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Este trabalho visa fornecer uma compreensão maior do sag do trigo no brasil por meio de um estudo de caso exploratório e qualitativo. A pesquisa utiliza uma proposta conceitual apresentada por zylbersztajn (2000) para identificar as principais empresas atuantes em cada 'caixa' do sag do trigo no brasil e quantificar a participação (em r$) do conjunto dessas empresas em cada segmento do sistema no ano de 2002. O processo de pesquisa inclui entrevistas em profundidade, grupos de foco e entrevistas por telefone com especialistas do setor.
Tipologia: Notas de aula
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III. Aspectos Metodológicos
3.1. Tipo de Pesquisa
Objetivando uma maior compreensão do SAG do Trigo no Brasil, o presente trabalho possui natureza exploratória e qualitativa. Conforme observado por Selltiz et al (1967), em pesquisas que têm como objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou conseguir nova compreensão do mesmo, estudos do tipo exploratórios são os mais indicados. Assim, o planejamento da pesquisa deve ser flexível, de modo a permitir a consideração de muitos aspectos diferentes de um fenômeno. Para Malhotra (2001:105-106):
“A pesquisa exploratória é usada em casos nos quais é necessário definir o problema com maior precisão, identificar cursos relevantes de ação ou obter dados adicionais antes que se possa desenvolver uma abordagem. As informações necessárias são definidas apenas ao acaso neste estágio e o processo de pesquisa adotado é flexível e não estruturado. Por exemplo, ele pode consistir de entrevistas pessoais com peritos da indústria. A amostra, selecionada para gerar o máximo de discernimento, é pequena e não representativa. Os dados primários são de natureza qualitativa e como tal analisados”.
A pesquisa exploratória á caracterizada pela utilização de métodos amplos e versáteis, como: levantamentos em fontes secundárias (bibliográficas, documentais, entre outras), levantamentos de experiência, estudos de casos selecionados e observação informal (Mattar, 1996). Ainda para Mattar (1996:22):
“... uma terceira forma de aprofundar o conhecimento de problemas não suficientemente definidos é através de estudos de caso selecionados. É um método muito produtivo para estimular a compreensão e sugerir hipóteses e sugestões para a pesquisa. O método do estudo de caso pode envolver o exame de registros existentes, a observação da ocorrência do fato, entrevistas estruturadas, entrevistas não estruturadas etc. O objeto do estudo pode ser um indivíduo, um grupo de indivíduos, uma organização, um grupo de organizações ou uma situação”.
No intuito de mostrar a utilização de uma seqüência de etapas que permitam estruturar e caracterizar sistemas produtivos, a pesquisa utiliza o estudo de caso do SAG do Trigo como um exemplo de aplicação dessa metodologia de análise para um grupo de organizações, que no caso são as envolvidas no sistema em questão. Segundo Yin (2001), o estudo de caso é um método de pesquisa abrangente, muito utilizado quando o foco da pesquisa se encontra em fenômenos contemporâneos.
3.2. Perguntas de Pesquisa
Segundo Kerlinger (1980) o problema de pesquisa consiste em uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão, investigação, decisão ou solução. Esse mesmo autor ressalta que as pesquisas científicas devem procurar relacionar as variáveis estudadas. Já para Malhotra (2001), a definição do problema de pesquisa consiste em um enunciado amplo do problema e a identificação de seus componentes específicos. A pergunta ampla dessa pesquisa é: Qual a participação dos diferentes membros atuantes no SAG do Trigo no Brasil? Visando atingir os objetivos específicos desse estudo, as seguintes perguntas de pesquisas devem ser respondidas no final do trabalho:
3.3. Modelo da Pesquisa
Na caracterização do SAG do Trigo, essa pesquisa utiliza uma proposta conceitual apresentada por Zylbersztajn (2000). Segundo esse autor, os SAG comportam os seguintes elementos fundamentais para a sua análise descritiva: os agentes, as relações entre eles, os setores, as organizações de apoio e o ambiente institucional. Tais elementos estão esquematizados na figura
Figura 1 – Sistema de Agribusiness e Transações típicas
Fonte: Zylbersztajn (2000).
