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c) planejamento da estrutura metálica (coerência do desenho, presença e qualidade dos preparos dentários para PPR - nichos, planos guia e retenções – de acordo ...
Tipologia: Notas de estudo
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Várias etapas são requeridas para a confecção de uma Próte- se Parcial Removível (PPR) e todos os participantes (profissio- nal, paciente e técnico de laboratório) envolvidos neste processo podem contribuir para o sucesso ou fracasso do tratamento pro- tético reabilitador 1-3. Falhas aparentemente inócuas ocorridas durante as fases de confecção da PPR podem ser acumuladas e causar sérios pro- blemas ao final do tratamento^4. Diagnóstico, planejamento e/ou plano de tratamento incorretos, uso inadequado do delineador, ausência de preparo de boca, comunicação deficiente entre pro- fissional e laboratório de prótese dentária, execução laboratorial inadequada, falta de orientação e esclarecimento aos pacientes foram relatados como fatores causais do fracasso das PPRs2-8. Os insucessos e fracassos são percebidos quando a PPR alte- ra o funcionamento do sistema estomatognático, lesando seus componentes e causando destruição, trauma ou mobilidade nos dentes que dão suporte à prótese, ou provendo reações maléfi- cas à distância, como as dores craniomandibulares^9.
Aproximadamente sessenta por cento dos usuários de PPR têm problemas técnicos com as próteses tais como desgaste ex- cessivo dos dentes e perda de retenção e estabilidade 10. Prejuí- zos à integridade do sistema de suporte como acúmulo de placa, cárie, doença periodontal e lesões de mucosa, também têm sido associados ao uso de PPR11-15. O cirurgião-dentista é responsável por todas as fases do tratamento protético reabilitador, enquanto o técnico de labo- ratório é responsável perante o dentista, mas não perante o pa- ciente. Ainda assim, estudos revelam que há uma tendência em se delegar, inapropriadamente, funções ao técnico, o que pode culminar no detrimento da qualidade do serviço prestado em reabilitação oral 1,16. Pelo desconhecimento de fatores biológicos relacionados ao paciente, desenhos e planejamentos de estruturas metáli- cas para PPR feitos pelos técnicos de laboratório são altamente contra-indicados17-^. Mesmo realizando os procedimentos clínicos adequadamen- te, o profissional pode indiretamente maximizar as iatrogenias
1-Doutora em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Professora Adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. 2-Doutor em Reabilitação Oral pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Professor Adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. 3-Graduado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás.
Objetivo: Avaliar a qualidade dos modelos de gesso e requisi- ções enviados a laboratórios de prótese dentária para confecção de Prótese Parcial Removível (PPR) e analisar o planejamento das estruturas metálicas a serem confeccionadas. Material e Método: A amostra foi composta por modelos e requisições en- viados por cirurgiões-dentistas a quatro laboratórios comerciais da cidade de Goiânia-GO, selecionados a partir de uma lista fornecida pela Vigilância Sanitária do Município. Para coleta de dados foi utilizado um roteiro estruturado. Os modelos foram identificados segundo a Classificação de Kennedy e as Regras de Applegate. Informações adicionais foram agrupadas nas se- guintes categorias: condições gerais dos modelos (local de va- zamento, material de moldagem, gesso, presença de bolhas nas superfícies de assentamento da PPR), requisição do trabalho ao laboratório (avaliadas segundo a clareza das informações nelas contidas) e planejamento da estrutura metálica (desenho, quali-
dade dos preparos dentários – nichos, planos guia, retenções). Resultados: Foram avaliados 121 modelos, dos quais apenas 36 (29,8%) possuíam requisição por escrito e somente 11 (9,1%) possuíam indicação do desenho das estruturas metálicas. Foram verificadas bolhas positivas e/ou negativas em 85 (70%) mode- los. Apenas 22(18,2%) apresentavam nichos e 6 (5%) possuíam evidências de preparos de planos guia. 76 (62,8%) apresentavam paralelismo relativo das superfícies dos dentes pilares e em 74 (61,2%) as retenções foram consideradas adequadas. Conclu- sões: A qualidade dos modelos e requisições encaminhados aos laboratórios para confecção de PPR é precária. Na maioria dos casos, o planejamento da estrutura metálica é delegado ao téc- nico de prótese dentária e os preparos dentais básicos para PPR não são realizados. PALAVRAS-CHAVE: Prótese parcial removível, planejamen- to, modelos de gesso, requisições, laboratório de prótese.
