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Autobiografia de um Iogue, Resumos de Autobiografia

Paramahansa Yogananda - Um Iogue na Vida e na Morte ... Autobiografia de um logue, traduzida para 14 idiomas, já se tornou uma obra clássica em.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Birinha90
Birinha90 🇧🇷

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PARAMAHANSA YOGANANDA

AUTOBIOGRAFIA DE UM IOGUE

CONTEMPORÂNEO

“Se não virdes sinais e milagres, não crereis”– João. 4:48.

Dedicada à memória de Lutero Burbank

“Um Santo Americano”

Introdução

É esta a primeira vez que um autêntico iogue hindu escreve a história de sua vida para leitores do Ocidente. Descrevendo com vívidos detalhes muitos anos de treinamento espiritual com Siri Yukteswar, um mestre que em muito se assemelhava ao Cristo, revela aqui o autor um aspecto fascinante e pouco conhecido da moderna Índia. Paramahansa Yogananda foi o primeiro grande mestre da Índia a viver no Ocidente durante um longo período (mais de trinta anos). Iniciou na ioga 100. estudantes - técnicas científicas para despertar a consciência divina do homem. Neste livro ele explica, com clareza científica, as leis sutis mas definidas pelas quais os iogues realizam milagres e alcançam o autodomínio. Yogananda, diplomado pela Universidade de Calcutá, escreve, com inesquecível sinceridade e incisiva agudeza. Capítulos cheios de vida são dedicados a suas visitas ao Mahatma Gandhi, a Rabindranath Tagore, a Luther Burbank e a Therese Neumann - a católica estigmatizada da Bavária. Este livro foi traduzido para doze idiomas.

Paramahansa Yogananda - Um Iogue na Vida e na Morte

Paramahansa Yogananda entrou em mahásamádhi (a derradeira vez que um iogue abandona conscientemente seu corpo) em Los Angeles, na Califórnia, em 7 de março de 1952, após concluir seu discurso num banquete em homenagem a Sua Excelência Binay R. Sen, embaixador da índia. O relato da partida do muito amado iogue apareceu no número de março de 1952 de SeIf-Realization Fellowship Magazine (Los Angeles) e no semanário Times de 4 de agosto de 1952.

O grande instrutor mundial demonstrou o valor da ioga (técnicas científicas para chegar à percepção de Deus como realidade) não apenas em vida, mas também na morte. Semanas após haver partido, sua face inalterada brilhava com o divino esplendor da incorruptibilidade.

O sr. Harry T. Rewe, diretor do Cemitério de Forest Lawn, de Los Angeles (onde o corpo do grande mestre jaz temporariamente) enviou a SeIf-Realization Fellowship uma carta com firma reconhecida, da qual são extraídos os seguintes trechos:

“A ausência de quaisquer sinais visíveis de decomposição no cadáver de Paramahansa Yogananda constitui o mais extraordinário caso de nossa experiência... Nenhuma desintegração física era visível no corpo, mesmo vinte dias após a morte... Nenhum indício de bolor revelava-se em sua pele e nenhum dessecamento (secagem) ocorreu nos tecidos orgânicos. Tal estado de preservação perfeita de um corpo, até onde vão nossos conhecimentos dos anais mortuários, é algo sem paralelo... Ao receber o corpo de Yogananda, os funcionários do cemitério esperavam observar, através da tampa de vidro do caixão, os costumeiros e progressivos sinais de decomposição física. Nossa admiração crescia à medida que os dias passavam sem trazer qualquer mudança visível no corpo em observação. O corpo de Yogananda permanecia evidentemente num estado fenomenal de imutabilidade.

“Nenhum odor de decomposição emanou de seu corpo em qualquer tempo ... A aparência física de Yogananda em 27 de março, pouco antes de colocar-se a tampa de bronze no ataúde, era a mesma de 7 de março. Ele parecia, em 27 de março, tão cheio ' de frescor e intocado pela corrupção, como na noite de sua morte. Em 27 de março, não havia, em absoluto, motivo para se afirmar que seu cor po sofrera qualquer desintegração física visível. Por estas razões, declaramos novamente que o caso de Paramahansa Yogananda é único em nossa experiência.”

digno, nunca se expressou com frivolidade. Sua harmonia conjugal perfeita era o foco de serenidade em torno do qual girava o tumulto de oito filhos pequenos. Meu pai, Bhágabati Charan Ghosh, era bondoso e sério; em certas ocasiões, mostrava grande rigor. Embora lhe tivéssemos muita afeição, nós, crianças, mantínhamos para com ele certa distância que raiava pela reverência. Notável em matemática e lógica, guiava-se principalmente por seu intelecto. Mas minha mãe era uma rainha de corações e educou-nos inteiramente através do amor. Depois que ela morreu, meu pai externou mais sua ternura íntima e eu notei que seu olhar muitas vezes parecia se metamorfosear no olhar de minha mãe. Foi em presença de mamãe que travamos os primeiros contatos agridoces com as Escrituras. Ela recorria ao Mabábhárata e ao Rarnayâna5 para exumar histórias que se aplicassem vantajosamente às exigências disciplinares. Instrução e castigo caminhavam de mãos dadas.

