A todas as pessoas que contribuíram nessa caminhada, direta ou
indiretamente, para que eu conseguisse chegar nesta etapa de minha formação e,
em especial, aos sujeitos pesquisados (professores e pais dos alunos) e aos
professores do curso de mestrado, que tanto me auxiliaram na minha formação
acadêmico-profissional.
O presente trabalho teve como objetivo analisar o processo de construção da avaliação de aprendizagem escolar do aluno autista, sob a perspectiva da relação escola-família. Para alcançar este objetivo, foram levantadas informações, através de entrevistas com os sujeitos, que foram quatro professores e três responsáveis dos alunos com autismo de uma escola pública municipal de Belém do Pará. Os dados obtidos por meio das entrevistas, em conjunto com o balanço da produção científica sobre avaliação no Brasil, constituíram o material a ser analisado e interpretado. Os resultados apontam que os professores procuram realizar uma avaliação formativa, e que buscam estratégias avaliativas que favoreçam a percepção da evolução da aprendizagem dos seus alunos, com o uso de instrumentos diversificados. No entanto, a avaliação da aprendizagem realizada na escola Azul sofre prejuízo primeiramente pelo fato dos professores de sala regular não receberem uma formação adequada, que deveria ser ofertada pela SEMEC – PA, para trabalhar com este público, o que contraria as prescrições dos documentos oficiais. As mães entrevistadas pouco ou nada conhecem do processo avaliativo ao qual o seu filho é submetido. As mães e professores dos alunos autistas relataram perceber os avanços no desenvolvimento de seus filhos no aspecto social, da linguagem, do comportamento e em alguns fatores pedagógicos. Quanto à relação família e escola, duas das três mães entrevistadas compreendem a participação na escola como um aspecto pedagógico e político, onde a sua presença auxilia no processo de aprendizagem do filho, seja através do compartilhamento de informações sobre a criança, seja através da luta para que os direitos de seu filho sejam garantidos. No entanto, as professoras relataram que a participação da família na escola se dá principalmente através da sala de recursos multifuncionais, que é de onde as mesmas obtêm informações a respeito de seus alunos. Os sujeitos entrevistados apontaram a necessidade de formações continuadas que abordem a temática do autismo para que os professores possam se apropriar deste conhecimento e, assim, auxiliar nas suas práticas escolares. Os professores também sugerem que seja feita uma maior parceria da escola com a família para que a aprendizagem do aluno seja favorecida, pois este conhecimento a respeito da realidade do aluno autista irá auxiliar este profissional, fazendo com que atue com mais respeito e responsabilidade.
Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem; Educação Especial; Autismo, Ciclos de Formação.
This work have the objective was to analyze the evaluation process of autistic student learning, from the perspective of school-family relationship. To accomplish this, information was raised through interviews with four teachers and three guardians of students with autism in a public school of Belém do Pará. The data obtained through the interviews, along with the balance of scientific literature on evaluation in Brazil, constituted the material to be analyzed and interpreted. The results show that teachers carry out a formative evaluation, seeking evaluative strategies that enhance the perception of learning evolution of their students, using diverse instruments. However, the assessment of learning held at Blue school suffers loss primarily because of regular classroom teachers do not receive adequate training, it should be offered by SEMEC -PA, to work with this audience, which is contrary to the requirements of official documents. The mothers interviewed know little or nothing of the evaluation process to which your child is subjected. Mothers of autistic students and teachers reported perceive the progress in the development of their children in the social aspect of language, behavior and in some educational factors. As for the relationship between family and school, two of the three mothers interviewed include participation in school as an educational and political aspect, where their presence aids in child's learning process, either through information sharing about the child, either through struggle so that the rights of their child are guaranteed. However, the teachers reported that family involvement in school is mainly through the multifunction capabilities room, which is where they get their information about their students. The interviewees pointed out the need for continuing education addressing the autism theme for teachers to take ownership of this knowledge and thus help in their school practices. Teachers also suggest that we make a greater school partnership with the family to the student's learning is favored because this knowledge about the autistic student reality will help this professional, making act with more respect and responsibility.
Keywords: Learning evaluation; Special education; Autism, Training courses.