Avaliação do Planejamento para Prótese Parcial Removível e da Qualidade dos Modelos e Requisições Enviados aos Laboratórios
Rev Odontol Bras Central 2011;20(52)
junto aos tecidos bucais, pois de nada adiantará se ele detiver o conhecimento necessário, mas não souber como transmitir as informações de forma adequada ao técnico de laboratório^24. Apesar de o ensino enfatizar a importância da etapa de pla- nejamento, há relatos na literatura de que a grande maioria dos profissionais não o executam corretamente1,4,25,26. São necessá- rios mais estudos que auxiliem na conscientização de alunos e profissionais da odontologia quanto à necessidade de mudança de atitude em relação ao planejamento e execução de procedi- mentos para confecção de PPRs. O presente artigo tem como objetivos verificar as condições gerais dos modelos de gesso encaminhados aos laboratórios para confecção de Prótese Parcial Removível; avaliar a qualida- de da comunicação dos cirurgiões-dentistas com os técnicos de laboratório com base em informações inerentes às requisições dos trabalhos a serem executados; e analisar o planejamento das estruturas metálicas considerando o desenho e a qualidade dos preparos dentários conforme detalhes técnicos visualizados nos modelos de gesso. Com esta percepção da realidade da confecção de Próteses Parciais Removíveis no município de Goiânia-GO, espera-se contribuir para a conscientização da comunidade odontológica sobre a necessidade de aprimoramento técnico-científico dos ci- rurgiões-dentistas para melhorar a qualidade do planejamento das estruturas metálicas, dos preparos dentários, dos modelos e requisições encaminhados aos laboratórios, o que pode otimizar a qualidade final dos trabalhos e, portanto, beneficiar os pacien- tes usuários deste tipo de prótese.
Após aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (Protocolo N. 254/10), foi obtida uma lista junto à Vigilância Sanitária do Mu- nicípio de Goiânia-GO com 23 laboratórios de prótese dentá- ria devidamente inscritos. Para uma primeira triagem, foi feito contato via telefone com os laboratórios, sem mencionar que se tratava de uma pesquisa, mas apenas inquirindo se os mesmos confeccionavam Prótese Parcial Removível. Apenas seis laboratórios afirmaram executar trabalhos de PPR. Os responsáveis técnicos por estes laboratórios foram en- tão recrutados para participação na pesquisa por meio de conta- to telefônico seguido de visita pré-agendada ao estabelecimen- to. Não foi possível estabelecer contato com um deles, e outro afirmou não ter fluxo de trabalho suficiente para ser incluído na pesquisa. Desta forma, foram incluídos no estudo quatro laboratórios que atenderam aos seguintes critérios: execução rotineira dos trabalhos técnicos de interesse para pesquisa; autorização do responsável técnico do laboratório por meio de assinatura do termo de anuência para participação na pesquisa. Inicialmente foi realizado um estudo piloto. Durante o perí- odo de um mês, os pesquisadores fizeram visitas regulares pré- agendadas aos laboratórios anuentes para análise de modelos de gesso e requisições encaminhados por cirurgiões-dentistas com finalidade de confecção de PPR. Estas avaliações iniciais foram fundamentais para adequação do instrumento de cole- ta de dados, que foi um roteiro estruturado, a fim de garantir
padronização de informações obtidas e objetividade durante o processo. Os pesquisadores fizeram todas as avaliações conjuntamente, para que pudessem discutir os parâmetros a serem utilizados e entrar em consenso nos casos duvidosos. Os métodos emprega- dos para coleta de dados não causaram nenhum tipo de dano ou prejuízo à integridade física dos modelos de gesso avaliados. Os dados coletados tiveram uso e destino apenas para os objeti- vos desta pesquisa. Não houve qualquer forma de identificação tanto dos laboratórios participantes, quanto dos cirurgiões-den- tistas que enviaram trabalhos para os laboratórios. Os modelos foram identificados segundo a Classificação de Kennedy e as Regras de Applegate^27. Em um esquema gráfico da arcada dentária (Figura 1), superior ou inferior, a depender do modelo em análise, foram assinalados os dentes pilares e os dentes ausentes. As informações adicionais foram agrupadas nas seguintes categorias:
a) condições gerais dos modelos de gesso (se o vazamento do molde foi feito no laboratório, tipo de material de molda- gem, tipo de gesso utilizado na obtenção do modelo, presença de bolhas positivas e/ou negativas nas áreas de assentamento da futura estrutura metálica, presença do modelo antagonista); b) requisição do trabalho ao laboratório (presença de requisi- ção por escrito, de indicação do desenho da estrutura metálica da PPR, modo de indicação e clareza do desenho); c) planejamento da estrutura metálica (coerência do desenho, presença e qualidade dos preparos dentários para PPR - nichos, planos guia e retenções – de acordo com parâmetros clássicos preconizados na literatura científica). O local de vazamento dos moldes e o material de moldagem utilizado foram informados pelos técnicos dos laboratórios, sendo considerada a possibilidade de ausência desta última informação. A análise técnica dos preparos dentários para PPR foi vi- sual. Os nichos foram avaliados quanto à forma e localização. Os seguintes critérios foram utilizados para classificá-los como adequados: a) devem ser preparados na superfície oclusal dos dentes posteriores, na região de fossas proximais, ou na região de cín- gulo dos dentes anteriores; b) devem ser localizados na região proximal (mesial ou dis- tal) adjacente aos espaços protéticos intercalares ou distante dos espaços protéticos de extremidade livre; c) devem apresentar uma conformação triangular (formato
Figura 1. Esquema gráfico das arcadas dentárias.
Avaliação do Planejamento para Prótese Parcial Removível e da Qualidade dos Modelos e Requisições Enviados aos Laboratórios
Rev Odontol Bras Central 2011;20(52)
A maioria dos modelos (70,2%), entretanto, continha bolhas positivas e/ou negativas nas áreas de assentamento da futura estrutura metálica, o que denuncia a falta de cuidado com os procedimentos de moldagem e vazamento. Estes resultados podem ser considerados preocupantes, pois muitas vezes o laboratório que recebe um modelo inadequado para a confecção de uma PPR não o devolve ao cirurgião-den- tista para correção, que por sua vez cobra urgência e rapidez na realização do trabalho contratado. Assim como relatado em outros estudos, a avaliação das re- quisições demonstrou que a comunicação entre o profissional e o laboratório de prótese dentária é pouco explorada e deficien- te 1,24,26,32. O baixo índice de requisições enviadas (29,8%) mostrou que a maioria dos profissionais não se preocupa em informar o que foi planejado para a opção reabilitadora a ser confecciona- da. As requisições avaliadas possuíam pouca informação, como tipo de prótese e a localização (superior ou inferior), sem discri- minar os tipos de conectores e grampos a serem utilizados. É importante ressaltar que das poucas requisições enviadas, a maioria foram guias de serviço que os próprios laboratórios confeccionam com o intuito de estimular os profissionais a for- necerem dados mínimos necessários à execução dos trabalhos. Estes resultados reafirmam os relatos de Kilfeather et al.^1 (2010), de que apenas 31% das requisições encaminhadas a laboratórios de prótese dentária foram consideradas claras pelos técnicos quanto as informações nelas contidas. Com relação ao desenho, pode-se observar que uma pequena minoria de cirurgiões-dentistas se preocupou em enviá-lo. Isto reforça os relatos da literatura de que, em muitos casos, várias etapas do planejamento da PPR são delegadas ao técnico de pró- tese dentária, que não possui condições ou conhecimento dos fenômenos biológicos envolvidos nestes procedimentos, bem como da realidade clínica e particularidades dos pacientes1,17-23. No estudo de Neto et al.