1 Mestre espiritual, “o que dissipa as trevas”; do sânscrito gu, trevas; ru, o que dissipa. (Guru-Gita, 17-

  1. 2 Praticante de ioga, “união”, antiquíssima ciência de meditação em Deus. 3 Meu nome de família foi substituído pelo religioso de Yogananda em 1914, quando ingressei na veneranda Ordem Monástica dos Swâmis. Em 1935, meu guru conferiu-me um título espiritual mais elevado, o de Paramahansa (ver capítulos 24 e 42). 4 A segunda casta, tradicionalmente de legisladores e guerreiros. 5 Estes antigos poemas épicos são um repositório precioso de história, mitologia e filosofia da índia.

Em sinal de respeito por meu pai, mamãe nos vestia cuidadosamente, em cada tarde, para recebê-lo ao regressar do escritório. O cargo por ele ocupado era equiparável ao de vice-presidente numa das maiores companhias ferroviárias da índia: a de Bengala-Nagpur. Seu trabalho obrigava-o a freqüentes viagens e mudanças de residência; nossa família viveu em diversas cidades durante minha meninice. Mamãe sempre tinha a mão aberta, generosamente, para todos os necessitados. Papai também era caridoso, mas seu respeito à lei e à ordem estendia-se até o orçamento doméstico. Em certa quinzena, mamãe gastou com a alimentação dos pobres mais do que papai gastava num mês.

  • Por favor, só lhe peço que seja caridosa dentro de limites razoáveis. - Mesmo uma repreensão suave de seu esposo era de suma gravidade para minha mãe. Sem revelar aos filhos seu desacordo com papai, ela fez vir uma carruagem de aluguel.
  • Adeus, vou-me embora para a casa de minha mãe. - Antiqüíssimo ultimato! Rompemos em pranto e lamentações. Nosso tio materno chegou no momento oportuno. Segredou a meu pai um conselho herdado certamente de algum sábio de antanho. Depois de papai ter pronunciado algumas palavras de esclarecimento e conciliação, mamãe, feliz, despediu a carruagem. Assim terminou a única divergência de que tive conhecimento entre meus pais. Recordo-me, porém, de uma discussão característica.
  • Por favor, preciso de dez rúpias para dar a uma pobre mulher que veio bater à nossa porta. - O sorriso de mamãe era persuasivo.
  • Por que dez rúpias? Uma é bastante6. - Papai acrescentou esta justificação: -

Quando meu pai e meus avós faleceram subitamente, eu soube, pela primeira vez, o que era a pobreza. De manhã, comia unicamente uma pequena banana, antes de caminhar vários quilômetros até a escola. Mais tarde, na Universidade, sofri tais privações que me vi forçado a pedir a um rico juiz o auxílio de uma rúpia por mês. Ele recusou, declarando que mesmo uma rúpia tinha valor.

  • Com que amargura você lembra a recusa dessa rúpia! - O coração de minha mãe teve um instante de lógica. - Você gostaria que essa mulher tivesse de recordar dolorosamente a recusa das dez rúpias de que tanto necessita com urgência?
  • Você ganhou! - Com o gesto imemorial dos esposos que se dão por vencidos, meu pai abriu a carteira. - Aqui está uma nota de dez rúpias. Entregue com os meus melhores votos de felicidade. Tinha papai a tendência de dizer “não”a qualquer proposta nova. Sua atitude perante aquela desconhecida, que tão depressa conquistara a compaixão de minha mãe, era um exemplo de sua cautela habitual. Em verdade, a aversão a aceitar imediatamente é apenas uma homenagem ao princípio de “reflexão necessária”. Achei meu pai sempre justo e equilibrado em seus julgamentos. Se eu pudesse reforçar meus numerosos pedidos com um ou dois bons argumentos, ele, invariavelmente, punha a meu alcance o objetivo ambicionado - fosse uma viagem durante as férias ou uma nova motocicleta. Meu pai foi um disciplinador austero de seus filhos, desde pequeninos. Mas sua atitude para consigo mesmo só se podia classificar de espartana. Nunca freqüentou, por exemplo, o teatro, mas procurava suas recreações em várias práticas espirituais e na leitura do Bhágavad Gitá7. Repudiava todo luxo e aderia a um par de sapatos velhos até que se tornassem imprestáveis. Seus filhos compravam automóveis, depois que seu uso se tornou popular, mas papai contentava-se com o bonde para ir diariamente ao escritório. Papai não tinha interesse em acumular dinheiro por amor ao poder. Em certa ocasião, depois de organizar o Banco Urbano de Calcutá, negou-se a tirar vantagens disso e não guardou para si nenhuma ação. Desejara apenas cumprir um dever cívico durante as horas de folga.
  • Ele fez sozinho o trabalho de três homens! - o contador informou à companhia. - Tem a haver 125 000 rúpias, ou seja, 41500 dólares por compensações atrasadas. - O tesoureiro enviou a papai um cheque com esse valor. Meu pai lhe deu tão pouca importância que se olvidou de mencioná-lo à família. Mais tarde, meu irmão mais moço, Bishnu, informado de um grande depósito a seu crédito no banco, fez perguntas a papai.

