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Asma: Introdução, Fenótipos, Fatores Desencadeantes, Patologia e Fisiopatologia, Resumos de Pneumologia

Uma introdução sobre a asma, seus fenótipos, fatores desencadeantes, patologia e fisiopatologia. A asma é caracterizada por uma obstrução reversível ao fluxo expiratório com dispneia, sibilos, tosse e sensação de “aperto no peito”. Entre as crises, os pacientes podem ter sintomas residuais ou serem assintomáticos. Asma alérgica e não alérgica são os dois principais fenótipos. Os fatores desencadeantes incluem alérgenos, infecções virais, fármacos, exercícios físicos, dieta, poluição, hormônios, DRGE e estresse. A patologia envolve inflamação crônica das vias aéreas inferiores e hiper-reatividade brônquica. A fisiopatologia envolve obstrução reversível do fluxo aéreo, mais na expiração, por broncoespasmo, edema e hipersecreção de muco.

Tipologia: Resumos

2023

À venda por 09/11/2023

larissa-marzagao
larissa-marzagao 🇧🇷

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Medicina | Larissa Marzagão Ferreira
Asma
Introdução
uma obstrução reversível ao fluxo expiratório
com dispneia, sibilos, tosse e sensação de aperto
no peito. Entre as crises, os pacientes podem ter
sintomas residuais ou serem assintomáticos.
Assintomáticos ou não, os pacientes irão
apresentar inflamação crônica das vias aéreas
inferiores.
Hipersensibilidade a diversos estímulos =
broncospasmo;
Processo inflamatório em toda a árvore
traqueobrônquica, predominando nos
brônquios de médio e pequeno calibre, mas
sem atingir os alvéolos, isto é, não afeta o
parênquima pulmonar propriamente dito.
Se não tratada, ocasiona remodelamento
brônquico, cujas alterações estruturais são
irreversíveis, tais como estreitamento luminal por
fibrose, hipertrofia/hiperplasia da camada
muscular e das glândulas submucosas (secreção
de muco). Nesse caso, a obstrução torna-se fixa.
Início em qualquer idade, com pico aos 03 anos.
Em crianças, é mais comum no sexo masculino e,
nos adultos, a prevalência entre os sexos é igual.
Fenótipos asmáticos
Asma alérgica (extrínseca): forma predominante,
iniciada geralmente na infância e com HF de
atopias. A inflamação é eosinofílica com boa
resposta a corticoide inalatório.
Asma não alérgica (intrínseca): início tardio e não
associada a atopias. Inflamação por neutrófilos ou
eosinófilos e menor resposta a corticoide inalatório.
Asma com obstrução aérea fixa: de longa
duração e com tratamento inadequada. Perda
irreversível da função pulmonar.
Asma relacionada à obesidade: aumento do IMC
aumenta a prevalência de asma.
Fatores de risco
Atopia: principal fator de risco, presente em cerca
de 80% dos casos. Nem todo paciente atópico têm
asma.
Genética: concordância entre gêmeos e
agregação familiar. Requer interação com fatores
ambientais.
Alérgenos: precipitam crises e parecem participar
da etiopatogênese.
Ocupação: acontece de maneira independente da
presença de atopia e melhora com o afastamento
das atividades laborativas.
Obesidade: associação entre aumento do IMC (>
30 kg/m2 ) e asma.
A asma é caracterizada por um tipo especial
de inflamação crônica nas vias aéreas
inferiores, de etiologia desconhecida, que
predispõe a surtos de broncoespasmo
reversível, acompanhados de manifestações
clínicas estereotipadas (dispneia, sibilos, tosse
e aperto no peito). Na ausência de tratamento
adequado, pode ocorrer remodelamento
brônquico, levando à perda irreversível da
função pulmonar. MEDCURSO, 2020.
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Asma