APAE - Associações de Pais e Amigos do Excepcionais
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CEB - Câmara de Educação Básica
CID - Classificação Internacional de Doenças
CF - Constituição Federal
CINBESA – Companhia de Informática de Belém
CMEB – Conselho Municipal de Educação de Belém
CNE - Conselho Nacional de Educação
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CRIE – Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes
DSM-IV - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
FEMB - Fundação Educacional do Município de Belém
IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MEC – Ministério da Educação
PA – Pará
PPGED - Programa de Pós-Graduação em Educação
PMB - Prefeitura Municipal de Belém
PNE – Plano Nacional de Educação
SEMEC - Secretaria Municipal de Educação
TDAH – Transtorno de atenção e hiperatividade
TEA – Transtorno do espectro do autismo
UFPA - Universidade Federal do Par
Quadro 01 Resultados da pesquisa de teses e dissertações no Banco de
Teses e Dissertações da CAPES................................................. (^) 97
Quadro 02 Resultados da pesquisa de dissertações e teses no site Google
Acadêmico.................................................................................... (^) 99
Quadro 03 Alunos com deficiência matriculados na escola
Azul............................................................................................... (^) 104
Quadro 04 Perfil das mães dos sujeitos autistas............................................ (^) 108
Quadro 05 Identificação dos professores entrevistados................................. (^) 110
Quadro 06 Proposições sujeitos entrevistados que possam contribuir para
uma melhoria na aprendizagem dos alunos autistas.................... (^) 147
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E aprendi que se depende sempre De tanta, muita, diferente gente Toda pessoa sempre é as marcas Das lições diárias de outras tantas pessoas.
E é tão bonito quando a gente entende Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá E é tão bonito quando a gente sente Que nunca está sozinho por mais que pense estar
(Gonzaguinha – Caminhos do coração)
A política educacional brasileira apoia-se no discurso da educação inclusiva,
especialmente no que tange à educação básica. Contudo, os mecanismos de que
dispõe para evitar e minimizar a “exclusão” escolar não superam os elementos que
geram a desigualdade educacional relacionados a ensinar e aprender que, por sua
vez, estão vinculados à dinâmica social vigente. Assim, há o desafio de se fazer
garantir a educação como um direito de todos cuja situação não pode ser negada.
Nesse âmbito, pensar a educação especial significa ofertar serviços e recursos que
promovam a aprendizagem com qualidade do aluno com deficiência e uma
avaliação escolar responsável.
A escolha pelo tema foi fruto das inquietações cotidianas durante minha
trajetória pessoal e minha atuação como professora de educação especial da
Secretaria de Educação do Município de Belém (SEMEC-PA), a qual busco
desenvolver uma proposta de educação inclusiva.
O meu interesse por pesquisas sobre a pessoa com deficiência^1 vai muito
além de minha trajetória profissional. Desde criança, a educação de pessoas com
deficiência era um assunto comum nas rodas de conversa de minha família, pois
tenho um tio e um primo com TEA^2 – transtorno do espectro autista.
(^1) A resolução nº 01, de 15 de outubro de 2010, do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa
Portadora de Deficiência – CONADE – atualizou a nomenclatura do regimento interno da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, substituindo o termo “pessoas portadoras de deficiência” para “Pessoas com deficiência” (Brasil, DOU de 05/11/2010, nº 2012, Seção 1, p. 4) (^2) O Termo Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) vem sendo utilizado, para se referir a uma série
de condições neurodesenvolvimentais que, geralmente, inclui o autismo, a síndrome de Asperger, o
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Gabriel Lima Mendes – CRIE, proporciona diversas formações para os professores
de Educação Especial atuantes no município. Em nenhuma formação do ano de
2013 - 2014 foi oportunizada reflexões e discussões referentes ao Registro Síntese.
Porém, em uma destas formações, tive a experiência de participar de uma oficina
sobre adaptações de um exame que seria aplicado a nível municipal para todos os
alunos da rede. Isto muito me inquietou, pois muitas das questões estavam aquém
do nível de conhecimento, compreensão dos alunos com deficiência, visto que
inquiria apenas os conhecimentos conteudísticos das disciplinas, em um aspecto
pontual, desconsiderando as especificidades do aluno com deficiência, o que
acabaria resultando em uma avaliação negativa dos mesmos.
Infelizmente, nas escolas brasileiras, por haver uma “cultura da aprovação e
reprovação” (ARROYO, 2000) a avaliação de aprendizagem acaba priorizando
somente à avaliação de aprendizagem do cognoscível, em detrimento de outras
aprendizagens que a escola, como espaço onde os sujeitos frequentam para adquirir
conhecimentos, deveria ensinar/avaliar. Foi sugerido, na formação, a leitura do livro
de Hugo Otto Beyer, “Inclusão e avaliação na escola de alunos com necessidades
educacionais especiais”, a fim de nos aprofundarmos, e assim iniciei o estudo sobre
esta temática.