6 Uma rúpia vale pouco menos que um terço de dólar. 7 Este nobre poema sânscrito, que faz parte do épico Mabábhárata, é a Bíblia hindu. 0 Mahátma Gandhi escreveu: “Aqueles que meditarem no Gíta retirarão dele novas alegrias e novos significados todos os' dias. Não existe uma única meada espiritual com fios embaraçados que o Gíta não possa desembaraçar”.

  • Por que me orgulhar com um lucro material? - papai respondeu. - Quem procura alcançar o equilíbrio mental não se rejubila com o lucro nem se desespera com o prejuízo. Sabe que o homem chega sem dinheiro a este mundo e dele parte

durante o dia, cobrimos certa distância num trole e depois tivemos de caminhar por ruelas estreitas para atingir a moradia retirada de meu guru. Entrando em sua pequena sala, fizemos uma reverência ao mestre, ensimesmado na habitual posição de lótus. Ele piscou os olhos penetrantes e levantou-os para meu chefe: - Bhágabati, você é muito duro com seu empregado! - Suas palavras eram as mesmas que ele pronunciara dois dias antes no campo de Goralchpur. E acrescentou: - Alegro-me por haver permitido a Abinash visitar-me e terem vindo, você e sua esposa, em companhia dele. “Para alegria dos esposos, meu guru os iniciou na prática espiritual de Kriya Yoga11. Seu pai e eu, condiscípulos espirituais, temos sido amigos íntimos desde aquele memorável dia da visão. Láhiri Mahásaya manifestou particular interesse em seu nascimento, Mukunda, e sua vida estará com certeza relacionada com a dele; as bênçãos do mestre nunca falham “.

8 Pronuncia-se um tanto Láiri quanto Laíri; é mudo o a final do título: Maáchái. 0 acento tônico recai na primeira e na terceira sílabas de Bábají. Sri Yuktéswar soa Chrii luctésuor. Diz-se Patânjali, Guitânjali, Guita. 9 Babu (senhor) é aposto aos nomes próprios em bengali. 10 Os poderes invulgares possuídos pelos grandes mestres são explicados no capítulo 30, “A Lei dos Milagres”. 11 Uma técnica iogue ensinada por Láhiri Mahásaya; acalma e silencia o tumulto sensorial, permitindo ao homem alcançar identidade crescente com a Consciência Cósmica (ver capítulo 26).

Láhiri Mahásaya deixou este mundo pouco depois de eu nele haver entrado. Seu retrato, em moldura ornamentada, sempre permaneceu no altar de nossa família, nas várias cidades para onde meu pai era transferido por necessidade de serviço. Muitas manhãs e muitas noites nos encontraram, à minha mãe e a mim, em meditação ante o improvisado altar, oferecendo flores aromatizadas com pasta de sândalo. juntando incenso e mirra às nossas devoções, honrávamos a Divindade que se manifestara com plenitude em Láhiri Mahásaya. Sua fotografia teve influência transcendental em minha vida. À medida que eu crescia, o pensamento focalizado no mestre crescia comigo. Em meditação, eu via com freqüência sua imagem fotográfica destacar-se da pequena moldura e, assumindo forma vivente, sentar-se diante de mim. Quando eu tentava tocar os pés de seu corpo luminoso, ele voltava a se transformar em fotografia. No período de transição da infância para a adolescência, aconteceu que Láhiri Mahásaya deixou de ser a imagenzinha exterior encerrada em moldura, para surgir em minha própria mente, convertido e ampliado em presença vívida e luminosa. Em momentos de prova e confusão, eu costumava invocá-lo numa prece, encontrando em seu interior, sua orientação consoladora. A princípio, eu me afligia por não o ter mais neste mundo, em seu corpo físico. Quando comecei a descobrir sua secreta onipresença, já não volvi a me lamentar. Ele escrevera, amiúde, a todo discípulo demasiado ansioso em visitá-lo: “Por que vir me contemplar em carne e osso, quando estou sempre dentro do raio de visão de seu kutástha (olho espiritual)?”