Introdução

Há uma obstrução reversível ao fluxo expiratório com dispneia, sibilos, tosse e sensação de “ aperto no peito”. Entre as crises, os pacientes podem ter sintomas residuais ou serem assintomáticos. Assintomáticos ou não, os pacientes irão apresentar inflamação crônica das vias aéreas inferiores.  Hipersensibilidade a diversos estímulos = broncospasmo;  Processo inflamatório em toda a árvore traqueobrônquica, predominando nos brônquios de médio e pequeno calibre, mas sem atingir os alvéolos, isto é, não afeta o parênquima pulmonar propriamente dito. Se não tratada, ocasiona remodelamento brônquico, cujas alterações estruturais são irreversíveis, tais como estreitamento luminal por fibrose, hipertrofia/hiperplasia da camada muscular e das glândulas submucosas (secreção de muco). Nesse caso, a obstrução torna-se fixa. Início em qualquer idade, com pico aos 03 anos. Em crianças, é mais comum no sexo masculino e, nos adultos, a prevalência entre os sexos é igual.

Fenótipos asmáticos

Asma alérgica (extrínseca): forma predominante, iniciada geralmente na infância e com HF de atopias. A inflamação é eosinofílica com boa resposta a corticoide inalatório. Asma não alérgica (intrínseca): início tardio e não associada a atopias. Inflamação por neutrófilos ou eosinófilos e menor resposta a corticoide inalatório. Asma com obstrução aérea fixa: de longa duração e com tratamento inadequada. Perda irreversível da função pulmonar. Asma relacionada à obesidade: aumento do IMC aumenta a prevalência de asma.

Fatores de risco

Atopia: principal fator de risco, presente em cerca de 80% dos casos. Nem todo paciente atópico têm asma. Genética: concordância entre gêmeos e agregação familiar. Requer interação com fatores ambientais. Alérgenos: precipitam crises e parecem participar da etiopatogênese. Ocupação: acontece de maneira independente da presença de atopia e melhora com o afastamento das atividades laborativas. Obesidade: associação entre aumento do IMC (> 30 kg/m2 ) e asma. “ A asma é caracterizada por um tipo especial de inflamação crônica nas vias aéreas inferiores, de etiologia desconhecida, que predispõe a surtos de broncoespasmo reversível, acompanhados de manifestações clínicas estereotipadas (dispneia, sibilos, tosse e aperto no peito). Na ausência de tratamento adequado, pode ocorrer remodelamento brônquico, levando à perda irreversível da função pulmonar.” – MEDCURSO, 2020.

Fatores desencadeantes

de broncoespasmo

Alérgenos: ácaros, pólens, pelos de animais, baratas e fungos, substâncias químicas (ex.: perfumes, produtos de limpeza). Infecções virais: maior suscetibilidade devido a menor secreção de interferon. Nesses casos, o resfriado comum também atinge as vias aéreas inferiores, desencadeando broncoconstrição. “ Acredita-se que as IVAS (Infeções de Vias Aéreas Superiores) representem a principal etiologia de crise asmática”. Fármacos: betabloqueadores e AAS.  São contraindicados naqueles pacientes que já apresentaram piora do quadro após o uso dessas medicações. Nos pacientes que nunca usaram, utilizar com cautela, Não usar em pacientes não controlados ou com muitos fatores de risco. Exercícios físicos: hiperventilação desidrata as mucosas, estimulando a degranulação de mastócitos. “ Excesso de riso e choro (que em crianças pequenas “ equivalem” a fazer exercício), bem como mudanças climáticas abruptas, também podem produzir o mesmo efeito”. Dieta: aditivos presentes nos alimentos industrializados, como o metabissulfito (conservante), que libera dióxido de enxofre ao ser metabolizado no estômago. Poluição: efeito irritativo direto da mucosa brônquica por aeropoluentes, como dióxido de enxofre e de nitrogênio. Hormônios: crises de asma no período pré- menstrual (asma catamenial) por queda nos níveis de progesterona; disfunção tireoidiana também pode agravar a asma. DRGE: mais frequente em asmáticos, já que as drogas broncodilatadoras relaxam o esfíncter esofagiano inferior aumentando os episódios de refluxo. Estresse: fatores emocionam podem se relacionar com as crises e grandes estresses, como o luto, parecem amenizar os sintomas da asma.

