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Um estudo preliminar sobre a ativação muscular durante tarefas de fala e não-fala em indivíduos gagos e fluentes. O objetivo do estudo é comparar as diferenças na ativação muscular entre esses dois grupos, analisando a tensão muscular de repouso e o tempo de reação para fala. Os resultados sugerem que gagos apresentam maior tempo de reação para fala e atividade muscular durante a tarefa não verbal semelhante à observada durante o repouso.
Tipologia: Notas de aula
Compartilhado em 07/11/2022
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67 Atividades de fala e não-fala em gagueira: estudo preliminar.
*Fonoaudióloga. Professora Titular do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Endereço para correspondência: R. Cipotânea, 51 - Campus Cidade Universitária - São Paulo - SP - CEP 05360-160 (clauan@usp.br).
**Fonoaudióloga. Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fonoaudióloga do Curso de Fonoaudiologia do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
***Fonoaudióloga. Doutora em Semiótica e Lingüística Geral pela Universidade de São Paulo.
****Fonoaudióloga. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
*****Trabalho Realizado no Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Carta sobre Pesquisa
Artigo Submetido a Avaliação por Pares
Conflito de Interesse: não
Recebido em 22.08.2007. Revisado em 17.01.2008; 22.02.2008. Aceito para Publicação em 22.02.2008.
Claudia Regina Furquim de Andrade* Fernanda Chiarion Sassi** Fabiola Staróbole Juste*** Maria Isis Marinho Meira****
Abstract Background: stuttering. Aim: to compare muscle activation in fluent and stuttering individuals during speech and non-speech tasks. Method: six adults divided in two groups: G1 - three fluent individuals; G
Resumo Tema: gagueira. Objetivo: comparar a ativação muscular em indivíduos fluentes e gagos durante tarefas de fala e não-fala. Método: seis adultos foram divididos em dois grupos: G1 - três indivíduos fluentes; G2 - três indivíduos com gagueira. A atividade muscular (eletromiografia de superfície) foi captada por eletrodos fixados em quatro regiões. Situações testadas: tensão muscular de repouso, tempo de reação da fala; atividade não verbal e atividade verbal. Resultados: não houve significância estatística entre os grupos para a tensão de repouso; G2 apresentou tempo de reação de fala mais longo; G2 apresentou atividade muscular durante a tarefa não verbal semelhante a observada durante o repouso; a atividade muscular de G1 e G2 durante a tarefa verbal foi similar. Conclusão: estes resultados sugerem que G2 apresenta um pobre controle temporal para a coordenação dos processos motores. Palavras-Chave: Fluência; Gagueira; Fala; Eletromiografia.
Referenciar este material como: Andrade CRF, Sassi FC, Juste FS, Meira MIM. Atividades de fala e não-fala em gagueira: estudo preliminar. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2008 jan- mar;20(1):67-70.
(^68) Andrade et al.
Introdução
Segundo Loucks e De Nil (1), a gagueira de desenvolvimento em adultos envolve uma deficiência na cinesia oral. Estudos têm demonstrado que gagos adultos apresentam dificuldades na temporalização dos movimentos da fala, verificada através do tempo de reação muscular para tarefas verbais e não verbais, sendo que normalmente estes indivíduos apresentam maior latência no tempo de reação se comparados com indivíduos fluentes (2-8). O objetivo deste trabalho foi verificar a ativação muscular de indivíduos gagos e fluentes durante tarefas de fala e não fala. As hipóteses de pesquisa foram:
. H1 - a tensão muscular de repouso de gagos é mais elevada que dos fluentes; . H2 - o tempo de latência para início da fala de gagos é maior do que a de fluentes; . H3 - a atividade muscular de fala de indivíduos gagos é mais elevada que a de fluentes; . H4 - a atividade muscular durante as tarefas não verbais aproxima-se do repouso para ambos os grupos.
