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Uma análise do método hiperadobe, que utiliza terra crua ensacada como paredes estruturais para a construção de edificações. O texto aborda a história da construção com terra, os métodos de construção com terra crua e as vantagens e desvantagens do método hiperadobe. Além disso, são apresentados os diferentes tipos de construção com terra, como terra escavada, terra plástica e pau-a-pique.
Tipologia: Notas de estudo
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Josué Cristóvão Benvegnú
Lajeado, novembro de 2017
Josué Cristóvão Benvegnú
Trabalho de graduação em Engenharia Civil apresentado como parte dos requisitos para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Me. Rafael Mascolo
Lajeado, novembro de 2017
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Com o aumento considerável de construções com métodos construtivos convencionais, a demanda por técnicas alternativas começa a ganhar mercado na construção civil. Na década de 70 já se tem registros de construções com terra ensacada. Minke (2005) realizou diversos testes com diferentes materiais, com métodos que consistiam na colocação da terra em sacos feitos de algodão, e compactados somente pelo peso das paredes superiores.
Kahilli (1998) patenteou uma nova técnica que consistia na utilização de terra ensacada compactada, com umidade e compactação ideal, conseguindo um adensamento ideal para criar resistência à compressão, e não obtendo retrações futuras. No Brasil, em 2010, houve uma adequação ao método, que consistiu em utilizar um material denominado malha Raschel, sendo esta utilizada como fôrma para colocação da terra e após compactada. A malha Raschel possui uma grande vantagem em relação aos outros tipos de materiais por ter suas fibras mais espaçadas entre si, possibilitando rugosidade adequada para aplicação do reboco de terra posteriormente. Está técnica ficou conhecida como hiperadobe.
O uso de terra ensacada compactada para execução de paredes estruturais de edificações está cada vez mais sendo utilizada para a construção de edificações modernas e com alguns benefícios específicos deste método. Esta técnica de construção vem ganhando mercado em diversas áreas, dentre elas, edificações residenciais e locais de ensino, principalmente com foco na sustentabilidade e bioconstrução.
11 1.2.2 Objetivos específicos
Este trabalho tem como objetivos específicos:
a) Avaliar a resistência à compressão das misturas utilizadas;
b) Avaliar o desenvolvimento da resistência mecânica ao longo do tempo;
c) Ter parâmetros para dimensionar as edificações de maior porte do local do estudo.
1.3 Delimitações do estudo
Foram estabelecidas as seguintes delimitações sobre o estudo em questão:
a) Estudo referente somente ao método utilizado atualmente no local em questão;
b) Serão realizados experimentos relacionados somente a resistência mecânica à compressão do material, não será abordado outro parâmetro que o material apresenta em relação a sua estrutura;
c) Não serão avaliadas informações relacionadas a custos e despesas para a execução das edificações.
1.4 Limitações do estudo
O estudo se resume nas seguintes limitações:
Falta de trabalhos científicos e normas técnicas sobre o estudo proposto.
12 1.5 Estrutura da pesquisa
O primeiro capítulo introduz ao trabalho, onde, além da introdução, encontram-se os objetivos (gerais e específicos), a justificativa, as delimitações e limitações do estudo, além da estrutura da pesquisa. O segundo capítulo destina-se à um referencial teórico, a partir de uma revisão bibliográfica do assunto em geral, abordando diversas áreas do assunto para um melhor entendimento, ou seja, descreve brevemente os principais métodos de construção com terra crua.
O terceiro capítulo dedica-se ao método de pesquisa utilizado e descreve as etapas que foram abordadas para execução deste trabalho. O quarto capítulo é destinado ao estudo experimental, tende a descrever e relatar detalhadamente os materiais e métodos utilizados, descreve os materiais e suas quantidades utilizadas nos ensaios, após é feito uma análise sobre todos os resultados obtidos.
O quinto e último capítulo finaliza com algumas considerações finais além da conclusão pessoal do estudo proposto sobre o trabalho, e por fim um referencial bibliográfico para trabalhos futuros.
14 Minke (2005), há edificações de grande porte há mais de 250 anos, construídas com o método de taipa de pilão, que até hoje apresentam condições adequadas para utilização (Figura 1).
Figura 1 – Edificação construída com método de taipa de pilão, localizada em São Paulo, com aproximadamente 250 anos.