Aos oito anos de idade aproximadamente, conheci a bênção de uma cura maravilhosa, graças ao retrato de Láhiri Mahásaya. Esta experiência intensificou meu amor. Enquanto residia em nossa grande propriedade familiar de Ichapur, em Bengala, contraí o cólera asiático. Fui desenganado pelos médicos; estes nada mais podiam fazer. Ao lado de meu leito, mamãe impeliu-me freneticamente a olhar para a fotografia de Láhiri Mahásaya, presa à parede, acima de minha cabeça. _ Curve-se diante dele, mentalmente! - Ela sabia que a excessiva fraqueza me impedia até mesmo de erguer as mãos para saudá-lo. - Se oferecer sua devoção e ajoelhar interiormente diante dele, sua vida será salva! Olhei fixamente a fotografia e contemplei uma luz cegadora que envolvia meu corpo e o quarto inteiro. Minha náusea e outros sintomas incontroláveis desapareceram ; eu estava curado. Imediatamente me senti bastante forte para inclinar- me e tocar os pés de minha mãe num gesto ele reconhecimento pela fé incomensurável que ela demonstrara ter em seu guru. Minha mãe comprimia a cabeça repetidas vezes contra o pequeno retrato: - O Mestre Onipresente, agradeço-Te por Tua luz ter curado meu filho! Compreendi que ela também havia testemunhado o resplendor deslumbrante através do qual me recobrei instantaneamente de uma doença fatal. Um de meus bens mais preciosos é essa mesma fotografia. Oferecida a meu pai pelo próprio Láhiri Mahásaya, ela irradia uma santa vibração. Este retrato teve origem miraculosa. Ouvi a história contada por Káli Kumar Roy, condiscípulo espiritual de meu pai. Parece que Láhiri Mahásaya tinha aversão a ser fotografado. Não obstante seus protestos, tirou-se um retrato do mestre com um grupo de devotos, entre os quais Káli Kumar Roy. Surpreendido, o fotógrafo descobriu que a chapa, na qual se divisavam claramente as imagens de todos os discípulos, apenas revelava um espaço vazio no centro, onde ele esperava que aparecesse a figura de Láhiri Mahásaya. O fenômeno foi amplamente comentado e discutido. Certo estudante, fotógrafo perito, Ganga Dhar Babu, jactou-se de que a fugitiva imagem não lhe escaparia. Na manhã seguinte, quando o guru se colocava em posição de lótus, num assento de madeira com um biombo por trás, Ganga Dhar Babu. chegou com seu equipamento. Tomando todas as precauções para o sucesso, tirou sofregamente doze fotografias. Em cada uma encontrou a impressão do assento de madeira com o biombo, mas a figura do mestre novamente havia sumido. Em lágrimas e com o orgulho despedaçado, Ganga Dhar Babu procurou seu guru. Passaram-se muitas horas antes que Láhiri Mahásaya quebrasse o silêncio com um significativo comentário:

  • Eu sou Espírito. Pode a sua câmara fotográfica refletir o Invisível Onipresente?
  • Vejo que é impossível! Mas, santo senhor, desejo ardentemente um retrato desse templo corpóreo. Minha visão era estreita: até hoje eu não tivera consciência que nele o Espírito habita em plenitude.
  • Regressa, então, amanhã cedo. Posarei para você.

O fotógrafo novamente focalizou sua máquina. Desta vez, a sagrada figura não se cobriu de impereceptilidade misteriosa; apareceu, nítida, na chapa. O mestre jamais

habitual de Láhiri Mahásaya; suas sandálias; uma peça de roupa usada por ele; seu exemplar do Bhágavad-Gíta manuscrito em sânscrito; e um recipiente contendo algumas de suas sagradas cinzas. “Ali seus devotos se reuniam em torno dele enquanto Láhiri Mahásaya comentava as Escrituras – disse Daya Mata. As vibrações de paz e de amor divinos nesse quarto são arrebatadoras. Satya Charan Láhiri, outro neto, construiu em Benares um Guru Mandir (templo) onde se venera uma bela estátua de mármore de Láhiri Mahásaya. (Nota de SRF). 13 Cópias desta fotografia podem ser adquiridas de SRF, em Los Angeles. 14 Nome sânscrito para indicar Deus em seu aspecto de Legislador Cósmico; da raiz is, legislar. As Escrituras hindus contêm milhares de nomes para designar Deus, cada um correspondendo a um diferente matiz de significado filosófico. Deus, sob o aspecto de Íswara, cria e dissolve todos os universos, metódica e periodicamente. 15 Amargoseira, grande árvore originária da índia oriental, cujas flores são de corola lilás, e os frutos, amarelo. Suas propriedades medicinais são hoje reconhecidas no Ocidente, onde a casca amarga é usada como tônico; descobriu-se que o óleo de suas sementes e frutos é de valia no tratamento da lepra e de outras moléstias.

