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A importância de atenas nos conflitos do mundo grego, especificamente nas guerras médicas e guerra do peloponeso. Descreve as características básicas das guerras, a liga de delos e suas consequências, além das causas e consequências da guerra do peloponeso. O texto também discute o papel de atenas como centro cultural e sua transformação em potência imperial.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
META Refletir sobre o papel de Atenas nos conflitos do mundo grego.
OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: listar características básicas das Guerras Médicas; definir o que foi a Liga de Delos; listar as causas e conseqüências da Guerra do Peloponeso.
História Antiga I
Caro aluno ou cara aluna, lembre-se de que na aula anterior tratamos de estudar as características básicas do regime democrático de Atenas. O que você achou da democracia com escravidão? Dá para refletir um pouco, não? Mas vamos continuar com a nossa seqüência de estudos, ainda na velha Grécia. Nessa aula, abordaremos as guerras e conflitos que marcaram as cidades gregas durante o período clássico. Eventos traumáticos que contribuíram para a própria afirmação de Atenas como cidade democrática e como um dos principais centros culturais da hélade.
Detalhe de friso do Paternon. Alguns estudiosos acreditam que o friso retrata heróis gregos que morreram a combater os Persas na batalha de Maratona, em 490 a.C. (Fonte: http://delta2imagens.no.sapo.pt).
A convivência entre as diversas cidades-Estado que compunham a Grécia, todas ciosas de sua independência, nem sempre era pacífica e facilmente desembocava em confrontos violentos, geralmente de caráter local, motivados por disputas entre cidades vizinhas. Somada a essa questão interna, temos também um fator externo que, durante todo o período clás- sico, foi uma das principais fontes de tensão envolvendo o Mundo Grego: o Império Persa. O Império Persa tem início com Ciro (550-529) que, ao unir as tribos, persas conquistou toda a região que atualmente envolve o Irã, a Turquia e o Oriente Médio. Cambises II (529-522), dando proseguimento à política expansionista de seu pai, conquistou o Egito e a Líbia. Dario I, sucedendo Cambises, dilatou ainda mais as fronteiras do império, anexando a ele a região do vale do rio Indo.
História Antiga I
Os persas dominaram a revolta. E, em reposta ao apoio dado por Atenas, iniciaram uma empresa militar contra os gregos, porém foram derrotados pelos atenienses em Maratona (490), e obrigados a se retirar para a Ásia Menor. Em 480, Xerxes, então rei dos persas, iniciou nova campanha contra os gregos, desta vez por terra. Com um imenso exército de 100 mil ho- mens, o rei persa marchou em direção às cidades gregas com a intenção de submetê-las. Porém, após os sucessos iniciais, como a vitória na batalha das Termópilas e a devastação da Ática, que obrigou os atenienses a evacuarem a cidade, os gregos se reorganizaram e, liderados por Atenas, derrotaram os persas nas batalhas de Salamina (480) e Platéia (479), forçando-os a novamente se retirarem para a Ásia.
As Guerras Médicas trariam conseqüências importantes para todo mundo grego, mas sobretudo para Atenas. De fato, foram os atenienses que sofreram os mais rudes golpes. Sua cidade fora destruída e seus santuários queimados pelos persas. Por outro lado, a Grécia lhes devia pela segunda vez ter sido salva do perigo bárbaro. Os atenienses, porém, não pretendiam parar por ai: empreenderiam também a libertação das ilhas do Egeu e das cidades gregas da Ásia Menor da dominação persa, e para isso fizeram uma aliança sob sua direção, chamada Liga de Delos por ter seu centro no santuário de Apolo da ilha com esse nome. Esta aliança viria tornar-se nas mãos dos atenienses um poderoso instrumento de seu domínio no Mar Egeu (MOSSÉ, 2004).
A Liga de Delos foi constituída em 478 e tinha como principal objetivo formar uma aliança entre as cidades gregas para acabar com o domínio persa no mar Egeu. De início as cidades aliadas mantiveram suas independências, mas logo caíram sob o domínio ateniense.
Mapa indicando os Estados-membros da Confederação de Delos. (Fonte: http://www.perfeitauniao.org).
