Baixe Impacto Económico da Pandemia COVID-19 em Sergipe: Análise Jan-Maio 2021 e outras Provas em PDF para Metodologia, somente na Docsity!
RELATÓRIO TÉCNICO
Avaliação dos impactos econômicos da pandemia COVID-
19 em Sergipe: janeiro-maio de 2021
Luiz Carlos de Santana Ribeiro, José Ricardo de Santana, José Roberto de Lima Andrade, Fábio Rodrigues de Moura, Fernanda Esperidião, Marco Antônio Jorge, Luciano Ricardio de Santana Souza, Luiz Carlos Day Gama, Fernanda Rodrigues dos Santos, Hebert Pitanga Simões, José Heleno Alves da Silva, Laudenor Morais Correia de Melo Assunção, Maria Jadenice de Santana Silva. São Cristóvão/SE Julho/
Sumário Executivo
- Este relatório apresenta uma avaliação descritiva dos impactos econômicos da Covid-19 no estado de Sergipe e nos seus territórios de planejamento entre os meses de janeiro e maio de 2021.
- São utilizados dados mensais de emprego do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e das Notas Fiscais ao Consumidor Eletrônicas (NFC-e), estes dois últimos disponibilizados pela Secretaria de Estado da Fazenda de Sergipe (SEFAZ-SE). (1) Objetivos
- Avaliar os impactos econômicos da pandemia COVID-19 no estado de Sergipe entre os meses de janeiro e maio de 2021 , a partir de informações sobre emprego formal, arrecadação de ICMS, volume e receita de Serviços e receita de bens e serviços obtida a partir das NFC-e.
- Auxiliar os processos de tomada de decisão relacionados à pandemia no estado de Sergipe. (2) Metodologia
- Análise descritiva de dados secundários. (3) Principais Resultados
- Nos cinco primeiros meses de 2021, Sergipe registrou saldo negativo de 136 postos de trabalho com carteira assinada;
- O impacto da pandemia foi heterogêneo tanto entre os setores econômicos quanto entre os territórios de planejamento do estado;
- As maiores altas de receita de vendas e arrecadação de ICMS no estado ocorreram nos meses de abril e maio de 202 1 , com crescimento real de 23 % e 46 %, respectivamente; e
- O volume do setor de Serviços em Sergipe entre janeiro e abril de 2021 acumula queda de - 4,9% que, junto com o Distrito Federal, foi o pior resultado entre as Unidades da Federação.
Figura 1: Evolução mensal do saldo de emprego formal, com ajustes – Sergipe – 2021 Fonte: Elaboração própria a partir de informações do CAGED. Nota: Série com o ajuste das declarações realizadas fora do prazo, exceto maio. Os meses de janeiro e fevereiro de 2021 seguem a tendência de saldos positivos dos últimos cinco meses de 2020, apresentando mais de 1.000 postos de trabalho criados. Por outro lado, o mercado de trabalho formal sergipano apresentou forte retração no mês de março de 2021, com saldo de - 1.505. A partir de abril há indícios de uma recuperação, com saldo de - 111, ao passo que maio apresentou saldo positivo de 432 postos de trabalho. O impacto da pandemia sobre o emprego formal é heterogêneo entre os setores de atividade econômica. Os segmentos de Comércio e de Serviços foram aqueles que apresentaram os maiores saldos no acumulado do ano de 202 1 , com 1.184 e 1.146 postos de trabalho, conforme revela a Tabela 1. Os setores Indústria (-2.060) e Agropecuária (-720) apresentaram saldo negativo. Os demais setores apresentaram saldo positivo, são eles: Administração Pública e Construção, com 1.010 e 314 postos de trabalho, respectivamente. Ao analisar a criação setorial (ver Anexo 1) de postos de trabalho em 2020, Serviços, Construção e Comércio se destacaram negativamente. A partir dos resultados do acumulado até maio de 2021, observa- se uma mudança na dinâmica da economia no estado. Além disso, na medida em que a Indústria foi o único setor em 2020 a apresentar saldo positivo (160), em 2021 está acumulando queda de - 2 .060 postos, a maior dentre as atividades. (^560 )
0 500 1000 Jan Fev Mar Abril Maio
Tabela 1 : Saldo acumulado de emprego formal por grande setor de atividade econômica em Sergipe: janeiro a maio de 2021 Setores Admitidos Desligados Saldo Agropecuária 653 1.373 - 720 Indústria 5.633 7.693 - 2. Construção 4.672 4.358 314 Comércio 9.052 7.868 1. Serviços 16.190 15.044 1. Administração pública 4.112 3.102 1. Total 36.200 36.336 - 136 Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CAGED. O saldo negativo da Indústria foi impulsionado, sobretudo, pela indústria de transformação (-1. 999 ), mais especificamente, pela fabricação e refino de açúcar (-1.450). O saldo negativo da Agropecuária, por sua vez, foi puxado principalmente pelo cultivo de cana-de-açúcar (- 805 ). O setor extrativo e de beneficiamento do açúcar foram afetados pela entressafra da cana-de-açúcar, somando 2. 255 vagas perdidas. A Figura 2 revela o saldo de emprego mensal e por grandes setores entre janeiro e maio de 2021. Observa- se que a Indústria inicia o ano com saldo negativo, apresentando saldo positivo apenas no mês de maio (256). O segmento de Serviços faz o sentido contrário, inicia o ano com saldo positivo, porém no mês de maio apresenta queda. Figura 2: Saldo mensal de emprego formal por setor em Sergipe: janeiro a maio de 2021 Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CAGED.