Passei, então a observar e compartilhar diversos questionamentos de alunos
com deficiência, seus familiares e professores quanto às formas avaliativas
aplicadas pela escola àqueles sujeitos.
A proposta da educação inclusiva nas escolas possivelmente ainda está
marcada pelas possibilidades de encontros e desencontros, resistências, diálogos,
retrocessos, avanços a fim de se considerar a diversidade humana. Presenciei
inúmeras discussões e desabafos, tanto nas reuniões de pais, em sala de recursos
multifuncionais e em conversas informais em corredores do espaço escolar. Os
responsáveis e os professores dos alunos com deficiência perguntavam e refletiam:
“Como que ele passou de ano, se não aprendeu os conteúdos?”, “Eu queria que
meu filho não avançasse no ciclo... ele não vai conseguir acompanhar os colegas”,
“É preciso ele vir para a escola no período de testes avaliativos?”, “Professora, ele
avançou um pouco?”, “Como vou avaliar este aluno?”.
Dos alunos partiam os discursos que mais cortavam o coração: “Eu não
quero fazer prova, pois a professora passa prova escrita e eu não sei ler.”, “Os
colegas dizem que eu não sei nada, então não vou fazer a prova”, “Professora, eu
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não sou burro, mas eu só tiro nota baixa...”, “Não quero mais vir para a escola”, “Eu
não consigo fazer nada, eu não sei nada”.
Tais problemas me conduziram ao Mestrado Acadêmico do Programa de
Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências da Educação da Universidade
Federal do Pará, onde pude continuar minha trajetória na área da pesquisa na
Educação Especial, na linha de pesquisa “Educação: Currículo, Epistemologia e
História”, com o projeto inicial de pesquisa sob o tema Avaliação da aprendizagem
de alunos com deficiência: estudo de caso em uma instituição pública do estado do
Pará, sob a orientação do Profº Dr. Jorge Carlos Paixão. Iniciou-se, então, o
processo de reformulação do projeto de pesquisa, sendo diversas vezes
reconstruído e reestruturado, aperfeiçoando a cada orientação. Foi a partir da
confluência dos diálogos com o professor, pesquisas realizadas e com o meu
histórico familiar que foi construído a avaliação da aprendizagem de alunos
autistas como tema deste estudo.
O professor de sala de aula assume um papel de grande destaque para a
aprendizagem da criança. A maneira como o professor se comporta no espaço
escolar, através de seus sentimentos, intenções, desejos e valores, afeta seus
alunos. Nesse sentido, ganham especial relevância os discursos e ações dos
professores, porque, em última instância, são eles que, no meio de seus medos,
dúvidas, ansiedades, disponibilidades, acolhimentos e possibilidades, assumem os
alunos em suas salas de aula. São as práticas pedagógicas aí desenvolvidas que
poderão construir ou não no sentido da aquisição do conhecimento por todas as
crianças, tenham elas TEA ou não.
Dentre estas práticas, destacamos a avaliação da aprendizagem voltada para
o aluno com deficiência que é um elemento pedagógico de grande importância, que
pode auxiliar ou dificultar a inclusão e a permanência do aluno na instituição de
ensino. Para este aluno, a avaliação apresenta características complexas devido às
suas especificidade, sendo que a não existência de uma avaliação adequada, acaba
colaborando para validar preconceitos em torno destes sujeitos. Superar a presença
expressiva de uma avaliação da aprendizagem essencialmente tradicional e com
fins classificatórios é importante para cumprir os pressupostos que embasam a
educação inclusiva, a qual visa ao atendimento das necessidades e especificidades
dos alunos com deficiência na escola comum, sem fins excludentes.
A prática da avaliação necessita ser refletida e praticada em ambientes
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irá complementar e apoiar a ação da outra. Isto se justifica pelo fato da escola ter um
pequeno tempo com estes alunos, comparado ao tempo em que os pais convivem
com seus filhos. Além do que, estes possuem o conhecimento aprofundado sobre o
processo de desenvolvimento dos filhos desde o início da vida deles, sendo capazes
de resgatar a sua trajetória, em algumas circunstâncias com mais propriedade que
os profissionais da escola. A compreensão e valorização dessa relação escolar
auxiliam principalmente na definição de objetivos e de estratégias de atuação para
cada aluno, resultando em uma aprendizagem exitosa.