Método
Participantes
Todos os participantes desta pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes dos procedimentos realizados. Aprovação da Comissão de Ética da Instituição CAPPesq - HCFMUSP 1021/03. Participaram deste estudo seis indivíduos divididos em dois grupos: GI com três indivíduos fluentes, idade média de 35:6 anos e GII com três indivíduos gagos, idade média de 26:3 anos. Todos os indivíduos eram do sexo masculino e não apresentavam histórico de déficit de comunicação, perda auditiva, distúrbio neurológico e/ou cognitivo. Os indivíduos de GI não apresentaram gravidade para gagueira segundo o Stuttering Severity Instrument - SSI-3 (9). Todos os participantes de GII realizaram previamente a coleta dos dados 12 sessões do Programa Fonoaudiológico de Promoção da Fluência associado ao uso da eletromiografia de superfície (10)^ (PFPF-EMGS). Após a conclusão do Programa, os participantes apresentavam gagueiras de graus moderado a grave.
Material
Os registros eletromiográficos foram coletados utilizando um equipamento, com placa de conversão
analógico/digital e um programa de coleta e processamento de sinais (plataforma Windows - EMG System do Brasil) e instalado em um computador Dell Dimension 2400. Os eletrodos utilizados foram do tipo descartável Medtrace Mini Ag/AgCl (10mm de diâmetro).
Procedimento
A atividade muscular foi captada por eletrodos fixados na porção média da região perioral inferior (orbicular inferior - ORB); musculatura suprahioidea (eletrodos fixados no ramo médio do músculo digástrico - SH); pescoço - porção média do músculo esternocleidomastoideo (ECM) e porção média do trapézio (TR). A distância entre os eletrodos foi de 10mm, fixados à pele com fita adesiva transpore (3M) e o eletrodo referência foi colocado no pulso direito. Os procedimentos para a coleta dos dados foram:
. repouso - cada participante foi instruído a permanecer o mais relaxado possível durante um minuto. Após esse tempo foi gravado cinco segundos da atividade muscular; . tempo de reação para fala - cada participante foi instruído a repetir a frase "Barco na água" (11)^ tão logo ouvisse um bip agudo, indicando o acionamento do cronômetro. Foram aceitas somente as produções fluentes, portanto, para alguns participantes gagos foram necessárias diversas repetições. O início da gravação da atividade muscular coincidiu com o acionamento do cronômetro. A repetição de cada indivíduo foi gravada em janelas de cinco segundos. Este procedimento repetiu-se por três vezes; . desprogramação cerebral - replicando a metodologia aplicada nos estudos de neuroimagem, foi realizada atividade não verbal (palavra NADA) visando a desprogramação da atividade cerebral (ativação basal) para fala. Nessa situação os participantes foram instruídos a olhar para a palavra e não pensar em nada. A atividade muscular de cada indivíduo foi gravada em janela de 30 segundos; . atividade não-verbal - cada participante foi instruído a pensar numa situação de fala que lhes fosse mais difícil, não devendo mover os órgãos fonoarticulatórios ou produzir qualquer som. A atividade muscular de cada indivíduo foi gravada em janela de 30 segundos; . atividade verbal - foi sorteado aleatoriamente uma cartela do jogo "Diga lá" (12)^ sendo solicitado que o participante produzisse fala auto-expressiva a partir de ordem verbal (ex. diga como se troca um pneu).
(^70) Andrade et al.
que o grupo de indivíduos fluentes apresentou atividade muscular significativamente maior, se comparado ao repouso, para o ORB. Esse resultado sugere que mesmo não havendo a finalização do processamento de fala (articulação), parece existir uma prontidão do sistema motor para essa atividade. O mesmo não foi encontrado para o grupo
de gagos. Essa não prontidão para fala pode ser decorrente da má temporalização entre os processamentos cerebrais/motores envolvidos na produção da fala, sendo que este se reflete em latências maiores para o início das atividades verbais, além de favorecer a ocorrência das rupturas (5;24-26).
Referências Bibliográficas
Agradecimentos: parte do estudo é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Processo 03/13526-9.