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ATENÇÃO E MONITORAMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, Teses (TCC) de Saúde Pública

DIABETES MELLITUS. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO. SAÚDE DA FAMÍLIA. MONITORAMENTO. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.

Tipologia: Teses (TCC)

2022

À venda por 28/11/2022

jeane-da-silva-4
jeane-da-silva-4 🇧🇷

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ATENÇÃO E MONITORAMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS PELA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: A INSERÇÃO DE GRUPO TERAPÊUTICO
1 INTRODUÇÃO
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) de etiologia
multifatorial caracterizada pelo aumento dos níveis glicêmicos e alterações no metabolismo dos
lipídios, das proteínas e dos carboidratos. Quando não há o controle desses níveis glicêmicos,
o indivíduo acometido por essa patologia tanto pode exibir complicações agudas quanto
crônicas em decorrência dessa desordem metabólica, o que acaba por muitas vezes
comprometendo a qualidade de vida do paciente. Este paciente vai necessitar de assistência
hospitalar mais vezes relacionada a internações, sem mencionar o número de afastamentos no
trabalho e entradas na previdência social, observada pela ocorrência das complicações geradas
pela comorbidade (MILECH et al., 2018).
SOUZA JÚNIOR et al. (2019) descrevem o impacto financeiro causado pelas
internações hospitalares por Diabetes Mellitus na Bahia. Os autores trazem que o DM é uma
doença que faz parte do leque das DCNT, sendo um problema de saúde pública em crescente
aumento considerável de casos, produzindo grande impacto financeiro ao paciente portador da
patologia e aos serviços de saúde. O estudo também demonstra a importância da Atenção
Primária à Saúde (APS) intervir nos fatores que geram as complicações dessa patologia para,
desta forma, evitar internações hospitalares e custos ao sistema de saúde. O descontrole do DM
repercute não somente no desenvolvimento de complicações micro e macrovasculares, mas
também no fator psicossocial e econômico do paciente acometido.
Nesse sentido, essa doença vem sendo vista como um grande problema de saúde pública
por causa dos elevados índices epidemiológico, assim como ao negativo impacto trazido para
população, gerados pelos seus danos, levando em alguns casos a invalidez precoce, bem como
falta de qualidade de vida (CREPALDI; SAVALL; FIAMONCINI, 2016).
No contexto das ações da APS, existem grupos de educação em saúde. Estes são
constituídos de indivíduos que possuem um objetivo em comum permitindo que haja uma
mudança no estilo de vida do paciente. Cazarini et al. (2016) esclarecem a importância dos
grupos na atenção primaria à saúde e como estratégia eficiente, possibilitando ao paciente a
manifestação de seus problemas e anseios. Os autores também demonstram a efetividade na
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ATENÇÃO E MONITORAMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS PELA

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: A INSERÇÃO DE GRUPO TERAPÊUTICO