  • irmã, não me chame de mentiroso até ver o que acontecerá amanhã. - Eu estava indignado. Ela, sem se deixar impressionar, três vezes me chamou de mentiroso. Resolução inflexível como diamante soou em minha voz quando lhe dei esta lenta resposta:
  • Pelo poder da vontade em -mim, afirmo que amanhã terei um enorme furúnculo exatamente neste lugar de meu braço; e o teu furúnculo estará duas vezes mais inchado que hoje. Na manhã seguinte, encontrei um valente furúnculo no lugar indicado; o de Uma tinha duplicado suas dimensões. Gritando agudamente, minha irmã correu para mamãe. - Mukunda converteu-se em nigro-mante! - Com gravidade, mamãe instruiu- me a nunca usar o poder da palavra para fazer o mal. Sempre recordei seu conselho e o segui fielmente. Um cirurgião rasgou o meu furúnculo. Uma cicatriz notável, até hoje, mostra onde o médico fez a incisão. Em meu antebraço direito existe um sinal memorável do poder imanente na límpida palavra do homem. Aquelas frases simples e aparentemente inofensivas a Uma, pronunciadas com profunda concentração, possuíram suficiente força oculta para explodir como bombas e produzir efeitos definidos, embora prejudiciais. Compreendi, mais tarde, que o poder vibratório da linguagem poderia ser sabiamente dirigido para liberar nossa vida de dificuldades e assim operar sem deixar cicatrizes nem censuras16. Nossa família transferiu-se para Lahore, no Punjab. Ali comprei um retrato da Mãe Divina, sob a forma da Deusa Káli17, que santificou um modesto altar na sacada interna de nossa casa. Dominou-me a convicção inequívoca de que todas as minhas preces pronunciadas naquele santo lugar se realizariam. Certo dia, de pé nessa sacada, em companhia de Uma, observei dois meninos empinando papagaios de papel sobre o telhado de dois edifícios vizinhos, separados de nossa casa por uma estreita rua.
  • Por que se acha tão quieto? - perguntou-me Uma, dando-me um empurrão por brincadeira.
  • Estou pensando como seria maravilhoso se a Mãe Divina me desse tudo o que eu pedisse.
  • Suponho que Ela lhe daria aqueles dois papagaios! - O riso de minha irmã era

de caçoada.

  • Por que não? - Comecei a rezar silenciosamente para obtê-los. Na índia, os meninos fazem competições e apostas com papagaios cujas linhas são recobertas de cola e vidro moído. Cada jogador procura cortar a linha de seu adversário. Finalmente, um papagaio solto voa sobre os telhados; é divertido correr atrás dele para apanhá-lo. Estando Uma e eu numa sacada interior, recoberta de telhas, parecia impossível que um papagaio de linha cortada viesse cair em nossas mãos; sua linha naturalmente passaria flutuando sobre o telhado. Do outro lado da estreita viela, os competidores começaram o combate. Uma das linhas foi cortada e imediatamente o papagaio flutuou em minha direção. Devido à súbita ausência de brisa, o papagaio permaneceu imóvel por um momento; nessa pausa, a linha enroscou-se num cacto que havia na sotéia do prédio em frente: de tal modo a linha se envolveu no cacto que formou um extenso e perfeito laço no ar, ao alcance de minhas mãos. Entreguei o troféu a Uma.
  • Foi apenas um extraordinário acidente, e não uma resposta à sua prece. Se o outro papagaio cair em sua mão, então acreditarei. Os olhos pretos de minha irmã mostravam muito mais assombro que suas palavras. Continuei a rezar com intensidade crescente. Um puxão mais forte dado à linha pelo outro jogador causou a perda brusca de seu papagaio. Este veio em minha direção, bailando no vento. Meu útil ajudante, o cacto, novamente prendeu a linha num laço bastante extenso para que eu o pudesse alcançar. Apresentei meu segundo troféu a Uma.
  • A Mãe Divina o escuta, certamente! Tudo isto é demasiado misterioso para mim! - E minha irmã pôs-se em fuga, como uma pequena corça assustada.