- 0 500 Jan Fev Mar Abr Mai Serviços Comércio Construção Indústria Agropecuária
Figura 3 : Espacialização do saldo de empregos formais por Território de Planejamento: janeiro a maio de 2021 Elaboração própria a partir de informações do CAGED. A Figura 4 e o Anexo 2 apresentam os resultados do saldo acumulado de emprego em 202 1 por setor e por Território de Planejamento. O comportamento do emprego formal nos Territórios de Planejamento foi distinto. Na capital Aracaju, por exemplo, todos os setores registraram saldo positivo. Nesse quesito, destacam-se Serviços (1.164), Indústria ( 282 ) e Construção ( 273 ). É interessante observar que a Indústria tem seu pior saldo no território em que a capital está inserida, a Grande Aracaju (- 1. 704 ). Laranjeiras (- 1.364) e Nossa Senhora do Socorro (-481) têm o maior peso nesse resultado. Já no Leste Sergipano, o único setor que apresentou saldo positivo no acumulado até maio de 2021 foi Comércio ( 36 ), enquanto a Agropecuária (- 746 ) teve o pior saldo entre todas as regiões. Nos territórios Centro-Sul e Sul Sergipano destacam-se na geração de empregos o setor de Serviços, 245 e 189, respectivamente. Um ponto importante é que, com exceção do Leste Sergipano, os demais territórios não fecharam postos de emprego formal no setor de Serviços. No segmento de Comércio todas as regiões apresentaram saldo positivo. De forma geral, esses resultados são importantes pois demonstram uma nova fase da economia na pandemia.
Figura 4 : Saldo acumulado de emprego por setor e por Território de Planejamento, janeiro a maio de 2021 Figura 4 a : Saldo de emprego na Agropecuária Figura 4 b : Saldo de emprego na Indústria Figura 4 c : Saldo de emprego na Construção Figura 4 d : Saldo de emprego no Comércio Figura 4 e : Saldo de emprego nos Serviços Figura 4 f : Saldo de emprego na Adm Pública Elaboração própria a partir de informações do CAGED.