1 INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) de etiologia multifatorial caracterizada pelo aumento dos níveis glicêmicos e alterações no metabolismo dos lipídios, das proteínas e dos carboidratos. Quando não há o controle desses níveis glicêmicos, o indivíduo acometido por essa patologia tanto pode exibir complicações agudas quanto crônicas em decorrência dessa desordem metabólica, o que acaba por muitas vezes comprometendo a qualidade de vida do paciente. Este paciente vai necessitar de assistência hospitalar mais vezes relacionada a internações, sem mencionar o número de afastamentos no trabalho e entradas na previdência social, observada pela ocorrência das complicações geradas pela comorbidade (MILECH et al., 2018). SOUZA JÚNIOR et al. (2019) descrevem o impacto financeiro causado pelas internações hospitalares por Diabetes Mellitus na Bahia. Os autores trazem que o DM é uma doença que faz parte do leque das DCNT, sendo um problema de saúde pública em crescente aumento considerável de casos, produzindo grande impacto financeiro ao paciente portador da patologia e aos serviços de saúde. O estudo também demonstra a importância da Atenção Primária à Saúde (APS) intervir nos fatores que geram as complicações dessa patologia para, desta forma, evitar internações hospitalares e custos ao sistema de saúde. O descontrole do DM repercute não somente no desenvolvimento de complicações micro e macrovasculares, mas também no fator psicossocial e econômico do paciente acometido. Nesse sentido, essa doença vem sendo vista como um grande problema de saúde pública por causa dos elevados índices epidemiológico, assim como ao negativo impacto trazido para população, gerados pelos seus danos, levando em alguns casos a invalidez precoce, bem como falta de qualidade de vida (CREPALDI; SAVALL; FIAMONCINI, 2016). No contexto das ações da APS, existem grupos de educação em saúde. Estes são constituídos de indivíduos que possuem um objetivo em comum permitindo que haja uma mudança no estilo de vida do paciente. Cazarini et al. (2016) esclarecem a importância dos grupos na atenção primaria à saúde e como estratégia eficiente, possibilitando ao paciente a manifestação de seus problemas e anseios. Os autores também demonstram a efetividade na

inserção dos grupos com alcance de metas na promoção, prevenção e educação em saúde. Esta estratégia está incluída no cuidado a saúde na APS seja qual for o ambiente terapêutico que use essa importante ferramenta (CAZARINI et al., 2016). Nesse contexto, faz-se necessário compreender o que são práticas grupais ou grupos terapêuticos, que segundo Castilho (2012) grupos estruturados pelo facilitador, que agrupa os participantes utilizando critérios específicos, como idade, sexo, profissão dentre outros critérios de acordo com a proposta do grupo. De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, no Brasil, até o ano de 2019 haviam 16,8 milhões de pessoas com DM entre 20 e 79 anos de idade. Outro ponto destacado é que o diabetes, juntamente com as doenças do rim, são o terceiro no ranking em mortes por 200 mil habitante de ambos os sexos. Com relação aos gastos com pacientes diagnosticados com DM, no Brasil, até 2014 o valor total com internação foi de R$ 83.659.862,00. Ao observar pacientes portadores de Diabetes Mellitus com complicações micro e macrovasculares instaladas em pacientes economicamente ativos, percebe-se um alto índice de internação hospitalar ocasionada por essas complicações, gerando custos elevados a saúde pública (SDB, 2020). Nesse contexto, destacado a Agenda de Prioridades de Pesquisa do Ministério da Saúde (APPMS), que a partir de 14 eixos temáticos, apresenta 172 linhas de pesquisa. A publicação dessa agenda ratifica o compromisso que o Ministérios da Saúde firmou com o desenvolvimento de pesquisa no campo da saúde, que tem como principal propósito integrar a inovação, ciência, tecnologia com os serviços oferecidos a população brasileira, sem distinção (BRASIL, 2018). No Estado do Ceará, com base na premissa nacional e levando em consideração também os dados epidemiológico, definiu três linhas de cuidado prioritário: Trauma, Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Sobre esse contexto, é importante mencionar que essa linha de cuidado estão sendo realizadas na atualização no projetos desenvolvidos pelo Estado, assim como nos Planos da Rede de Urgência (GOVERNO DOP ESTADO DEO CEARÁ, 2016). Com base nesse contexto, a maior preocupação que surge é como enfrentar essa doença nos distintos segmentos a sociedade, sendo apontados como principal fator para o crescimento expressivo do DM o envelhecimento da população e as modificações do estilo de vida que vem acontecendo nos últimos anos. Assim, pode-se dizer que as alterações do estilo de vidas como: a falta de uma alimentação saudável juntamente com o sedentarismo, tem sido os responsáveis pelo crescimento expressivo do DM.