16 A potencialidade infinita do som deriva da Palavra Criadora, AUM, o poder vibratório cósmico por trás de toda a energia atômica. Qualquer palavra proferida com límpida compreensão e profunda concentração tem valor materializante. A repetição oral ou silenciosa de palavras inspiradoras provou sua eficiência em sistemas de psicoterapia como, por exemplo, o de Coué; o segredo reside em introduzir um “crescendo” na freqüência vibratória da mente. 17 Káli é um símbolo de Deus sob o aspecto da eterna Mãe Natureza.

súbito calcinado até os ossos. Eu amava minha mãe como ao ser mais querido sobre a terra. Seus consoladores olhos negros tinham sido meu refúgio em toda as insignificantes tragédias de minha infância.

  • Ela ainda vive? - Detive-me para fazer esta derradeira pergunta a meu tio. Ele compreendeu, num átimo, todo o desespero em minha face. - Claro que vive! - Eu, porém, dificilmente acreditava, Quando chegamos à nossa casa em Calcutá, foi só para defrontar, alurdidos, o mistério da morte. Sofri um colapso e depois mergulhei num estado de quase torpor. Muitos anos decorreram antes que meu coração se conformasse. Meu grito e meu pranto, como tempestades renovando-se às próprias portas do céu, afinal impeliram a Mãe Divina a se apresentar. Suas palavras trouxeram o bálsamo da cura às feridas que ainda supuravam:
  • Sou Eu que tenho velado por ti, vida após vida, na ternura de todas as mães! Contempla em Meu olhar os dois olhos negros, os formosos olhos perdidos que andas buscando! Papai e eu regressamos a Bareilly logo após os ritos crematórios da bem-amada. Todas as madrugadas, bem cedo, em sua memória, eu fazia uma patética peregrinação à frondosa árvore sheoli que sombreava o prado auriverde em frente ao nosso bangalô. Em momentos poéticos, imaginava que as flores brancas de sheoli se derramavam com espontânea devoção sobre o altar do prado. Misturando minhas lágrimas ao orvalho que tombava, freqüentemente observei uma estranha luz de outro mundo emergindo da aurora. Dores me assaltavam, intensas, de saudade de Deus. Sentia-me fortemente atraído para o Himalaia.

Um de meus primos, recentemente chegado de uma viagem às montanhas sagradas, visitou-nos em Bareilly. Escutei com avidez seus relatos sobre a elevada cordilheira, residência de iogues e swâmis.

  • Fujamos para o Himalaia. - Esta sugestão feita, um dia, a Dwarka Prasad, jovem filho de nosso caseiro em Bareilly, não foi de seu agrado. Revelou meu plano a meu irmão mais velho, recém-chegado para visitar papai. Em vez de sorrir com tolerância do projeto impraticável de um menino, Ananta aproveitou-se disso para me ridicularizar.
  • Onde está a sua túnica alaranjada? Não pode ser um swâmi sem ela. Suas palavras, entretanto, provocaram em mim estranha comoção. Pintaram-me com nitidez um quadro: eu próprio era um monge, errante pela terra da índia. Talvez as palavras de Ananta despertassem lembranças de uma vida anterior; em todo caso, percebi com que naturalidade eu usaria a túnica daquela Ordem Monástica, de fundação antiqüíssima. Conversando certa manhã com Dwarka, senti que o amor por Deus descia sobre mim com a força de uma avalanche. Meu companheiro prestava atenção fragmentada à minha ininterrupta eloqüência, enquanto eu, encantado , me ouvia integralmente. Fugi naquela tarde para Naini Tal no sopé do Himalaia. Ananta perseguiu-me com denodo; fui tristemente forçado a regressar a Bareilly. A única peregrinação que me permitiam era o passeio à árvore sheoli todas as madrugadas. Meu coração chorava pelas duas Mães perdidas, a humana e a Divina.

A morte de mamãe deixou no tecido da família um rasgão irreparável. Papai nunca voltou a se casar, vivendo sozinho o resto de sua vida, cerca de quarenta anos. Assumindo o difícil papel de pai e mãe de seu pequeno rebanho, ele se tornou notavelmente mais terno, mais acessível. Com serenidade e discernimento, resolvia os vários problemas da família. Após as horas de trabalho no escritório, retirava-se como um ermitão à cela de seu quarto, praticando Kriya Yoga em doce tranqüilidade. Muito posteriormente à morte de minha mãe, tentei contratar uma enfermeira inglesa para cuidar dos detalhes que tornariam mais confortável a vida de meu pai. Mas ele abanou a cabeça negativamente.