^31 (2010), apenas 12% dos desenhos para o arco superior e 3% dos desenhos para o arco inferior exe- cutados por 266 estudantes de 11 Faculdades de Odontologia do Estado de São Paulo-SP foram considerados plenamente aceitá- veis. Estes resultados foram pouco melhores do que os encon- trados no presente estudo (2,5%), mas igualmente alarmantes. A maioria dos modelos de trabalho foi enviada ao laboratório junto com o modelo antagonista (69,9%). Curiosamente, durante a coleta de dados, os técnicos informaram que utilizam o mode- lo antagonista para planejar a posição dos nichos, de modo que estes não interfiram com a oclusão. Esta é uma prática positiva e desejável 1. Se os nichos estivessem devidamente preparados, os apoios ficariam alojados minimizando a possibilidade de in- terferências oclusais. Contudo, o presente estudo verificou uma porcentagem in- significante de modelos com preparos de nichos (18,2%). Além disso, os dados mostraram que os poucos nichos preparados até estavam corretos quanto à localização, mas inadequados quan- to à forma dos mesmos. Estes resultados estão de acordo com o estudo de Rice et al.^25 (2011), que examinaram 68 modelos e encontraram nichos preparados em apenas 30% destes, sendo que a maioria não estava de acordo com os critérios de preparo considerados adequados. Na maioria dos modelos avaliados no presente estudo, não havia evidências de preparo de planos-guia e confecção de re-
tenções. Porém, boa parte dos modelos apresentava certo para- lelismo entre as regiões protéticas e possuíam regiões adequa- das para receberem braços de retenção. O planejamento e o preparo prévio dos dentes pilares rema- nescentes para receber uma PPR são de fundamental impor- tância para o sucesso do tratamento. No entanto, na maioria das vezes, a determinação da trajetória de inserção durante o delineamento dos modelos de estudo, a confecção de nichos e planos guia, e até mesmo a correção do plano oclusal é negligen- ciada ou delegada ao técnico de prótese dentária 7,8,22,26,33-36, fato demonstrado também por este estudo.
A partir do material e método empregado e dos resultados obtidos neste estudo, pode-se concluir que a confecção de Pró- tese Parcial Removível apresenta problemas devido a falhas no elo da comunicação entre o profissional e o laboratório de próte- se dentária. A qualidade dos modelos e requisições encaminha- dos aos laboratórios é bastante precária. Na grande maioria dos casos, a etapa de planejamento da estrutura metálica é delegada ao técnico de laboratório e os profissionais não se preocupam em realizar os preparos dentais básicos para a confecção do trabalho.
Avaliação do Planejamento para Prótese Parcial Removível e da Qualidade dos Modelos e Requisições Enviados aos Laboratórios
Rev Odontol Bras Central 2011;20(52)
by general dental practitioners. J Oral Rehabil. 2011;38(1):72-8.
Objective: This paper aims to evaluate the planning of frame- works for Removable Partial Denture and quality of casts and work orders sent to dental laboratories. Material and Methods: The sample consisted of casts and prescriptions sent by dentists to four commercial dental laboratories located in Goiânia-GO selected from a list provided by the city health surveillance. For data collection it was used a structured form. The casts were grouped according to the classification of Kennedy (1925) and the Rules of Applegate (1935). Additional information was grouped into the following categories: cast general condition (place of pouring, impression material, plaster type, presence of blis- ters on cast surfaces), work orders sent to dental laboratories (evaluated according to explicitness of information contained therein) and framework planning (framework design, qual-
ity of dental preparations – rest seats, guide planes, retention). Results: It were assessed a total of 121 casts, and 36(29.8%) had a prescription of the work to be done and 11(9.1%) of all casts had the design of frameworks to be made. Only 22(18.2%) casts had rest seats prepared. Only 6(5%) had evidence of prepara- tion of guide planes, 76(62.8%) had a relative parallel surfaces between edentulous spaces and 74(61.2%) regions which receive retention clasp arms were considered suitable. Conclusions: The quality of casts and work orders sent to the dental laboratories is precarious. The planning stage for removable partial denture, in most cases, is delegated to the dental lab, where professionals do not even bother to make the basic dental preparations for this kind of rehabilitation. KEYWORDS: Removable partial denture, planning, casts, prescriptions, dental lab.