2 OBJETIVOS DA INTERVENÇÃO

2.1 Geral

Implantar um grupo de educação em saúde, de base terapêutica multidisciplinar, voltado para a promoção do autocuidado e qualidade de vida dos pacientes diabéticos acompanhados na Unidade Básica de Saúde do Distrito Justiniano de Serpa em Aquiraz/CE.

2.1 Específicos

a) Identificar potenciais parceiros para a construção da proposta pedagógica de educação em saúde; b) Elaborar um planejamento pedagógico da intervenção de educação em saúde; c) Captar e mobilizar os pacientes que serão o público da intervenção;

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Diabetes Mellitus

O termo “passagem através” representa o real significado da palavra diabetes, o qual indica um dos principais sintomas que é a produção em excesso da urina. Já o termo “Mellitus” é derivado do latim que significa “o doce mel”, expressão essa que foi adicionada tempos depois. O diabetes, em tempos antigos, era diagnosticada pelo médico provando um pouco da urina e o sangue do paciente, isso devido à doença torná-los doces (BIRAL; CARDOSO; GRUNSPAN, 2015). CALDEIRA et al. (2015) explicam que o Diabetes Mellitus (DM) é uma patologia caracterizada pelo aumento irregular da glicose no sangue^1 , sendo esta considerada a principal fonte de energia para o organismo. No entanto, o excesso, de glicose pode trazer complicações diversas para saúde do indivíduo, por exemplo, sono exagerado, cansaço, além de problemas físico-táticos, ou seja, dificuldades em realizar simples tarefas do dia-a-dia (CALDEIRA et al., 2015). Além disso, o tratamento não adequado da doença pode gerar sérias complicações ao paciente, como problemas relacionados à visão, lesões com dificuldades para cicatrização, podendo levar inclusive a amputações de membros (BIRAL; CARDOSO; GRUNSPAN, 2015). No entanto, Motta (2017) explica que, mesmo ainda não existindo uma cura definitiva para tal enfermidade é possível dispor de diversos tipos de tratamentos, que podem melhorar a qualidade de vida ao paciente. CAZARINI et al. (2016) destacam outros aspectos relacionados a esse aumento de pessoas com diabetes, ou seja, as repercussões ligadas à mudança no estilo de vida, em um período bastante curto. No estudo realizado pelos autores foi comprovado o crescimento acelerado de diabéticos, em que a taxa passou de 18,3% no ano de 2003 para 34,9% em 2014, ou seja, um aumento de quase 50% em consequência da mudança do estilo de vida, mais precisamente devido ao padrão alimentar juntamente com suscetibilidade genética. No caso do números de pessoas com diabetes no Brasil, observa-se que, no ano de 2019, havia 16,8 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos de idade e 51.500 entre crianças de 0 a 14 anos. De acordo com os dados apresentados no Sistema de Informação sobre Mortalidade

(^1) Os valores normais de glicose no sangue em um dos testes devem mostrar valores entre 60 e 110 mg/dL. Valores inferiores a 60 ou superiores a 110 mg/dL correspondem a problemas relacionados com a hipoglicemia ou, talvez, com a diabetes mellitus.