  • Os cuidados para comigo terminaram com a partida de sua mãe. - Seus olhos miravam remotamente o que era o objeto de devoção de toda a sua vida. - Não aceitarei os serviços de nenhuma outra mulher. Catorze meses depois da partida de minha mãe, eu soube que ela me deixara uma importante mensagem. Ananta estivera presente, ao lado de seu leito de morte, e registrara suas palavras. Embora ela tivesse recomendado que a revelação me fosse feita um ano após a sua morte, meu irmão a retardou. Em breve ele partiria de Bareilly para Calcutá, a fim de casar-se com a jovem escolhida por mamãe19. Uma noite, ele me chamou para junto de si.
  • Mukunda, tenho relutado em dar-lhe uma estranha mensagem. - A voz de Ananta apresentava um tom de resignação. - Temi que se inflamasse o seu desejo de abandonar o lar. Mas, de qualquer maneira, você está revestido de fervor divino. Quando o capturei recentemente a caminho do Himalaia, firmei esta resolução: não devo adiar por mais tempo o cumprimento de uma solene promessa. - Fazendo-me entrega de uma caixinha, meu irmão transmitiu a mensagem de mamãe: “Deixe que estas palavras sejam minha bênção póstuma, meu bem-amado filho Mukunda! - dissera minha mãe. - Chegou a hora em que devo relatar alguns fenômenos extraordinários acontecidos após o seu nascimento. Conheci a senda reservada a você, quando ainda era um bebê em meus braços. Carreguei-o ao colo, naquele tempo, em visita a meu guru em Benares. Eu mal podia ver Láhiri Mahásaya, sentado em meditação profunda, quase escondido atrás de uma multidão de discípulos. . Eu acalentava o meu filhinho e, ao mesmo tempo, fazia uma prece para que o grande guru. nos percebesse e abençoasse. Minha súplica silenciosa crescia em intensidade; ele entreabriu os olhos e fez sinal para que me aproximasse. Os outros me abriram caminho respeitosamente; reverenciei-o, tocando-lhe os pés sagrados. Láhiri Mahásaya sentou-o, Mukunda, sobre as pernas dele, colocando-lhe a mão na testa, à guisa de batismo espiritual.
  • “Mãezinha, seu filho será um iogue. Semelhante a um motor espiritual, ele conduzirá muitas almas ao reino de Deus.

18 Swa, a raiz sânscrita de Swâmi, significa “aquele que se unificou com o seu Eu Divino” 19 O costume hindu, segundo o qual os pais escolhem a esposa para seus filhos, tem resistido às rudes investidas do tempo. Elevada é a porcentagem de casamentos indianos felizes.

Uma rajada de luz desceu sobre mim com a posse do amuleto; muitas recordações adormecidas despertaram. O talismã, redondo e autenticamente antigo, estava coberto de caracteres sânscritos. Compreendi que procedia de mestres de vidas anteriores, os quais guiavam invisivelmente meus passos. Havia outro significado ainda, mas seu possuidor, se assim o preferir, pode não desvendar completamente a intimidade de um amuleto23. Como o talismã afinal se evaporou em meio a circunstâncias profundamente infelizes de minha vida, e como sua perda foi o arauto da chegada de um guru, não o direi neste capítulo. O menino porém, frustrado em suas tentativas de atingir o Hima1 a ia, viajou para muito longe, todos os dias, nas asas de seu amuleto.

23 O amuleto era um objeto produzido astralmente. De estrutura evanescente, tais objetos devem afinal desaparecer de nosso mundo físico (ver capítulo 43). Inscrito no talismã, havia um mântra ou letra de um canto sonoro. Em parte alguma, os poderes do som e de vach, a voz humana, foram tão profundamente pesquisados como na índia. A vibração AUM que reverbera em todo o universo (o “Verbo” ou “voz de muitas águas” da Bíblia) apresenta três manifestações ou gunas: criação, preservação e destruição (Taittirya Upanishád 1,8) Cada vez que o homem pronuncia uma palavra, ele põe em ação uma das três qualidades de AUM. Esta lei se encontra por trás daquele mandamento que, em todas as Escrituras, impõe ao homem o dever de falar a verdade. O mântra inscrito no amuleto possuía, quando pronunciado de modo correto, uma potência vibratória espiritualmente benéfica. 0 alfabeto sânscrito, de construção ideal, compreende 50 letras, tendo, cada uma, pronúncia determinada, invariável. George Bernard Shaw escreveu um ensaio sagaz e, como era de se esperar, satírico, sobre a impropriedade fonética do alfabeto inglês de base latina, no qual 26 letras se esforçam para agüentar, sem êxito, o pesado encargo de indicadoras de sons. Com sua habitual crueza (“Se a introdução de um alfabeto inglês custar uma guerra civil ... eu não a lamentarei”), o sr. Shaw propõe a adoção urgente de um novo alfabeto de 42 letras (ver seu prefácio ao livro de Wilson O miraculoso nascimento da linguagem , Philosophical Librairy, N ' Y.). Semelhante alfabeto aproximar-se-ia da perfeição fonética do sânscrito, cujo emprego de 50 letras evita erros de pronúncia. A descoberta de sinetes no Vale do rio Indo está levando vários eruditos a abandonarem a teoria corrente de que a Índia tomou emprestado de fontes semíticas o seu alfabeto sânscrito. Algumas grandes cidades indianas foram recentemente dessoterradas em Mohenjo-Daro e Harappa, fornecendo provas de uma cultura eminente que “deve ter tido uma longa história anterior no solo da Índia, pois nos faz retroceder a eras obscuramente suspeitadas” (Sir John Marshall, Mohenjo- Daro e as civilizações do Indo , 1931). Se a teoria hindu da existência extremamente remota do homem civilizado no planeta é correta, torna-se possível explicar por que a mais antiga língua, o sânscrito, é também a mais perfeita (ver capítulo 10). Disse sir William Jones, fundador da Sociedade Asiática: “ sânscrito, seja qual for a sua antigüidade, possui maravilhosa estrutura; mais perfeita que o grego, mais rica que o latim e mais requintada que qualquer das duas”. E afirma a Enciclopédia Americana: “Desde o ressurgimento dos estudos clássicos, não houve acontecimento mais importante na história da cultura que a descoberta do sânscrito (por eruditos ocidentais) nos fins do século 18. A filosofia, a gramática comparada e a ciência da religião ... ou devem sua própria existência à descoberta do sânscrito ou foram profundamente influenciadas por seu estudo”.