Insumos Agricultura
Indústria Alimentos e Fibras^ Distribuição Atacado
Distribuição Varejo
C O N S U M I D O
T 1 T 2 T 3 T 4 T (^5) R
Ambiente Organizacional: Associações, Informação, Pesquisa, Finanças, Cooperativas, Firmas
Ambiente Institucional: Cultura, Tradições, Educação, Costumes
Os dados secundários foram obtidos por meio da busca em banco de dados, revistas, artigos, livros, internet e outras fontes de informações desse tipo. Os dados primários foram coletados através de estudos em profundidade com especialistas dos diversos segmentos analisados. O método utilizado para coleta desses dados foi o da comunicação, definido por Mattar (1996:60) da seguinte forma: “O método da comunicação consiste no questionamento, oral ou escrito, dos respondentes para a obtenção do dado desejado, que será fornecido por declaração, verbal ou escrita, do próprio”. Ainda para esse mesmo autor, o método da comunicação possui as vantagens de ser mais versátil e rápido, ser de menor custo e possibilitar a obtenção da grande maioria de tipos de dados. O processo da pesquisa foi desenvolvido conforme a estrutura a seguir (Figura 2):
Figura 2 – Estrutura do processo de pesquisa
Fonte: Sintetizado pelo autor a partir de Malhotra (2001).
No processo de coleta de dados foi utilizada uma abordagem direta com os entrevistados. Uma abordagem direta não é disfarçada, sendo revelado aos respondentes o verdadeiro objetivo do projeto. Conforme ressaltado por Malhotra (2001:156), “Abordagem direta: Tipo de pesquisa qualitativa em que os objetivos do projeto ou são revelados ao respondente, ou são óbvios pela própria natureza da entrevista”. Na primeira e na segunda fase dessa pesquisa os dados primários foram obtidos com entrevistas em profundidade com especialistas envolvidos com o setor. Na terceira fase do projeto foram utilizados grupos de foco. “Grupo de foco: Entrevista realizada, de maneira não-estruturada e natural, por um moderador treinado, junto a um pequeno grupo de respondentes” (Malhotra, 2001:156).
Durante as diferentes etapas dessa pesquisa, o método da comunicação para obtenção dos dados primários foi aplicado por meio de entrevistas pessoais ou por abordagem telefônica seguida de contato por e-mail. Mattar (1996:70) definiu essas formas de aplicação da seguinte forma:
“Entrevista pessoal: a entrevista pessoal consiste em que o entrevistador e o(s) entrevistado(s) estejam em contato pessoal para a obtenção dos dados. A tarefa do entrevistador é contatar o(s) entrevistado(s), efetuar as perguntas e tomar nota das respostas. A entrevista tanto pode ser individual quanto em grupos. Na entrevista em grupos, várias pessoas são entrevistadas ao mesmo tempo”. “Entrevista por telefone: as entrevistas por telefone consistem na obtenção dos dados da pesquisa através de telefone, ao invés do contato pessoal. De todos os métodos de coletar dados, a entrevista por telefone é o método que atualmente predomina nos países onde a grande maioria da população possui telefone (nestes países, cerca de 90% das pesquisas de marketing são realizadas por telefone)”.
O quadro 5 compara as características dos métodos de comunicação segundos as formas de aplicação de entrevistas pessoal e por telefone.
Quadro 5: características dos métodos de comunicação: entrevista pessoal e por telefone.
Característica Entrevista pessoal Entrevista por telefone Versatilidade Alta Média
Custo Alto Médio Tempo para aplicação Alto Baixo Controle amostral Alto Médio Quantidade de dados Alta Média Garantia de anonimato Baixa Baixa Habilidade para aplicação Alta Alta
Uniformidade da mensuração Baixa Média Índice de resposta Alto Alto Tamanho da amostra Pequena Grande Verificação da sinceridade Alta Baixa Fonte: sintetizado a partir de Mattar (1996).