A causa básica da diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune que danifica de forma irreversível a células pancreáticas responsável por produzir a insulina, ou seja, as células beta. Gross (2016) explica também que no sangue, são detectados na fase inicial da doença, vários anticorpos, como por exemplo, o anticorpo anti-ilhota pancreática, o anticorpo contra enzimas das células beta e, também anticorpos anti-insulina. b) Diabetes mellitus tipo 2 é o tipo mais comum entre a população. Sendo caracterizado pela redução da produção de insulina e/ou o organismo não utiliza bem a insulina produzida. O tipo 2 normalmente é diagnosticado nos pacientes com mais de 35 anos de idade (BIRAL; CARDOSO; GRUNSPAN, 2015). MOTTA (2017) explica que os sintomas iniciais de diabetes, podendo, ao longo dos anos, passar despercebido, o que acaba dificultando o seu diagnóstico, e consequentemente seu tratamento. Esse tipo de diabetes é chamado de insulino-não-dependente, sendo na maioria dos casos tratados com medicamentos, ainda que às vezes também possa ser tratado usando insulina. Da população total que tem diabetes, esse tipo atinge 90% dela. Nessa classificação de diabetes são constatados vários mecanismos de defesa a ação da insulina, sendo a obesidade considerada a principal delas, sendo este percebido na maioria dos pacientes da DM2 (BIRAL; CARDOSO; GRUNSPAN, 2015). c) Diabetes mellitus gestacional Como o próprio nome diz esse tipo de diabetes normalmente atinge as mulheres grávidas que não tinham a doença, devido à alteração da tolerância a glicose diagnosticada em diversos níveis durante o período gestacional. Ao final da gravidez a doença desaparece. Contudo, essas gestantes podem no futuro desenvolver a diabetes tipo 2. Este tipo, por ser o foco deste trabalho, será melhor analisado na seção seguinte (GROSS, 2016). d) Outros tipos específicos de DM Nesse tipo de classificação estão inclusas as formas menos comuns de DM cujas falhas ou agentes causadores podem ser identificados. Lyra, Oliveira e Cavalcante (2016) explicam também que o aspecto clínico dos tipos desse grupo é bastante diversificado e sua alteração está relacionada a sua base. Segundo Zagury e Tambascia (2016, p. 12) nessa categoria estão inclusos os defeitos genéticos na função das células beta, defeitos genéticos na ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino. Além desses existem outras situações que são geradas por:

Defeitos genéticos funcionais das células Beta e na ação da insulina; Doenças do Pâncreas; Endocrinopatias;

Induzidos por fármacos e agentes químicos; Infecções; Formas incomuns de diabetes imuno-mediado; Outras síndromes genéticas associadas ao diabetes (ZAGURY; TAMBASCIA, 2006, p. 12).

Em geral, o que acontece com os pacientes diagnosticados com outros tipos de DM é um dano anatômico do pâncreas, em consequência as várias agressões tóxicas sejam em virtude de medicamentos ou devidos a infecções por exemplo. Assim, de acordo com o exposto, existem várias causas que podem gerar o DM. MACEDO (2017) destaca ainda a existência de outras duas categorias relacionadas com o pré-diabetes, que são glicemia de jejum alterada e a tolerância à glicose diminuída as quais não são classificadas como entidades clínicas, mas na verdade são consideradas tanto da DM quanto para doenças cardiovasculares como sendo fatores de riscos.

3.3 Causas e Complicações do Diabetes Mellitus

Como já mencionado, o DM é caracterizado como uma disfunção provocada pela falha em produzir insulina, total ou parcial, cujos pâncreas são os responsáveis pela produção esse hormônio. Essa deficiência na produção de insulina faz com que a glicose não seja adequadamente aproveitada pelas células, fazendo com que se eleve no sangue, excedendo assim suas taxas normais que são de 70 a 110 mg/dl (MILECH et al., 2018). Para entender as causas e complicações do DM, faz-se necessário conhecer a função da glicose e da insulina no organismo humano. A energia do corpo humano é gerada pela glicose, no entanto, para que isso de fato aconteça é preciso que haja insulina. Nesse sentido, pode-se dizer que a função da insulina é assegurar que a glicose entre nas células para que assim, a energia possa ser produzida. Complementando o tema, Torquato et al. (2017, p. 183) estacam que:

Quando nos alimentamos, ingerimos vitaminas, proteínas, sais minerais e glicose (açúcar). Essa glicose é absorvida no intestino, entra na corrente sanguínea e com a ajuda da insulina, penetra nas células para produzir energia e assim garantir o funcionamento do organismo.