Capítulo 3 - O Santo com dois corpos

Pai, se eu prometer regressar à nossa casa, sem ser coagido, poderei fazer uma excursão a Benares? Meu pai raramente punha obstáculos à minha acentuada predileção por viagens. Permitiu-me, ainda menino, visitar muitas cidades e lugares de peregrinação. Em geral, um ou dois amigos me acompanhavam; viajávamos confortavelmente com passes de primeira classe, fornecidos por papai. Sua posição de alto funcionário na estrada de ferro favorecia inteiramente os nômades da família. Papai prometeu estudar minha proposta. No dia seguinte, chamou-me e ofereceu-me uma passagem de ida e volta, de Bareilly a Benares, certo número de rúpias em notas e duas cartas.

  • Tenho um negócio a propor a um amigo em Benares, Kedar Nath Babu. Infelizmente perdi seu endereço, mas acredito que você poderá lhe entregar esta carta por intermédio de nosso amigo comum, Swâmi Pranabananda. Este swâmi é, como eu, discípulo de Láhiri Mahásaya, e alcançou elevada estatura espiritual. A você, a companhia dele será benéfica; esta segunda carta lhe servirá de apresentação. Piscando um olho, papai acrescentou: - Fugir de casa, de agora em diante, não! Parti com o entusiasmo de meus doze anos (embora a idade nunca tivesse diminuído meu prazer de avistar novas paisagens e rostos desconhecidos). Ao chegar em Benares, dirigi-me imediatamente à residência do swâmi. A porta de entrada estava aberta; subi a um quarto, longo como um corredor, no primeiro andar. Um homem atlético, usando uma tanga, estava sentado em posição de Iótus, numa plataforma pouco acima do chão. Os cabelos tinham sido rapados, e a face sem rugas, barbeada; um sorriso de beatitude flutuava em seus lábios. Para banir meu pensamento de estar sendo um intruso, ele me cumprimentou como a um velho amigo.
  • Baba anand (bem-aventurança para você, querido). - Suas boas-vindas foram expressas de todo coração, com voz infantil. Ajoelhei-me e toquei-lhe os pés.
  • O senhor é Swâmi Pranabananda? Ele moveu a cabeça afirmativamente. - Você é o filho de Bhágabati? - Suas palavras foram ditas antes que eu tivesse tempo de retirar do bolso a carta de meu pai. Espantado, estendi-lhe a carta de apresentação, agora supérflua. Sem abri-la, ele acrescentou:
  • Naturalmente localizarei Kedar Nath Babu para você. - O santo de novo me surpreendeu por sua clarividência. Teve apenas um olhar para o envelope e fez algumas referências afetuosas a meu pai.
  • Sabe, estou desfrutando duas pensões. Uma, por recomendação de seu pai, para quem trabalhei anteriormente na estrada de ferro. Outra, por recomendação de meu Pai Celestial, para quem terminei conscientemente meus deveres terrenos nesta vida. Achei muito obscura esta última frase. - Que espécie de pensão recebe do Pai Celestial? Ele atira dinheiro ao seu colo? O Swâmi riu-se. - Refiro-me a uma pensão de paz insondável, recompensa por muitos anos de profunda meditação. Agora, nunca imploro dinheiro. A satisfação de