3.6. Etapas da Pesquisa
A presente pesquisa foi realizada em três etapas, conforme esquema a seguir (figura 3):
nomes e os respectivos contatos dos profissionais que foram convidados a participar da terceira e última etapa da pesquisa. A terceira etapa consistiu em levantar problemas de coordenação no SAG do Trigo e possíveis soluções desses problemas. No intuito de efetivar essa etapa, foram utilizadas entrevistas pessoais em grupos com especialistas no assunto. Um Workshop, contando com a participação de cerca de cinqüenta executivos de empresas e dirigentes de associações, foi promovido na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) com a finalidade de obter as informações necessárias por meio da discussão em grupos com os participantes. Destaca-se que a participação da equipe do Pensa foi fundamental para a viabilização deste workshop , uma vez que este trabalho é vinculado a uma pesquisa maior realizada por este grupo de estudos. O resultado do evento foi uma lista de problemas e ações corretivas. Os profissionais foram contatados com um mês de antecedência por meio de uma carta- convite contendo a apresentação do evento, justificando a importância de cada um deles na discussão e fornecendo as demais informações básicas (endereços, telefones, data, horário, entre outras). A lista completa dos participantes está anexada no final do trabalho (Anexo A).
3.7. Coleta e crítica dos dados
No processo de coleta de dados foi utilizada a amostragem não probabilística intencional. Conforme Mattar (1996:132): “Amostragem não probabilística: aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. Não há nenhuma chance conhecida de que um elemento qualquer da população venha a fazer parte da amostra”. Ainda para Mattar (1996:133): “Amostras intencionais (ou por julgamento): a suposição básica da amostra intencional é de que, com um bom julgamento e uma estratégia adequada, podem ser escolhidos os casos a serem incluídos e, assim, chegar a amostras que sejam satisfatórias para as necessidades da pesquisa”. Os especialistas selecionados para as entrevistas possuíam as seguintes características: ter acesso às informações e dados do setor em estudo, possuir conhecimentos do sistema provenientes de suas experiências profissionais, estar disposto a colaborar com a pesquisa e fornecer um “canal” aberto de comunicação para futuros contatos. As informações obtidas pelas entrevistas na primeira etapa da pesquisa foram contrastadas e adicionadas aos conhecimentos levantados na revisão bibliográfica com intuito de se obter o desenho preliminar do SAG em estudo. Assim, as diferentes empresas pertencentes a cada nível do
sistema foram agrupadas e corretamente alocadas em uma estrutura de “caixas” conforme o exemplo a seguir (Figura 4): Figura 4 - Exemplo hipotético de empresas de um Sistema Agroindustrial.
Fonte: Autor. A figura anterior mostra estruturalmente um exemplo hipotético de sistema com três níveis básicos de processamento e distribuição até o produto elaborado chegar ao consumidor final. Nota- se que cada conjunto de empresas atuam dentro de um mesmo setor do sistema, por exemplo, as empresas identificadas na figura acima com os números 1.1 até 1.5 poderiam ser fornecedoras de insumos para a agricultura, conforme o modelo da pesquisa proposto por Zylbersztajn (2000). Mas cada setor ainda pode ser dividido em diversos sub-setores, de tal forma que as empresas 1.1 e 1. poderiam ser fornecedoras de defensivos agrícolas, a empresa 1.3 fornecedora de sementes e as empresas 1.4 e 1.5 de máquinas e implementos agrícolas. Assim, ao invés de considerar cada empresa isoladamente, poder-se-ia redesenhar a figura acima considerando as diferentes Indústrias (Defensivos Agrícolas, Sementes e Máquinas Agrícolas) presentes nesse sistema na seguinte forma simplificada (Figura 5): Figura 5 - Exemplo hipotético de setores de um Sistema Agroindustrial.
Fonte: Autor.
Consumidor Final
Empresa 3. Empresa 3. Empresa 3. Empresa 3. Empresa 3.
Empresa 2. Empresa 2. Empresa 2.
Defensivos Agrícolas
Sementes Máquinas Agrícolas
1° Nível 2° Nível 3° Nível
Consumidor Final
Empresa 3. Empresa 3. Empresa 3. Empresa 3. Empresa 3.
Empresa 2. Empresa 2. Empresa 2.