Atenas: imperialismo, guerra e democracia (^) Aula 8
As cidades da Liga deveriam participar do esforço comum de eliminar a ameaça persa no mar Egeu. Para isso, seus membros teriam que contribuir com barcos e contingentes, ou pagar tributos destinados a cobrir os gastos com a construção de barcos, armas e manutenção das tropas. A grande maioria das cidades contentou-se em pagar os tributos e não se envolver diretamente com os esforços de guerra. Atitude que de imediato poderia parecer mais cômoda, mas que no futuro mostrar-se-ia desastrosa. Os recursos arrecadados deveriam ser depositados, sob a guarda da Liga, no santuário de Delos, a ilha sede. Porém, desde cedo, Atenas, a cidade líder, passou a controlar seu uso, utilizando-o para consolidar sua posição como potência hegemônica no mar Egeu. Os recursos da Liga passaram assim a ser administrados pelos atenienses como se fossem próprios de sua cidade, financiando uma poderosa armada para sua cidade que, se no princípio serviu para a eliminação da ameaça persa no Egeu, logo se trans- formou também em uma poderosa arma para submeter as cidades que compunham a Liga ao seu poder. Quando as hostilidades entre gregos e persas foram oficialmente suspensas, com a Paz de Cálias em 449, o domínio ateniense sobre os demais membros da Liga tornou-se cada vez mais patente. Com o fim da ameaça persa, não haveria mais motivos para as cidades do Egeu submeterem-se à liderança ateniense e nem pagar mais tributos à Liga. Foi a partir desse momento que o caráter da Liga, como instrumento de dominação ateniense, passou a se manifestar aber- tamente. As cidades além de serem impedidas de se retirarem da liga, passaram a ter seus tributos fixados pela assembléia de Atenas. Para evitar que as cidades submetidas ao seu poderio se rebelassem, a vigilância sobre elas foi reforçada. Representantes, tropas e colônias ateni- enses foram estabelecidas nas cidades da Liga.
A Liga de Delos encaminhava-se assim para transformar-se em um império ateniense. As clerúquias [colônias]; a necessidade dos aliados de apresentar-se em Atenas para defender-se diante dos juízes atenienses nos conflitos que os opunham à cidade, que se encontrava assim na dupla posição de juiz e parte interessada; a obrigação de usar a moeda ateniense, que privava os aliados do que era antes de mais nada um símbolo de soberania; o peso dos tributos e o recurso a métodos pouco ortodoxos para assegurar sua coleta – muitos eram os fatos que atestavam a transformação da Liga de Delos. Compreende- se portanto que a Guerra do Peloponeso, destinada inicialmente a defender os interesses dos atenienses, tenha sido vista pelos aliados como um peso particularmente insuportável e que as defecções tenham aumentado na medida das dificuldades encontradas pelos atenienses. A aliança, mesmo assim, subsistiu até o fim da guerra, e apenas a derrota e a conclusão da paz com Esparta levaram ao seu fim (MOSSÉ, 2004).
Atenas: imperialismo, guerra e democracia (^) Aula 8
Após as Guerras Médicas, Esparta e Atenas despontaram como as duas principais potências no mundo grego. Foi a rivalidade entre essas duas cidades que levou à eclosão da Guerra do Peloponeso (431-404). O crescente poderio de Atenas após a vitória sobre os persas foi sentido como uma ameaça pelos espartanos. Os atenienses consolidavam seu poder no Mar Egeu e ainda buscava ampliar suas posições no Peloponeso. Porém, diante da expansão do poderio ateniense, os espartanos exigiam que a autonomia das cidades da Liga de Delos fosse restabelecida, pois sabiam que eram os tributos pagos por elas que sustentavam a crescente força de sua rival. Os atenienses se recusaram, pois o domínio que exerciam na Liga de Delos era fundamental para a manutenção do prestígio e força da cidade. Os recursos obtidos, graças aos tributos impostos às cidades da Liga, financiavam suas obras públicas, a construção de barcos, as festas públicas, a manutenção das tropas e a distribuição de víveres em épocas de penúria. A política imperialista ateniense, dominando as cidades da Liga, estava na base mesmo da manutenção do regime democrático. Os tributos impostos aos seus “aliados” eram fundamentais para a preservação das liberdades e dos benefícios que o regime democrático possibilitava aos ci- dadãos atenienses. O imperialismo e a escravidão serviam então de esteios da democracia ateniense. Com o começo da guerra, para enfrentar as tropas espartanas, Péricles, líder dos atenienses, adotou uma estratégia que, se lhes permitiu enfrentar Esparta por longo tempo, teve conseqüências dramáticas para os ateni- enses. Evitando enfrentar os espartanos em terra, Péricles concitou seus concidadãos a evacuarem os campos e buscarem proteção no interior das muralhas da cidade, pois percebia que o poderio da cidade adivinha do comércio, dos tributos impostos às cidades da Liga. Diante desse cenário, os espartanos realizaram diversas incursões a territórios atenienses, devastando suas plantações, praticamente sem que se lhes fosse oferecida muita resistência. Como resposta, apoiados em seu poderio marítimo, os atenienses agiam basicamente em duas frentes. De um lado, buscavam atacar a costa do Peloponeso, procurando causar devastações em território espartano; de outro, aumentaram a vigilância sobre as cidades da Liga, evitando que elas passassem para o lado adversário.
