Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Ajuste de Curvas pelo Método dos Quadrados Mínimos - Caso Discreto, Esquemas de Cálculo

Este documento explica o método dos quadrados mínimos discretos para ajustar uma função à uma tabela de dados. O método consiste em escolher funções g1, g2, ..., gn e determinar os coeficientes α1, α2, ..., αn que minimizem a soma dos quadrados dos desvios entre a função e os valores da tabela. As funções g1, ..., gn podem ser escolhidas observando o gráfico dos pontos tabelados ou baseadas em conceitos teóricos do experimento que forneceu a tabela. O documento também discute a formulação matemática do problema e a solução por meio de equações normais.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Adriana_10
Adriana_10 🇧🇷

4.5

(197)

226 documentos

1 / 26

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Aula 17
Ajuste de Curvas pelo
Método dos Quadrados
Mínimos Caso Discreto
MS211 - Cálculo Numérico
Marcos Eduardo Valle
Departamento de Matemática Aplicada
Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica
Universidade Estadual de Campinas
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Ajuste de Curvas pelo Método dos Quadrados Mínimos - Caso Discreto e outras Esquemas em PDF para Cálculo, somente na Docsity!

Aula 17

Ajuste de Curvas pelo

Método dos Quadrados

Mínimos – Caso Discreto

MS211 - Cálculo Numérico

Marcos Eduardo Valle

Departamento de Matemática Aplicada Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica Universidade Estadual de Campinas

Problema de Quadrados Mínimos – Caso Discreto

Suponha que temos uma tabela

x x 1 x 2... xm y y 1 y 2... ym

com x 1 , x 2 ,... , xm em um intervalo [a, b]. Escolhidas funções g 1 , g 2 ,... , gn, contínuas em [a, b], nosso objetivo será encontrar coeficientes α 1 , α 2 ,... , αn de modo que a função

ϕ(x) = α 1 g 1 (x) + α 2 g 2 (x) +... + αngn(x),

satisfaça ϕ(xk ) ≈ yk , ∀k = 1 ,... , m.

As funções g 1 , g 2 ,... , gn podem ser escolhidas observando o gráfico dos pontos tabelados ou baseando-se em conceitos teóricos do experimento que forneceu a tabela.

Exemplo 1

Considere a tabela

x -1.00 -0.75 -0.60 -0.50 -0.30 0.00 0.20 0.40 0.50 0.70 1. y 2.05 1.15 0.45 0.40 0.50 0.00 0.20 0.60 0.51 1.20 2.

Podemos colocar os pontos tabelados (x 1 , y 1 ),... , (x 11 , y 11 ) em um gráfico cartesiano chamado diagrama de dispersão.

Exemplo 1

0

1

2

-1 -0.5 0 0.5 1

y=f(x)

x

Formulação Matemática

Escolhidas as funções g 1 ,... , gn, no problema de quadrados mínimos, a notação

ϕ(xk ) ≈ yk , ∀k = 1 ,... , m,

significa que a soma dos quadrados dos desvios ϕ(xk ) − yk é mínima, ou seja,

J(α 1 ,... , αn) =

∑^ m

k= 1

ϕ(xk ) − yk

é mínimo.

Observe que J será zero se, e somente se,

ϕ(xk ) = yk , ∀k = 1 ,... , m.

Nesse caso, ϕ ajusta exatamente os dados tabelados.

No curso de Cálculo II, vimos que o mínimo de J(α 1 ,... , αn) deve satisfazer

∂J ∂αj = 0 , ∀j = 1 ,... , n.

Pela regra da cadeia, a derivada parcial é

∂J ∂αj

∑^ m

k= 1

α 1 g 1 (xk ) +... + αngn(xk ) − yk

gj (xk ).

Dessa forma, devemos ter

∑^ m

k= 1

α 1 g 1 (xk ) +... + αngn(xk ) − yk

gj (xk ) = 0 , ∀j = 1 ,... , n.