Para o DM, alguns fatores são considerados de risco, como citam Ortiz e Zanetti (2016, p. 130): Idade maior ou igual a 45 anos; História Familiar de DM (pais, filhos e irmãos); Sedentarismo; HDL-c baixo ou triglicerídeos elevados; Hipertensão arterial; Doença

A estratégia da ESF prioriza as atuações de prevenção, promoção e reabilitação da saúde das pessoas de forma total e sucessiva. O acolhimento é prestado na Unidade Básica de Saúde ou na habitação pelos profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde) que compõem as equipes de Saúde da Família. Deste modo, esses profissionais e a sociedade acompanhada cunham conexão de corresponsabilidade, o que facilita a assimilação e a recepção das dificuldades de saúde da comunidade. O alvo da ESF é reorganizar a prática assistencial em novos baseamentos e juízo crítico, em permuta ao exemplo tradicional de assistência, norteado para a cura de moléstias e efetivado, sobretudo, no hospital. A atenção permanece centralizada na família, entendida e abrangida a partir de seu ambiente físico e social, o que vem permitir aos quadros de Saúde da Família, uma concepção aumentada do procedimento saúde, doença e da obrigação de operações que vão além das técnicas sanitárias (BRASIL, 2002). Uma das estratégias mais respeitáveis da ESF é requerer que o trabalho do grupo, o que solicita o estabelecimento de importância profissional muito grande em meio a todos os componentes e a inteligência de que a concepção dos demais profissionais não é subordinada à formação médica. O trabalho em equipe determina o estabelecimento de novas usualidades, por parte dos profissionais. Como já mencionado, o diabetes vem aumentando e afetando a população brasileira de várias idades, sexo, sem distinção. Assim, em 2008, com base na ESF, a SBD, juntamente com a Associação de Diabetes Brasil (ADJ) no intuito de obter apoio da Federação Internacional de Diabetes (IDF) para então poder implementar o Projeto Educando Educadores, tendo como principal intuito qualificar profissionais de modo a assegurar a prática da Educação em Diabetes. É importante mencionar que trata-se de uma ferramenta que precisa ser incorporada por toda a equipe que assiste pacientes com diabetes. Assim corroborando com essa temática, destacam-se os principais objetivos a serem alcançados com a proposta do Processo de Educação em Diabetes Indicados pela IDF:

Incorporar hábitos saudáveis de alimentação e atividade física Compreender a ação dos medicamentos e da insulina Monitorar a glicemia Manusear e fazer aplicação da insulina adequada Tomar as medicações regularmente Desenvolver comportamentos para evitar o risco de complicações agudas (hipo e hiperglicemia) e crônicas (retinopatias, nefropatias e outras) Resolver problemas (corrigindo adequadamente as hipo e hiperglicemias) Manter equilíbrio emocional para conviver bem com o diabetes (E-BOOK, 2020 s./p.).

Entende-se assim que a Educação em Diabetes deve acontecer em todo o período em que é feito o acompanhamento do paciente com diabetes e a equipe de saúde, sendo indicado seguir protocolos de atendimento, nos quais estão inclusos avaliações contínuas para assim saber o comportamento de autocuidado conforme orientação recebida.

A UBS conta com 820 famílias cadastradas, dentre as quais existem 121 pacientes com diagnóstico de Diabetes Mellitus, distribuídos nas microáreas, conforme apresentado na tabela

Tabela 3. Distribuição por microárea dos pacientes diabéticos cadastrados na Unidade Básica de Saúde do Distrito Justiniano de Serpa, Aquiraz, 2020. MICROÁREAS DIABÉTICOS 1 27 2 30 4 20 7 17 12 27 TOTAL 121 Fonte: Cadastro da UBS do Distrito Justiniano de Serpa (2020), adaptado pela autora.

4.2 Participantes da Intervenção

Para definir os participantes do projeto de intervenção, foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: os pacientes com diagnóstico médico de Diabetes Mellitus cadastrados na unidade de saúde, do sexo masculino e feminino, com idade a partir dos 35 anos. foram excluídos pacientes com outras comorbidades e pessoas até 34 anos de idade. Assim, após a aplicação desses critérios os pacientes foram classificados conforme a idade e sexo. como pode ser visto na tabela 4.

