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Resumo por Capítulos, do livro As Veias Abertas da América Latina!
Tipologia: Resumos
Oferta por tempo limitado
Compartilhado em 01/06/2010
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Fichado Por Igor Stirbulov
A América foi descoberta em 1492. Três anos após o descobrimento, Cristóvão Colombo dirigiu uma campanha militar que dizimou os índios da Ilha Dominicana, sendo que alguns dos que sobraram, acabaram sendo vendidos como escravos. A ocupação portuguesa e espanhola combinava a propagação da fé cristã e o saqueio das riquezas nativas. O sofrimento imposto aos índios foi enorme. Muitos se suicidavam, outros sucumbiam diante da escravidão e grande parte era derrotada por bactérias e vírus vindos da Europa. O desnível do desenvolvimento entre os conquistadores e os índios pode explicar o motivo de tais derrotas. A população de índios, por conta disso, sofreu perdas enormes, reduzindo- se assustadoramente.
Num primeiro momento após o descobrimento, os principais objetos de exploração foram os metais, particularmente a prata, em Potosí (na Bolívia) e o ouro em Ouro Preto – Minas Gerais (no Brasil). Nesse processo, a maioria dos índios pereceu. Alguns tentaram resistir, mas eram impiedosamente massacrados, como, por exemplo, o líder indígena Tupac Ámaru, que encabeçou um movimento revolucionário, mas acabou sendo executado e mutilado, junto com sua família e partidários, em praça pública.
É importante ressaltar que grande parte dos metais explorados na América Latina servia somente para enviar aos países europeus.
No caso brasileiro quem se beneficiou, particularmente, foi a Inglaterra. Além do mais, quase tudo o que era consumido no Brasil, vinha da Inglaterra, inclusive as vestimentas dos escravos negros que trabalhavam nas minas brasileiras.
A busca do ouro e da prata foi o motor principal das conquistas, e quando se descobriu a rapidez e facilidade de plantar cana-de-açúcar, passaram a explorar isso também, o que trouxe como conseqüência o aumento do número de escravos negros trazidos da África. Note-se que o açúcar era tratado como um artigo de luxo, muito caro e cobiçado pelas elites européias.
Até meados do século XVII o Brasil foi o maior produtor mundial de açúcar, assim era um dos principais compradores de escravos, visto que os índios logo morriam ante a escravidão. O negócio açucareiro no Brasil era predominantemente financiado por capital holandês. Os holandeses faziam as instalações, traziam escravos, refinavam o açúcar. Em 1630 os holandeses tentaram invadir o Brasil, mas foram expulsos e levaram consigo o negócio do açúcar, que instalaram nas Antilhas. As Antilhas ficaram condenadas ao mercado de açúcar até os dias de hoje, prisioneiros da monocultura, que trouxe desemprego e pobreza. Cuba conseguiu se livrar dessa monocultura após a revolução, tal como de males como o analfabetismo e o desemprego. A reforma agrária de 1959 deu início a um processo de diversificação da economia cubana. O açúcar proveniente da América Latina acarretou grande acumulação de capital pelos europeus e até pelos Estados Unidos.
Em princípios do século XIX a Inglaterra passou a encabeçar uma campanha anti-escravagista, visto que sua indústria já necessitava de mercados internacionais com maior poder aquisitivo.
No ano de 1888 foi abolida a escravidão no Brasil, mas não o latifúndio. A maioria dos trabalhadores vivia e trabalhava em condições semelhantes à da escravidão.
Narra o autor também, sobre a borracha. O Brasil havia conquistado o Acre e assim possuía quase a totalidade das reservas de borracha do mundo. Para a exploração da borracha foi utilizada mão- de-obra nordestina. Pouco tempo depois os ingleses roubaram algumas sementes de seringueira e levaram para a Ásia. O Brasil passou, assim, a não exercer mais o controle sobre o produto.