É importante que escola e famílias estejam unidas nesta parceria, utilizando
estratégias educativas comuns, objetivando a mesma finalidade, sendo que uma
deve ter conhecimento das atividades desenvolvidas pela outra, pois estão atuando
no desenvolvimento escolar de uma mesma criança, portanto são elementos de um
sistema relacional, devendo estar em permanente comunicação. E um dos principais
motivos em que proporciona a conexão entre a família e a instituição escolar é
através da avaliação da aprendizagem escolar (PERRENOUD, 1999). Os pais são,
com regularidade, solicitados a tomarem conhecimento do nível de aprendizado do
filho, assinarem boletins escolares, verificarem provas e notas, etc. Funciona,
portanto, como um “termômetro” e um sistema de comunicação entre escola e
família.
Assim, deduzimos que se pensar a avaliação for refletir sobre os processos
de ensino e aprendizagem centrado no sujeito e na sua forma de aprender, isso
implicará (re) visitar e redesenhar o currículo, a gestão escolar, a relação professor-
aluno, a relação escola-família, as atividades pedagógicas desenvolvidas e,
obviamente, a ação avaliativa, e, para isso, Hoffmann (2009, p. 43) afirma que deve-
se “procurar aprender com cada um dos alunos novos jeitos de ensinar e agir”.
Tudo isto justifica a realização de estudos em que se possa investigar sobre
a avaliação da aprendizagem de alunos autistas, pois encontramos necessidade de
construção de novos conceitos e trilhas para encaminhar essa nova realidade
inclusiva, pois é inquestionável que a avaliação pode melhorar a qualidade das
aprendizagens e, consequentemente, a qualidade dos sistemas educativos. Torna-
se, então, imprescindível que aconteça uma discussão profunda acerca das ideias e
práticas de avaliação que permeiam a Educação Especial para podermos, a partir
daí, buscar novas estratégias para os processos de intervenção à pessoa com
deficiência. Além disto, para a academia, poderá se constituir em mais uma ocasião
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favorável ao diálogo e às reflexões, que corroboram para o crescimento pessoal e
profissional de todos os envolvidos com a causa educacional, em especial os que
estudam as práticas de avaliação na perspectiva da inclusão de pessoas com
deficiência.
Reconhecendo todo o debate teórico a cerca da avaliação da aprendizagem
e afirmação das políticas de educação inclusiva de alunos autistas, no contexto da
educação básica, as questões que nortearam o presente estudo são: Como ocorre a
construção da avaliação da aprendizagem de alunos autistas da Rede Regular de
Ensino Fundamental no município de Belém? Existe colaboração da família de
alunos autistas para com a escola e que podem contribuir para uma avaliação da
aprendizagem mais inclusiva?
Desta forma, este estudo teve por objetivo analisar como é construída a
avaliação de aprendizagem escolar do aluno autista, sob a perspectiva da
relação escola-família.
Pretendemos através de uma pesquisa qualitativa descritiva:
Identificar os procedimentos utilizados na escola para avaliar a aprendizagem
do aluno autista;
Averiguar se existe o envolvimento da família no processo de ensino
aprendizagem do aluno autista;
Conhecer as sugestões de professores e de pais de alunos autistas que
contribuam para a melhoria de mudanças educacionais e de práticas avaliativas
mais inclusivas.
O levantamento foi feito a partir das entrevistas semi-estruturadas aplicadas
aos professores e pais de alunos autistas de uma Escola da Prefeitura Municipal de
Belém que, como todas as outras da rede municipal, adota os Ciclos de Formação
para a organização da ação educativa escolar.
Para desenvolver o trabalho, recorremos a um arcabouço teórico delineado
sob os documentos do Ministério de Educação e da Secretaria Municipal de
Educação de Belém que orientam a avaliação da aprendizagem dos alunos, bem
como aos documentos que amparam os direitos dos sujeitos autistas, além das
literaturas que tratam das categorias Avaliação da aprendizagem e Autismo.
O trabalho está estruturado em três seções, além desta introdução e das
considerações finais. A primeira seção tem o objetivo de situar as questões teóricas
chaves deste estudo para uma melhor fundamentação da temática. Aborda a