Tabela 4. Pacientes diabéticos – classificação por idade e sexo

Faixa etária (^) Masculino Sexo^ Feminino Total De 35 a 40 anos 11 7 18 De 41 a 45 anos 8 11 19 De 45 a 50 anos 18 20 38 Maior de 50 anos 24 22 46 Total 61 60 121 Fonte: Cadastro da UBS do Distrito Justiniano de Serpa (2020), adaptado pela autora.

O projeto contará com a participação da equipe multidisciplinar da UBS como equipe executora da intervenção, sendo composta por enfermeira, odontólogo, médica, nutricionista e cinco ACS pertencentes às cinco microáreas. Assim para implementar/desenvolver o projeto de intervenção será feito o convite de participação, sendo explicado o objetivo e benefícios para sua saúde.

4.3 Matriz da Intervenção: Ações, Estratégias, Responsáveis, Cronograma

Quadro 1. Matriz de intervenção Ação Estratégia Responsáveis Cronograma Ação 1 – Dialogo com a equipe

  • Ter uma conversa com a equipe para explicar a proposta do projeto, para que o mesmo seja colocado em prática

Responsável pelo projeto Outubro/ 2020

Ação 2 - Identificação dos pacientes diabéticos cadastrados e acompanhados pela equipe da UBS

  • Ter um primeiro momento com o paciente para construção do projeto em si.
  • Fazer o mapeamento dos diabéticos, conforme microárea de residência;
  • Identificar os pacientes por faixa etária.

Enfermeira e equipe de ACS

Outubro/ 2020

Ação 3 - Verificação da situação de saúde dos diabéticos

  • Consultar os parâmetros de saúde nos prontuários dos pacientes (glicemia, peso, comorbidades associadas);
  • Observar da assiduidade dos diabéticos nas consultas de acompanhamento.

Enfermeira

Outubro/ 2020

Ação 4 - Identificação de potenciais parceiros para colaborar na construção e implementação da intervenção

  • Definir o perfil dos potenciais parceiros para construção e implementação da intervenção (internos - profissionais da UBS; externos - parceiros de ouras instituições / equipamentos do território, outros profissionais da gestão);
  • Mobilizar os colaboradores por meio de convites por contato presencial.

Enfermeira e Coordenador(a) da UBS

Outubro/ 2020

Ação 5 - Construção do planejamento das ações de educação em saúde

  • Realizar oficina com os potenciais parceiros para o levantamento de temas e estratégias pedagógicas a serem abordadas nos encontros do grupo de educação em saúde;
  • Definir e planejar o calendário de encontros, por grupo em cada microárea, de acordo com as temáticas propostas;
  • Identificar e agenda os local(is) para realização dos encontros;

Profissionais da UBS e parceiros

Outubro e Novembro/ 2020

cadastrados e acompanhados pela equipe da UBS

Classificação dos pacientes por faixa etária. Ação 2 - Verificação da situação de saúde dos diabéticos

Consulta nos Prontuários dos pacientes para preenchimento de planilha.

Planilha de identificação dos pacientes preenchida. Ação 3 - Identificação de potenciais parceiros para colaborar na construção e implementação da intervenção

Mensagens de Whatsapp. Perfil dos parceiros definido; Parceiros identificados.

Ação 4 - Construção do planejamento das ações de educação em saúde Realização das construção coletiva.^ oficinas de

Atividades de educação em saúde planejadas e sistematizadas; Lista de frequência. Ação 5 - Capacitação em educação em saúde e educação popular em saúde

Agendamento dos encontros. Capacitação realizada; Lista de frequência.