Outros produtos explorados foram o cacau e o café. O cacau principalmente na Venezuela. Também no Brasil havia plantações de cacau. No que tange ao café, no Brasil, um dos principais produtores na América Latina, além da mão-de-obra escrava foi utilizada a dos imigrantes vindos da Europa. O café foi um grande negócio no Brasil e levou os cafeicultores a constituírem uma nova elite social no País. Note-se, porém, que empresas estadunidenses estavam por trás do negócio, apesar de que era o Estado brasileiro que suportava todos os ônus negativos do negócio.
Alguns revolucionários como Sandino, na Nicarágua e Zapata, no México, iniciaram lutas contra a exploração dos imperialistas e latifundiários.
O Paraguai resistiu bravamente, mas acabou sucumbindo, com sua população quase que totalmente aniquilada. Por fim, os países da tríplice aliança sofreram uma bancarrota financeira, ficando ainda mais dependentes da Inglaterra; já o Paraguai, passou a ser explorado e não se recuperou até hoje.
Galeano conclui o capítulo notando que enquanto os Estados Unidos nada enviaram à Inglaterra, possibilitando assim um desenvolvimento local mais aprimorado, a América Latina enviou a maioria das matérias-primas de que a Europa necessitava para o seu desenvolvimento econômico, impossibilitando o desenvolvimento local.
A partir do final da II Guerra Mundial houve na América Latina um recuo dos interesses europeus, em benefício dos estadunidenses. Conseqüentemente houve uma diminuição nos gastos com o serviço público e a mineração e um aumento com relação ao petróleo e a indústria manufatureira. O capital estadunidense tomou os setores chaves das indústrias locais, para daí, comandar todo o resto e ditar as regras. Nota o autor que os capitalistas dos Estados Unidos concentraram-se, na América Latina, mais agudamente que no próprio país e estão desvinculados de qualquer idéia ou sentimento de nacionalismo. O fator prejudicial nisso tudo foi o fato do crescimento industrial na América Latina ter sido, de modo geral, trazido de fora, e não desenvolvido internamente. Houve alguns governos nacionalistas que tentaram fazer um contrapeso a isto, mas de uma forma ou de outra, acabaram liquidados.
Eram poucas as empresas que não estavam ligadas ao capital estadunidense e mesmo assim, muitas dessas que não tinham vínculos com o capital estadunidense acabaram sendo engolidas por empresas estrangeiras, as quais desfrutavam de maiores benefícios pelo tratamento que lhes davam o Estado, em nome do desenvolvimento, e isto ficou claro no Brasil. Observa Galeano que veio a incrementar o controle capitalista sobre a América Latina, o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição controlada pelos Estados Unidos, que prometeu e promete milagres e veio, na realidade, a institucionalizar um controle financeiro sobre o mundo; na América Latina determina polícias financeiras a serem adotadas pelos governos, determinando quais as áreas e o quanto investir. Um outro modo de subtrair dinheiro da América Latina tem sido a instalação de bancos estadunidenses nesses países; conseqüentemente esses bancos acabam exercendo real influência sobre os mercados internos. Assim, a detenção dos recursos financeiros, se mostra a mais eficaz forma de dominação por meio da qual se instala e se derrubam governos, ditaduras, por meio de que se destrói a indústria nacional em detrimento da estrangeira, por meio de que se institui salários de fome, para que os países latinos americanos vendam
os produtos baratos para o exterior, mas comprem caros os de que necessitam, exportem o melhor produto e fique com o de pior qualidade. Enfim, desta maneira os países imperialistas, principalmente os Estados Unidos, vêm comandando setores estratégicos e decisões políticas na América Latina.
Por fim, conclui o autor, que o principal fator que permite essa exploração é a falta de unidade entre os latino-americanos, principalmente no campo econômico, visto que esses países comercializam mais com os Estados Unidos e Europa, do que entre si.
GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
Dezembro, 2007