Fonte: Minke (2005)
2.2 A terra como material de construção
A terra sempre foi o material mais utilizado em locais mais quentes como meio de construção. Em países subdesenvolvidos, a metade das construções são com terra crua, com isso, pode-se notar que nestes países é impossível construir com materiais industrializados como ferro e cimento. A terra é o material mais abundante para construção em quase todos locais do mundo, sendo assim, o material mais barato para construções (MINKE, 2005).
De acordo com Neves (2005), para construção com terra, é dividido a classificação do solo em composição granulométrica, plasticidade, retração e posteriormente na execução a umidade ideal para compactação.
2.2.1 Composição granulométrica
A composição granulométrica do solo é definida por grupos de elementos distintos pelo seu tamanho, sendo eles classificados conforme a sua dimensão em
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pedregulho, areia grossa, areia média, areia fina, silte e argila. Para determinar a porcentagem de cada elemento na amostra de solo é feito um teste de peneiramento para separar pedregulho e as areias, e outro teste de sedimentação para determinar a porcentagem de silte e argila (NEVES, 2005).
A denominação de cada elemento da amostra no Brasil, conforme o seu tamanho, é caracterizada pela NBR 6502/1995 da ABNT, conforme demonstrado a seguir na Tabela 1:
Tabela 1 – Composição granulométrica dos solos conforme NBR 6502/1995.
Fonte: Adaptado por Neves, 2005 de ABNT, 1995
Para construção com terra, cada partícula exerce uma função. A argila exerce a função de ligante natural, enquanto o silte é considerado peso morto na mescla, e a areia exerce função de resistência e estabilidade para a mescla. O ideal é uma quantidade de argila de 5% a 30% para a terra corrigida pronta para construir, segundo Houben e Guillaud (1994, apud Santos, 2015).
Para construções com terra, não é necessário que sejam feitos testes precisos para estabelecer a quantidade de cada elemento. Geralmente são utilizados testes de campo práticos, que já oferecem uma base adequada para identificar as porcentagens aproximadas de areia, silte e argila. Para determinar a porcentagem aproximada de cada elemento em teste prático de campo, pode-se utilizar o teste do pote (SANTOS, 2015).
No teste do pote (Figura 2), são recolhidas três amostras do solo a ser utilizado para construção, abaixo da camada superficial, onde possui grande parte de matéria orgânica. É importante sempre recolher amostras abaixo da superfície,
17 Figura 3 – Ensaio limite de liquidez, aparelho de Casagrande.
Fonte: Neves (2005)
Figura 4 – Ensaio limite de plasticidade.
Fonte: Neves (2005)
2.3 Tipos de construção com terra crua
De acordo com Ferreira (2012), um grupo conhecido como CRATerre^1 , criou em 1986 um esquema com as características dos tipos de construção com terra conhecidos até a determinada data. Se subdividem em três grupos de construção com terra: a) sistemas monolíticos; b) sistemas de alvenaria; e c) sistemas de enchimento ou revestimento (Figura 5).
(^1) ONG (Organização Não Governamental) internacional que se dedica à investigação e formação na área da construção em terra.
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Figura 5 – Diagrama de classificação das diferentes técnicas construtivas em função do seu tipo de estrutura.
Fonte: Houben & Guillaud (1989, apud Ferreira, 2012)
2.3.1 Construção com terra sob a forma monolítica
Nos sistemas monolíticos é utilizada a matéria prima do próprio local para a execução desses métodos. Pertencem a este grupo cinco tipos de construção com terra: terra escavada, terra plástica, terra empilhada, terra moldada e terra prensada.
2.3.1.1 Terra escavada
Neste método a construção é feita a partir de um local que apresente estrutura do solo resistente para poder ser escavado e não sofrer deformações, podendo ser utilizado na forma de escavações subterrâneas (Figura 6), ou em forma de grutas em montes sobre a superfície (Figura 7) (FERREIRA, 2012).
UTILIZAÇÃO DA TERRA SOB A FORMA MONOLÍTICA
UTILIZAÇÃO DA TERRA SOB A FORMA DE ALVENARIA
A
B
UTILIZAÇÃO DA TERRA COM ENCHIMENTO DE UMA ESTRUTURA DE SUPORTE
C