Patologia

Inflamação crônica com infiltração da mucosa principalmente por linfócitos Th2, eosinófilos e mastócitos. Está relacionada com. hiper-reatividade brônquica. Quando persiste, há remodelamento brônquico. Existe neoangiogênese e vasodilatação na parede brônquica = aumento daa permeabilidade capilar e eritema/edema local. Há também hipertrofia e hiperplasia das células caliciformes (secretoras de mucoproteínas), das glândulas submucosas e da camada muscular lisa.

Fisiopatologia

Obstrução reversível do fluxo aéreo, mais na expiração, por broncoespasmo (contração da musculatura lisa brônquica), por edema e hipersecreção de muco. À espirometria, VEF1 diminui e relação VEF1/CVF também (< 0,75-0,80 em adultos ou < 0,90 em crianças). A resistência das vias aéreas aumenta, podendo haver hiperinsuflação por aprisionamento do ar com aumento do volume residual pulmonar. À gasometria: hipocapnia (queda de pCO 2 ) por hiperventilação alveolar (alcalose respiratória aguda).  Se normo ou hipercapnia = sinal de fadiga progressiva da musculatura acessória = intubação + prótese ventilatória. Nas crises graves que afetam vias periféricas, há hipoxemia por desequilíbrio entre ventilação e perfusão (distúrbio V/Q) = mal ventilação alveolar.

Risco de exarcebações: Risco de desenvolver obstrução fixa ao fluxo expiratório: Risco de efeitos colaterais do tratamento: A classificação de gravidade deve ser estabelecida após o paciente estar sob tratamento com a menor dose efetiva do medicamento de manutenção. A gravidade da asma é definida pela INTENSIDADE do tratamento necessário para manter a doença sob controle. TRATAMENTO Terapia de controle é aquela que deve ser utilizada diariamente, tendo como efeito a redução da inflamação nas vias aéreas inferiores. Propicia o controle dos sintomas e diminui riscos futuros (exacerbações e perda de função pulmonar). A principal droga é o Corticoide Inalatório (CI). Terapia de resgate deve constar na prescrição de todos os doentes, a fim de combater eventuais sintomas que “ escapem” ao tratamento de controle. Constitui também a base terapêutica das exacerbações. A principal droga é o agonista beta- 2 adrenérgico de curta ação (SABA) inalatório. O ideal é que o paciente não precise dessa terapia. Terapia adicional consiste de medicamentos especiais cuja prescrição está restrita aos casos em que os pacientes utilizam a terapia de controle em dose máxima e mesmo assim permanecem sintomáticos. TERAPIA DE CONTROLE Objetivo: supressão dos sintomas e diminuição dos riscos futuros. A estratégia atual obedece a uma ESCADA TERAPÊUTICA na qual a intensidade do tratamento de controle é ajustada em função da resposta clínica (observada após 2-3 meses de tratamento).

O paciente deve estar em constante reavaliação. Pacientes com asma e rinite alérgica por ácaros da poeira domiciliar (comprovado) podem se beneficiar de imunoterapia sublingual se VEF1 > 70% e persistência das crises mesmo usando CI; PASSO 1: Sintomas ou uso de SABA < 2x/mês; ausência de despertares noturnos por causa da asma; ausência de fatores de risco para exacerbação (ex.: VEF1 normal). PASSO 2: Sintomas infrequentes (< 2x ao mês), porém, pelo menos um fator de risco para exacerbação OU Sintomas ou uso de SABA ≥ 2x/mês e/ou despertar noturno por causa da asma ≥ 1x/mês. OU Sintomas ou uso de SABA > 2x/semana. PASSO 3: Sintomas na maioria dos dias e/ou despertares noturnos por causa da asma ≥ 1x/semana OU A doença começa com uma exacerbação aguda grave ou com critérios de asma não controlada. Reavaliação:  Se a asma não tiver sido “ controlada” (após se confirmar adesão ao tratamento e uso correto do inalador) a conduta é intensificar o tratamento, partindo para o passo subsequente (step up).  Uma vez atingido o controle, devemos manter o tratamento e observar o paciente por um período mínimo de três meses. Se a asma continuar “ controlada” , deve-se tentar reduzir a intensidade do tratamento (step down ), a fim de determinar a menor dose efetiva. Recomenda-se vacinação contra influenza e antipneumocócica. Resumindo: a não ser que os sintomas sejam muito ocasionais e de pouca importância clínica (merecendo tratamento no passo 1), comece o tratamento de controle pelo passo 2. Somente quando os sintomas forem muito importantes ou houver relato de crises graves comece pelo passo 3. – MEDCURSO, 2020.