Essa tática, que poderia ter funcionado caso o inimigo renunciasse às hostilidades após uma primeira incursão infrutífera, foi, ao contrário, a origem de muitos sofrimentos para a cidade. A concentração da população dentro dos muros agravou as seqüelas de uma epidemia de “peste” que se espalhou a partir do segundo ano da guerra. As investidas da frota ateniense nas costas do Peloponeso não tiveram o efeito esperado: os espartanos e seus aliados continuaram a devastar o território da Ática, praticamente sob os olhos dos camponeses atenienses, cujo descontentamento não parou de crescer (MOSSÉ, 2004).
História Antiga I
A longa guerra de desgaste foi minando as forças atenienses que acabaram sendo derrotadas pelos espartanos e seus aliados. O mundo grego como um todo saiu dividido e enfraquecido desse conflito, a ponto de não ter condições de opor resistência a uma nova ameaça que surgia no horizonte: o poderio macedônico. Os macedônios formavam um povo aparentado aos gregos. A maior parte da população era composta por camponeses dominados por uma ar- istocracia militar. As constantes disputas pelo poder envolvendo a casa real faziam da monarquia macedônica uma instituição frágil, o que a transfor- mava em alvo fácil para os Estados vizinhos. Foi Felipe II quem conseguiu fortalecer o poder real acabando com os conflitos internos que dividiam os macedônicos, enfraquecendo o reino. Felipe governou por mais de 20 anos (358-336) e durante esse tempo todo foi o principal inimigo da democracia ateniense. Uma de suas prin- cipais políticas foi a de expandir o poderio macedônico buscando obter uma saída para o mar. Para isso teve de atacar cidades gregas localizada na Trácia, aliadas dos atenienses. Ao mesmo tempo em que obtinha vitórias, conquistando sua almejada saída para o mar, executava também importantes medidas para consolidar internamente seu poder: fortificou cidades, desen- volveu o exército e a exploração de minas de prata, que lhe proporcionavam recursos para financiar sua política expansionista. Após submeter a Trácia, Felipe voltou-se para a Grécia continental. Aliando estratégia militar e diplomacia, foi-se envolvendo nos diversos con- flitos que se estabeleciam entre as cidades gregas rivais, sempre apoiando os inimigos de Atenas. Em 338, na batalha de Queronéia, obteve vitória final sobre seus principais oponentes, os atenienses, consolidando sua influência e força no mundo grego. No ano seguinte, presidiu um congresso de cidades gregas em Corintos, que só não teve a participação de Esparta. Nele declarou-se que o rei macedônico seria o coman- dante dos exércitos federados, recebendo plenos poderes de seus aliados na guerra contra os persas. Em 336, porém, ele foi assassinado. Seria substituído por seu filho, Alexandre , que, dando prosseguimento ao pro- jeto expansionista, dominou os persas, conquistando um vasto
Mapa do império macedônico, mostrando o trajeto feito por Alexandre III império. durante seu reinado. (Fonte: http://www.geocities.com).
História Antiga I
MOSSÉ, C. Dicionário de Civilização Grega. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2004.
Alexandre: É incontestavelmente uma das figuras mais importantes da história da civilização grega. Apresentando-se como herdeiro do helenismo clássico, suas conquistas inseriram o Orien - te mediterrâneo na zona cultural grega. Ao mesmo tempo, porém, seu reino simbolizava a ruptura entre a civilização grega clássica e a do mundo que nasceria de suas conquistas, o mundo helenístico.