Figura 6 : Receita de bens e serviços a partir das NFC-e em Sergipe: janeiro a maio de 20 20 e 202 1 Elaboração própria a partir dos dados da SEFAZ-SE. Dada a representatividade do setor de Serviços na economia sergipana, o qual em 2018 respondeu por 76,2% do PIB, é importante analisar sua dinâmica de forma isolada e compará-la com outras Unidades da Federação (UF). De acordo com os resultados da Pesquisa Mensal de Serviços, realizada pelo IBGE, o volume de serviços em Sergipe registrou, em abril de 2021, os seguintes resultados: na comparação com março de 2021, caiu 1,8%, conforme Figura 7; na comparação com abril de 2020, expandiu 8,2% e o indicador acumulado no ano diminuiu 4,9%. É necessário buscar respostas para entender o aumento de postos de trabalho formal no setor de serviços ao mesmo tempo em que se verifica redução de quase 5% no volume do segmento. Uma possibilidade discutida por economistas é a superestimação dos dados pelo CAGED após a mudança de metodologia em 2020. Em termos de comparação, o Distrito Federal que teve queda similar a de Sergipe no volume de serviços, e teve saldo positivo de 2.690 no setor de serviços de janeiro a maio de 2021. Figura 7 – Variação mensal - Volume e Receita Nominal de Serviços em Sergipe Fonte: Elaboração própria a partis de informações da PMS. 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
JAN FEV MAR ABR MAI Receita NFCe (em R$ milhões 2021) 2020 2021 Variação %
- 1 (%) Volume Receita Nominal
Observa-se que apenas no mês de fevereiro houve variação positiva (1,2%). Os dados do mês de maio serão importantes para demonstrar se às quedas de março e abril devem ser uma tendência para o semestre. O volume de serviços no Brasil avançou 0,7% em abril na comparação com o mês imediatamente anterior (série com ajuste sazonal), recuperando parte do recuo de março (-3,1%), único mês com registro negativo no ano para o país, como ilustra a Figura 8. Figura 8 – Volume mensal de Serviços – Brasil e Sergipe: maio/ 2020 a abril/ 2021 Fonte: Elaboração própria a partir de informações da PMS Sergipe não acompanhou o mesmo comportamento do Brasil e apresentou queda de 1, 8 % em abril, mantendo a tendência negativa de março (0,9%). É importante destacar que o mês de abril do ano corrente foi marcado pelo agravamento de algumas medidas de contenção em algumas cidades, como toque de recolher, redução de horário comercial e até suspensão do funcionamento dos serviços não essenciais em Sergipe. A Figura 9 mostra o volume acumulado de Serviços por UFs entre janeiro e abril de 2021. Figura 9 : Volume de Serviços acumulado por Unidade da Federação, janeiro a abril de 2021 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da PMS
- 0 5 10 15 TO^ SC MT^ PA AM MS RR MG GO AC^ AP MA^ SP^ ES RO^ RJ^ RS^ PB^ PR AL^ PI^ CE^ PE BA RN^ DF^ SE (%)
0 5 mar/20 Abril Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez jan/21 Fev Mar Abril (%) Brasil Sergipe
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CAGED.
Setores econômicos Meses
- Anexo 1 : Saldo de emprego por setor de atividade em Sergipe, com ajustes: janeiro a maio de Nota: Série com ajustes, exceto maio.
- Agric., pecuária e pesca - 18 73 - 675 - Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
- Indústria geral - 205 - 587 - 1.44 2 -
- Indústrias Extrativas - 10 - 23 - 8 -
- Ind. de Transformação - 198 - 564 - 1.39 5 -
- Eletricidade e Gás - 7 3 -
- Água e Esgoto. 10 - 3 - 37 - 3 -
- Construção 330 183 40 - 183 -
- Comércio; reparação de veículos e moto
- Serviços 165 379 292 430 -
- Transporte, armazenagem e correio - 33 - 77 - 38 - 97 -
- Alojamento e alimentação 111 310 - 298 - 143 -
- Infor., comunicação e ativid. financeiras, imobiliárias e adm. 102 - 363 256 392 -
- Informação e Comunicação
- Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados - 32 - 78 -
- Atividades Imobiliárias
- Atividades Prof., Científicas e Técnicas 109 146 91 92 -
- Atividades Adm. e Serviços Comp. - 49 - 505 176 181 -
- Adm pública, defesa e seg. social, educ., saúde humana e serv. sociais -
- Adm Pública, Defesa e Seg. Social - 21 13 2 - 3 -
- Educação -
- Saúde Humana e Serviços Sociais
- Outros serviços 108 142 40 21 - Serviços domésticos - 1 - - -
- Artes, Cultura, Esporte
- Outras Ativ. de Serviços - Total 560 488 - 1. 505 - Organismos Inter. e Inst. Extraterritoriais - - - -
- maio de Anexo 2 : Saldo de empregos formais por território de planejamento e por setor de atividade: janeiro a
- Agreste Central - Territórios Agropecuária Indústria Construção Comércio Serviços Total
- Alto Sertão
- Baixo S. Francisco 141 97 -
- Centro Sul 16 -
- Grande Aracaju - 72 - 1.704 338 279 709 -
- Leste Sul - 746 - 25 - 114 36 - 238 - 1.0
- Médio Sertão - 0 - 704 0 55 0 -
- Sul Sergipano -
- Total - 720 - 2.060 314 1.184 1.146 -