TRATAMENTO AMBULATORIAL DA

EXARCEBAÇÃO

CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTO PARA

EMERGÊNCIA

Enquanto se providencia a transferência desses pacientes, todas as medidas terapêuticas cabíveis e disponíveis devem ser aplicadas (ex.: SABA inalatório, corticoide sistêmico precoce, O suplementar, monitorização contínua dos sinais vitais)

TRATAMENTO NA EMERGÊNCIA

Ideal realizar avaliação da função respiratória antes de iniciar o tratamento (medida de PFE ou medida de VEF1 por espirometria). Pouco disponíveis nas emergências brasileiras. Indicações de gasometria: (1) PFE ou VEF1 < 50% do predito; (2) ausência de resposta ao tratamento inicial; (3) piora clínica progressiva. Indicações de raio x de tórax: se suspeitarmos de complicações do broncoespasmo (ex.: pneumotórax) ou diagnósticos alternativos. Indicações para o uso de antibióticos: pacientes que apresentam indícios de infecção respiratória bacteriana, isto é, naqueles com critérios para o diagnóstico de pneumonia. Após a alta do serviço de emergência ou internação hospitalar o paciente deve ter uma consulta com seu médico assistente dentro de 2-7 dias.

TERAPIA DE CONTROLE

Também é realizada através de uma escala terapêutica com acompanhamento regular. Como a asma em crianças com menos de seis anos de idade costuma entrar em remissão com razoável frequência, o paciente precisa ser acompanhado pelo médico com mais regularidade do que os outros grupos etários (a cada 3-6 meses, no máximo). Se optarmos por tentar suspender o tratamento, uma consulta de revisão deve ser marcada para no máximo 3-6 semanas depois. O uso de LABA não é recomendado em crianças < 6 anos. Dispositivos de inalação: (1) nebulização convencional; (2) pMDI com espaçador ou “aerocâmara”. Crianças muito pequenas, imaturas demais para colaborar ( 0 - 3 anos), necessitam de uma máscara facial, que deve ser bem adaptada ao nariz e à boca pelo parente/cuidador.  Sempre lavar o rosto da criança após o uso para evitar rash. Crianças mais capazes de colaborar ( 4 - 5 anos) podem usar uma peça bucal, em vez da máscara facial. TRATAMENTO DAS EXARCEBAÇÕES As principais alterações que denunciam o início de uma exacerbação em crianças com idade < 6 anos são:  Aumento agudo ou subagudo da sibilância e da dispneia;  Aumento da tosse, especialmente a tosse noturna com a criança dormindo;  Letargia ou diminuição da tolerância ao exercício;  Redução nas atividades diárias, incluindo a alimentação;  Diminuição da resposta habitual ao SABA inalatório.

A base do tratamento domiciliar da crise é o uso de SABA inalatório.  Ministra-se 2 puffs de salbutamol via pMDI + espaçador, podendo-se repetir essa mesma dose a cada 20min, por mais 2x.  Na ausência de resposta satisfatória (necessidade de > 6 puffs em 1-2h), a criança deve ser levada ao serviço de emergência. TRATAMENTO NA EMERGÊNCIA Corticoide oral apenas por 3 - 5 dias, com retirada abrupta sem necessidade de desmame.