Em termos matriciais, as equações normais podem ser escritas como A α = b ,

em que A = (aij ) ∈ Rn×n, α = (αj ) ∈ Rn^ e b = (bi ) ∈ Rn, com

aij =

∑^ m

k= 1

gi (xk )gj (xk ) e bi =

∑^ m

k= 1

yk gi (xk ), ∀i, j = 1 ,... , n.

Lembre-se que o produto escalar entre dois vetores u = [u 1 , u 2 ,... , um]T^ ∈ Rm^ e v = [v 1 , v 2 ,... , vm]T^ ∈ Rm^ é

u , v 〉 = u 1 v 1 + u 2 v 2 +... + umvm =

∑^ m

k= 1

uk vk.

Assim, podemos escrever

aij =

g i , g j

e bi = 〈 y , g i 〉 , ∀i, j = 1 ,... , n,

em que

g ` =

g(x 1 ) g(x 2 ) .. . g`(xm)

e y =

y 1 y 2 .. . ym

, ∀` = 1 ,... , n.

Exemplo 2

Considere a tabela

x -1.00 -0.75 -0.60 -0.50 -0.30 0.00 0.20 0.40 0.50 0.70 1. y 2.05 1.15 0.45 0.40 0.50 0.00 0.20 0.60 0.51 1.20 2.

e as funções

g 1 (x) = x^2 , g 2 (x) = x e g 3 (x) = 1.

Nesse caso, temos os vetores

g 1 1.00 0.56 0.36 0.25 0.09 0.00 0.04 0.16 0.25 0.49 1. g 2 -1.00 -0.75 -0.60 -0.50 -0.30 0.00 0.20 0.40 0.50 0.70 1. g 3 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.

Além disso, temos

a 11 = 〈 g 1 , g 1 〉 = 2. 85 , a 12 = 〈 g 1 , g 2 〉 = − 0. 25 , a 13 = 〈 g 1 , g 3 〉 = 4. 20 , a 21 = 〈 g 2 , g 1 〉 = − 0. 25 , a 22 = 〈 g 2 , g 2 〉 = 4. 20 , a 23 = 〈 g 2 , g 3 〉 = − 0. 35 , a 31 = 〈 g 3 , g 1 〉 = 4. 20 , a 32 = 〈 g 3 , g 2 〉 = − 0. 35 , a 33 = 〈 g 1 , g 3 〉 = 11 , e b 1 = 〈 y , g 1 〉 = 5. 87 , b 2 = 〈 y , g 2 〉 = − 0. 11 , b 3 = 〈 y , g 3 〉 = 9. 11.

Exemplo 2

Dessa forma, temos as equações normais  

A

α 1 α 2 α 3

α

b

cuja solução é

α∗^ =

[

]T

Concluindo, a parábola que melhor se ajusta aos dados tabelados é ϕ(x) = 1. 94 x^2 + 0. 10 x + 0. 09 ,

conforme mostrado no gráfico a seguir:

Exemplo 2

O mínimo da soma dos quadrados dos desvios é

J(α∗ 1 , α∗ 2 , α∗ 3 ) =

∑^ m

k= 1

  1. 94 x k^2 + 0. 10 xk + 0. 09

− yk

Caso Não Linear Em alguns casos, o método dos quadrados mínimos linear pode ser usado para ajustar uma função ϕ não linear nos coeficientes.

Exemplo 3

Suponha que queremos ajustar uma função exponencial

ϕ(x) = β 1 eβ^2 x^.

Nesse caso, podemos linearizar o problema usando uma transformação conveniente:

y ≈ β 1 eβ^2 x^ =⇒ z = ln(y) ≈ ln(β 1 ) + β 2 x.

Dessa forma, temos um problema linear

z ≈ α 1 + α 2 x,

em que α 1 = ln(β 1 ) e α 2 = β 2.

Exemplo 4

O diagrama de dispersão sugere um ajuste

y ≈ β 1 eβ^2 x^.

Fazendo a linearização z = ln(y), obtemos

z ≈ α 1 + α 2 x,

em que β 1 = eα^1 e β 2 = α 2.

Exemplo 4

O diagrama de dispersão do problema linearizado é

0

1

2

3

4

-1 -0.5 0 0.5 1

z

x