Ação 6 - Mobilização do público alvo da intervenção Articulação junto os ACS^ Visitas domiciliares realizadas. Ação 7 - Implantação do grupo de educação em saúde junto aos pacientes diabéticos

Início das atividades do grupo. Grupo implantado; Listas de frequência.

Fonte: Elaborado pela autora

Para alcançar os resultados propostos foram definidos os responsáveis e os prazos para execução de cada ação. Contudo, para alcançar nossos ideais, serão feitas reuniões para organizar as atividades, fazer o planejamento das ações e assim melhor atender ao grupo de diabéticos. Em relação aos pacientes idosos, serão feitas visitas domiciliares, seguindo ao calendário estabelecido pelas equipes, que será baseado na necessidade do paciente. Os testes da glicose serão feitos com periodicidade com o intuito de indicar o tratamento, assim como ajustar a medicação e alimentação. Serão realizadas reuniões para identificar as dificuldades de cada setor/equipe e assim diante das dificuldades propormos ações a serem implantadas. As ações serão acompanhadas periodicamente e apresentadas ao gestor da unidade para evidenciar os resultados positivos com o projeto, de modo que este seja proposto para demais unidades que também apresentam um alto índice de paciente com diabetes.

4.6 Aspectos Éticos

Por se tratar de projeto de intervenção, não se faz necessária a submissão do projeto para apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Contudo, todas as ações propostas para a intervenção serão realizadas de forma ética, respeitando-se a vontade e decisão de participação ou não dos indivíduos em cada etapa.

4.7 Orçamento

A proposta para implantação do plano de intervenção para um grupo terapêutico multidisciplinar voltado para pacientes com Doenças Crônicas não Transmissíveis especificamente o paciente diabético na Unidade Básica de Saúde do Distrito Justiniano de Serpa envolve custos mínimos, como pode ser visto na tabela 5.

Tabela 5. Orçamento para desenvolvimento do projeto Tipo de material Valor Responsável Material para acompanhamento dos pacientes R$^ 500,^

Gestão da Unidade Básica de Saúde do Distrito Justiniano de Serpa Material lúdico para desenvolver com os pacientes R$^ 500,^

Gestão da Unidade Básica de Saúde do Distrito Justiniano de Serpa TOTAL R$ 1.000, Fonte: Elaborado pela autora.

MILECH, A. et al. Heterogeneidade do diabetes melitus tipo 1. Arq Bras Endocrinol Metab , v. 52, n. 2, p: 425-432, 2018.

MOTTA, D. G. Subsídios para Educação em Diabetes: representações de mulheres sobre sua doença e tratamento. Saúde em Revista. v. 2, n. 4, p: 7-14, 2017.

SCHNEIDER, Daniela Ribeiro; FLACH, Patricia Maia von. Como Construir um projeto de intervenção. Portal de formação a distância. 2016. Disponível em: http://www.aberta.senad.gov.br/medias/original/201704/20170427-095100-001.pdf. Acesso em: 23 set. 2020.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES – SDB. Dados epidemiológicos do diabetes mellitus no Brasil. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/SBD- Dados_Epidemiologicos_do_Diabetes-_High_Fidelity.pdf. Acesso em: 24 set. 2020. SOUZA JÚNIOR, Edison Vitório de et al. Morbidade Hospitalar e Impactos Financeiros por Diabetes Mellitus. Revista de Enfermagem Ufpe On Line , Recife, v. 13, n. 4, p: 981-988, abr. 2019. Anual. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/237751/31866 Acesso em: 13 set. 2020.

TORQUATO, M. T. C. G.; et al. prevalência do diabetes mellitus, diminuição da tolerância à glicose e fatores de risco cardiovascular em uma população urbana adulta de Ribeirão Preto. Diabetes Clínica , São Paulo, v. 5, n. 3, p. 183, maio/jun. 2017.

ZAGURY, L; TAMBASCIA, M. A. Tratamento e acompanhamento do Diabetes mellitus. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Rio de Janeiro, 2016.