Empresa 1. Empresa 1. Empresa 1. Empresa 1. Empresa 1.
1° Nível 2° Nível 3° Nível
levantado é baseado nos produtos derivados do trigo, no entanto, compondo esses produtos existem matérias-primas de outras origens, na qual a segmentação no custo final de cada produto não estava no escopo desse trabalho. Na terceira e última etapa do presente estudo, foi realizado um Workshop envolvendo representantes de todos os “elos” do referido sistema. Os participantes do evento foram reunidos em grupos de oito a dez pessoas e discutiram durante uma hora sobre os problemas de coordenação existentes no SAG do Trigo e possíveis ações corretivas. Após o término dessa discussão inicial, os grupos foram reunidos em auditório e discutiram livremente suas idéias com intuito de consolidar os resultados mais relevantes. Ao término dessa terceira etapa as informações coletadas serviram como base para a elaboração de uma lista dos problemas de coordenação existentes na cadeia em estudo, aqui apresentado no capítulo 5.
3.8. Resumo da seqüência de etapas utilizada para o mapeamento e quantificação da Cadeia Produtiva.
A metodologia utilizada neste trabalho para o mapeamento e quantificação de Sistemas Agroindustriais foi desenvolvida pelo Pensa e aplicada por Neves et al (2001) no mapeamento e quantificação do Sistema Agroindustrial da Laranja no Brasil. Nessa ocasião, o resultado do estudo serviu de ponto de partida para a criação do “Laranja Brasil” (organização que integra diversos agentes da referida cadeia em busca de ações coletivas). A seqüência dessa metodologia pode ser resumida em seis etapas:
1 a^ Etapa – Descrição do Sistema (desenho); 2 a^ Etapa – Primeiras entrevistas para ajustes no desenho; 3 a^ Etapa – Pesquisa por dados de vendas em associações e outras fontes de dados secundários; 4 a^ Etapa – Entrevistas com representantes das organizações envolvidas; 5 a^ Etapa - Quantificação; 6 a^ Etapa – Validação dos resultados por meio de Workshop.
A primeira etapa consiste na escolha do sistema que será o foco do estudo (para esse trabalho foi escolhido o SAG do Trigo no Brasil). Após a priorização de um sistema, é elaborado um desenho preliminar, com base na experiência dos pesquisadores. Também é necessário delimitar quais segmentos serão estudados, mantendo o foco no eixo central da cadeia. Na segunda etapa,
esse desenho será submetido a especialistas do setor, que deverão fazer os ajustes até que se obtenha uma estrutura simples e fiel a realidade. A terceira etapa consiste na pesquisa de dados secundários em diversas fontes, tais como: banco de dados, internet, revistas especializadas, jornais, artigos acadêmicos e organizações especializadas (cooperativas, associações, institutos e outras). A quarta etapa é a coleta de dados primários por meio de entrevistas com representantes de diversas organizações que atuam no setor. Essas entrevistas são realizadas pessoalmente, por telefone ou por e-mail. A quantificação, realizada na quinta etapa, consiste em determinar o faturamento (preço de venda) dos diversos sub-setores da cadeia. Para isso, delimita-se o período da avaliação (no presente trabalho foi levantado o faturamento dos setores no ano de 2002) e a moeda (aqui se utilizou o Real). Os dados primários e os secundários serão contrastados, e o faturamento dos sub-setores determinados. Quando os dados obtidos não forem suficientes para a realização de uma boa quantificação, mais informações deverão ser coletadas. A sexta etapa foi realizada por meio da formação de grupos focais com especialistas dos diversos setores. Esses grupos discutiram durante um tempo determinado (supervisionados por pesquisadores) visando levantar os principais problemas de coordenação existentes e as ações corretivas que podem ser implementadas conjuntamente. Para evitar resultados imparciais, é importante a formação de grupos heterogêneos, formados por representantes de diferentes segmentos do sistema. Os resultados devem visar a melhoria do sistema como um todo e não “elos” específicos, as ações individuais deverão ser descartadas durante a discussão. Os resultados obtidos pelos diferentes grupos de discussão serão consolidados pelos pesquisadores, e então serão